Durante a Grande Guerra Patriótica, não lutamos com Hitler. Ou melhor, não só com ele. A maior parte da Europa unida lutou contra nós T.s. a União Europeia fascista da época. Nós ganhamos. Hitler cometeu suicídio (há uma versão de que isso é uma encenação), Mussolini foi executado. Mas o que aconteceu com outros líderes de países europeus que juraram fidelidade a Hitler e sem cujo apoio ele não teria causado tantos problemas?

Acontece que a maioria deles sobreviveu muito bem à derrota da coalizão. Alguém foi baleado, mas principalmente fantoches:

- António de Salazar, Primeiro-Ministro de Portugal (1932-1968). Na década de 1930, distanciou-se da Alemanha nazista, embora mantivesse relações com Franco. Portugal não participou diretamente na guerra, embora tenha prestado vários serviços a ambos os lados do conflito. Os Aliados foram autorizados a usar a sua base militar nos Açores. A Alemanha fornecia tungstênio, além de servir como uma espécie de centro de trânsito para ele. Apesar disso, o regime de Salazar sobreviveu à guerra, não lhe surgiram dúvidas. Salazar morreu em paz e honra um quarto de século depois da guerra, aos 81 anos.

-Miklos Horthy, governante do Reino da Hungria (1920-1944). Em aliança com Hitler, o almirante dividiu a Tchecoslováquia, participou da guerra contra a Iugoslávia e acabou se tornando o satélite de Hitler. Em 27 de junho de 1941, ele declarou guerra à URSS, enviou contingentes militares contra nós com um total de até 250 mil pessoas. Após a guerra, mudou-se para Portugal, onde viveu até à sua morte, aos 88 anos, em 1957. Não foi julgado.

- Francisco Franco, chefe do Estado espanhol (1939-1975). Chegou ao poder com a assistência militar ativa da Alemanha. A Espanha não declarou oficialmente guerra aos Aliados, mas Franco enviou uma divisão para a Frente Oriental. A Espanha, como Portugal, apoiou a Alemanha de forma bastante econômica: através dela, Hitler recebeu petróleo latino-americano. Após a guerra, a Espanha, por iniciativa de Franco, tornou-se um refúgio para muitos líderes de regimes ditatoriais. Ele não foi levado a julgamento, morreu em 1975, aos 82 anos.

- Ante Pavelic, ditador da Croácia (1941-1945). Ele chegou ao poder graças ao ataque de Hitler à Iugoslávia e seu desmembramento em vários estados dependentes da Alemanha. Ele enviou um regimento voluntário para ajudar a Wehrmacht, três divisões se opuseram ao Exército Vermelho na Croácia. À frente do chamado. O estado independente da Croácia organizou o genocídio dos sérvios em seu território. Após a guerra, ele se escondeu na Europa, depois se mudou para a América Latina, onde se tornou conselheiro de segurança do presidente argentino Juan Perón. Após a tentativa de assassinato (1957) mudou-se para a Espanha, falecendo em 1959. Não foi julgado.

- Carl Gustav Mannerheim, Comandante-em-Chefe do Exército Finlandês (1939-1946), Presidente da Finlândia (1944-1946). Ele lutou ao lado da Alemanha, bloqueando Leningrado do norte com suas tropas. Voluntários da Finlândia lutaram no batalhão Waffen-SS "Nordost". Em 1944, a Finlândia retirou-se da guerra com a URSS e seus aliados e iniciou as hostilidades contra a Alemanha. Mannerheim escapou da acusação após a guerra. Faleceu em 1951.

- Ion Antonescu, primeiro-ministro da Romênia (1940-1944), governante de fato. Desde o outono de 1940, ele transferiu a indústria petrolífera da Romênia para o controle alemão. Ele enviou mais de 220 mil soldados romenos para a guerra com a URSS. Em 1944 foi preso e extraditado para o governo soviético, que depois da guerra o entregou às autoridades romenas. Baleado por ordem judicial.

-Henri Philippe Pétain, chefe do estado fantoche francês (1940-1944), ou seja, parte da França que não entrou no Terceiro Reich. Ele contribuiu para a formação de uma legião de voluntários, enviada em 1941 perto de Moscou. Condenado à morte, que foi comutada em prisão perpétua.

- Vidkun Quisling, Primeiro Presidente da Noruega (1942-1945). Como Peten, ele é o líder de um estado não independente. Durante a guerra, 2 divisões da Waffen-SS foram formadas pelos noruegueses. Baleado após a guerra por um veredicto do tribunal. Seu sobrenome se tornou um nome familiar - "quislings" começaram a chamar esses traidores em muitos países.

- Anton Mussert, Fuhrer do povo holandês (1942-1945). Um colaborador ainda mais dependente da Alemanha, como compartilhou seu poder com o Reichskommissar para a Holanda, nomeado por Berlim, Arthur Seyss-Inquart (ex-chanceler da Áustria). Como outros, ele contribuiu para a formação de partes da Waffen-SS. Baleado após a guerra por um veredicto do tribunal.

- Milan Nedic, chefe do "Governo de Salvação Nacional da Sérvia" (1941-1944) - outra das estruturas fantoches criadas por Hitler durante a guerra. As unidades Waffen-SS formadas na Sérvia foram usadas principalmente na Iugoslávia para combater o movimento partidário. Ele foi entregue pelos britânicos às autoridades iugoslavas de Titov e, em fevereiro de 1946, durante um julgamento em 1946, ele pulou de uma janela.

- Vojtech Tuka, Primeiro-Ministro da Eslováquia (1939-1944). O estado surgiu durante a partição da Tchecoslováquia, foi criado pela Alemanha. Como os estados semi e não independentes anteriores, a Eslováquia enviou tropas (duas divisões) contra a URSS. Condenado à morte, morreu antes da execução da sentença em agosto de 1946. O antecessor de Tuka como primeiro-ministro e então presidente da Eslováquia (1939-1945), Josef Tiso, o principal líder dos nacionalistas eslovacos, foi extraditado pelos americanos para a Tchecoslováquia e enforcado em abril de 1947.

Se você olhar atentamente para esta lista, poderá ver que a maioria dos fantoches foram condenados e fuzilados. Metade dos réus evitou completamente o julgamento. Muitos de seus subordinados também não foram levados a julgamento: fugiram ou conseguiram se legalizar, caíram sob a proteção dos serviços de inteligência ocidentais e assim por diante.

Dois livros sobre os últimos meses do Terceiro Reich foram publicados na Alemanha - "O Livro de Hitler" de Henrik Eberli e Matthias Uhl e "A Bomba de Hitler" de Rainer Karlsch. Stalin estava obcecado com a morte de Hitler. Ele não acreditava em seu suicídio no bunker, estava convencido de que o Fuhrer estava escondido em algum lugar. Para lidar com esse assunto, ele ordenou que seus serviços secretos encontrassem alguém do círculo íntimo de Hitler que conseguiu sobreviver nas últimas horas antes da rendição e que pudesse dizer a verdade ... Eles conseguiram encontrar Otto Günsche e Heinz Linge, dois Oficiais da SS que, após o serviço na frente, foram chamados a Berlim para se tornarem assistentes pessoais de Hitler. Ambos, presos em maio de 1945, passaram 10 anos em prisões soviéticas e somente em 1955 puderam retornar à Alemanha.

