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Plano

Introdução

1. Sistema educacional na segunda metade do século XVIII

2. Atividades de I.I. Betsky

3. Atividades de N. I. Novikov

4. Atividades de A. N. Radishchev

Lista de literatura usada

Introdução

O período de maior desenvolvimento da escolaridade na Rússia no século 18. acabou por ser o reinado de Catarina II (1762-1796). Pela primeira vez, uma pessoa educada na Europa se tornou o chefe de Estado. Catarina mostrou um interesse especial pelos problemas de educação e educação. Em 1762, ela escreveu: "A paixão deste ano é escrever sobre educação... a formação de uma pessoa ideal e de um cidadão digno".

Políticos, cientistas e professores russos participaram da discussão de questões de educação e educação no âmbito do movimento iluminista pan-europeu. As obras dos iluministas russos proclamaram as idéias do desenvolvimento do sistema nacional de educação, educação pública, a conveniência de estudar e usar a pedagogia ocidental em conformidade com suas próprias tradições.

Educadores russos se envolveram na controvérsia pan-europeia sobre educação. Ao mesmo tempo, eles expressaram suas opiniões originais. Em seus escritos, eles realizaram a ideia de desenvolvimento livre da personalidade (E. R. Dashkova - "Sobre o significado da palavra "educação", A. A. Prokopovich-Antonsky - "Sobre educação", V. V. Krestinin - "Notícias históricas sobre moral educação .. ", E. B. Syreyshchikov - "Sobre os benefícios da moralização na educação da juventude", Kh. A. Chebotarev - "Uma palavra sobre os métodos e caminhos que levam à iluminação", M. M. Snegirev - "Uma palavra sobre os benefícios da educação moral" Os autores rejeitaram a tese da "educação natural" predominante de J.-J. Rousseau e insistiram na prioridade da educação social. Ao mesmo tempo, não compartilhavam da opinião de Helvetius sobre a onipotência da influência social e a insignificância do papel da hereditariedade na educação.

As ideias do Renascimento e do Iluminismo europeus receberam atenção especial da imperatriz russa. Catarina procurou usar as conquistas do pensamento pedagógico europeu na implementação de seus projetos. Ela estudou cuidadosamente "Pensamentos sobre Educação" de J. Locke, as teorias pedagógicas de M. Montaigne, F. Fenelon, J.-J. Rousseau. Tendo concebido a reforma do sistema escolar, Catarina recorreu a D. Diderot, que elaborou o "Plano da Universidade para a Rússia". Na década de 1770 Catherine estava especialmente interessada nas atividades de ensino de I. B. Bazedov.

Com o tempo, as preferências pedagógicas de Catherine evoluíram. Se no início de seu reinado a imperatriz demonstrou seu compromisso com as ideias do Iluminismo francês, no final de sua vida ela se afastou dos hobbies liberais. Diante de uma escolha entre os ideais do Iluminismo e a eliminação do perigo ao trono, Catarina não hesitou. Prova disso é o destino dos destacados educadores russos N. Novikov e A. Radishchev. O primeiro, por suspeita de uma conspiração maçônica contra a Imperatriz, foi jogado na Fortaleza de Pedro e Paulo. O segundo, porque ousou condenar publicamente a autocracia, foi exilado na Sibéria.

1. O sistema educacional na segunda metade do século XVIII

Uma espécie de manifesto da pedagogia russa do final do século XVIII. tornou-se um tratado coletivo de professores da Universidade de Moscou "Método de ensino" (1771). O tratado proclama importantes ideias didáticas sobre a aprendizagem ativa e consciente.

A prioridade da política escolar na segunda metade do século XVIII. era a satisfação das necessidades culturais e educacionais da nobreza. Tendo se livrado do serviço obrigatório, a nobreza procurou preencher seu tempo de lazer com a familiarização com as conquistas culturais da Europa. A ânsia por uma nova educação ocidental se intensificou.

Um acontecimento muito marcante foi a disputa sobre a prioridade da educação greco-latina. De acordo com o testemunho do futuro presidente dos EUA J. Adams, que serviu em 1781-1783. na missão diplomática americana na Rússia, em São Petersburgo, "não havia lugar bom para estudar latim e grego".

O reduto da educação greco-latina, a Academia Eslava-Grego-Latina, está entrando em um novo período de seu desenvolvimento. O ensino de russo e grego está sendo fortalecido; o ensino do hebraico e de novas línguas é introduzido, bem como várias disciplinas educacionais (filosofia, história, medicina). A Academia torna-se exclusivamente uma instituição espiritual e educacional e deixa de atender às exigências do novo tempo. As universidades ocupam seu lugar.

Se sob Pedro I havia um programa obrigatório ("instrução"), segundo o qual os nobres tinham que adquirir certos conhecimentos científicos e técnicos, agora apenas filhos de pequenos nobres latifundiários estudavam nas escolas correspondentes. A nobreza preferia aprender os costumes seculares, apreciar o teatro e outras artes.

Essa virada afetou negativamente o estado das instituições educacionais, lideradas pelas universidades de São Petersburgo e Moscou. Assim, M. V. Lomonosov testemunha que na Universidade Acadêmica de São Petersburgo "nem a imagem nem a semelhança da universidade são visíveis". Os professores geralmente não davam palestras, os alunos eram recrutados de outras instituições de ensino como recrutas; os recrutas na maioria das vezes "não estavam em boas condições para receber palestras de professores". Uma imagem semelhante foi na Universidade de Moscou. Tinha 100 alunos quando abriu; 30 anos depois - apenas 8. As aulas eram realizadas em média 100 dias por ano.

Isso não significava que a vida científica e pedagógica parasse nas universidades. Cientistas estrangeiros e nacionais estavam envolvidos em palestras. Entre estes últimos estão S. N. Kotelnikov (Professor de Matemática), A. P. Protasov (Professor de Anatomia), N. V. Popov (Professor de Astronomia). Professores da Universidade de Moscou e da Academia de Ciências publicaram traduções russas das obras pedagógicas de J. Locke, J. A. Comenius, J.-J. Rousseau. Eram autores de manuais para escolas e mestres familiares, bem como de projetos de reforma escolar. Graças às suas atividades, foi criada literatura educacional original em vários ramos do conhecimento (língua nativa, matemática, geografia, ciências naturais etc.). Nos trabalhos de professores da Universidade de Moscou e cientistas da Academia de Ciências ("Sobre os benefícios das ciências ..." de A. N. Popovsky, "Palavra sobre ... conceitos humanos" de D. S. Anichkov, etc.), questões importantes de educação moral, mental e física. Assim, enfatizou-se a conveniência de usar a experiência pedagógica ocidental e as tradições pedagógicas populares russas.

Um progresso significativo foi feito por instituições educacionais militares especiais - corpos de cadetes terrestres e marítimos. A carta de 1766 dividia o programa de formação do corpo de cadetes em três grupos de ciências: 1) conduzindo ao conhecimento das matérias necessárias ao grau civil; 2) útil ou artístico; 3) "levando ao conhecimento de outras artes". As ciências do primeiro grupo incluíam moralização, jurisprudência e economia. Para as ciências do segundo grupo - física geral e experimental, astronomia, geografia geral, navegação, ciências naturais, ciências militares, desenho, gravura, arquitetura, música, dança, esgrima, escultura. Para as ciências do terceiro grupo - lógica, matemática, eloquência, física, história do mundo sagrado e secular, geografia, cronologia, latim e francês, mecânica. Um programa tão extenso foi implementado apenas parcialmente. Um número muito significativo de horas foi gasto em francês.

Na segunda metade do século XVIII. instituições de ensino privadas destinadas à nobreza foram desenvolvidas. Eles usaram o currículo da escola pública.

A alta nobreza criava seus filhos em casa. No início, os alemães eram educadores, depois os franceses começaram a substituí-los cada vez mais. Os primeiros tutores estrangeiros na maioria acabaram por ser professores insolventes. Conforme consta no decreto de 1755, "muitos, não tendo encontrado bons professores, acolhem pessoas que passaram a vida inteira como lacaios, cabeleireiros e outros ofícios semelhantes".

Há duas etapas na história dos projetos escolares e reformas da era Catarina. Na primeira fase (década de 1760), é perceptível a influência da tradição pedagógica francesa. Na segunda etapa (a partir do início da década de 1780) - a influência da escola alemã e da experiência pedagógica.

Em 1763, Catarina nomeou Ivan Ivanovich Betsky (1704-1795) como seu principal conselheiro educacional. Betskoy estava bem familiarizado com as ideias pedagógicas do Ocidente. Elaborou relatórios e cartas, em primeiro lugar, "O Plano Geral do Orfanato" (1764) e "Uma Breve Instrução... sobre a Educação das Crianças", onde na interpretação das questões da educação física, mental e moral , ele segue Rousseau e Locke. Betsky possui projetos para a educação de "nobres ideais".

Além dos planos de Betsky, na década de 1760. vários outros projetos foram apresentados: sobre o estabelecimento de várias escolas (1764), a organização de ginásios estaduais (1767), a comissão de escolas (1768), etc.

Professor da Universidade de Moscou F. G. Dilthey também elaborou um plano para o estabelecimento de um sistema de escolas primárias (triviais), ginásios, universidades e instituições para o treinamento de representantes dos servos como educadores para crianças nobres ("escravo" ou "tio" escolas). Foi planejado criar duas "escolas do tio" - em Moscou e São Petersburgo, mais de 20 "escolas triviais" para a nobreza e propriedades livres, onde se preparariam para a admissão no ginásio, 9 ginásios de quatro anos para os nobres e plebeus livres, 2 novas universidades.

O projeto de "ginásios estaduais" ou "academias educacionais infantis", apresentado em 1767 pela Comissão para a elaboração de um plano de reforma educacional, previa a organização de instituições educacionais estaduais fechadas para crianças de 5-6 anos de idade a 18 anos de idade "sem distinção de categoria" (excluindo os servos). Foi planejado abrir ginásios de 4 tipos: educação geral, civil, militar e comercial. Em todos os tipos de ginásios, foi proposta uma atenção especial ao estudo do comércio e da indústria e das línguas estrangeiras. Previa-se também a introdução do ensino primário obrigatório para os rapazes.

Vários projetos foram elaborados pela "Comissão Privada de Escolas" criada em 1768: 1) em escolas de aldeias baixas; 2) sobre as escolas da cidade baixa; 3) sobre escolas secundárias; 4) sobre escolas para não crentes. Foi planejado estabelecer escolas primárias em todas as aldeias e grandes aldeias - escolas de aldeias inferiores; construir edifícios às custas dos paroquianos; recrutar professores de padres locais; pagar o trabalho dos professores em espécie e dinheiro às custas dos pais. As escolas eram para meninos. A pedido dos pais, as meninas podiam ser admitidas nas escolas e ensinadas gratuitamente. Religião e leitura deveriam ser disciplinas obrigatórias. As escolas da cidade baixa também foram organizadas às custas dos habitantes da cidade. As escolas eram para meninos e meninas. O programa incluía religião, leitura e escrita. Escolas para não-cristãos deveriam atender a população da periferia oriental. Os programas foram planejados de forma semelhante aos dos dois primeiros tipos de escolas. Foi proposto pelos professores fazer representantes das respectivas confissões; treinamento a ser realizado na língua nativa para "gentios".

Projetos da década de 1760 sobre o sistema público de ensino, sobre a implantação e apoio estatal de escolas urbanas e rurais não foram cumpridas por falta de recursos. O interesse do governo na reforma escolar foi embotado pela revolta camponesa e pelas guerras que a Rússia travou em 1768-1774. Mas no início da década de 1780. a questão da reforma escolar voltou a ser tópica.

Em 1782, Catarina nomeou uma "Comissão para o Estabelecimento de Escolas Públicas". No mesmo ano, a Comissão propôs um plano para a abertura de instituições de ensino primário, secundário e superior, que foi usado na "Carta das Escolas Públicas do Império Russo" (1786). O pensador e professor servo-croata Fyodor Ivanovich Jankovich de Marijevo (1741-1814) participou ativamente do desenvolvimento desses documentos. O sobrinho de Lomonosov M. E. Golovin (1756-1790), um graduado da Universidade de São Petersburgo F. V. Zuev (1754-1794), professor da Universidade de Moscou E. B. Syreyshchikov (falecido em 1790) e outros trabalharam com ele.

A "Carta ..." proclamou a educação como o "meio único" do bem público. O documento afirmava que a educação deveria começar desde a "infância", para que "as sementes do conhecimento necessário e útil na adolescência crescessem, e no homem, quando maduras, produzissem frutos para a sociedade". Os compiladores da "Carta ..." resolveram positivamente a questão extremamente importante do ensino no idioma "natural", ou seja, russo.

De acordo com a "Carta ..." de 1786, foram abertas pequenas e principais escolas públicas nas cidades. Estas eram escolas mistas gratuitas para meninos e meninas, fora do controle da igreja. Eles poderiam ser usados ​​pelos estratos médios da população urbana. As escolas pequenas deveriam preparar pessoas alfabetizadas que soubessem escrever e contar bem, que conhecessem o básico da Ortodoxia e as regras de conduta. As escolas principais foram obrigadas a dar uma formação mais ampla numa base multi-disciplinar. Pequenas escolas foram projetadas para dois anos de estudo. Eles ensinavam leitura, escrita, numeração, história sagrada, catecismo, os primórdios da educação cívica, aritmética, gramática russa, caligrafia e desenho. As escolas foram mantidas às custas dos governos municipais.

A educação nas principais escolas públicas durou cinco anos. Além do pequeno programa escolar, o currículo incluía o evangelho, história, geografia, geometria, mecânica, física, ciências naturais, arquitetura; para quem deseja - latim e línguas estrangeiras vivas: tártaro, persa, chinês (o ensino de línguas da Europa Ocidental não foi fornecido). Nas escolas principais era possível adquirir uma formação pedagógica.

Representantes oficiais da igreja foram eliminados das escolas. O ensino (incluindo catecismo e história sagrada) foi confiado a professores civis.

"Charter ..." aprovou o sistema de aula-aula. A professora foi incumbida do dever de trabalhar simultaneamente com toda a turma. Após a apresentação do novo material, foi necessário realizar uma “pergunta”. Estabeleceu-se uma regra para os alunos: quem quisesse responder tinha que levantar a mão esquerda. A escola tem um horário, um quadro negro, giz, um diário de classe de sucesso e frequência dos alunos. Determinadas datas de início e término foram definidas.

A reforma empreendida de acordo com o alvará de 1786 foi uma etapa importante no desenvolvimento do negócio escolar. O número de escolas públicas cresceu rapidamente: no final do século XVIII. das 500 cidades, 254 tinham escolas, frequentadas por 22.000 alunos, incluindo 1.800 meninas. Isso representou um terço de todos os alunos em instituições de ensino na Rússia. No entanto, de fato, os filhos dos camponeses não podiam usar essas escolas. Devido à falta de professores e insuficiente apoio estatal, muitas escolas reduziram gradualmente a qualidade do ensino, e algumas, mal inauguradas, deixaram de existir.

2. Atividade I. E. Betsky

Em 1764, Betskoy apresentou a Catarina II um relatório sobre a reorganização geral da educação das crianças na Rússia, que posteriormente recebeu força de lei e foi publicado sob o título “Instituição geral para a educação de ambos os sexos da juventude”. O relatório falava da necessidade de educar na Rússia “uma nova geração de pessoas – nobres educados que são capazes de tratar os camponeses com humanidade e administrar o Estado com justiça, e raznochintsy – a “terceira classe de pessoas” capaz de desenvolver a indústria, o comércio, arte. Para isso, era necessário, acreditava Betskoy, organizar instituições educacionais fechadas nas quais crianças de cinco ou seis anos deveriam permanecer por 10 a 12 anos. Eles devem ser isolados dos outros para não serem submetidos à “influência corrupta do meio ambiente.