Günsche morreu em 2003, Linge há 25 anos. Na URSS, eles foram interrogados de 1948 a 1949, tendo recebido uma descrição da vida de Hitler nos últimos meses e nos anos anteriores. Stalin queria ter essa informação.

Otto Günsche e Heinz Linge foram interrogados por vários anos: geralmente os oficiais do NKVD chamavam os prisioneiros para sua casa à noite, quando estavam extremamente cansados. Às vezes batiam nos dois, às vezes só os ameaçavam. Eles queriam saber tudo sobre o homem que atacou seu país em 1941: afinal, Günsche era o ajudante pessoal de Adolf Hitler e Linge era seu criado. Dois confidentes de Hitler contaram aos serviços secretos russos numerosos e ainda desconhecidos detalhes da vida do ditador alemão, escreve o semanário alemão Der Spiegel, cuja tradução é publicada pela Inopressa.

Em 413 páginas de denso texto datilografado, oficiais de segurança anotaram meticulosamente tudo o que dois dos confidentes de Hitler lhes contaram: sobre o relacionamento do Fuhrer com Eva Braun, sobre como ele constantemente repreendia Hermann Göring, sobre um ataque de raiva após a fuga de seu vice Rudolf Hess.

O chefe do estado soviético, Joseph Stalin, queria saber o máximo possível sobre o homem que trouxe morte e destruição ao seu país - e ao mesmo tempo era tão banal.
“Quando Hitler ouve a voz de sua amada, ele corre alegremente para encontrá-la”, disse o jornal Bild, citando o documento. Hitler a leva para seu escritório, onde chocolate quente e chá, conhaque, chocolates, frutas e champanhe gelado estão prontos. Ambos estão na sala por horas.”

No entanto, as coisas nunca chegam aos prazeres do amor: Hitler, como sempre, lê o jornal da noite e Eva se regala com chocolates. “Só depois da meia-noite Hitler se retira para seu quarto. Eva vai para o quarto preparado para ela”, continua a reportagem.

Para facilitar a leitura de Stalin, os protocolos de interrogatório foram revisados ​​e transformados em uma espécie de biografia que parece um romance. Existem duas cópias deste dossiê. A versão original com notas stalinistas nas margens é mantida nos arquivos fechados do Kremlin.

Em 1959, por ordem de Nikita Khrushchev, foi feita uma cópia, que agora é mantida nos arquivos do Comitê Central do PCUS em Moscou. Foi lá que o historiador berlinense Uhl o descobriu e o traduziu do russo.

Linge era o gerente da casa de Hitler e, portanto, sabia sobre seus pratos favoritos, sobre estados mentais, sobre doenças. Günsche, ao contrário, tratou da agenda político-militar e participou de reuniões diárias em que se discutia a situação nas frentes; atas dessas reuniões não foram mantidas.

Todos os dias esses dois oficiais viam o Fuhrer em particular e em público. Eles ouviram o que ele disse aos visitantes, generais, velhos amigos. Nas últimas semanas, fechados com ele no bunker, eles viram como o Reich alemão rapidamente caiu no desastre.

Eram testemunhas valiosas e suas memórias estavam frescas. Stalin estava tão interessado na morte de Hitler que ordenou que fossem levados a Berlim para o local onde, de acordo com a última vontade do Fuhrer, os corpos do próprio ditador, bem como de Eva Braun, foram queimados.

“Um texto biográfico muito interessante que caracteriza perfeitamente tanto Hitler quanto Stalin”, disse Hurst Möller, diretor do Instituto Alemão de História Moderna. “A coisa mais interessante sobre este dossiê é que Linge e Günsche, entre outras coisas, relatam eventos sobre os quais não há dados oficiais”, disse Henrik Eberle ao Spiegel Online.

Juntamente com o historiador Matthias Uhl, do Instituto de História Contemporânea, Eberle entregou o dossiê para tradução e começou a estudá-lo. Seu trabalho sob o título "Livro de Hitler" foi apresentado ao público.

“Não se pode descartar que o depoimento de Günsche e Linge tenha sido feito sob tortura”, diz o historiador Uhl. “Mas a maioria dos fatos apresentados acabou sendo confiável.” Apenas às vezes Günsche e Linge estavam errados, em particular, falando sobre datas exatas. Portanto, estamos convencidos da autenticidade do depoimento, asseguram Eberle e Uhl.

Em maio de 1941, Hess voou para a Inglaterra em um caça e desceu de paraquedas, aparentemente para negociar a paz com a Grã-Bretanha. Os historiadores discutem há muito tempo se essa ação ocorreu com o conhecimento e a aprovação de Hitler ou não.

“Os documentos afirmam que o voo de Hess não foi coordenado com Hitler”, disse Eberle ao Spiegel Online. “Hitler não estava de forma alguma preparado para esta notícia”, acredita o autor. “Linge bateu na porta do quarto”, Bild cita o livro. - Hitler foi ouvido perguntar com voz sonolenta: "O que aconteceu lá?" e alguns minutos depois, barbado, apareceu na soleira. Quando o Führer soube da fuga de Hess, ficou completamente fora de si.
Como explica o historiador Uhl, os prisioneiros Günsche e Linge foram inicialmente questionados apenas sobre as circunstâncias da morte de Hitler. No entanto, os interesses dos serviços especiais soviéticos se expandiram até que, finalmente, surgiu um quadro completo de todo o período do governo de Hitler.

Assim, Eva Braun, com base nos materiais do dossiê, era uma amante extremamente exigente, cujos desejos, por mais extravagantes que fossem, Hitler realizava. Eva Braun uma vez reclamou que, devido à mobilização total para a vila de Hitler em Berghof, era impossível encontrar novos servos, relata o Bild. Então Hitler gritou com raiva para seu vice Bormann: “Estou tirando unidades inteiras do nada. Algumas garotas para minha vila são muito mais fáceis de encontrar.”

Ao mesmo tempo, a "Bomba de Hitler", de Rainer Karlsch, que afirma que Hitler liderou a corrida atômica, foi recebida com grande ceticismo, escreve o jornal italiano La Stampa. A Wunderwaffe, a arma milagrosa com a qual ele queria vencer a guerra, estava em uma fase de desenvolvimento mais avançada do que se pensava anteriormente.

No final de 1944-início de 1945, Karlsch descobriu, na Turíngia e no Mar do Norte, na ilha de Regen, vários testes nucleares, durante os quais centenas de prisioneiros de guerra morreram por radiação, principalmente soldados do Exército Vermelho, escolhidos como cobaias.