Da Imperatriz Betskaya recebeu a tarefa de transformar as instituições educacionais existentes e abrir novas. Ele mudou a organização do ensino e do trabalho educacional no corpo de cadetes e ginásios, prolongou os períodos de permanência dos alunos neles. Ele também abriu uma série de novas instituições educacionais para diferentes classes, exceto para servos, incluindo o Instituto para Nobres Donzelas (Instituto Smolny) em São Petersburgo para mulheres nobres com um departamento para meninas da burguesia.

I. I. Betskoy acreditava ser possível criar uma nova geração de pessoas através da educação. Superestimando o papel da educação na vida pública, ele argumentou que "a raiz de todo mal e bem é a educação". Ele esperava que as primeiras pessoas novas criadas em instituições educacionais fechadas transmitissem os pontos de vista e os hábitos neles incutidos para seus filhos, que, por sua vez, para as gerações futuras, e assim, gradualmente, pacificamente, a moralidade e as ações das pessoas mudariam , e conseqüentemente, a sociedade melhoraria e a vida pública. As limitações de classe o fizeram acreditar na onipotência da educação.

O principal meio de nutrição de combate moral, "educação do coração", Betskoy considerou "enraizar o temor de Deus", isolando as crianças do meio ambiente, exemplos positivos. Ele propôs manter as crianças propensas à laboriosidade, criar nelas o hábito de evitar a ociosidade, ser sempre cortês e solidário com a pobreza e o infortúnio. Deve-se também, disse ele, incutir nas crianças uma tendência à limpeza e frugalidade, ensiná-las a administrar uma casa.

Betskoy atribuiu grande importância à educação física, o principal meio pelo qual considerava o ar puro, bem como “diversão com brincadeiras e jogos inocentes, para que os pensamentos sempre levem ao encorajamento, erradicando tudo o que pode ser chamado de tédio, reflexão e tristeza”. Ele exigia que a limpeza fosse observada, exercícios físicos e atividades laborais fossem realizados, desenvolvendo a força física das crianças. Ele compilou um manual sobre educação física infantil chamado “Uma Breve Instrução Selecionada entre os Melhores Autores com Algumas Notas Físicas sobre a Educação da Criança do Nascimento à Adolescência”, que, por decreto do Senado, foi enviado a todas as instituições de ensino nas cidades da Rússia.

Sobre as questões da educação mental, Betskoy destacou que o processo de aprendizagem deve ser prazeroso para as crianças, realizado sem coação, baseado nas inclinações infantis. A juventude deve ser ensinada, em sua opinião, "mais olhando e ouvindo do que rejeitando as lições". Betskoy alertou que forçar as crianças a estudar pode levar a um entorpecimento das habilidades das crianças e insistiu na proibição categórica do castigo físico. No “Plano Geral do Orfanato de Moscou” foi dito nesta ocasião: “Apresente a lei de uma vez por todas e afirme estritamente que nunca e sem motivo as crianças devem ser espancadas”.

Betskoy exigiu escolher cuidadosamente os educadores que deveriam substituir os pais das crianças, exigiu que os educadores fossem russos, “pessoas conscienciosas e dignas de exemplo”, ele falou sobre a criação de uma família amigável de todos os que vivem no orfanato. Mas, proclamando ideias progressistas, Betskoy pouco se importou com sua implementação nas instituições infantis criadas pelo governo.

As opiniões de Betsky tinham uma marca de classe, nobre estreiteza. Em primeiro lugar, isso se manifestou em sua exigência de que “o temor de Deus seja enraizado no coração das crianças”, em sua crença ilusória de que era possível melhorar o sistema de servidão por meio da educação, bem como em sua exigência de isolar as crianças da realidade circundante, colocando-as em instituições de ensino fechadas.

Em 1763, a primeira casa educacional na Rússia foi aberta em Moscou. Betskoy foi nomeado seu administrador.

Os alunos da casa foram divididos por idade: de 2 a 7 anos. dos 7 aos 11, dos 11 aos 14. Até os 2 anos, as crianças ficavam nas mãos de enfermeiras, depois eram transferidas para “quartos comuns”, onde eram criadas em brincadeiras e atividades laborais. O treinamento do trabalho continuou durante toda a permanência da criança no lar adotivo. Os meninos aprendiam jardinagem e jardinagem, e artesanato, meninas - tarefas domésticas, tricô, fiação, renda, costura, engomadoria, culinária. Dos 7 aos 11 anos, as crianças frequentavam a escola, onde estudavam apenas uma hora por dia, aprendendo a ler e escrever. Dos 11 aos 14 anos, as crianças estudavam catecismo, aritmética, desenho e geografia na escola. Eles receberam uma quantidade muito pequena de conhecimento, com exceção de alguns alunos que foram considerados especialmente dotados. Dentro de cada faixa etária, as crianças foram divididas em três subgrupos. O primeiro incluiu aqueles que demonstraram grande capacidade de aprender. Eles deveriam ser ensinados mais assuntos acadêmicos e, ao atingir a idade de 14 anos, foram enviados para continuar seus estudos na Universidade de Moscou ou na Academia de Artes. Naturalmente, nas condições da servidão, um número muito pequeno de crianças caiu nesse subgrupo. A maioria dos alunos estava esperando por um trabalho físico árduo. O segundo subgrupo incluiu crianças que demonstraram habilidade em artesanato; deles treinavam artesãos habilidosos. O terceiro subgrupo incluía crianças supostamente capazes apenas de trabalho físico, que, ao final de sua permanência em um orfanato, foram determinadas a serem empregadas domésticas de comerciantes e proprietários de terras. Sua situação foi até certo ponto mitigada pelo decreto pelo qual homens e mulheres jovens foram libertados. casas educacionais. não podiam ser feitos servos. O edital afirmava que se um jovem aluno se casasse com um servo ou uma menina se casasse com um servo, eles teriam que trazer liberdade para aqueles com quem se casassem e seus futuros filhos.

Em 1770, uma filial do Orfanato de Moscou foi aberta em São Petersburgo, que logo se tornou um Orfanato independente de São Petersburgo; mais tarde, casas educacionais foram abertas em cidades provinciais.

Instituições para o cuidado de órfãos e crianças sem-teto existiam em fundos de caridade arrecadados de várias maneiras, incluindo doações de pessoas ricas. explorados por eles.

A criação de sociedades filantrópicas de caridade foi causada por várias considerações. De maior importância foi o desejo de eliminar o perigo que ameaçava a paz dos opressores da presença no país de sem-teto expulsos da vida de pessoas que, devido à sua posição instável, se opunham ao sistema existente. As ações de outros benfeitores foram motivadas por motivos pessoais: alguns queriam se tornar famosos durante a vida, outros, fazendo “boas ações na terra de acordo com as exigências da moral cristã, contavam com a vida após a morte no “paraíso”. O orgulho da czarina e de outros membros das “sociedades educativas” encarregadas dos orfanatos foi lisonjeado pelos estatutos e documentos que regulam o trabalho das casas criadas por Betsky e Barsov, professor da Universidade de Moscou. Mas os benfeitores e “benfeitores” não pretendiam realmente seguir os requisitos formulados nesses documentos.

A vida das crianças em lares adotivos era muito difícil. Muitas crianças foram recrutadas em cada casa, às vezes até 1000 pessoas. Um enorme acúmulo de crianças em idade pré-escolar e pré-escolar em uma época em que a medicina ainda não tinha meios para combater doenças infecciosas levou a uma terrível mortalidade infantil. Na Casa de Petersburgo em 1764, de 524 crianças, 424 morreram, às vezes de 100 crianças 83-87 e até mais de 90 morreram, e este evento teve um efeito muito duro no destino dos alunos. As pessoas chamavam as instituições de caridade reais para a caridade de crianças pequenas de “fábricas de anjos”.

Os escassos recursos materiais destinados aos orfanatos impossibilitavam a organização do cuidado das crianças, sua criação de acordo com as exigências da medicina e da pedagogia. Em vista do desfalque e extorsão generalizados por parte de funcionários e funcionários na Rússia feudal, os alunos das casas não recebiam nem mesmo a escassa mesada que deveriam. Devido à falta de preocupação do governo com a formação dos educadores, as casas eram ocupadas por pessoal não qualificado, na maioria dos casos pessoas ignorantes trabalhavam nelas, recebendo remuneração miserável pelo seu trabalho. “Os educadores estavam longe daquelas exigências humanas que I. I. Betskoy pregava, tratavam os filhos do povo com grosseria e crueldade, o que era sustentado por todo o sistema de relações entre servos.

3. Atividade H. E. Novikov

Um lugar de destaque na história da educação russa na segunda metade do século XVIII. pertence a Nikolai Ivanovich Novikov (1744-1818). Novikov foi educado na Universidade de Moscou, e um período importante de sua atividade educacional e editorial está relacionado com a mesma instituição educacional de destaque na Rússia, que terminou com sua prisão e prisão na Fortaleza de Shlisselburg por 15 anos. (Condenado por Catarina II em 1792, quatro anos depois foi libertado por Paulo I.)

Durante o período de sua atividade em São Petersburgo, Novikov participou ativamente da criação de escolas públicas independentes do estado, mobilizou uma iniciativa pública para organizar escolas para a classe desprivilegiada. Nas revistas satíricas “The Painter”, “Drone e “Purse” publicadas por ele, Novikov promoveu a ideia de igualdade das pessoas, respeito à dignidade humana, criticou duramente a educação nobre.

De 1779 a 1789 Novikov estava à frente do maior negócio de publicação e venda de livros na Rússia, baseado na gráfica da universidade. Entre as inúmeras publicações, livros didáticos, alfabetos, cartilhas e outros materiais didáticos para crianças ocupavam um lugar importante. Novikov foi o criador e editor da primeira revista russa para crianças, Children's Reading for the Mind and Heart. Esta publicação foi, na verdade, o início da publicação da literatura infantil na Rússia, e os 20 livros publicados (edições) da revista foram uma janela para o grande mundo por várias gerações. O valor educacional e educacional desta revista foi muito apreciado por S. T. Aksakov, V. G. Belinsky, N. I. Pirogov.

As publicações de N. I. Novikov contribuíram para a formação do pensamento pedagógico progressista na Rússia. Assim, no artigo “Sobre o método socrático de ensino”, o problema da criação da pedagogia como ciência foi colocado pela primeira vez. Em seu outro artigo “Sobre a Educação Estética”, pela primeira vez, a tarefa de educação estética das crianças foi considerada como parte de um amplo processo que abrange todos os aspectos da formação da personalidade de uma criança.

De particular importância foi o artigo “Sobre a educação e instrução das crianças. Para a disseminação de conhecimento geralmente útil e bem-estar geral”. Este é, sem dúvida, o trabalho pedagógico mais importante da época, em que as questões da educação física, mental e moral são aprofundadas e aprofundadas. Na seção “Sobre a formação da mente”, Novikov formulou uma série de regras importantes, cujo valor psicológico e pedagógico não foi desvalorizado pelo desenvolvimento subsequente do pensamento pedagógico.

Regra um: não extinga a curiosidade de seus filhos ou animais de estimação.

Regra Dois: Exercite seus filhos ou animais de estimação no uso dos sentidos; ensiná-los a se sentir bem.

Regra três: cuidado para não dar às crianças ideias falsas ou não muito bem definidas sobre qualquer coisa, por mais insignificante que seja. É muito melhor para eles não saber muitas coisas do que é injusto imaginá-las; Muito de. é melhor para você se recusar completamente a responder a algumas de suas perguntas do que dar uma resposta ambígua e insuficiente.

Regra Quatro: Não ensine às crianças nada que elas não possam compreender devido à idade ou à falta de outros conhecimentos assumidos ao mesmo tempo.

Regra Cinco: Tente não apenas multiplicar e difundir seu conhecimento, mas também torná-lo sólido e verdadeiro.

Todas essas regras foram bem fundamentadas no artigo e foram apoiadas por muitos resultados de observação cuidadosa do desenvolvimento das crianças.

As atividades e visões de N. I. Novikov foram de grande importância para o desenvolvimento do pensamento social e profissional-pedagógico na Rússia.

4. Atividade A. H. Radishcheva

Alexander Nikolaevich Radishchev (1749-1802) é o fundador do iluminismo revolucionário russo. Ele não apenas defendeu corajosamente os interesses do campesinato servo, mas também compreendeu a necessidade de uma luta revolucionária contra o czarismo. Radishchev justificou a guerra camponesa liderada por Pugachev, desenvolveu a teoria da revolução popular e considerou a revolta do povo a única maneira de libertar a Rússia da servidão e da autocracia. V. I. Lenin chamou Radishchev de orgulho do povo russo.

A. N. Radishchev atribuiu grande importância à educação ministrada adequadamente. Em seu livro “Viagem de São Petersburgo. a Moscou, Radishchev pintou um quadro doloroso do sofrimento das crianças camponesas. Ele mostrou como, devido à servidão, suas habilidades, alegria e sociabilidade, características das crianças camponesas, são embotadas. Ele se ressentiu apaixonadamente da desigualdade existente na Rússia na educação e desenvolvimento das crianças.

Radishchev considerava que o objetivo da educação era a formação de um cidadão capaz de lutar pela felicidade de seu povo e odiar seus opressores. Em sua obra “Uma conversa sobre o filho da pátria”, Radishchev disse que a principal tarefa da educação é educar uma pessoa de alta moral, que ama acima de tudo sua pátria, que se dedica à luta pelo bem da pátria. pessoas. Radishchev acreditava que apenas um revolucionário lutando contra a autocracia pode ser um verdadeiro patriota.

Colocando antes da educação uma tarefa revolucionária - a formação de um “filho da pátria”, Radishchev divergiu radicalmente da pedagogia czarista oficial na compreensão do patriotismo. Enquanto em. instituições governamentais (corpos de cadetes, institutos, escolas, casas de ensino) tentaram treinar servos fiéis da autocracia de crianças e igrejas, falsos patriotas defendendo o sistema explorador, Radishchev levantou a questão de educar um verdadeiro patriota, combater a autocracia, não poupar seus vida nesse caso, se este sacrifício "traz força e glória à pátria". Um verdadeiro filho da pátria odeia de todo o coração o servilismo, o engano, a mentira, a traição, a avareza... as atrocidades e as lutas contra os portadores desses vícios.

Criticando professores russos (Betskoy) e da Europa Ocidental (Rousseau e outros), que na época exigiam que as crianças fossem isoladas da vida circundante, o revolucionário Radishchev enfatizou: “Uma pessoa nasce para um albergue ... da vida real contribui para a formação de individualistas, pessoas que pensam apenas em seus interesses pessoais, que não são capazes de participar da reorganização da sociedade, para serem lutadores ideológicos.

A. N. Radishchev introduziu o revolucionarismo e o materialismo na teoria pedagógica. Ele argumentou que o homem é uma parte da natureza, um ser material, que o desenvolvimento mental da criança ocorre junto com o crescimento do corpo da criança.

Ressaltando que todas as crianças têm dons naturais para o desenvolvimento e educação, Radishchev ao mesmo tempo acreditava que a formação da personalidade de uma pessoa não é determinada por sua natureza; mas as circunstâncias da vida, as condições sociais em que se encontra. Ao contrário de Betsky, ele não acreditava que fosse possível mudar a sociedade por meio da educação. Pelo contrário, ele argumentou que somente em uma sociedade razoável a educação pode ser adequadamente organizada.

Radishchev defendia uma tal organização de educação que contribuísse para o desenvolvimento na criança de interesses públicos, aspirações para o bem comum; disse que no desenvolvimento de uma personalidade humana plena, a participação ativa do aluno na luta contra tudo o que é inerte em nome de um futuro melhor desempenha um papel importante. Ele argumentou que o caráter de uma pessoa é formado por sua atividade para o bem comum, constante oposição a leis injustas, ordens inertes, ignorância de pessoas egoístas.

A. N. Radishchev foi o iniciador de uma nova moralidade revolucionária baseada no ódio aos opressores, no desejo de combatê-los em nome da felicidade das pessoas comuns.

Insistindo na necessidade de incutir nas crianças um verdadeiro amor pela pátria, pelo povo, A.N. Radishchev se opôs resolutamente à atitude desdenhosa em relação à cultura nacional característica dos nobres, contra seu excessivo entusiasmo pela língua francesa. Ele acreditava que um verdadeiro patriota deveria conhecer perfeitamente sua língua nativa, que a honra e a dignidade de um verdadeiro cidadão o obrigavam a lutar decisivamente contra aqueles que não acreditam na força de seu povo.

Delineando uma ampla gama de conhecimentos educacionais gerais que uma pessoa deve dominar, Radishchev manteve silêncio sobre religião. Ele acreditava que a autocracia e a igreja juntas, “união”, como ele dizia, oprimem a sociedade, que a religião embota as capacidades humanas, paralisa a vontade das pessoas de lutar.

O governo de Catarina II tomou todas as medidas para esconder as obras de Radishchev da sociedade, para erradicar a memória dele na mente do povo russo. No entanto, a voz irada do grande patriota, que corajosamente clamou por uma luta revolucionária contra a servidão e a autocracia, foi ouvida pelo povo russo progressista. Suas obras, proibidas pelo governo, foram distribuídas secretamente em forma de manuscrito.

A. N. Radishchev desempenhou um papel enorme no desenvolvimento do pensamento social e da teoria pedagógica na Rússia, no desenvolvimento do movimento revolucionário russo e da pedagogia progressista.

Lista de literatura usada

1. A. N. Dzhurinsky - História da pedagogia: Proc. mesada para garanhão. universidades pedagógicas. - M.: Humanidade. Ed. Centro VLADOS, 2000. -432 p.

Pedro I e suas reformas ampliaram o horizonte da vida russa. Durante o reinado de Catarina II, esse processo se acelerou. A Rússia se afastou cada vez mais de sua cultura medieval, em grande parte isolada do resto do mundo, e se transformou em um estado europeu esclarecido.

As idéias dos iluministas europeus, a prática estatal dos monarcas esclarecidos tornaram-se propriedade não apenas da corte imperial e da elite esclarecida da Rússia. Eles penetraram em amplos círculos da população - a nobreza, a crescente classe média e até mesmo o campesinato. E se as grandes reviravoltas anteriores na história da civilização europeia - o Renascimento e a Reforma - passaram pela Rússia em muitos aspectos, então a Era do Iluminismo tornou-se sua própria era. A atitude em relação ao homem, seu lugar no sistema da sociedade e da natureza, em relação às metas e objetivos da sociedade mudou.

Mas o feudalismo reinou na Rússia, o absolutismo atingiu seu auge, a servidão, os privilégios e restrições de classe formaram a base inabalável das relações humanas. Isso levou a fortes contradições entre o ainda poderoso velho mundo na Rússia e novos fenômenos na cultura. E, no entanto, o novo teimosamente fez o seu caminho.

Uma das características do desenvolvimento da cultura russa na época foi a interpenetração das conquistas da cultura russa do século XVII. e novas tendências culturais.

A cosmovisão cristã permaneceu a principal para o povo russo. Tanto Pedro I quanto Catarina II eram pessoas profundamente religiosas, mas mostravam completa indiferença aos rituais, tradições e regras da igreja. Livre dessa constante influência e pressão eclesiástica, a cultura russa em todas as suas manifestações tornou-se cada vez mais secular.

A cultura contribuiu para a formação da sociedade russa, uniu as pessoas como nação, despertou a identidade nacional.

Os membros dessa sociedade e dessa nação eram a imperatriz, os nobres, os nobres provinciais, os moradores da cidade, os cossacos e os camponeses, incluindo a intelectualidade serva (atores, músicos, pintores). É claro que entre as camadas superiores da sociedade e suas classes inferiores havia um abismo intransponível, mas a cultura imperceptivelmente lançava pontes sobre esse abismo. Apenas o campesinato cavalheiresco acabou sendo rejeitado neste novo mundo que avançava.

O surgimento de novos valores culturais também adquiriu um caráter internacional nas condições da multinacional Rússia. Novos valores culturais e ideias educacionais foram sobrepostos às tradições e realizações culturais dos seis povos da Rússia e os tornaram participativos no destino das verdades do país. Eles começaram a se sentir como russos, moradores de uma potência colossal e multinacional.

O portador de novas tradições científicas e culturais foi principalmente a nobreza. Mas isso não significava que a cultura russa fosse puramente nobre. A nobreza criou e nutriu uma cultura humana universal na Rússia.

Os criadores da ciência e cultura russa do século XVIII. também veio do exterior. Ao longo do século, os estrangeiros tiveram forte influência na formação da civilização russa. Eles participaram da criação do sistema educacional, estiveram nas origens da organização da Academia de Ciências, deram uma enorme contribuição para o desenvolvimento da arquitetura, escultura, pintura, teatro e música russas. Em sua maioria, eram pessoas talentosas e entusiasmadas que trouxeram muitos benefícios para a Rússia, transmitindo sua experiência e habilidades ao povo russo. Mas gradualmente os talentos domésticos ganharam força e influência.

Educação e esclarecimento do povo

Educação e esclarecimento do povo até o final do século XVIII. obteve sucesso significativo.

A educação era principalmente baseada em classes. Isso significava que cada estado tinha seu próprio sistema de educação, fechado aos demais. E quanto mais alta e privilegiada era a classe, maior era o nível de educação.

Na década de 1730 O corpo de nobreza terrestre foi aberto e, na década de 1750, o corpo de nobreza naval. Assim, o exército e a marinha foram reabastecidos com pessoal altamente qualificado e, ao mesmo tempo, crianças nobres tiveram a oportunidade de começar a servir como oficial imediatamente após o treinamento, e não puxar, como sob Pedro I, uma correia de soldado. Era privilégio da nobreza.

Corpos nobres de artilharia e engenharia tornaram-se outras instituições educacionais fechadas.

Havia muitas pensões particulares de nobres em Moscou, São Petersburgo e outras cidades. Crianças nobres viviam e estudavam em tais pensões. Ao mesmo tempo, aprender em casa entrou na moda.

No entanto, a educação em internatos e em casa precisava melhorar o nível profissional e humanitário geral. Isso só poderia ser dado por instituições de ensino superior do tipo civil. Devido à falta de instituições de ensino superior de nível moderno na Rússia, foi um passo bastante natural para as autoridades abrirem duas universidades na Rússia ao mesmo tempo.

Um, na Academia de Ciências de São Petersburgo, treinou cientistas russos. Esse objetivo limitava o fluxo para a universidade daqueles que desejavam obter um diploma universitário, ou seja, educação geral, universal. Além disso, a admissão na universidade foi precedida de treinamento em um ginásio acadêmico.

Com a abertura da Universidade de Moscou em 1755, a situação mudou significativamente. No início, havia três faculdades - filosófica, jurídica e médica. Na Faculdade de Filosofia, eles estudaram matemática, mecânica, física, geografia, filologia. Na Faculdade de Medicina, um lugar significativo foi dado ao estudo da química e da biologia.

A Universidade de Moscou tornou-se a primeira e única na Europa no século XVIII. uma universidade que não tinha uma faculdade teológica e não ensinava ciências teológicas. A nova instituição educacional na Rússia baseava-se inteiramente em princípios seculares de educação.

Não é à toa que a Universidade de Moscou leva o nome do grande cientista russo M. V. Lomonosov (1711 - 1765). Ele foi o iniciador de sua criação, desenvolveu um projeto universitário, insistiu que o ensino nele fosse realizado em russo, o que na época de uso geral no ensino de latim também era incomum. M. V. Lomonos captou a transformação da universidade em uma instituição educacional pública, ou seja, inacessível.

Não é por acaso que dentro dos muros da universidade no século XVIII. estudou nativos de famílias raznochintsev. Eles também formaram o corpo docente. A carta da universidade proibia o castigo corporal dos alunos. A universidade era uma organização autônoma e autônoma e não dependia das autoridades locais. Ele obedeceu ao Senado.

Havia um ginásio na universidade. Uma de suas redes destinava-se aos filhos da nobreza, a outra aos filhos dos raznochintsy. Um grande papel na criação da universidade I.I. Shuvalov jogou o favorito de Elizabeth Petrovna - I. I. Shuvalov (1727-1797). Foi com seu apoio ativo que M. V. Lomonosov realizou seus planos.

Junto com as instituições de ensino para a nobreza, a rede de instituições de ensino religioso se expandiu no país.

A rede de escolas abrangentes desenvolveu-se gradualmente. Na década de 1780 Pela primeira vez na história do país, foi introduzido um sistema de ensino público. Na província de São Petersburgo, e mais tarde em outras 25 províncias do país, foram abertas escolas públicas de duas e quatro classes. No primeiro as crianças eram ensinadas a ler, escrever, caligrafia, desenho, a Lei de Deus. Em segundo lugar, foi adicionado o ensino de gramática, aritmética, geometria, mecânica, física, geografia, história, ciências naturais e arquitetura.

Catarina II procurou colocar o sistema educacional em nível europeu. Ela queria que pessoas de mente aberta, humanas e esclarecidas aparecessem no país. E não só entre os nobres, mas também entre outras classes. Para isso, deveria criar instituições de ensino fechadas - separadamente para a nobreza, comerciantes e outros habitantes. A educação ali era pensada para ser realizada com base nos princípios da educação - pela persuasão, sem punição e coerção.

As instituições de ensino fechadas surgiram principalmente em São Petersburgo. Em 1767 foi inaugurado o Instituto para Nobres Donzelas (Instituto Smolny). Em grupos separados, estudavam meninas da classe pequeno-burguesa.

A ciência

A Academia de Ciências com seus três departamentos - filosófico, físico e histórico - permaneceu no centro da ciência russa. No início, apenas cientistas convidados do exterior eram membros da Academia. Após a ascensão de Elizabeth Petrovna e o fim do domínio alemão em muitas áreas da vida pública do país, a situação na Academia começou a mudar. A pesquisa científica avançou, quadros russos apareceram entre os cientistas. Nas décadas de 1740-1750. o papel principal na Academia pertencia a Mikhail Vasilyevich Lomonosov.

Para a ciência russa, Lomonosov tornou-se uma era inteira. Parece que não havia ramo do conhecimento em que ele não penetrasse e onde não deixasse sua marca notável. Ele criou o primeiro laboratório químico da história da Rússia. Foi durante uma série de experimentos químicos que ele descobriu a lei da conservação da matéria e do movimento. Ele é dono do desenvolvimento da teoria atômico-molecular da estrutura da matéria. Ele também explicou o fenômeno do aquecimento dos corpos: não mítico calórico, como se pensava anteriormente, mas o movimento das partículas do corpo provoca esse processo. Os astrônomos chamam Lomonosov de pai de sua ciência. É a ele que pertence a honra de descobrir a atmosfera do planeta Vênus. Lomonosov fez muito no campo da geologia, mineralogia, mineração e geografia. Ele comprovou a grande importância para a Rússia da Rota do Mar do Norte, pela qual até hoje os navios vão para os portos do nordeste do país.

MV Lomonosov nunca foi um cientista de poltrona. Ele alcançou resultados surpreendentes em muitas ciências aplicadas, fez uma série de descobertas de importância prática. Então, ele é dono da ideia de para-raios que protegem as pessoas da eletricidade atmosférica, dos raios. Ele se tornou o fundador da meteorologia científica nacional. Ele trabalhou muito no setor industrial - no desenvolvimento de novos tipos de porcelana, vidro, tintas, criando mosaicos, dos quais fez pinturas magníficas.

M. V. Lomonosov era um gênio não apenas no campo das ciências naturais, mas também um humanitário excepcional. Ele fez uma grande contribuição para a formação da língua literária russa e se tornou o autor da gramática russa. Seus escritos poéticos, em particular a ode em homenagem a Elizabeth

11strovny, as vitórias das armas russas, foram um modelo para G de muitos escritores do século XVIII. Finalmente, M.V. Lomonosov mostrou-se um historiador brilhante. Sua História Antiga da Rússia é uma obra cheia de orgulho na história do mundo eslavo.

Na segunda metade do século XVIII. avançou e pensamento técnico. O engenheiro de calor I. I. Polzunov (1728-1766) desenvolveu um projeto para uma máquina a vapor universal. O mecânico autodidata I.P. Kulibin (1735-1818) inventou muitos mecanismos diferentes, entre eles - um relógio incrível. Ele propôs um projeto para uma ponte de arco único sobre o Neva, com quase 300 m de comprimento.

As expedições de pesquisa tornaram-se uma parte importante da atividade científica. Se o século XVII foi o século das grandes descobertas russas no leste, então o século XVIII. tornou-se o momento de sua pesquisa e desenvolvimento. Todos estavam interessados ​​- rotas de comunicação, clima, entranhas, correntes marítimas, os contornos geográficos do continente eurasiano, sua população.

De 1733 a 1741, com o apoio do Senado, do Almirantado, da Academia de Ciências, ocorreu a Segunda Expedição Kamchatka de V. Bering e A. I. Chirikov, durante a qual foi descoberto o estreito que separa a América da Ásia, e recebeu o nome do descobridor - Estreito de Bering. A expedição abriu o noroeste da América para o mundo. Membros da expedição exploraram e descreveram as costas de Kamchatka, as Ilhas Curilas e Aleutas, norte do Japão.

Expedições foram enviadas para o sul da Sibéria, região do Baixo Volga, Urais e Urais, Bashkiria, norte do Cáucaso, Crimeia e Lago Baikal.

Uma expedição de pesquisa especial partiu para o Alasca. Os materiais dessas expedições foram amplamente publicados na Rússia e no exterior.

Literatura e arte

Literatura da segunda metade do século XVIII. torna-se cada vez mais secular, sai da influência da Igreja. A língua literária russa está sendo formada, libertada do velho discurso da Igreja. A língua eslava da Igreja permaneceu apenas em textos religiosos e em serviços divinos. Primeiro, M.V. teve uma grande influência na reforma da língua. Lomonosov, e mais tarde o escritor e historiador N.M. Karamzin (1766-1826), a quem Peter I. Ele cria prosa e poesia, traduz clássicos europeus antigos e modernos para o russo. Entre as obras do classicismo estão as odes de M. V. Lomonosov e V. K. Trediakovsky (1706-1768), bem como as tragédias e comédias de A. P. Sumarokov (1717-1777), o pai do drama russo, segundo seus contemporâneos.

A literatura russa desenvolveu-se rapidamente. E assim que o classicismo floresceu, foi substituído por um novo estilo - o sentimentalismo, com seu interesse pelo mundo interior, as experiências de não um herói notável, mas pessoas comuns da cidade, camponeses. Um representante proeminente dessa tendência foi N. M. Karamzin, cuja história “Pobre Lisa sobre as experiências de amor de uma garota modesta que terminou em tragédia, foi lida por toda a Rússia alfabetizada.

século 18 ainda não termina, e os primórdios do realismo invadem imperiosamente a literatura russa, sob o signo do qual existiu a literatura de todo o século XIX.

Motivos realistas são sentidos nas obras poéticas de G. R. Derzhavin (1743-1816), nas peças de D. I. Fonvizin (1745-1792). Sua comédia “Undergrowth” traz ao palco aquela parte da nobreza que não queria nenhuma inovação, nenhum progresso e se apegava firmemente à servidão e seus privilégios.

Uma parte integrante da cultura russa era a arte popular. Folclore da segunda metade do século XVIII. os eventos e heróis folclóricos daqueles anos foram refletidos - Emelyan Pugachev e Salavat Yulaev, heróis de eventos gloriosos do passado, por exemplo, Bogdap Khmelnitsky e Maxim Krivonos. O famoso “Lamento dos servos”, criado entre o povo, falava sobre o ódio das pessoas comuns pela servidão.