Karlsh, que trabalha na Universidade Humbald, afirma ter tido acesso a fontes desconhecidas até recentemente: materiais de testemunhas e historiadores amadores da antiga RDA, em cujo território foram realizados os notórios testes, fotografias tiradas da aeronave, pesquisas científicas daquela tempo, diários de cientistas, desenhos, relatórios da inteligência russa e americana, um projeto de pedido de patente para a criação de uma bomba de plutônio, datado de 1941, medições do nível de radiação.

Em uma cidade de 350 habitantes no subúrbio de Gottow, em Berlim, ele encontrou vestígios do que chamou de "o primeiro reator nuclear de enriquecimento de urânio, alemão, operacional". Esta é uma base de cimento, hoje está coberta de arbustos.

Nas décadas de 1930 e 1940, havia um "Centro Experimental" em Gottow: cinco prédios com laboratórios, oficinas, escritórios, centenas de funcionários. A atividade do centro era um segredo de Estado. Era uma área estritamente vigiada, onde nenhum estranho podia entrar.
Karlsh foi inspirado para fazer este trabalho pelo historiador americano Mark Walzer, que é considerado o maior especialista no estudo da bomba atômica alemã. No entanto, ele minimiza o significado dessas armas: uma bomba nuclear, sim, mas "suja", ou seja, uma pequena quantidade de material nuclear dentro de uma grande carga explosiva. Mas mesmo essa quantidade seria suficiente para a contaminação radioativa da área. Mas, é claro, sua explosão não poderia ter nada a ver com o bombardeio em Hiroshima.

A história mundial conhece muitos exemplos em que as forças mais ativas, que garantem a mudança de poder no país no curso dos acontecimentos revolucionários, logo se tornam vítimas desse mesmo poder.

Um exemplo clássico dessa "devoradora da revolução dos próprios filhos" foi a chamada "Noite das Facas Longas" na Alemanha nazista.

Entre "povo" e "elite"

No verão de 1934, os nazistas alemães, liderados por Adolf Hitler tomaram o poder total na Alemanha e estavam prontos para começar a implementar seus planos em grande escala para a construção do Terceiro Reich, que deveria se vingar de forma convincente pela derrota na Primeira Guerra Mundial.

No entanto, para implementar esses planos, Hitler precisava de um exército forte e grandes recursos financeiros. Grandes industriais alemães estavam prontos para fornecer financiamento ao líder nazista, que se tornou o chefe do governo. A elite do exército também, em sua maior parte, não era contra a cooperação com o Fuhrer.

Mas os destacamentos das SA estavam no caminho dessa aliança - os destacamentos de assalto paramilitar do NSDAP, cuja criação começou no início da década de 1920, quando Hitler e sua comitiva planejavam chegar ao poder pela força, e não por meios parlamentares.

Marcha de formação de cadetes da Escola Imperial para a formação da liderança das SA. Escola Imperial no Castelo Harnekop perto de Writzen (Brandenburg), 1932. Foto: wikipedia.org

Stormtroopers, que eram o pilar de Hitler no caminho para o poder, agora começaram a interferir seriamente com ele.

A base dos stormtroopers era composta por representantes das classes mais baixas, que na "revolução nacional" viram a libertação não apenas dos comunistas e judeus, mas também dos grandes capitalistas alemães, nos quais viram seus inimigos.

Enquanto isso, as grandes empresas e o exército fizeram sua lealdade a Hitler depender de quanto ele seria capaz de garantir o controle sobre as tropas de assalto.

Rem e seus milhões

As aeronaves de ataque da SA eram uma força séria - no final de 1933, esses destacamentos consistiam em cerca de 3 milhões de pessoas. O líder dos stormtroopers era Ernst Röhm, considerado um dos associados mais próximos de Hitler.

Ernst Röhm (à direita) com Kurt Daluege e Heinrich Himmler em agosto de 1933. Foto: wikipedia.org

A liderança militar alemã e Röhm tinham visões opostas sobre como as unidades SA deveriam continuar a existir. Rem acreditava que o novo exército do Reich deveria ser formado com base nas SA, com os generais subordinados a ele pessoalmente.

Os militares, por sua vez, esperavam incluir a aeronave de ataque mais treinada do exército alemão e, no futuro, usar as SA exclusivamente como força auxiliar para o treinamento militar pré-exército da juventude.

O confronto entre as SA e as forças armadas (Reichswehr) sobre a questão de quem, a quem e em que medida deve obedecer, continuou até a primavera de 1934. Hitler, que precisava do apoio do exército e que ao mesmo tempo tentava não perder o apoio de seus companheiros de partido, hesitou, tentando agir como um pacificador.

Rem, no entanto, esperando aumentar sua influência, permitiu-se discursos bastante duros, dizendo que a “revolução nacional” poderia continuar sem Hitler. Ryoma não tinha ambições reais de liderança exclusiva, mas contava com chantagens e ameaças para alcançar uma posição firme como "o segundo homem depois de Hitler".

Plano de liquidação

Mas enquanto o autoconfiante Röhm estava fazendo grandes planos, uma coalizão de oponentes já havia se formado atrás dele, composta pelos generais alemães, bem como vários líderes do Partido Nazista - Heinrich Himmler, Hermann Göring e Reinhard Heydrich.

Os membros da coalizão estavam interessados ​​na remoção e, possivelmente, na eliminação da aeronave de ataque superior e no subsequente enfraquecimento da influência da SA.

Para combater as SA, decidiu-se usar duas outras estruturas de poder do NSDAP - os destacamentos paramilitares das SS, uma espécie de guarda nazista, originalmente formado como guarda-costas pessoal do Fuhrer, e o SD, o serviço de segurança nazista.

Os membros da coalizão convenceram Hitler de que Röhm estava preparando um golpe com tropas de assalto e contramedidas urgentes eram necessárias.

Como confirmação da conspiração dos stormtroopers, Heydrich, que chefiava o SD, forneceu a Hitler documentos falsos e muito reais indicando a preparação de um golpe.

Na prática, Rem e a liderança das tropas de assalto não construíram planos para tomar o poder e remover Hitler - tais sentimentos continuaram sendo o destino dos membros comuns das SA, insatisfeitos com as políticas de Hitler.

No entanto, já na primavera de 1934, começaram os preparativos para o massacre dos líderes da aeronave de ataque. "Listas de demissão" foram compiladas e não havia consistência nelas - às vezes as mesmas pessoas eram inseridas e excluídas várias vezes, dependendo da posição de um ou outro representante da liderança nazista.

A escolha é feita

Ernst Röhm, Chefe do Estado Maior da SA, 1934. Foto: wikipedia.org

Até o início do verão de 1934, Hitler não tomou uma decisão final sobre o destino de Ryoma. Em 8 de junho, ele foi enviado para tratamento por motivos de saúde, após o qual teve que retornar às suas funções. A partir de 1º de julho de 1934, todas as aeronaves de ataque da SA deveriam sair de férias mensais, o que categoricamente não combinava com os linha-dura. De acordo com seus planos, a rebelião das SA deveria ser declarada o motivo do uso da força, e as acusações dos stormtroopers em férias não pareciam convincentes.