Muitos monumentos arquitetônicos maravilhosos, uma verdadeira decoração das cidades russas, foram criados no século XVIII. O que valem Petersburgo, Tsarskoye Selo, Pavlovsk, Peterhof, que se tornaram o orgulho da Rússia e as obras-primas arquitetônicas do mundo!

O nome de VV Rastrelli (1700-1771), escultor italiano que trabalhou na Rússia, está associado ao surgimento do estilo barroco em nosso país. Neste estilo, ele criou o famoso Palácio de Inverno, o igualmente famoso Palácio de Catarina em Tsarskoye Selo, o complexo de edifícios do Mosteiro Smolny, o Palácio Stroganov e outros edifícios em São Petersburgo.

Seguindo o barroco, o classicismo entrou na arquitetura da Rússia com suas proporções estritas, colunatas esbeltas, monumentalidade e harmonia. O arquiteto da corte de Catarina II, o escocês C. Cameron (1730 - 1812), tornou-se um vívido expoente desse estilo. Ele é o autor do conjunto das estruturas do palácio e do parque em Pavlovsk, perto de São Petersburgo, a galeria em Tsarskoye Selo e outras estruturas.

O famoso arquiteto italiano G. Quarenghi (1744-1817) deixou uma marca notável na arquitetura da capital. Foi ele quem criou o Hermitage, o Instituto Smolny, o edifício da Bolsa de Valores, magníficos palácios em Peterhof (Grande Palácio) e Tsarskoye Selo (Palácio de Alexandre). ). Esta é uma criação do notável arquiteto russo V.I. Bazhenov (1738-1799). Ele é dono dos projetos do Grande Palácio do Kremlin em Moscou e do Castelo Mikhailovsky em São Petersburgo, o palácio imperial na vila de Tsaritsyn, perto de Moscou, e outros edifícios. DENTRO E. Bazhenov foi eleito professor da Academia Romana e membro titular das Academias de Bolonha e Florença.

Um rico patrimônio arquitetônico foi deixado por M. F. Kazakov (1738-1812). Suas principais obras são o prédio da Universidade de Moscou em Mokhovaya, o prédio do Hospital Golitsyn em Moscou (agora o 1º Hospital Gradskaya), a casa da Assembleia Nobre em Moscou (agora o Salão da Coluna da Casa dos Sindicatos), outros edifícios em Moscou, Tver e outras cidades.

O orgulho da arquitetura russa do século XVIII. foi obra de I. E. Starov (1745-1808). Suas melhores criações são o Palácio Tauride de G. A. Potemkin e a Catedral da Trindade de Alexander Nevsky Lavra em São Petersburgo.

Nas últimas décadas do século, uma poderosa construção senhorial se desenrolou na Rússia. A arquitetura de madeira continuou a se desenvolver. Um exemplo vívido disso foi o Palácio Sheremetev em Ostankino, construído pelos mestres russos P. I. Argunov, G. E. Dikushin e A. F. Mironov.

Experimentou florescimento e pintura russa. Esse florescimento foi expresso em uma transição cada vez maior das convenções da pintura de ícones para telas realistas. No século XVIII. retrato desenvolvido. O filho de um soldado A.P. Antropov, artistas servos I.P. Argunov e F.S. Rokotov, imigrantes da Ucrânia D. G. Levitsky e V. L. Borovikovsky criaram uma brilhante galeria de retratos de monarcas, nobres, estadistas e comandantes russos.

A pintura histórica apareceu em temas bíblicos e russos antigos, bem como na pintura de gênero. O tema camponês tornou-se um fenômeno dos tempos aqui. O artista I. A. Eremeev em suas telas mostrou a vida das pessoas comuns, os camponeses. Pinturas cotidianas sobre um tema camponês foram criadas pelo artista servo M. Shibanov.

A escultura e a música tornaram-se parte do desenvolvimento geral da arte russa. Foi na segunda metade do século XVIII. na Rússia, está sendo feita a transição da escultura ornamental aplicada para a escultura monumental e de retratos. Um exemplo do primeiro é o famoso Cavaleiro de Bronze - um monumento a Pedro I, construído sob a direção de Catarina II pelo escultor francês E.M. Falcone (1716-1791) em 1775, bem como um monumento a Minin e Pozharsky em Moscou, cujo autor foi o escultor I.P. Martos (1754-1835).

Outra direção na escultura foi demonstrada por F. I. Shubin (1740-1805). Ele veio de camponeses da Pomerânia, era amigo de M. V. Lomonosov. Seu cinzel possui os bustos de Catarina II, Paulo I, Lomonosov, Rumyantsev, Suvorov, Potemkin.

Entre as figuras culturais notáveis ​​da segunda metade do século XVIII. há também uma figura incrível do fundador do teatro russo F. G. Volkov (1729-1763). Filho de um comerciante de Yaroslavl, ele se tornou o primeiro ator russo e fundador do teatro nacional russo. No início, ele trabalhou em Yaroslavl, depois mudou-se para São Petersburgo e fundou o primeiro teatro profissional aqui.

A arte musical ainda era dominada por grupos de ópera e balé visitantes, mas já havia chegado a hora de estabelecer talentos russos originais. O compositor I. E. Khandoshkin (1747-1804) escreveu sua música para instrumentos folclóricos, cujas obras ainda são executadas hoje. O criador de incríveis corais de igreja foi D. S. Bortnyansky (1751-1825).

vida russa

As mudanças mais marcantes na vida da população ocorreram em São Petersburgo, Moscou e algumas outras grandes cidades do país. Petersburg, no Palace Embankment, Nevsky Prospekt, ao longo dos canais e rios que deságuam no Neva, os nobres construíram palácios luxuosos para si mesmos. As margens do Neva foram revestidas com taludes de granito. Isso foi feito sob a direção de Catarina I. Ela também teve a ideia de construir a famosa treliça do Jardim de Verão.

Os palácios eram ricos e refinados. Os aristocratas tentaram fazê-los parecer com os imperiais. Havia grandes salões, salas de estar mobiliadas com móveis europeus e quartos confortáveis. Fogões de azulejos no inverno irradiavam calor uniforme e seco por toda a sala. Velas em candelabros e candelabros perfeitamente iluminados em salas, corredores e passagens.

Nesses palácios, bailes trovejavam, recepções da alta sociedade eram realizadas. Qual foi o custo do famoso baile dado por G. A. Potemkin em seu Palácio Tauride em homenagem à Imperatriz! Três mil convidados, apresentação do coro, balé, pantomima, recepção num salão transformado em jardim com fonte e arbustos de árvores floridas, com canto de rouxinóis ao vivo e um templo com uma estátua de Catarina. Jantar até as 2 da manhã, dançando até de manhã. 140 mil lâmpadas e 20 mil velas iluminaram esta ação.

No final do século XVIII. em São Petersburgo, tornou-se moda manter salões aristocráticos. O discurso francês foi ouvido aqui, as disputas sobre política, literatura e arte estavam em pleno andamento. Celebridades literárias russas começaram a brilhar nesses salões.

Carruagens elegantes passavam por luxuosas mansões ao longo da Nevsky Prospekt, guardas oficiais e moradores elegantemente vestidos passeavam.

Moscou também mudou. Embora não houvesse tanta riqueza e esplendor aqui como em São Petersburgo, a nobreza de Moscou não queria ficar atrás das demandas da época. Evidência nivelada. o desenvolvimento caótico da cidade parou, embora continue.

Nobres e mercadores ricos construíam, via de regra, casas do tipo senhorial de dois ou três andares. Tal casa era separada da rua por um jardim, gramados, caminhos. Ficava nas profundezas do espaço, cercado da rua por uma grade de ferro fundido ou ferro, apenas as alas do anexo saíam para a rua. Tais casas senhoriais do século XVIII. Até agora, Moscou preservou muito.

Ao lado deles estavam as casas de outras pessoas ricas - edifícios elegantes de pedra com colunas. Havia até 7-8 quartos - salas de estar, uma sala de sofá, um quarto, um escritório, um berçário, uma sala de jantar, um salão de dança. Aqui também havia conjuntos de móveis que entraram na moda na época, sofás e sofás. Foram-se os bancos e as mesas grosseiramente desmontadas. Havia cadeiras, poltronas, mesas elegantes com pernas curvas, prateleiras para livros. As paredes foram cobertas com papel de parede.

À noite, muitas cidades russas eram iluminadas por lanternas nas quais queimava óleo de cânhamo. No centro das cidades, como em São Petersburgo, foram colocadas pedras de pavimentação e, com mais frequência - pavimentos de madeira.

Havia hospitais da cidade. O pessoal médico foi treinado em escolas hospitalares e escolas médico-cirúrgicas. No final do século, foi criado um sistema unificado de instituições médicas para a população. Em cada cidade provincial, um médico deveria estar no serviço, e nas cidades do condado, um médico. Farmácias abriram. Claro, isso era insignificante e pequeno para um país vasto e multimilionário. Os hospitais também foram construídos com fundos privados. Depois de algum tempo, os ricos os repassaram para a cidade.

Pequenas cidades russas eram mais como grandes aldeias. Além de dois ou três prédios de pedra, o restante das casas era de madeira. Ruas não pavimentadas cobertas de grama, poças após as chuvas, lama no outono e na primavera tornaram-se parte integrante dessas cidades.

Nos arredores havia quartéis operários, onde viviam os trabalhadores estrangeiros das manufaturas locais, vários artesãos. Eram quartos apertados, sujos e abafados, com beliches em vez de camas. Várias dezenas de pessoas às vezes viviam em tal quartel em uma sala comum. Famílias também moravam aqui. Só mais tarde os interiores dos quartéis começaram a ser separados por divisórias.

As cidades e a vida urbana com suas inovações, é claro, foram de grande importância para o desenvolvimento civilizacional geral do país. Aqui, como em nenhum outro lugar, as últimas conquistas europeias em arquitetura, educação, iluminação, estilo de vida, roupas, comida, recreação e entretenimento criaram raízes. Unidos às antigas tradições, costumes e hábitos russos, eles determinaram os principais rumos da vida da população russa do século XVIII.

Mas isso não significava que as inovações conquistassem todo o país. Pelo contrário, eles apenas enfatizavam a estagnação geral, o tradicionalismo e a pobreza da vida russa.

Uma enorme área da vida russa permaneceu fora da civilização urbana - a vila, a vila, a população rural. Aqui, como nas cidades, havia grandes flutuações nas condições de vida, nas características da vida. Por um lado, parte da população rural era a nobreza. Após o decreto de liberdade da nobreza e a Carta de Reclamação à nobreza, que libertou os nobres da obrigatoriedade do serviço estatal e militar, uma parte significativa dos nobres instalou-se nas suas propriedades, passou a dedicar-se à lavoura e começou a organizar as suas propriedades rurais. vida.

Claro, havia grandes diferenças entre os representantes da nobreza rural. É uma coisa - ricos proprietários de terras, donos de dezenas de milhares de almas de servos. Essas pessoas ricas tinham propriedades luxuosas com casas magníficas construídas de acordo com os projetos de arquitetos famosos. Outra coisa são os pequenos proprietários, que tinham uma dúzia e meia de servos.

E, no entanto, a maior parte da nobreza eram senhores de terra de classe média, proprietários de propriedades rurais. Tais Chnoryane não foram separados da vida camponesa por um muro intransponível. Eles se comunicavam constantemente com os camponeses, pessoas de pátio viviam em suas propriedades, servos desses camponeses. Mestres e servos estiveram lado a lado durante anos, entraram em contato com as origens da mesma cultura popular, tradições, costumes, crenças, foram tratados pelos mesmos curandeiros, beberam as mesmas infusões e fumegaram no balneário com as mesmas vassouras de bétula. Além disso, uma parte significativa da nobreza, como a Sra. Prostakova de Fonvizin, era analfabeta ou semi-alfabetizada. As propriedades rurais desses nobres eram parte integrante da vida rural russa.

As últimas inovações na vida cotidiana ignoravam a vida camponesa. Apenas uma pequena parte dos camponeses lutou entre o povo. Construíram cabanas boas e limpas com fornos holandeses nas aldeias, usaram novos utensílios domésticos (utensílios e móveis), compraram roupas e sapatos de boa qualidade e diversificaram a alimentação.

O fortalecimento do poder econômico e militar da Rússia durante o período de Pedro I, as vitórias militares da Rússia durante o reinado de Catarina II, levaram ao crescimento da autoconsciência nacional do povo russo e, como resultado, a ascensão da cultura russa na segunda metade do século XVIII. A tendência dominante na cultura russa na segunda metade do século XVIII. - início do século XIX torna-se classicismo . Sua base ideológica era a luta por um poderoso Estado nacional e cultura nacional.
Educação. Na segunda metade do século XVIII. Catarina II realizou reformas na esfera da administração, economia, organização de classes e educação. Mas Catarina II dava especial importância à reforma da educação, pois entendia que o sucesso das transformações sociais depende do nível de esclarecimento das pessoas, de sua capacidade e desejo de perceber o novo.
Realizando reformas no campo da educação, Catarina II instruiu I.I. Betsky, seu secretário pessoal e presidente da Academia de Artes. Em 1763, apresentou a Catarina II um plano de reforma escolar - "A Instituição Geral para a Educação de Ambos os Sexos da Juventude", que se baseava na ideia, popular na Europa, de "educar uma nova geração de pessoas" que são livres de vícios, que então, por meio da família, difundirão os princípios da nova educação a toda a sociedade. De acordo com a ideia do autor, deveria ser criada uma rede de escolas fechadas na Rússia, onde os jovens russos de 4-6 a 18-28 anos seriam criados em completo isolamento da má influência da sociedade. As escolas deveriam ser propriedades. Para todas as novas instituições de ensino I.I. Betskoy desenvolveu cartas especiais, segundo as quais era proibido bater e repreender crianças, e o desenvolvimento de suas qualidades e inclinações naturais, o interesse em aprender deveria ser incentivado.
Já em 1752, o Corpo Nobre Naval foi aberto para os filhos dos nobres. Em 1759, foi inaugurado o Corpo de Pajens, preparando os nobres para o serviço da corte. Em 1764, a "Sociedade Educacional para Nobres Donzelas" foi aberta em São Petersburgo no Mosteiro Smolny (Instituto Smolny) para 200 meninas. Foi a primeira instituição educacional feminina na Rússia para meninas de famílias nobres. O Instituto Smolny contou com o patrocínio especial de Catarina II e I.I. Betsky, nobres da alta sociedade. Em 1766, um corpo de nobreza de terra reformado foi aberto para crianças nobres.
Para as crianças de outras classes, foram criadas escolas profissionais com um curso secundário de educação especial. Em 1772, em Moscou, no Orfanato, uma Escola Comercial para os filhos de comerciantes e moradores da cidade foi aberta às custas de P.A. Demidov. Em Moscou, o Instituto Catherine foi aberto para meninas das famílias de comerciantes e filisteus. Escolas pedagógicas foram abertas no Instituto Smolny (1765), o corpo nobre da terra (1766). Orfanatos foram abertos em Moscou (1764), São Petersburgo (1770) e outras cidades. Um programa educacional especial foi desenvolvido para transformar órfãos em pessoas que absorveram as melhores ideias do Iluminismo.
Na segunda metade do século XVIII. a abertura de escolas de arte profissional continua. Em 1757, a Academia de Artes foi fundada em São Petersburgo. A Academia tornou-se a primeira instituição de arte superior na Rússia, dentro dos muros da qual cresceram arquitetos, escultores, pintores e artistas gráficos altamente profissionais. Em 1773, a Escola de Ballet foi aberta no Orfanato de Moscou.
De grande importância para a disseminação da educação na Rússia foi a abertura em 1755 da primeira instituição de ensino superior civil do país - a Universidade de Moscou. Seu curador foi o influente nobre I.I. Shuvalov, mas M.V. desempenhou um grande papel na abertura da universidade. Lomonossov. Desenvolveu um projeto para a organização da universidade, procurou garantir que a universidade fosse uma instituição educacional sem classes e laica. No primeiro ano de abertura, a Universidade de Moscou admitiu alunos em três faculdades: filosofia, direito e medicina. Os primeiros alunos eram predominantemente do meio Raznochinsk. Um ginásio especial foi criado na universidade com dois departamentos - um para os filhos dos nobres, outro para os filhos de comerciantes e plebeus. Após 4 anos, o mesmo ginásio foi aberto em Kazan.
Um fato qualitativamente novo no desenvolvimento da educação na Rússia foi o surgimento de uma escola de educação geral. As instituições educacionais criadas separadamente ainda não formaram um sistema de educação pública. Em 1772, por decreto de Catarina II, foi criada uma Comissão sobre o estabelecimento de escolas, que incluía professores proeminentes da Europa especialmente convidados para a Rússia. A comissão desenvolveu um plano para a criação de escolas de quatro classes nas cidades provinciais e escolas de duas classes nas cidades do condado. O currículo incluía matemática, história, geografia, física, arquitetura, russo e línguas estrangeiras. Como resultado, o sistema escolar de educação geral começou a tomar forma na Rússia. Em 25 cidades provinciais, foram abertas as principais escolas de quatro anos, aproximando-se do tipo de ensino médio. Pequenas escolas de duas classes foram abertas nas cidades do condado. Pela primeira vez, currículos unificados foram introduzidos nas escolas, um sistema de aula-aula, métodos de ensino e disciplinas foram desenvolvidos. A continuidade na educação foi alcançada pelos currículos comuns das escolas pequenas e das duas primeiras turmas das escolas principais.
No final do século XVIII. havia 550 instituições de ensino no país com o número de alunos em 60-70 mil pessoas. Assim, na segunda metade do século XVIII. Na Rússia, foi criado um sistema de educação pública.
O surgimento de novos livros didáticos foi importante para o desenvolvimento da educação. Professores da Universidade de Moscou e cientistas da Academia de Ciências participaram ativamente de seus escritos. Em 1757, "Russian Grammar" foi publicado por M.V. Lomonosov, que substituiu a gramática já desatualizada de M. Smotritsky como o principal livro-texto da língua russa. O grande cientista russo também escreveu um livro sobre mineração "Os primeiros fundamentos da metalurgia, ou mineração". Nos anos 60. D. Anichkov, um estudante da Universidade de Moscou, compilou um livro didático de matemática, que manteve o valor do principal livro didático de matemática nas escolas até o final do século XVIII. Em 1776, o professor da Universidade de Moscou H.A. Chebotarev escreveu um livro de geografia. Durante muito tempo, em todas as escolas e ginásios, o livro "Sobre as posições de um homem e de um cidadão", compilado por Catarina II e I.I. Betsky. O livro delineou popularmente os pontos de vista dos iluministas da Europa Ocidental sobre conceitos como "alma", "virtude", os deveres de uma pessoa em relação a Deus, a sociedade, o estado e seus vizinhos.

Livro de negócios. Em conexão com a difusão da educação na segunda metade do século XVIII. O interesse público pelo livro está crescendo. A fim de satisfazer a demanda por materiais impressos, em 1783, Catarina II emitiu um decreto "Sobre as gráficas livres", que pela primeira vez concedeu a todos o direito de iniciar as gráficas. As gráficas privadas foram abertas não apenas nas capitais, mas também nas cidades provinciais, no entanto, durante o período da luta de Catarina II e Paulo I com a penetração das ideias da Revolução Francesa na Rússia, todas as gráficas privadas foram fechadas .
O assunto dos livros mudou, o número de publicações científicas e artísticas originais aumentou. Em 1768, em São Petersburgo, por iniciativa de Catarina II, foi criada uma "Assembléia, tentando traduzir livros estrangeiros". Ele estava envolvido na tradução e publicação das obras de clássicos antigos, iluministas franceses e funcionou até 1783. Em 1773, o famoso educador N.I. Novikov organizou em São Petersburgo uma "Sociedade que se esforça para imprimir livros", mas sua atividade durou pouco, já que N.I. Novikov encontrou grandes dificuldades, principalmente com o fraco desenvolvimento do comércio de livros, especialmente nas províncias.
Os principais centros de publicação de livros e periódicos eram a Academia de Ciências e a Universidade de Moscou. A tipografia acadêmica imprimia principalmente literatura educacional e científica. Por iniciativa de M. V. Lomonosov, a primeira revista literária e científica russa, Obras Mensais para Benefício e Divertimento dos Empregados, começou a ser publicada (1755). A gráfica acadêmica também imprimiu a primeira revista privada, The Hardworking Bee (1759), que foi publicada pela A.P. Sumarokov.
Na segunda metade do século XVIII. Os periódicos apareceram não apenas nas capitais, mas também nas cidades provinciais. Em 1786, a revista "Solitary Poshekhonets" começou a ser publicada em Yaroslavl, em 1788 em Tambov - o jornal provincial semanal "Tambov News". Desde 1789, a revista "The Irtysh Turning into Hippocrene" foi publicada em Tobolsk.
Um papel especial na publicação e distribuição de livros pertencia ao notável educador russo e figura pública N.I. Novikov (1744-1818). NI Novikov, como outros educadores russos, considerava a iluminação como a base da mudança social, portanto, ele viu um serviço à sociedade na disseminação da iluminação. De 1779 a 1789 ele alugou a gráfica da Universidade de Moscou, na qual publicou cerca de um terço de todos os livros publicados na época na Rússia (cerca de 1000 títulos). Eram livros didáticos, revistas, tratados políticos e filosóficos de pensadores da Europa Ocidental, obras coletadas de escritores russos, obras de arte popular, literatura maçônica.
NI Novikov contribuiu para o desenvolvimento do comércio de livros, especialmente nas províncias. No final do século XVIII. havia cerca de 40 livrarias em Moscou e São Petersburgo, livrarias já existiam em 17 cidades provinciais.
Na segunda metade do século XVIII. o número de bibliotecas em universidades, ginásios, instituições de ensino fechadas está crescendo. A biblioteca da Academia de Ciências continuou a funcionar. Em 1758 foi inaugurada a biblioteca da Academia das Artes, na qual podiam trabalhar não só os alunos da Academia, mas também todos os que o desejassem.
Nos anos 80-90. século 18 as primeiras bibliotecas públicas apareceram em algumas cidades provinciais (Tula, Kaluga, Irkutsk). Bibliotecas pagas apareceram em livrarias em Moscou e São Petersburgo.
A ciência. Na segunda metade do século XVIII. Os maiores centros científicos da Rússia eram a Academia de Ciências e a Universidade de Moscou. Professores brilhantes S.E. Desnitsky, D. S. Anichkov, N. N. Popovsky, A. A. Barsov e muitos outros.
A disseminação da educação na Rússia, o rápido desenvolvimento da ciência natural mundial contribuíram para a formação e desenvolvimento da ciência russa. Mas os alemães convidados dominaram a Academia de Ciências naqueles anos. Os cientistas alemães impediram o avanço dos cientistas russos, de modo que os russos estavam praticamente ausentes da Academia de Ciências.
O primeiro cientista russo a se tornar um professor russo de pleno direito na Academia de Ciências foi M.V. Lomonossov . Ele nasceu em 1711 em uma remota vila da Pomerânia perto de Kholmogory. Já adulto jovem, em 1730 Mikhail Lomonosov, tendo obtido um passaporte anual, foi para a distante Moscou com um dos comboios de peixes. Lá, escondendo sua origem, ele ingressa na Academia Eslavo-Grego-Latina. Tendo se formado com sucesso na Academia, Lomonosov, junto com outros 11 graduados, foi enviado em 1736 para fazer um curso de ciências na Academia de São Petersburgo. Logo ele foi enviado para a Alemanha, para Marburg, para o professor Wolf, e depois para Freiburg para o famoso metalúrgico, professor Henkel. Cinco anos passados ​​no exterior foram para Lomonosov anos de estudo independente sério. Em junho de 1741, M.V. Lomonosov retorna à Academia de Ciências de São Petersburgo e se torna professor associado de física Kraft. Em 1745 foi aprovado como professor de química e tornou-se membro pleno da Academia. Em 1748, vencendo a resistência dos cientistas alemães, conseguiu a criação de um laboratório químico. O círculo de interesses de M.V. Lomonosov como cientista era enorme. Ele realizou pesquisas no campo da física, química, geologia, astronomia e outras ciências. M.V. Lomonosov foi o criador da teoria atômico-molecular da estrutura da matéria, que serviu como uma base sólida para o desenvolvimento das ciências naturais fundamentais no século XVIII. Em 1748, em carta a L. Euler, foi o primeiro no mundo a formular uma lei geral de conservação da matéria e do movimento, de grande importância para a compreensão de todo o processo do universo. Em 1756, ele realizou experimentos clássicos que fundamentaram experimentalmente a lei da conservação da matéria, formulou uma suposição que explicava o fenômeno do aquecimento dos corpos como consequência do movimento das partículas. Esta conjectura engenhosa estava muito à frente de seu tempo. O grande cientista russo lidou muito com questões relacionadas aos mistérios da origem do Universo, é dono da descoberta da atmosfera em Vênus e uma série de outras observações importantes no campo da astronomia. Foi um brilhante experimentador e inventor, inovador em muitas áreas da tecnologia, mineração, metalurgia, produção de porcelana e vidro, sais e tintas, equipamentos de construção. Seu talento multifacetado também se manifestou no campo humanitário. Foi um notável poeta e teórico em matéria de versificação. Sua contribuição para a formação da língua literária russa é enorme. M.V. Lomonosov gostava tanto da arte dos mosaicos quanto do estudo da história da Pátria. O resultado de seus trabalhos sobre a história foi o "Breve Cronista Russo" e a "História Antiga da Rússia" criados por ele. M.V. Lomonosov contribuiu para a promoção de quadros nacionais da ciência russa. Os primeiros professores da Universidade de Moscou N.N. Popovsky e A. A. Barsov foram seus alunos.
As expedições acadêmicas dos anos 60-70 foram de grande importância para o desenvolvimento das ciências naturais. Século XVIII. Acadêmico P.S. Pallas realizou expedições às regiões do Volga, Urais e Crimeia. Acadêmico I.I. Lepekhin explorou a região dos Urais e a costa do Mar Branco. O acadêmico Falk estudou as regiões do leste da Rússia e do norte do Cáucaso. Berdanes explorou a estepe do Quirguistão, I.S. Georgi - Ural, Bashkiria, Altai, Baikal. Acadêmico S.G. Gmelin estudou a bacia do Don, o curso inferior do Volga e as margens do Cáspio. Cientista N.Ya. Ozertsovsky explorou o noroeste da Rússia, V.F. Zuev - Mar Negro e Crimeia. Os materiais mais ricos em zoologia, botânica, etnografia e arqueologia coletados durante essas expedições contribuíram para o estudo científico da natureza e da cultura dos povos da Rússia. Em 1745, foi publicado o Atlas do Império Russo; este se tornou um evento científico de importância mundial, desde meados do século XVIII. só a França tinha tal atlas. No final do século, a propaganda do conhecimento geográfico aumentou significativamente. Nos anos 70. Foi publicado o Léxico Geográfico do Estado Russo, o primeiro dicionário geográfico na Rússia. A geografia tornou-se uma disciplina obrigatória em todas as instituições de ensino.
O desenvolvimento da produção manufatureira contribuiu para o desenvolvimento do pensamento técnico. Em 1760, R. Glinkov inventou um motor mecânico para máquinas de fiar, que substituiu o trabalho de 9 pessoas. I.I. Polzunov(1728-1766) - uma pepita, mestre da fábrica Kolyvanovo - Voznesensky em Altai - apresentou pela primeira vez a ideia de usar a energia a vapor como motor. Em 1765 ele projetou a primeira máquina a vapor universal do mundo. Poucos dias antes de seu lançamento, I.I. Polzunov morreu. A máquina funcionou por vários meses e, apenas como resultado de uma pequena avaria, falhou. Outro mecânico autodidata - IP Kulibin(1735-1818) foi um relojoeiro insuperável. Ele criou um relógio que mostrava as estações, meses, horas, minutos, segundos, fases da lua, horas do nascer e pôr do sol em São Petersburgo e Moscou. Ele também inventou muitos dispositivos e instrumentos originais, melhorou o polimento de vidro para instrumentos ópticos e criou um telégrafo semáforo. Mas essas invenções, como as de I.I. Kulibin, também não teve ampla aplicação prática.
Das humanidades, o maior desenvolvimento no século XVIII. história recebida. As principais realizações do pensamento histórico da época estão associadas às atividades de M.V. Lomonosov e V. N. Tatishchev. M.V. Lomonosov levantou pela primeira vez a questão da origem dos eslavos, muito apreciados por sua cultura antiga. Seu "Breve Cronista Russo" foi o principal livro de história. Trud V. N. Tatishchev "História da Rússia" foi a primeira experiência de cobertura científica da história nacional. Um fato importante da historiografia russa do século XVIII. foram as obras históricas de M.M. Shcherbatov (1733-1790) e I.N. Boltin (1735-1792), que também tentou dar um conceito geral da história russa. A crescente atenção à história foi expressa na disseminação da literatura histórica, no renascimento do interesse por lendas e canções folclóricas e no surgimento do tema histórico na literatura e na arte. Este foi um momento essencial na formação da autoconsciência nacional.
Jornalismo. O surgimento do jornalismo está associado à Universidade de Moscou. Assessor da Universidade de Moscou, poeta M.M. Kheraskov começou a publicar a primeira revista na Rússia, Useful Amusement. Ao mesmo tempo, o professor de história da universidade I. Reichel publicou a revista "Collected Best Works", na qual o talentoso dramaturgo D.I. Fonvizin.
Nos anos 60-70 do século XVIII. no jornalismo, a direção satírica tornou-se generalizada, para a qual Catarina II também contribuiu. Em 1769, a Imperatriz fundou a revista satírica Vsyakaya Vsyachina, cujo editor oficial era seu secretário de Estado G.V. Kozlovsky. Ela precisava dessa publicação para expressar seu ponto de vista sobre problemas socialmente significativos. Na revista, ela publicou vários artigos nos quais explicava de forma alegórica o motivo das falhas da Comissão Legislativa. Ela também precisava da revista para ridicularizar vários vícios no espírito das ideias do Iluminismo. Isso deu origem a uma viva polêmica na sociedade sobre o papel da sátira na sociedade - se ela deveria lutar contra vícios abstratos ou contra seus portadores específicos. O principal oponente da imperatriz foi N.I. Novikov. Nos mesmos anos, publicou suas publicações satíricas Drone (1769-1770) e, especialmente, The Painter (1772-1773). Em seus esboços satíricos, N.I. Novikov começou a desenvolver o tema camponês na cultura artística russa, que se revelou profundo e frutífero. As páginas das revistas estavam cheias de sincera simpatia pela existência difícil e desprivilegiada do arrimo de família camponês russo. Até a epígrafe da revista "Truten" - "Eles trabalham e você come o trabalho deles" - imediatamente atraiu a atenção dos contemporâneos. De agora em diante, a compaixão pela pobreza e aflição da "aldeia" comum se tornará o "tema eterno" do jornalismo russo, assim como de toda a cultura.
Pensamento sócio-político. Segunda metade do século XVIII caracterizada pelo crescimento da identidade nacional russa. Há um interesse crescente na sociedade pelo passado histórico da Rússia, pelo papel e lugar do povo russo na história mundial. Gradualmente, as principais correntes do pensamento social e político russo começaram a tomar forma, finalmente formadas no século XIX.
Catarina II expressou uma visão otimista da história russa. Neste assunto, um de seus principais oponentes era o príncipe M.M. Shcherbatov é um estadista e historiador, autor da História da Rússia em vários volumes e de vários trabalhos jornalísticos. Ele expressou sua atitude em relação à realidade circundante no panfleto "Sobre a corrupção da moral na Rússia", que foi publicado pela primeira vez apenas em meados do século XIX. "Impressão russa gratuita" A.I. Herzen em Londres. Para Shcherbatov século XVIII. - o tempo de um declínio geral da moral, ao qual ele se opôs aos ideais da Rússia pré-petrina. Na verdade, M. M. Shcherbatov tornou-se o precursor dos eslavófilos.
Outra direção do pensamento social russo na segunda metade do século XVIII. passou a ser maçonaria- um movimento religioso e ético que surgiu na Inglaterra no início do século XVIII. Na Rússia, as primeiras lojas maçônicas surgiram na década de 1730. A Maçonaria tornou-se mais difundida na Rússia em meados do século XVIII, quando os estadistas mais proeminentes se tornaram membros da Maçonaria - os irmãos Chernyshev, os irmãos Panin, R.I. Vorontsov e outros. Os maçons também foram os poetas A.P. Sumarokov, M. M. Kheraskov, V. I. Maikov, arquiteto V.I. Bazhenov e muitos outros. Os maçons proclamaram a construção de uma sociedade de pessoas livres através da autopurificação e auto-aperfeiçoamento, libertação de todas as classes e fronteiras nacionais. Na Rússia, as atividades práticas dos maçons visavam a educação do povo, o que atraiu pessoas famosas da época para as fileiras dos maçons.
A princípio, Catarina II tratou a Maçonaria como uma excentricidade da moda que passa rapidamente. Mas nos anos 70. Os maçons ficam desiludidos com as idéias de iluminação, o conhecimento místico começa a prevalecer em sua busca espiritual; eles acreditavam que, descobrindo algum segredo místico do universo, seria possível realizar o que não poderia ser feito com a ajuda da mente. Essas novas idéias, combinadas com os ritos misteriosos, atraíram um número bastante grande de adeptos à Maçonaria. E então se tornou perigoso do ponto de vista das autoridades - afinal, era quase uma nova ideologia com conotação religiosa. Depois disso, Catarina II decidiu proibir as organizações maçônicas na Rússia.
Um exemplo para outros foi o destino de N.I. Novikov, que por muitos anos em um arrendado por ele desde o final dos anos 70. as gráficas da Universidade de Moscou, além de livros de natureza educacional, imprimiram muitas publicações maçônicas. Quando em 1792 centenas de cópias de escritos maçônicos proibidos foram encontrados em seus armazéns, N.I. Novikov foi preso e levado a julgamento. Até a ascensão de Paulo, ele ficará preso na fortaleza de Shlisselburg.
Outra direção do pensamento social russo desta época está associada ao nome A. N. Radishcheva(1749-1802). É geralmente aceito que a formação de uma ideologia revolucionária na Rússia começou com suas visões sócio-políticas. Tendo se formado no exterior e se tornado fã das ideias do Iluminismo, Radishchev lhes dá um caráter radical. Tais visões formavam uma rejeição resoluta da ordem existente no país e, acima de tudo, da servidão. Em geral, uma atitude crítica à realidade, gerada pelas ideias do Iluminismo, também se desenvolveu na Europa, mas ali a burguesia, lutando por seus direitos, tornou-se portadora da ideologia revolucionária. Radishchev não viu diferenças no desenvolvimento histórico e na posição da Rússia e da Europa. Parecia-lhe que um levante revolucionário era capaz de resolver todos os problemas da sociedade e trazer a verdadeira liberdade ao povo. Essas idéias foram expressas por Radishchev em sua "Viagem de São Petersburgo a Moscou", publicada em "1790 (Radishchev imprimiu o livro em uma edição de 600 exemplares, apenas 25 exemplares foram colocados à venda). O livro despertou "grande curiosidade dos público." Catarina II, tendo lido este trabalho, ela escreveu em suas margens: "... Um rebelde, pior que Pugachev". A imperatriz ficou indignada não com a crítica à servidão como tal (ela mesma pensou em sua abolição), mas precisamente por uma rebelião contra as autoridades, contra seu poder. Radishchev argumentou que as coisas no estado estão ruins, que as pessoas vivem muito pior do que ela pensava. Catherine estava convencida de que isso era uma mentira e calúnia e, por pior que fosse era a servidão, seus súditos simplesmente não podiam ser infelizes.Por ordem da imperatriz, a edição do livro foi confiscada, e seu autor foi exilado para a prisão de Ilim (foi totalmente anistiada apenas em 1801 por Alexandre I).
Assim, A. N. Radishchev foi o primeiro na Rússia a conectar o problema da abolição da servidão com a necessidade de eliminar a autocracia.
Literatura. Literatura russa da segunda metade do século XVIII. era predominantemente nobre. Devido às especificidades das condições de trabalho, a arte popular era oral, incluía gêneros como canções, lendas, contos satíricos, humorescos. O gênero satírico da arte popular era extremamente rico e variado. As histórias "O Conto da Princesa Kiselikha", "O Conto da Vila Pakhrin de Kamkina", a sátira do soldado "O Conto Triste", "A Petição dos Soldados da Crimeia", etc., ganharam grande popularidade entre as pessoas.
Literatura nobre desenvolvida no gênero do classicismo. Nesse período, uma nova ficção se formou com um sistema de gêneros desenvolvido (ode, elegia, fábula, tragédia, comédia, conto, romance). O novo sistema de versificação e a linguagem literária tornaram-se elementos essenciais dessa literatura. Princípios da primeira vez versificação sílabo-tônica formulado pelo notável crítico literário, historiador, fundador da filologia russa V.K. Trediakovsky (1703-1768). Esse sistema, que substituiu o verso silábico, é baseado na alternância de sílabas tônicas e átonas em uma linha. É a base da poesia russa até hoje.
"O nome do fundador e pai da literatura russa", segundo V.G. Belinsky, por direito pertence a M.V. Lomonossov. A criatividade poética ocupou um grande lugar no mundo espiritual do grande cientista russo. Como resultado do estudo de letras antigas e novas em latim, alemão e francês, M.V. Lomonosov aprovou na poesia russa os gêneros poéticos da literatura européia da época: uma ode religioso-filosófica, solene, etc.; um poema épico, uma mensagem, um idílio, um epigrama, etc., bem como uma variedade de métrica poética. Ele criou a teoria das "três calmas". M.V. Lomonosov ensinou aos poetas russos que "calma" pode ser "alta, média, baixa". Em alto estilo deve escrever discursos, odes, poemas de conteúdo heróico. A sílaba alta deve ser distinguida pelo pathos. Tragédias, sátiras, elegias são escritas na "calma média". Nesses gêneros, M.V. Lomonosov permitiu "provérbios", comuns na língua russa. Usando tais palavras, deve-se ainda "ter cuidado para não afundar na mesquinhez". E, finalmente, nas obras da "baixa calma" - comédia, canção, epigrama, fábula - "baixas palavras comuns" poderiam ser usadas "por consideração". Na composição original do poema "Conversa com Anacreon" (final dos anos 50 - n. 60 do século XVIII), as principais características da poesia de Lomonosov são formuladas: cidadania, patriotismo, reconhecimento da missão pacífica da Rússia na política moderna, alto nível do poeta auto estima. Escritas no espírito da tragédia romana clássica Sêneca, as peças de Lomonosov "Tamira e Selim" e "Demofont" foram uma tentativa de criar uma tragédia russa. Lomonosov desenvolveu o verso iâmbico de quatro pés e seis pés, a estrofe ódica clássica de dez linhas, linguagem precisa e figurativa, que foram mantidas na poesia russa por muito tempo. A personalidade de M. V. Lomonosov, suas atividades científicas e literárias desempenharam um papel primordial no desenvolvimento da consciência da sociedade russa e deixaram uma marca profunda na história da cultura russa.
O fundador da nova dramaturgia russa foi A.P. Sumarokov (1717-1777), poeta e dramaturgo. Ele veio de uma antiga família nobre, estudou no corpo de nobres da terra, onde começou a escrever poesia, imitando V.K. Trediakovsky. Poemas de A. P. Sumarokov carrega uma forte marca de M.V. Lomonosov, mas logo o poeta escolhe um gênero diferente que lhe trouxe popularidade - canções de amor. Das canções de A.P. Sumarokov virou-se para tragédias amorosas em versos. Antes de suas primeiras tragédias - "Khorev" (1747), "Hamlet" (1748), "Sinav e Truvor" (1750) - a dramaturgia russa vivia nas tradições dos chamados. drama escolar do século XVII. com seus enredos alegóricos e personagens condicionalmente mitológicos. P.A. Sumarokov, pela primeira vez na história do teatro russo, combinou temas amorosos com questões sociais e filosóficas. O surgimento de tragédias serviu de estímulo para o surgimento do teatro russo, cujo diretor era A.P. Sumarkov foi em 1756-1761. No final dos anos 50 - início dos anos 60. Sumarokov escreve fábulas dirigidas contra a arbitrariedade burocrática, o suborno e o tratamento desumano de proprietários de terras com servos. Nos anos 70. ele escreve suas melhores comédias - "Cuckold by Imagination", "Mother - Daughter's Companion", "Squawk" (todos - 1772) e a tragédia "Dmitry the Pretender" (1771), "Mstislav" (1774). As obras de Sumarokov contribuíram para a educação da dignidade humana, humanismo, alta moralidade e honra. Sendo um defensor da servidão, ele criticou seus extremos.
Criatividade D.I. Fonvizin (1745-1792) lançou as bases para a direção acusatória-realista da literatura russa. Em suas obras, ele criticou certas deficiências da servidão. Em 1764 compôs sua primeira comédia em verso, Korion. A ação se passa em uma vila perto de Moscou e consiste em apresentar a história sentimental dos amantes Korion e Xenovia, separados por mal-entendidos e unidos com segurança no final. No final da década de 1760, D.I. Fonvizin teve a ideia da comédia satírica russa original. O primeiro exemplo desse tipo foi sua comédia "Foreman" (1766-69), que ridicularizou a ignorância, o suborno, o servilismo a toda "classe nobre" estrangeira. Glória e reconhecimento universal a Fonvizin trouxe a comédia "Undergrowth" (1779-1781). Esta é uma "comédia de costumes", retratando a vida doméstica de uma família selvagem e sombria de proprietários de terras provinciais. No centro da comédia está a imagem da Sra. Prostakova, uma tirana e déspota em sua própria família e entre seus camponeses. Sua crueldade no trato com os outros é compensada por sua ternura irracional e ardente por seu filho Mitrofanushka, que, graças a essa educação maternal, cresce mimado, rude, ignorante e completamente inadequado para qualquer negócio. Prostakova tem certeza de que pode fazer o que quiser, porque foi dado um decreto sobre essa "liberdade da nobreza". Contra ela e seus parentes, Starodum, Pravdin, Sofya e Milon acreditam que a liberdade de um nobre está no direito de estudar e depois servir à sociedade com sua mente e conhecimento, o que justifica a nobreza do título nobre. No final, vem a retribuição: Prostakova é afastada de sua propriedade e abandonada por seu próprio filho.
O maior poeta do final do século XVIII. foi G.R. Derzhavin(1743-1816). Ele criou seu próprio estilo poético, que encontrou a expressão mais vívida nos poemas "Ode à morte do príncipe Meshchersky" (1779), "Ode a Felitsa" (1782), "Deus" (1784), "Outono durante o cerco de Ochakov" (1788), "Visão de Murza" (1789), "Cachoeira" (1791-94), etc. A primeira "Ode a Felitsa", que estabeleceu a fama poética de Derzhavin, evocou elogios de muitos contemporâneos. Ele refletiu brilhantemente algumas das características importantes que caracterizam o reinado de Catarina II: o crescimento do estado russo, o heroísmo das vitórias militares, o patriotismo nacional. A inovação poética de Derzhavin se manifestou na destruição da pureza do gênero clássico: ele combinou elementos de ode e sátira em um poema. A combinação dentro de uma obra dos temas de ode e sátira levou a uma combinação de "alta" e "baixa" "calma". Derzhavin introduziu elementos do discurso coloquial ao vivo na linguagem poética. Ele condenou com raiva os vícios sociais, denunciou funcionários de alto escalão ("Para os governantes e juízes", 1780-87, "Velmozha", 1774-94). Nos últimos anos de sua vida, Derzhavin também se voltou para a dramaturgia. A partir de 1804, ele escreveu uma série de tragédias e outras peças ("Dobrynya", "Pozharsky", "Herodes e Miriamne", "Evpraksia", etc.). A partir de 1811 Derzhavin foi membro da sociedade literária "Conversa de Amantes da Palavra Russa". Aqui ele "percebeu" o jovem A.S. Pushkin.
Na virada dos séculos XVIII - XIX. na literatura russa é formado sentimentalismo , marcada por uma percepção emocional do mundo circundante, um aumento do interesse por uma determinada pessoa e seus sentimentos. O herói das obras de arte era um homem simples. O florescimento do sentimentalismo está associado ao trabalho de N.M. Karamzin (1766-1826) - pensador russo, historiador, poeta. Em 1792, sua história "Pobre Lisa" foi publicada, que se tornou uma das primeiras obras da literatura sentimental russa do século XVIII. A história de amor da pobre menina Lisa e do nobre Erast encontrou uma ampla resposta nos corações dos leitores. Pela primeira vez na literatura russa, N.M. Karamzin mostrou uma pessoa viva com seus sentimentos e experiências naturais. A expressão "até as camponesas sabem amar" foi percebida pelo leitor como a descoberta de seu próprio mundo de sentimentos e experiências, a capacidade de amar e sofrer.
Iluminismo em seu núcleo, a literatura do século 18 teve um início humanista e satírico. Mas, ao mesmo tempo, atendendo aos requisitos da época, a literatura do classicismo russo criou a imagem de uma nova pessoa - patriota e cidadão. Contribuiu para a afirmação do valor extraclasse de uma pessoa e lutou resolutamente contra as crueldades da servidão.
Teatro. Meados do século XVIII - uma etapa importante no desenvolvimento do teatro nacional. Em 1756, o primeiro teatro de drama profissional russo foi criado em São Petersburgo, baseado em uma trupe de atores de Yaroslavl liderados por F.G. Volkov(1729-1763). F.G. Volkov nasceu em uma rica família de comerciantes em Yaroslavl. As esperanças de seus parentes de envolvê-lo no negócio mercantil não se concretizaram, pois ele viveu desde jovem com a ideia do teatro. Em 1750 F. G. em Yaroslavl, Volkov organizou uma trupe de teatro amador. As apresentações da trupe foram tão bem sucedidas que o boato sobre seu sucesso chegou à capital. Em 1752, os moradores de Yaroslavl foram convocados a São Petersburgo para organizar um teatro público russo. Em 1756, a imperatriz Elizaveta Petrovna emitiu um decreto sobre a criação do Teatro Público Russo, que incluía uma parte significativa da trupe de F.G. Volkov. Neste teatro F.G. Volkov ocupou a posição do primeiro trágico. O famoso poeta e dramaturgo A.P. tornou-se o primeiro diretor deste teatro. Sumarokov. Peça inspiradora de F.G. Volkova cativou o público, mas sua vida foi curta: tendo pegado um resfriado na geada de fevereiro durante uma procissão de máscaras por ocasião da coroação de Catarina II, ele morreu em 1763 aos 34 anos.
Na segunda metade do século XVIII. em São Petersburgo havia teatros livres, amadores e servos. Amplamente conhecidos eram o teatro imperial, o teatro da "pequena corte" (Grão-Duque Pavel Petrovich), o teatro escolar no corpo da nobreza, os teatros da Academia de Artes, o Instituto de Nobres Donzelas. Em 1779, um teatro privado surgiu no prado de Tsaritsyn (campo de Marsovo), dirigido pelo poeta I.A. Dmitrievsky. No palco deste teatro, as peças de D.I. Fonvizin. O teatro não durou muito: em 1783 foi fechado por decreto de Catarina II. As trupes italianas, alemãs e francesas continuaram a florescer na capital do norte.
Em Moscou, apresentações teatrais regulares foram realizadas na universidade pela trupe italiana de D. Locatelli. O teatro era dirigido pelo diretor da Universidade de Moscou M. M. Kheraskov, que escreveu peças para ele. Atores russos também foram convidados para o teatro; entre eles estavam estudantes universitários. Foi neste teatro que ele começou sua carreira como ator (para atuar em peças russas foram recrutados de estudantes), mais tarde o famoso dramaturgo e escritor D.I. Fonvizin. Em 1780, foi inaugurado o Teatro Petrovsky, cujo repertório incluía apresentações de teatro, ópera e balé. Grupos de teatro existiam nas capitais, algumas cidades provinciais.
Um fenômeno peculiar da cultura russa na segunda metade do século XVIII - início do século XIX. foi teatro fortaleza. Performances dramáticas e de ópera foram encenadas com sucesso nos teatros de servos de A.L. Naryshkina, N. S. Titova, G. A. Potemkin, os Yusupovs, os Shuvalovs. Alguns dos teatros da fortaleza, por exemplo, Conde N.P. Sheremetev em Ostankino, Príncipe N.B. Yusupov em Arkhangelsk, eram amplamente conhecidos entre os amantes do teatro. Muitos atores e músicos talentosos se apresentaram no palco da fortaleza; P.I. Kovaleva-Zhemchugova (1768-1803).
Música. Na segunda metade do século XVIII. A vida musical da Rússia mudou drasticamente. Tendo mantido sua aparência original, tornou-se mais europeu. O canto coral das partes está em declínio. Isso se deveu ao aparecimento na Rússia de músicos italianos altamente educados que trouxeram o gênero da música secular para a Rússia.
Na virada dos séculos XVIII-XIX. na cultura da canção russa, uma canção folclórica tomou um lugar firme, tendo adeptos em todos os setores da sociedade. Nessa época, o poeta G.R. Derzhavin disse: "A era das canções". Na vida cotidiana, cantavam-se canções "pessoas comuns", "livristas", russas, ciganas, camponesas, urbanas, amadores e profissionais, "russas" e importadas do Ocidente.
No final do século XVIII. apareceu um gênero canção lírica de câmara (romance), cujo texto geralmente é emprestado da poesia russa. O auge desse gênero está associado ao trabalho de dois notáveis ​​músicos russos - F.M. Dubyansky e O.A. Kozlovsky. F.M. Dubyansky entrou para a história da arte russa como autor de apenas seis romances, mas que são os ápices desse gênero. Seus romances são um mundo de experiências íntimas, combinando sofisticação e emotividade aberta, que era então muito valorizada pelos amantes da música. F.M. Dubyansky "acordou famoso" após o romance sentimental que compôs "The Dove Dove Moans" aos versos de I.I. Dmitrieva:
A pomba azul geme;
Ele geme dia e noite;
Seu amiguinho fofo
Voou para longe por muito tempo.
Ele não chora mais
E o trigo não bica;
Tudo é triste e triste
E silenciosamente derrama lágrimas.
"Dove Dove" é cantada na Rússia até hoje.
O.A. Kozlovsky foi o autor de música sinfônica, teatral, de câmara, marchas. Polonês por nacionalidade, ele veio para a Rússia ainda jovem, e na Rússia seu talento como músico foi totalmente revelado. O compositor participou da guerra russo-turca de 1787-1791. e ascendeu ao posto de primeiro-ministro. Fama alta O.A. Kozlovsky foi trazido um polonaise "O trovão da vitória, ressoe!" para versos de G.R. Derzhavin dedicado à captura da fortaleza turca Izmail pelas tropas russas em 1789. Antes do aparecimento do hino nacional russo oficial "Deus salve o czar!" em 1833 o polonaise foi cantado como o hino nacional. O compositor também escreveu música para poemas de poetas famosos da época - A.P. Sumarokova, Yu.A. Neleditsky-Meletsky, G.R. Derzhavin. O pathos exagerado, o sentimentalismo excessivo de sua música estavam em grande demanda naquela época.
A ópera torna-se o principal gênero musical. O repertório teatral foi dominado pela ópera cômica - gênero especial, uma ópera com diálogo, onde números vocais são intercalados com conversas dos personagens. Servos, ofendidos por seus latifundiários, nobres maus e bondosos, moleiros astutos, moças ingênuas e belas atuavam em óperas. A comédia musical mais amada do século XVIII. tornou-se a ópera M.M. Sokolovsky sobre o texto do escritor A.O. Ablesimov "Melnik - um feiticeiro, um enganador e um casamenteiro" (publicado em 1779 em Moscou, depois em São Petersburgo). O enredo de "The Miller ..." é divertido e simples. Os personagens da peça são o esperto e astuto moleiro Thaddeus, a ingênua garota Anyuta, o sempre briguento casal de camponeses Ankudin e Fetinya, e o belo camponês Filimon. Melnik - o personagem principal da ópera - era realmente um trapaceiro. Ele fingiu ser um feiticeiro todo-poderoso e confundiu completamente a cabeça de seus vizinhos ingênuos. Mas tudo termina com um feliz casamento de Anyuta e seu noivo Filimon. A música da ópera foi composta por M. M. Sokolovsky a partir de canções russas; supõe-se que a partir de 1792 a ópera foi executada com música de E. I. Fomin. Também popular foi a ópera de V.A. Pashkevich às palavras de M.A. Matinsky "St. Petersburg Gostiny Dvor, ou Como você vive, então você será conhecido" (1792).
No último terço do século XVIII, nasceu a escola de compositores russos: os músicos russos criaram uma tradição profissional independente que se tornou parte integrante da cultura artística europeia. Sua formação está associada aos nomes de M.S. Berezovsky, V. A. Pashkevich e I.E. Khandoshkin.
Durante o reinado de Catarina II, a música coral russa começou a se desenvolver em uma direção secular. Nas origens do novo estilo de música coral foi EM. Berezovsky(1745-1777). O ápice de sua busca criativa foi o famoso até hoje concerto "Não me rejeite na velhice", criado na segunda metade dos anos 70. A obra foi baseada no texto do Salmo 70 de Davi do Antigo Testamento "Salmos": "Não me rejeites em tempos de dificuldade; quando minhas forças falharem, não me deixes... Que se envergonhem e desapareçam quem estão em guerra contra a minha alma; cubram-se de vergonha e desonra os que procuram estou irado”. O pathos deste salmo é atemporal. O pathos da oração encontrou sua personificação perfeita nos quatro movimentos do concerto de Berezovsky. A principal característica do concerto é que em todas as quatro partes do concerto, o pensamento geral é "não me rejeite ..", um pedido é uma oração que apela ao Todo-Poderoso. E esse foi o enorme poder emocional do impacto desse trabalho. Com a criação desta obra, M.S. Berezovsky atingiu o ápice da perfeição, conheceu o sucesso e a glória. Entre seus outros concertos corais famosos estão "O Senhor reina!", "No princípio, você, Senhor!", Que Deus ressuscite!, etc.
V.A. Pashkevich(1742-1797) - um dos primeiros compositores de ópera russos. Sua primeira ópera russa "Infortúnio da Carruagem" com texto de Ya.B. Princesa. O enredo da ópera tinha um significado anti-servo: para comprar uma carruagem da moda, o proprietário de terras queria vender seu servo como recruta. Os compositores de óperas cômicas sempre tiveram um problema: quais linhas do libreto deveriam ser musicadas e quais linhas deveriam ser mantidas para os diálogos conversacionais dos personagens. V.A. Pashkevich encontrou um princípio simples, mas eficaz, de correlação entre música e gêneros de conversação. Com esta ópera nasceu o teatro musical nacional. O melhor trabalho de Pashkevich é a ópera "St. Petersburg Gostiny Dvor" (outro nome é "Como você vive, então você será conhecido", 1792) baseado na comédia de M.M. Matinsky. Esta é a primeira ópera em que a vida dos mercadores é mostrada. Os costumes desse ambiente não causavam muita simpatia por Matinsky, que descrevia vícios como ganância, tendência a enganar e trapacear, malícia e traição. A essência da trama é a seguinte: o comerciante Skvalygin casa sua filha Khavronya com o oficial Kryuchkodey. Juntamente com seu futuro genro, ele embarca em todo tipo de fraude - falsifica documentos comerciais, engana as pessoas. Caracteres negativos são contrastados com os positivos: comerciante Khvalimov, oficial Pryamikov. No final, os truques de Skvalygin e Kryuchkodey são expostos, a justiça triunfa. V.A. Pashkevich também esteve nas origens do desenvolvimento da música sinfônica nacional russa. Ele foi um dos primeiros a tentar na música orquestral de suas óperas incorporar o som original dos instrumentos folclóricos russos - trompas, flautas, balalaikas, gusli.
IE Khandoshkin(1747 - 1804) - "Russian Paganini" - conhecido como um violinista com dados técnicos únicos, como um notável compositor e professor, como maestro e colecionador de canções folclóricas. A sua herança criativa inclui dezenas de obras. Seu pai era um servo, mas, tendo recebido a liberdade, em 1740 se estabeleceu em São Petersburgo. Aos 13 anos, ele foi matriculado na orquestra de Oranienbaum como aluno de violinista, depois transferido para a trupe de músicos da corte. Desde 1762 I.E. Khandoshkin é nomeado chefe da orquestra de balé da corte. anos 70-80 — o período da atividade de execução mais intensiva. Toda a sua vida ele se dedicou a um instrumento - o violino. Durante esses anos, ele escreveu suas primeiras composições. Sua técnica de execução era muito alta; não havia violinista igual a ele naquela época. IE Khandoshkin conseguiu trazer elementos de tecnologia para sua performance, vindos de tradições instrumentais nacionais. Ele escreve um ciclo grandioso de 40 variações sobre o tema do folclore "Kalinushka", durante a apresentação da qual mostra uma grande variedade de técnicas de atuação. Em sua música, pela primeira vez, houve uma fusão orgânica da linguagem instrumental europeia e do folclore russo.
Outro grande compositor do final do XVIII - o primeiro quartel do século XIX. foi D.S. Bortnyansky(1751-1825). O desenvolvimento da música da igreja está associado ao seu nome. Ele nasceu na cidade de Glukhov, de onde a capela da corte atraiu reabastecimento jovem. Aos 7 anos ele veio para São Petersburgo e foi dado para estudar na Capela de Canto da Corte. A própria imperatriz Elizaveta Petrovna chamou a atenção para o menino talentoso e, aos 17 anos, ele foi aposentado para a Itália, onde permaneceu por 10 anos. Escreveu óperas, sonatas e cantatas. Ao chegar à Rússia, foi nomeado maestro do coro da corte. anos 80 - criatividade genuína. No reinado do imperador Pavel Petrovich, em 1796, B. foi nomeado diretor do coro da corte. As principais realizações de D.S. Bortnyansky estão associados à música coral da igreja polifônica. Ele seguiu o caminho do classicismo musical. A capela da corte foi composta pelas melhores vozes da Rússia, performance coral conduzida por D.S. Bortnyansky foi levado à perfeição do desempenho. O principal é D.S. Bortnyansky se opôs vigorosamente à licenciosidade do canto que reinava nas igrejas ortodoxas, quando árias de óperas italianas foram introduzidas no canto da igreja. Ele estabeleceu a ordem no canto da igreja. Sua música não contém aqueles dispositivos espetaculares e artificiais que poderiam entreter o adorador.
O legado musical do compositor inclui 35 concertos para coros de quatro vozes e 10 concertos para dois coros. As obras do compositor surpreendem com uma variedade de sentimentos e humores. Há concertos solenes, festivos, majestosos e épicos. O mais poético é o concerto N 25 "Nunca nos calemos", o concerto N 32 "Diga-me, Senhor, minha morte", N 7 "Querubim". Ele também escreve a ópera "A Festa do Senhor" com o libreto do Conde G.I. Chernyshev, "The Falcon" ao libreto de Lafermière, sua melhor ópera "Rival Son, or New Stratonic" ao texto de Lafermière. Amplamente conhecida era sua canção "The Singer in the camp of Russian Soldiers" com as palavras de V.A. Zhukovsky.
Música D. S. Bortnyansky teve um enorme impacto na formação da escola musical russa, no trabalho de compositores ao longo do século XIX.
Um dos principais sinais da vida musical da Rússia foram os concertos públicos. Em São Petersburgo, eles são realizados regularmente desde os anos 70 e, nos anos 80, começou o verdadeiro florescimento da vida dos concertos. Virtuoses com nomes europeus conhecidos se apresentaram no palco - Abbot Vogler, pianista I.V. Gesler, cantor L.R. Toddy, cravista J.G.W. Palshau e muitos outros músicos famosos.
E, no entanto, a principal fonte da formação dos gostos musicais dos russos foi a música caseira. Eles tocavam muito e de bom grado em propriedades rurais, em salões da alta sociedade de São Petersburgo e em apartamentos modestos da cidade.