Hitler fez sua escolha final após uma visita em 21 de junho de 1934 à residência de Neudeck, onde o presidente do Reich passou suas últimas semanas. Paul von Hindenburg. Após a morte de Hindenburg, Hitler esperava assumir este posto estatal, finalmente concentrando todas as rédeas do governo em suas próprias mãos. No entanto, a elite militar e a burguesia da Alemanha podem não ter apoiado Hitler nessa empreitada. O Ministro da Defesa da Alemanha, recebido por Hitler nos degraus da residência do Presidente do Reich Werner von Blomberg disse ao Fuhrer: “É urgente restaurar a paz interior no Reich. O radicalismo não tem lugar na nova Alemanha." Assim, Blomberg deixou claro para Hitler que o problema dos stormtroopers deve ser tratado imediatamente.

E então Hitler tomou a decisão final de acabar com os camaradas de armas de ontem.

28 de junho de 1934 Hitler, que estava em Essen no casamento de um de seus associados mais próximos Josef Terboven, recebeu uma mensagem de Himmler de que a rebelião dos stormtroopers supostamente começaria nas próximas horas. Depois que Hitler anunciou que daria uma "lição objetiva" aos instigadores da rebelião.

O pássaro voou!

Hitler telefonou pessoalmente para Röhm e anunciou que estava reunindo a liderança sênior das SA na manhã de 30 de junho em seus apartamentos em Bad Wiesse. O pretexto para a reunião foi um suposto incidente com um diplomata estrangeiro que foi atacado por tropas de assalto na Renânia.

Em 29 de junho, unidades da SS e do Reichswehr foram colocadas em alarme. Para evitar mais hesitações de Hitler, Himmler enviou-lhe duas novas mensagens. O primeiro dizia que o motim dos stormtroopers em Berlim começaria às 16h do dia 30 de junho, o segundo anunciava o início da atuação dos stormtroopers em Munique.

Nenhuma das mensagens era verdadeira, mas levaram Hitler a uma verdadeira fúria.

Na noite de 30 de junho, ele chegou pessoalmente a Bad Wiesse, às 6h30 da manhã entrou no quarto de hotel onde estava Rem, com uma pistola na mão, chamou-o de "traidor" e anunciou sua prisão. Em seguida, todos os líderes da aeronave de ataque que estavam no hotel foram presos e enviados para a prisão.

Às 9h, todos foram colocados em uma prisão de Munique, após o que Hitler deu o comando para realizar a Operação Beija-flor, que envolveu a derrota completa da liderança da aeronave de ataque das SA.

Enquanto prisões e execuções aconteciam em todo o país, Hitler fez um discurso em Munique no qual denunciou ex-companheiros de armas de traição e rebelião.

Por volta das três horas da tarde, homens da SS entraram na cela de Ryom, que lhe entregou uma pistola com um cartucho, uma nova edição de um jornal em que o chefe da aeronave de ataque foi declarado traidor, e deu-lhe 10 minutos para resumir sua própria vida.

O tiro soou 15 minutos depois, quando os SS entraram novamente na cela. Ryom não conseguiu se matar com um tiro, e um dos que entrou terminou o que começou.

Os resultados da colheita sangrenta

As execuções de stormtroopers continuaram até 2 de julho. Em seu discurso, Hitler afirmou que 61 rebeldes foram baleados, incluindo 19 líderes de aeronaves de ataque, outras 13 pessoas morreram "enquanto resistiam à prisão" e três "cometeram suicídio" - um total de 77 pessoas.

Somente após a queda do regime nazista se soube que, de fato, a “Noite das Facas Longas” custou a vida de mais de 1.000 pessoas, entre as quais não apenas aeronaves de ataque. Em particular, o chefe da ala socialista do NSDAP foi morto. Gregor Strasser, Presidente da Polícia da Baviera Gustav von Kahr, que em 1923 reprimiu o Putsch da Cerveja Nazista, assim como muitas outras figuras desleais ao novo regime.

Após a Noite das Facas Longas, a influência das unidades SA, que não foram completamente dissolvidas, caiu para quase nada. O poder dos "pardos" foi substituído pelo poder dos "pretos" - as formações SS.

À frente da Alemanha havia 11 anos de construção de um "Reich de mil anos", que terminou em colapso total. Mas no início de julho de 1934, Hitler e seus associados estavam convencidos de que nada no mundo iria interferir na implementação de seus planos grandiosos...

O destino da elite político-militar do Terceiro Reich é muito indicativo para todos que desejam organizar uma "Nova Ordem Mundial" no planeta. Muitos deles no final da guerra perderam completamente sua aparência e mente humanas, incluindo o líder - Adolf Hitler. Até recentemente, Hitler construiu planos irrealistas para a libertação de Berlim pelo 9º Exército de Theodor Busse, que foi cercado a leste de Berlim, e pelo 12º Exército de Choque de Wenck, cujos contra-ataques foram repelidos.

No dia 20, Hitler soube que os exércitos russos estavam a caminho da cidade, naquele dia ele completou 56 anos. Ele foi oferecido para deixar a capital por causa da ameaça de cerco, mas ele recusou; de acordo com Speer, ele disse: "Como posso convocar as tropas para permanecerem até o fim na batalha decisiva por Berlim e imediatamente deixar a cidade e me mudar para um lugar seguro! .. Eu confio completamente na vontade do destino e permaneço na capital ...". No dia 22, ele ordenou que o comandante do Grupo de Exércitos Steiner, que incluía os remanescentes de três divisões de infantaria e um corpo de tanques, general Felix Steiner, avançasse para Berlim, ele tentou executar uma ordem suicida, mas foi derrotado. A fim de salvar as pessoas, ele começou a recuar arbitrariamente para o oeste, recusou-se a seguir a ordem de Keitel de atacar novamente na direção de Berlim. No dia 27, Hitler o destituiu do comando, mas ele novamente não obedeceu, e no dia 3 de maio, no Elba, rendeu-se aos americanos.

F. Steiner.

Em 21 e 23 de abril, quase todos os principais líderes do Terceiro Reich fugiram de Berlim, incluindo Goering, Himmler, Ribbentrop, Speer. Muitos deles começaram seu jogo, tentando salvar suas "skins".

De acordo com as memórias do comandante da guarnição de Berlim, general Helmut Weidling, quando viu Hitler em 24 de abril, ele ficou surpreso: “... na minha frente estava uma ruína (ruína) de um homem. Sua cabeça tremia, suas mãos tremiam, sua voz era indistinta e trêmula. A cada dia sua aparência ficava cada vez pior. Na verdade, ele estava delirando, sonhando com os "golpes" dos já derrotados exércitos alemães. Seus associados, Goebbels e Bormann, também contribuíram para isso, que, com a ajuda de Krebs, enganou o Führer. Em abril, nos Alpes da Baviera, um novo Centro de Controle para Hitler e seus associados, o Alpenfestung (Fortaleza Alpina), já estava pronto. A maioria dos serviços da chancelaria imperial já foi realocada para lá. Mas Hitler hesitou, tudo estava à espera de uma "ofensiva decisiva", Goebbels e Bormann instaram-no a liderar a defesa de Berlim. Com a ajuda de Hans Krebs, o último chefe do Alto Comando das Forças Terrestres, eles ocultaram o verdadeiro estado das coisas no front. De 24 a 27 de abril, Hitler foi enganado, relatando a aproximação do exército de Wenck, que já havia sido cercado. Weidling: “Ou as unidades avançadas do exército de Wenck já estão lutando ao sul de Potsdam, então… três batalhões em marcha chegaram à capital, então Doenitz prometeu transferir as partes mais selecionadas da frota para Berlim de avião”. , Weidling informou a Hitler que não havia esperança, a guarnição no dia 29, na última conferência militar, Weidling disse que a guarnição foi derrotada e que não havia mais de 24 horas para tentar romper, ou eles tinham que capitular. Hitler se recusou a romper.

G. Weidling.

Hitler fez um testamento, nomeando como seus sucessores um triunvirato - o Grande Almirante Doenitz, Goebbels e Bormann. Mas mesmo que ele disse que iria se matar, ele ainda tinha dúvidas, esperando pelo exército de Wenck. Então Goebbels veio com um movimento psicológico sutil para empurrar o Fuhrer ao suicídio: ele trouxe uma mensagem da Itália - o líder italiano Mussolini e sua amante Clara Petacci foram capturados por guerrilheiros, mortos e depois enforcados pelos pés na praça da cidade de Milão . E Hitler estava com mais medo do cativeiro vergonhoso, o pensamento de que ele seria colocado em uma gaiola de ferro e colocado em uma praça vergonhosa o perseguia. No dia 30 após o jantar, ele e sua esposa E. Hitler (Brown) cometeram suicídio.

O general G. Krebs tentou concluir uma trégua em 1º de maio, mas foi recusado, exigindo rendição incondicional. No mesmo dia ele atirou em si mesmo.

G. Krebs

Joseph Goebbels, foi nomeado Chanceler do Reich por Hitler no caso de sua morte. Ele afirmou que seguiria seu líder, mas está tentando negociar uma trégua com Stalin. Goebbels e Bormann informaram ao almirante Dönitz que ele havia sido nomeado presidente do Reich, mas mantiveram silêncio sobre a morte de Hitler.

No dia 30, Goebbels e Bormann enviaram o referente Goebbels Heinersdorf e o vice-comandante do local de combate da Cidadela, tenente-coronel Seifert, como negociadores, eles anunciaram que haviam sido enviados para negociar a recepção do general Krebs pelo lado soviético. O conselho militar do 5º exército de choque decidiu não entrar em negociações, pois não há proposta de rendição incondicional. E o tenente-coronel Seifert conseguiu estabelecer contato com o comando do 8º Exército de Guardas soviético, onde concordaram em ouvir Krebs. Em 1º de maio, às 15h30, G. Krebs, acompanhado pelo coronel von Duffing, cruzou a linha de frente e chegou para as negociações. Krebs informou o coronel-general Vasily Chuikov sobre a morte de Hitler, então ele se tornou o primeiro, exceto a guarnição do bunker de Hitler, que soube de sua morte. Ele também entregou três documentos a Chuikov: a autorização de Krebs para seu direito de negociar, assinada por Bormann; a nova composição do governo do Reich, segundo a vontade de Hitler; apelo do novo chanceler J. Goebbels a Stalin.

Chuikov entregou os documentos a Zhukov, Zhukov foi traduzido por seu tradutor Lev Bezymensky, ao mesmo tempo, por telefone, o general Boikov informou o general de serviço do quartel-general de Stalin. Às 13 horas Krebs deixou o local das tropas soviéticas, uma conexão telefônica direta foi estabelecida com o bunker alemão. Goebbels anunciou seu desejo de falar com o comandante ou com um representante do governo, mas foi recusado. Stalin exigiu rendição incondicional: "... nenhuma negociação, exceto a rendição incondicional, deve ser conduzida com Krebs ou com outros nazistas".

À noite, eles perceberam no bunker que não haveria negociações, Dönitz foi informado da morte de Hitler, Goebbels e sua esposa Magda Goebbels cometeram suicídio, antes que Magda matasse seis de seus filhos.

Na noite de 2 de maio, Bormann, com um grupo de homens da SS, tentou fugir da cidade, mas foi ferido por um fragmento de granada e cometeu suicídio com veneno. Assim morreram os dois últimos líderes principais do Terceiro Reich, antes disso se apegaram ao poder até o último, ignorando seus companheiros de partido, mas não conseguiram enganar a morte ...

J. Goebbels.

Heinrich Himmler, que já foi o segundo homem do império, na primavera de 1945 perdeu várias de suas posições. Bormann conseguiu aprovar a ideia de criar batalhões da Volkssturm em toda a Alemanha e também os liderou. Ele incriminou Himmler oferecendo-lhe para liderar duas ofensivas: na Frente Ocidental e na Pomerânia, contra o Exército Vermelho, ambas sem sucesso. No final de 1944, ele começou a tentar iniciar negociações separadas com as potências ocidentais, no início de 1945 encontrou o Conde Folke Bernadotte três vezes, a última vez em 19 de abril, mas as negociações não terminaram em nada. Uma conspiração foi mesmo elaborada, segundo ele, no dia 20, Himmler teve que exigir que Hitler renunciasse e os transferisse para ele, ele deveria ser apoiado por partes da SS. No caso de recusa de Hitler, foi proposto eliminá-lo, até o assassinato, mas Himmler se assustou e não aceitou.

No dia 28, Bormann informou Hitler da traição de Himmler, que, em seu próprio nome, propôs a rendição do Reich à liderança política dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Hitler removeu Himmler de todas as posições, proibiu-o. Mas Himmler continuou a fazer planos - a princípio pensou que seria o Führer na Alemanha do pós-guerra, depois se ofereceu a Dönitz como chanceler, chefe de polícia e, no final, apenas o primeiro-ministro de Schleswig-Holstein. Mas o almirante recusou-se categoricamente a dar qualquer posto a Himmler.