Balé. Em meados do século XVIII. balé ganhou grande fama na Europa. A trupe de balé da corte real francesa era famosa, as cortes reais da Europa e a aristocracia européia aspiravam a ter trupes de balé. Numerosos dançarinos e professores de dança encontraram facilmente trabalho. O traje de balé feminino ficou muito mais leve e livre, as linhas do corpo foram adivinhadas sob ele. Os dançarinos abandonaram os sapatos com salto, substituindo-os por sapatos leves sem salto. O figurino masculino também ficou menos pesado: calças justas até os joelhos e meias também permitiam ver a figura do dançarino. Cada inovação tornou as danças mais significativas e a técnica de dança mais elevada. Em meados do século XVIII. na Europa, o balé gradualmente se separou da ópera e se tornou uma arte independente. Na Europa, a escola de balé francesa era famosa por sua graça e plasticidade, mas era caracterizada por uma certa frieza, formalidade de atuação. Assim, coreógrafos e artistas buscavam novos meios de expressão.
Na Rússia desde a primeira metade do século XVIII. o balé foi inculcado por coreógrafos e professores de dança da Áustria, Itália e França. Em 1759-1764. os famosos coreógrafos austríacos F. Hilferding (1710–1768) e o italiano G. Angiolini (1731–1803) trabalharam na Rússia. Eles encenaram balés sobre temas mitológicos. Em particular, em 1772, o balé "Semira" foi encenado com base na tragédia do escritor russo A.P. Sumarokov. Possuindo seu rico folclore de dança, a Rússia acabou sendo um terreno muito fértil para o desenvolvimento do teatro de balé. Compreendendo a ciência ensinada por estrangeiros, os russos, por sua vez, introduziram suas próprias entonações na dança estrangeira. O interesse pelo balé estava em constante crescimento. A primeira escola de balé na Rússia foi aberta em São Petersburgo em 1738. Em 1773, um departamento de balé foi aberto no Orfanato de Moscou - o precursor e fundação da Escola Coreográfica de Moscou. Um de seus primeiros professores e coreógrafos foi o austríaco L. Paradis. Deve-se notar que a trupe de Moscou, criada como pública, era mais democrática e independente do que a trupe oficial de São Petersburgo. Desde então, duas escolas começaram a tomar forma na pátria da arte do balé: Petersburgo- imperial, rigoroso, acadêmico e Moscou- mais democrático, poético, comprometido com a comédia e os balés de gênero. Essas diferenças existem até hoje. O balé de São Petersburgo se distingue pelo rigor clássico e academicismo, enquanto o balé de Moscou se distingue pela bravura, saltos poderosos e atletismo. Em 1776, uma empresa de ópera e balé (Teatro Petrovsky) do príncipe P. V. Urusov e seu companheiro inglês M. G. Medox foi aberta em Moscou, que mais tarde se tornou a base para a criação da trupe de balé do Teatro Bolshoi . Em São Petersburgo, o primeiro Teatro Bolshoi público (Pedra), mais tarde o Teatro Imperial Mariinsky, foi inaugurado em 1783. Em 1803, sua trupe de balé separou-se da ópera, assumindo uma posição privilegiada entre outros gêneros teatrais.