Eu não queria desistir e responder pelos crimes, então Himmler vestiu o uniforme de um suboficial da gendarmaria de campo, mudou sua aparência e, levando consigo várias pessoas leais, em 20 de maio dirigiu-se para a fronteira da Dinamarca, pensando em se perder entre a massa de outros refugiados. Mas em 21 de maio, ele foi detido por dois soldados soviéticos, ironicamente, eram prisioneiros de campos de concentração, que foram libertados e enviados para o serviço de patrulha, eram Ivan Yegorovich Sidorov (capturado em 16 de agosto de 1941 e passou por 6 campos de concentração) e Vasily Ilyich Gubarev (entrou capturado em 8 de setembro de 1941, passou pelo inferno em 4 campos de concentração). Curiosamente, os britânicos e outros membros da patrulha conjunta se ofereceram para liberar o desconhecido, eles tinham documentos, mas os soldados soviéticos insistiram em uma verificação mais completa. Assim Himmler, o todo-poderoso Reichsführer SS (de 1929 até o fim da guerra), Ministro do Interior do Reich, foi capturado por dois prisioneiros de guerra soviéticos. Em 23 de maio, ele cometeu suicídio tomando veneno.

G. Himmler.

Hermann Göring, que era considerado herdeiro de Hitler, foi acusado de não organizar a defesa aérea do Terceiro Reich, após o que sua "carreira" foi por água abaixo. Em 23 de abril de 1945, Goering propôs a Hitler que todo o poder fosse transferido para ele. Ao mesmo tempo, ele tentou conduzir negociações separadas com os membros ocidentais da coalizão anti-Hitler. Por ordem de Bormann, ele foi preso, privado de todos os cargos e prêmios, em 29 de abril, Hitler oficialmente, em seu testamento, privou-o do cargo de seu sucessor, nomeando o almirante Dönitz. Em 8 de maio, ele foi preso pelos americanos, foi levado como o principal criminoso ao tribunal do Tribunal Militar Internacional em Nuremberg. Ele foi condenado à forca, mas em 15 de outubro de 1946 cometeu suicídio (há uma versão em que ele foi ajudado nisso). Ele teve muitas oportunidades de se envenenar - ele se comunicava diariamente com muitos advogados, com sua esposa, eles podiam subornar os guardas e assim por diante.

G. Goering.

Fontes:
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Shearer W. Ascensão e queda do Terceiro Reich. T.2. M., 1991.
Speer A. Memórias. M.-Smolensk, 1997.

capangas e rótulos de Hitler. Simplificações de Guido Knopp

Guido Knopp, sem dúvida, é um dos mais famosos divulgadores do tema da Segunda Guerra Mundial. Seus seriados do canal de TV alemão ZDF são bem conhecidos em sua terra natal e foram traduzidos para vários idiomas. Como Lawrence Rees, Guido Knopp costuma acompanhar o lançamento de um novo grande projeto de televisão com o lançamento de um livro de mesmo nome. Ao mesmo tempo, seus projetos continuam a ser criticados. E se você não pegar pessoas inadequadas que vão a extremos e negam a história, então a parte da crítica que merece atenção diz respeito ao profissionalismo histórico na apresentação da informação. Isso é visto claramente no primeiro grande projeto de Guido Knopp “ capangas de Hitler". (Os capangas de Hitler)

Simplificações e atalhos. Cada pessoa, que é considerada um episódio separado aqui, recebeu um rótulo condicional: um carrasco, um corruptor da juventude, um instigador e assim por diante. As pessoas tendem a pendurar rótulos como forma de simplificação. Ou seja, em vez de uma compreensão progressiva e diversificada do tópico, o autor da série "Henchmen de Hitler" oferece ao espectador um determinado modelo, através do prisma do qual uma pessoa inconscientemente começará a simplificar o tópico. O mesmo se aplica à personalidade de Hitler, através do prisma do qual, como você pode imaginar, todas as personalidades de seus protegidos são consideradas em Capangas de Hitler. Gwitdo Knopp, em sua maneira usual, simplifica demais a imagem de Adolf Hitler, o que não lhe permite extrair resultados verdadeiros e corretos da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto. Nesse sentido, historiadores como Ian Kershaw e Lawrence Rees, com sua abordagem mais funcional, aprofundam os temas, inclusive a comitiva de Hitler.

Contrastes. A segunda característica do projeto capangas de Hitler” e o formato, que será traçado em futuros projetos da ZDF, é a própria forma de contar histórias. A série destaca o absurdo da propaganda grosseira e superficial do Terceiro Reich, que não deu a seus cidadãos a liberdade de avaliar criticamente o que foi dito. Ao mesmo tempo, a própria série constrói uma comunicação emocional com o espectador não apenas com base em fatos históricos, mas também pelos mesmos meios. O contraste funciona brilhantemente aqui, quando, por exemplo, a música animada da Juventude Hitlerista ao fundo é acompanhada por uma crônica de caras aleijados e confusos na frente. A filmagem do Holocausto é ecoada por outros discursos apaixonados e música. Esta é uma técnica documental bastante superficial e pouco profissional, que obscurece a impressão geral e a utilidade das informações da série Hitler's Minions apresentadas dessa maneira.

Depoimentos de testemunhas oculares e contemporâneos

Como em vários outros documentários sobre a Segunda Guerra Mundial e do canal ZDF TV e Guido Knopp em particular, a importância no filme capangas de Hitleré dado aos testemunhos vivos de testemunhas oculares idosas que, sessenta anos depois, partilham as suas memórias e experiências sobre os seus contemporâneos. A questão da falta de confiabilidade da memória humana depois de tantos anos torna-se um contraste mais nítido em comparação com fatos confirmados, e ainda assim essas entrevistas são de grande valor. A partir de 1996, os idealizadores do projeto Capangas de Hitler conseguiu encontrar dezenas de pessoas que conheciam pessoalmente pessoas da comitiva de Hitler.

Por exemplo, Reinhard Spitzi, um convidado frequente em projetos de documentários nas décadas de 1990 e 2000, encontrou cada uma das nove pessoas descritas no cumprimento do dever. A ex-secretária de Hitler, Traudel Junge, baseada nas memórias das quais o famoso longa-metragem "Bunker" foi filmado, conta como o Fuhrer reagiu a cada um de seus subordinados. Uma idosa Lida Baarova fala sobre como ela era amante de Joseph Goebbels e quão aguda foi a questão do colapso do casamento do Ministro da Propaganda por causa de sua conexão.

Martin Bormann Jr. fala sobre a devoção e fé sem limites de seu pai em Adolf Hitler e como ele, sua mãe e filhos conseguiram evitar um triste fim nas últimas semanas da Segunda Guerra Mundial. Um ex-telefonista do quartel-general de Hitler "Wolf's Lair" relembra uma conversa ouvida entre Heinrich Himmler e Martin Bormann, na qual um relatório sobre o extermínio dos judeus foi interrompido em tom áspero. Os gêmeos que conseguiram sobreviver no campo de Auschwitz falam sobre o processo de seleção e os experimentos médicos que foram realizados neles sob a supervisão do médico da SS Josef Mengele. Agora os velhos profundos falam sobre como se tornaram parte das organizações juvenis na Alemanha e como trataram seu líder Baldur von Schirach. correspondente de guerra Lothar Günther Buckheim, famoso pelo filme "Submarino", baseado em seu livro, expressa seu desprezo pelo almirante Karl Doenitz.