Na segunda metade do século XVIII. O balé russo se desenvolveu no mainstream geral do teatro do classicismo. O ideal da estética do classicismo era a "natureza enobrecida", e a norma de uma obra de arte era a proporção estrita, expressa na forma de três unidades - lugar, tempo e ação. Dentro dessas exigências normativas, o centro da ação tornou-se uma pessoa, seu destino, suas ações e experiências, dedicados a um objetivo, marcado por uma única paixão que tudo consome. O gênero do balé da tragédia heróica correspondia aos princípios básicos do classicismo. Na segunda metade do século XVIII. em São Petersburgo, os balés foram encenados pelo austríaco F. Hilferding, os italianos G. Canziani, G. Angiolini. Essas performances, com seus conflitos agudos e ação detalhada, foram
novo no cenário russo. Mas o coreógrafo mais famoso foi o italiano J. Solomonini, que trabalhou em Viena com o próprio J. Nover - um inovador coreógrafo francês que substituiu o balé "divertissement" por um balé "eficaz" com um enredo claramente definido, com música especialmente escrita, com uma composição harmoniosa de danças. No palco russo, Solomonini promoveu os balés de Nover. Em particular, em 1800, no Teatro Petrovsky, ele encenou o balé Medea e Jason, de Nover. No mesmo ano, encenou sua própria produção de "Vain Precaution" na coreografia de J. Dauberval (chamou-se "The Deceived Old Woman", 1800).
No final do século XVIII. trupes de servos apareceram nas propriedades dos Sheremetevs (Kuskovo, Ostankino), Yusupovs (Arkhangelskoye) e outros perto de Moscou. Naquela época, São Petersburgo e Moscou tinham cortes e teatros públicos. Grandes compositores estrangeiros, coreógrafos (os italianos F. Morelli, P. Pinyuchi, J. Solomoni e outros) e intérpretes estrangeiros trabalharam neles. Mas já havia dançarinos russos maravilhosos - A. S. Sergeeva, V. M. Mikhailova, T. S. Bublikov, G. I. Raikov, N. P. Berilova.