Dr. Joseph Goebbels tornou-se a primeira pessoa da elite nazista, que recebeu total atenção na série. Uma vez que o conceito de ciclo dos "asseclas de Hitler" implica a consideração da influência de personalidades específicas sobre Hitler e sua influência sobre eles, a imagem do chefe do Ministério da Propaganda é descrita nessa perspectiva. Praticamente nenhuma informação sobre gênero, família e infância, e ênfase em posições já no ambiente imediato, a partir de meados da década de 1930. Vale a pena notar tanto as tomadas conhecidas, como o discurso de Goebbels em 1943 sobre a guerra total e vários de seus discursos, quanto os mais raros. Entre eles, pode-se destacar uma crônica familiar, incluindo o idílio na tela da família Goebbels com muitos filhos para exibição e visitas do médico às tropas nos últimos anos da guerra. De acordo com entrevistados que conheceram Goebbels e os viram emparelhados com Hitler, o primeiro até o último dia sentiu uma ligação reverente ao seu chefe e uma necessidade de sua aprovação e atenção. Esta é uma característica comum para todas as personalidades dentro do ciclo capangas de Hitler, que se destaca já neste primeiro episódio.

Este episódio de Hitler's Minions dá continuidade ao formato de trabalhar com o público através da técnica de contrastes. Os autores Capangas de Hitler perguntam como um homem com aparência de professor se tornou responsável pela criação de um estado dentro de um estado, pelo funcionamento de uma gigantesca máquina política e policial, pelo assassinato de milhões de civis. Como a influência da SS e seu chefe chamado Heinrich Himmler em contraste com a crença nos antigos mitos, lendas e personagens da literatura e folclore alemães. Como palácios opulentos, discursos inflamados e belos uniformes contrastavam com os horrores dos campos de concentração e extermínio nos territórios ocupados. Como um homem que destruiu milhões de vidas de alemães, seus subordinados e da população civil, ele esperava continuar sendo uma figura proeminente após o fim da guerra como réu na mesa de negociações. Como sua lealdade quase idólatra a Adolf Hitler sucedeu à traição de seu líder, Ernst Röhm, e coexistiu com uma ambição incrível e cada vez maior.

Se falamos de materiais de vídeo, os criadores do projeto conseguiram encontrar vídeos suficientes de uma pessoa que era a figura mais sombria do Terceiro Reich. Particularmente interessantes são as primeiras tomadas de Heinrich Himmler em filme, que eu não tinha visto antes em outros documentários sobre o tema, exceto na série Hitler's Henchmen. Além disso, o desenvolvimento de ambições e a saída da sombra de seus superiores na SA são traçados. De uma pessoa que, já sendo o chefe da SS, traz papéis para assinatura nos quadros, a um líder mostrando ao Führer seus supersoldados, que devem mudar o curso da Segunda Guerra Mundial e garantir aquele sonho milenário existência do Terceiro Reich. O destaque da série de Heinrich Himmler é uma entrevista com um veterano americano que participou da prisão do ex-líder do Reich. Imagens do cadáver do homem mais poderoso da Alemanha, desde Hitler, tiradas de diferentes ângulos, após o suicídio.

Este título, escolhido para o episódio de Hermann Goering de Hitler's Minions, caracteriza o ex-nazista nº 1 ou nº 2 do Terceiro Reich como um homem de ambições exorbitantes e orgulhoso de seus próprios títulos. A série Hitler's Minions seguiu o caminho de uma versão mais moderna da personalidade de Goering - não o transformou em um assassino sanguinário que desejava a morte de milhões de pessoas, como era comum após a guerra. Eles não criaram a imagem de um capanga de vontade fraca que seguia cegamente os comandos de seu mentor, o chefe Hitler. Hermann Göring foi o cavalo de exibição da Alemanha nazista. Um homem que levava embaixadores estrangeiros para caçar pelos corredores de sua propriedade em Carenhall e que não queria guerra. Ele era a segunda pessoa no estado mais poderoso da Europa de seu tempo, desfrutava do amor do povo, tinha acesso a inúmeros benefícios e queria aproveitar tudo isso sem arriscar uma nova Guerra Mundial, que poderia privar Hermann Goering de tudo.

A segunda parte condicional do episódio acrescenta a esta história sobre os apetites exorbitantes do Reichsmarschall a questão de sua incompetência em todos os seus muitos cargos, apenas a lista dos quais se estende por um minuto. Ex-subordinados de Hermann Goering e veteranos da Força Aérea da Luftwaffe relembram seu desespero com as oportunidades perdidas da guerra. Era um homem que patrocinava sua riqueza, fazia promessas irreais e era viciado em bolos e morfina, capaz de liderar todo um ramo militar na maior guerra da história. Essa formulação da pergunta, característica de muitos episódios do ciclo dos Minions de Hitler, percorre como uma linha vermelha a história do Reichsmarschall Hermann Goering.

Este episódio da série Hitler's Minions, de certa forma, se destaca entre outras séries da série. O fato é que não há nenhum noticiário conhecido em que o médico da SS seria retratado. Josef Mengele. Somos apresentados à sua aparência e imagem através das poucas fotografias que sobreviveram. Este episódio dos capangas de Hitler na verdade simboliza os horrores dos experimentos médicos em pessoas que foram realizados em campos de concentração nazistas e campos de extermínio. A voz do narrador observa que Adolf Hitler, o ideólogo de fato de Auschwitz, não conhecia pessoalmente Josef Mengele. Então, ao contrário de outras pessoas da série Hitlers Henchmen, ele não fazia parte de seu ambiente. Ao mesmo tempo, a história é contada através das imagens sobreviventes do programa de eutanásia no Terceiro Reich, através das imagens da libertação dos campos de extermínio. E a fonte mais importante deste terceiro episódio são os ex-prisioneiros do campo de extermínio de Auschwitz, que falam sobre o anjo da morte Mengele. São especialmente crianças, em particular gêmeos, que foram submetidas à seleção e experimentos médicos sob a direção do Dr. Mengele. Eles descrevem o que experimentaram pessoalmente e como se lembram do Dr. SS. Um dos narradores da série "Minions of Hitler" é o ex-médico da SS Hans Münch, que conheceu Mengele pessoalmente.

Arquiteto - Albert Speer

Ao contrário do Dr. Mengele, sobre o qual nenhum noticiário foi preservado, o arquiteto do Terceiro Reich, o Ministro de Armamentos e um membro do círculo íntimo de Hitler, Albert Speer deixou uma riqueza de testemunhos sobre si mesmo. Guido Knopp e os pesquisadores do material não confiam nas palavras do próprio Speer de sua biografia O Terceiro Reich por dentro. Excertos separados e declarações de lá estão sujeitos a críticas cruzadas, inclusive à luz de evidências descobertas após a morte do autor. Aqui o tom cáustico característico dos projetos de Guido Knopp não está tão presente. A imagem de Speer é considerada um exemplo de homem de gênio que poderia servir igualmente bem em qualquer país onde pudesse nascer.

As informações introdutórias tradicionalmente curtas sobre infância e adolescência são rapidamente substituídas pelo período em que Albert Speer chamou a atenção de proeminentes nacional-socialistas e depois à mercê do próprio Hitler. Seus projetos arquitetônicos grandiosos e visão pouco ortodoxa do assunto e do futuro da Alemanha encontraram seu reflexo e inspiração nas fantasias juvenis do Fuhrer. Ao mesmo tempo, embora Speer seja mais frequentemente considerado no contexto da atividade criativa e um visitante frequente de Obersalzberg, na série de TV Hitler's Minions, a maior parte de seu episódio é dedicada a postos militares. Foi justamente o zelo em superar as expectativas, como Ministro da Indústria de Guerra, que, entre outras coisas, estendeu a agonia da Alemanha nos últimos anos da guerra, dando esperança a Hitler.

Um homem que, depois de 30 de abril de 1945, realmente se tornou o sucessor de Hitler como chefe da Alemanha e o navio afundando do Terceiro Reich, que, em vez de uma história de mil anos, tinha alguns dias restantes. Nesta série de Asseclas de Hitler, a imagem de Dönitz é vista através do prisma de duas características. A primeira é, de fato, sua alta patente na Marinha. O comandante da frota de submarinos, pelo qual seu nome é conhecido do grande público, nem mesmo muito familiarizado com o tema da Segunda Guerra Mundial. Uma visão única de uma pessoa para um ramo militar não novo, mas muito promissor, que não foi suficientemente ouvido. Ao mesmo tempo, ex-oficiais da Marinha Alemã argumentam que nos últimos três anos da guerra, quando a iniciativa no mar foi finalmente perdida, Karl Doenitz era de fato outra pessoa de alto escalão na Alemanha que continuou a agonia do estado e continuou a alimentar as esperanças não realizadas de Adolf Hitler de um possível ponto de virada na guerra.

A segunda hipóstase de Karl Doenitz, que, entre outras coisas, o levou ao banco dos réus do Tribunal de Nuremberg, diz respeito à decolagem da carreira e à aproximação gradual do próprio Hitler. Dedicado às ideias do nacional-socialismo, Gross-Almirante aumentou suas próprias ambições ano após ano e não perdeu a oportunidade de fortalecer ainda mais sua posição. A série também examina o período mais interessante de sucessão de poder, em que Doenitz simplesmente não estava pronto, como a Alemanha, para continuar a guerra que havia perdido todo o sentido. Nos bastidores, um discurso lendário soa várias vezes em que o novo chefe do Reich, para dizer ao povo que o Führer Adolf Hitler está morto.

Figura da sombra - Martin Bormann

Seria impensável falar do círculo íntimo de Hitler, de seus capangas, sem mencionar o sombrio cardeal do Terceiro Reich, como era chamado, e muitos outros nomes, mesmo os mais ofensivos. E embora há muito não haja discussão em círculos históricos sérios sobre se Martin Borman nos últimos dias do Reich, sua personalidade como um todo permanece, sem dúvida, no campo de interesse. Como um homem que ao mesmo tempo, sem sombra de dúvida, acreditava em seu chefe Adolf Hitler, e que durante anos aumentou sua própria influência gananciosa, causando danos reais ao estado em seus anos mais difíceis. O oposto do servil e nem sempre adequado Rudolf Hess, que depois de 30 de abril se tornou simplesmente inútil para qualquer um. A sombra de Hitler simplesmente desapareceu na escuridão da história sem que ninguém a lançasse.

Apesar da falta de ambições de falar em público de Bormann e de seu controle obscuro do partido e da atenção de Hitler, ele ainda fez manchetes frequentes no noticiário apresentado aqui. Na primeira fila do camarote, ouvindo os discursos do Führer, atrás dele na presença do general e dos convidados de Estado. Além disso, um dos narradores da entrevista foi o filho - Martin Bormann Jr. A ex-amante da sombra de Hitler, uma atriz, também compartilhou suas lembranças, como no caso do vício de Goebbels.

Marionete - Joachim von Ribbentrop

Outra pessoa do ambiente pessoal de Adolf Hitler, que acabou no banco dos réus do tribunal internacional em Nuremberg. Como os criadores da série Hitler's Minions observam: Joachim von Ribbentrop estava bem ciente do Holocausto e dos crimes de guerra, mas preferiu não interferir nisso, onde não era exigido dele. Um corvo branco cercado por Hitler, que, como acreditavam outros antigos combatentes do partido, conseguiu o posto por causa de um bom pedigree e boa sorte. Era difícil para ele formar alianças dentro desse círculo de pessoas de confiança, e ele manteve-se próximo ao patrocínio do próprio Hitler, que o deu ao seu fiel ministro das Relações Exteriores.

Os crimes de guerra que desembarcaram von Ribbentrop na forca são tratados apenas brevemente, e quase toda a atenção do episódio é dedicada à sua posição como ministro. Missões importantes para restabelecer as relações, primeiro com a Itália e o Japão, depois com a Inglaterra e, claro, a União Soviética, nas quais o emissário von Ribbentrop atingiu o auge de sua carreira política. Aqui o projeto se volta para um tema mais interessante - o Ministro da Política Externa em tempos de guerra e em condições de quase nenhuma política externa. Um homem sem um propósito real também está em um país que, na segunda metade da guerra, derrota após derrota.

Corruptor da Juventude - Baldur von Schirach

Assim como outros episódios da série "Asseclas de Hitler", a história sobre Schirach é um reflexo de todo um tema, a saber, as organizações juvenis do Terceiro Reich e a formação da geração mais jovem no espírito do nacional-socialismo. Como um novo governo, e Hitler em particular, a princípio eles não estavam muito entusiasmados com o desenvolvimento dessa direção, que até agora não trazia votos nas eleições, não podia lutar diretamente e ser imprevisível e caprichosa. Como em apenas meia geração, organizações juvenis alemãs como a Juventude Hitlerista e a União das Meninas Alemãs criaram a base para a formação de uma visão de mundo inteira desde tenra idade. Uma forja de mentes jovens que estariam destinadas, como Hitler acreditava, a governar este mundo depois que ele se fosse. Mas antes disso, eles precisarão conquistar esse direito à força, e as meninas alemãs precisarão ser esposas diligentes e grandes em casa.

A série "Asseclas de Hitler" considera Baldur von Schirach como um homem que se tornou o líder de um movimento de grande escala, mas cujo verdadeiro Führer só poderia ser sempre seu chefe Adolf Hitler. O episódio retorna várias vezes ao famoso congresso de organizações juvenis em 1935 e a outros discursos de Schirach e Hitler para a nova geração de alemães. Ex-membros da Juventude Hitlerista, já idosos no momento da entrevista, compartilham sua atitude em relação a Schirach. Ele não era um bom atleta, um organizador ideal e sempre mantinha certa distância de seus subordinados.

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