Convidamos você a ler o artigo de Jan Kusber "De que conhecimento um nobre precisa para viver? Discursos educacionais provinciais e metropolitanos da segunda metade do século XVIII e início do século XIX". O artigo fala sobre as preferências da nobreza russa da capital e da província no campo da educação na segunda metade do século XVIII.

Jan Kusber. Que conhecimento um nobre precisa para a vida? Discursos educacionais provinciais e metropolitanos da segunda metade do século XVIII e início do século XIX.

A história da nobreza russa tem sido uma descrição de seu atraso 1 . Os editores executivos desta coletânea referem-se a Mark Raeff, que há mais de quatro décadas acreditava que a nobreza do Império Russo era incapaz de formar um espólio que se definisse por meio de direitos comuns e identidade de grupo 2 . Pode-se acrescentar: incapaz, ao contrário das sociedades nobres da Europa Ocidental e Central. Claro, em outras regiões e estados da Europa, a nobreza era diversa e heterogênea. No entanto, a história da nobreza no Império Russo é descrita como uma história de deficiências. É improvável que pesquisas alinhadas a essa tradição tragam novas descobertas. O “caminho para as províncias” e o olhar para os mundos-da-vida regionais (Lebenswelten) com as suas diferenças significativas na esfera económica, nas práticas culturais, com o estriamento étnico, ao mesmo tempo que formam identidades imperiais, é sem dúvida uma alternativa aos clichés interpretativos frequentemente utilizados 3 .

Interesse ou imunidade à educação?

A visão de M. Raeff, apresentada em seu trabalho de revisão, não estava voltada para a "província". Por sua vez, o conceito de “província”, embora associado a uma determinada imagem, é difícil de definir de forma inequívoca. Involuntariamente, aparece um idílio longe da realidade, chamado por Ivan Alexandrovich Goncharov Oblomovka, e no romance Besy de Fyodor Mikhailovich Dostoiévski, é um lugar de conflito, cujas raízes profundas Raeff também explorou em suas obras. No entanto, trata-se de uma província imaginária do século XIX, cuja imagem é transferida por Raeff para o século XVIII. Para o século 18, "província" é um conceito ainda mais vago. Numa época em que, como resultado das reformas de Pedro, o Grande e da transferência da capital de Moscou para São Petersburgo, novos valores e normas estavam sendo estabelecidos e um centro geograficamente novo do império estava sendo criado 4 , o problema da "província" se manifestou mais claramente 5 . No final do século XVIII, uma estada em Moscou para "nobres" já podia ser associada a uma estada nas províncias 6 . No entanto, com a ajuda do modelo "centro-periferia", dificilmente é possível aproximar-se da compreensão do fenômeno da província, principalmente se for visto pelo prisma dos mundos da vida.

Raeff conecta o surgimento da chamada intelligentsia na Rússia com o problema de um Estado poderoso e uma sociedade passiva. Suas marcas eram tanto a erudição quanto a oposição ao Estado. Ao mesmo tempo, Raeff fala de certo distanciamento da nobreza da educação no século XVIII 7 . Para cumprir suas tarefas multiplicadoras na segunda metade do século, o Estado precisava de funcionários integrados à Tabela de Graus. Para sua promoção oficial e social, bem como para o desempenho qualificado de funções oficiais, era necessário, segundo Catarina II e - no reinado de Alexandre I - Mikhail Mikhailovich
Speransky 8, educação relevante. O fato de a nobreza, e principalmente a nobreza provincial, ainda no século XIX, olhar para isso de forma diferente, ou melhor, ter uma ideia própria de quais conhecimentos precisavam para o serviço e que tipo de educação corresponde à vida nobre, Susanne Schattenberg mostrou claramente em seu estudo recentemente publicado.

Shattenberg analisa as autobiografias de funcionários do governo da primeira metade do século XIX, que sentiram seu atraso no contexto das Grandes Reformas e sentiram a necessidade de refletir sobre sua carreira de serviço. O pesquisador conseguiu criar uma biografia coletiva reconstruindo a autoconsciência dos oficiais-nobres: o papel decisivo para eles é desempenhado pelo “senso de honra” de um representante das autoridades da província, as chances de promoção, ideias sobre a necessidade de educação para realizar o serviço. O fator geracional também foi de importância fundamental: quanto mais cedo as memórias foram escritas, mais claramente refletiam a satisfação dos funcionários com seu serviço. Shattenberg conseguiu reviver a sociedade das províncias russas daqueles anos. As esperanças e medos, o modo de pensar e os mundos de vida de seus protagonistas tornam-se tangíveis.

Aqui deve-se retornar ao ponto de partida - a época chamada por Reinhart Koselleck "o ponto de virada" (Sattelzeit), o limiar das épocas, que caiu no século entre 1750 e 1850 10 - e perguntar como a nobreza imaginava a educação na segunda metade do século XVIII. Que conhecimento, do seu ponto de vista, era necessário e como poderia ser adquirido? Nesse caso, deve-se levar em conta a diferença entre os benefícios pelo serviço e as ideias dos nobres sobre si mesmos. O interesse fundamental do Estado no século XVIII, sobretudo no contexto da política de Catarina II, era atrair a nobreza para o serviço. A legislação foi para a nobreza, para cuja fragmentação havia contribuído anteriormente. Por um lado, aboliu-se o serviço obrigatório e, por outro, na Carta de Reclamação à Nobreza de 1785, consolidaram-se e ampliaram-se os direitos e privilégios da nobreza.

Assim, o Estado tentou apoiar o interesse dos nobres no serviço voluntário, que era uma necessidade econômica para muitos deles. Tudo isso tornou-se repetidamente objeto de pesquisa e discussão. Por muito tempo na historiografia, em relação à província, dominou a caracterização de Dietrich Geier, designando-a com a fórmula "sociedade como instituição estatal" 11 . Estudos baseados em conceitos histórico-culturais e estudando tanto a esfera política quanto os espaços comunicativos em que se fazia a busca de compromissos mostraram não apenas a simplificação da avaliação de Guyer, mas também a futilidade da busca por uma sociedade local no século XVIII. Essas buscas concentravam-se na esfera das reuniões da nobreza ou do trabalho das ordens de caridade pública 12, limitadas em certa medida por descrições de lacunas e deficiências que jogavam nas mãos do velho paradigma do atraso. No entanto, parece-me apropriado, neste contexto, referir-me à "dimensão temporal especial" da história russa 13 .

Por outro lado, não apenas os historiadores que estudaram a nobreza russa do século XVIII usaram comparações diacrônicas e sincrônicas, mas os próprios contemporâneos recorreram a elas. Eles olharam para seus mundos de vida e tentaram determinar o que era exigido deles em condições de mudança e como deveria ser a vida nobre. Ao fazê-lo, voltaram o olhar para a história das suas famílias, para a região em que viviam e onde se situavam as suas propriedades. Indo para a guerra ou para a corte imperial, eles comparavam seu antigo ambiente com os novos espaços, paisagens e modos de vida que foram apresentados em novas circunstâncias. No entanto, mesmo sabendo apenas de boatos sobre a vida da nobreza em São Petersburgo ou Moscou, eles comparavam informações - rumores, ordens, manifestos - para integrá-los ao seu cotidiano. Focalizando as provisões teóricas da história cultural, que enfatizam que a comunicação é um processo de encontrar um compromisso e uma forma de representação, esse processo pode ser atribuído às constantes fundamentais da atividade humana.

Diálogo entre a autocracia e a nobreza sobre os benefícios e necessidades da educação

Os historiógrafos abordaram repetidamente os problemas da sustentabilidade das tradições no modo de vida nobre ao longo do século XVIII. O desafio do Estado a estas tradições e a necessidade de lhe responder de alguma forma, que surgiu entre a nobreza provincial, tornou-se evidente o mais tardar com a convocação da Comissão Legislativa de Catarina. Agora, diferentemente da época de Pedro, o Grande, os nobres eram reunidos e ouvidos. O “diálogo” da imperatriz 14 não foi de forma alguma conduzido por ela unilateralmente, e os historiadores deveriam se interessar pelas formas de representação da nobre autoconsciência apresentadas em seu curso. O mesmo se aplica aos discursos de educação da nobreza, formulados quase simultaneamente pela imperatriz e pelos nobres da capital próximos à corte imperial 15 .

No entanto, se nos perguntarmos que lugar a educação e a formação ocupavam nas reflexões da nobreza provincial na segunda metade do século XVIII sobre como deveria ser a educação pessoal de um fidalgo, então, como primeira aproximação, a resposta pode ser encontrado nas instruções recebidas pelos deputados da Comissão sobre a elaboração de um novo Código. As ordens das elites locais eram uma reação à Grande Ordem de Catarina II, e a questão da educação, em comparação com outros complexos temáticos, não era central nelas.

Dificilmente é possível determinar até que ponto os deputados eleitos estavam familiarizados com a Grande Ordem de Catarina II e quem em geral no Império Russo tinha uma ideia sobre ela. Embora em 1767 a Imperatriz tenha ordenado que a sua Grande Ordem fosse enviada a todas as províncias e lida em voz alta em determinados dias 16 (procedimento que também se praticava para outros decretos), nada sabemos até ao momento sobre a implementação desta ordem no província. No entanto, pode-se argumentar que houve certa recepção: os deputados encaminhados à Comissão receberam instruções de seus constituintes, nas quais foram formulados temores, queixas e anseios. Algumas das ordens continham referências diretas a certas seções da Ordem da Imperatriz.

Em geral, os deputados da Comissão dispunham de mais de 1.600 despachos - e estes são apenas os que conhecemos. Não há edição crítica completa dos pedidos. As questões educacionais foram consideradas de perto em cerca de 80 ordens, o que indica a baixa importância desse tema em relação a outros problemas. Não é surpreendente, dada a superioridade numérica dos nobres na Comissão, que o tema da educação e educação figurasse principalmente nas ordens dos nobres deputados. No total, 223 representantes da nobreza foram eleitos para a Comissão, seguidos por 168 representantes da classe mercantil, 42 representantes de single-dvortsy, 20 representantes de camponeses estatais - os dois últimos grupos tiveram o direito de representar mais de 90 por cento da população do Império Russo pertencente ao setor agrário da economia (excluindo os servos). A Comissão também incluiu 42 deputados de estrangeiros - povos não russos da região do Volga e da Sibéria, 35 representantes dos cossacos e 29 representantes de instituições estatais centrais. Além disso, é impressionante que 35 representantes de um grande grupo de raznochintsy participaram da Comissão. O clero foi representado por apenas dois bispos membros do Sínodo 17 .

Juntamente com a própria Comissão, que recebeu séria atenção na literatura, as ordens dos deputados foram muitas vezes consideradas na historiografia como fontes sobre a história social e a história cultural do Império Russo. Os temas centrais desses estudos foram principalmente questões sobre o papel da nobreza e dos citadinos na economia e na administração pública, bem como a relação entre proprietários e camponeses, considerada principalmente retrospectivamente em conexão com a abolição da servidão em 1861 18 . A Imperatriz excluiu quase completamente os problemas da servidão do Grande Castigo, denotando assim a inconveniência de discutir este tema no âmbito da Comissão. No entanto, os deputados constantemente se voltavam para ela em suas discussões. Tendo como pano de fundo outros temas considerados dignos de pesquisa, a questão da educação até agora foi abordada apenas em um artigo de Maya Dmitrievna Kurmacheva 19 . Seguindo a tradição da historiografia soviética, o autor acredita, em particular, que a nobreza, como classe dominante reacionária, buscou bloquear a discussão da questão do acesso à educação em nome de seus privilégios estamentais.

Os deputados às vezes recebiam vários mandatos. No entanto, a composição dos deputados mostra claramente que o número de ordens da nobreza superou significativamente o número de ordens dos citadinos, apesar das diferenças regionais nos deputados.

Apesar de eventuais referências à falta de equipamentos educacionais, o tema da educação tem sido discutido em outros contextos. 25 ordens para deputados nobres contêm indícios de que alguns nobres nem sequer podiam assinar a própria ordem, pois não sabiam ler nem escrever 20 . Maior ainda foi provavelmente o número daqueles para quem os comissários assinavam, ou os chamados analfabetos funcionais, ou seja, aqueles que só sabiam escrever o próprio nome 21 . Ao mesmo tempo, nas ordens da nobreza não se questionava a importância da educação, da formação e da educação, pelo contrário, se reconhecia sua necessidade e validade. No entanto, as opiniões divergem sobre a questão das formas das futuras instituições educacionais e do conteúdo da educação. As ordens da nobreza de Pskov expressavam otimismo em relação à educação, que não era inferior em seu pathos aos projetos dos iluministas e Ivan Ivanovich Betsky, que compilou para Catarina os planos de treinamento e educação mais avançados para aquela época, que foram então publicados e acessível aos contemporâneos 22. A nobreza de Pskov expressou o desejo de estabelecer ginásios em todas as cidades às custas dos próprios nobres. Em tal instituição, os filhos da nobreza receberiam, apesar de todos os custos, educação que os estimularia a continuar no serviço militar ou civil como "pessoas bondosas e esclarecidas". Como resultado, "o conhecimento se desenvolveria na Rússia em muito pouco tempo" 23 e compensaria seu atraso no campo da educação. A demanda dos nobres de Pskov para abrir ginásios como escolas secundárias pode ser explicada pela proximidade com as províncias bálticas, que, embora pertencessem ao Império Russo após o Tratado de Nystadt (1721), tinham diferentes tradições educacionais. Já existiam ginásios aqui em todas as grandes cidades, então os deputados do Báltico, por exemplo, os nobres da Livônia, insistiram em abrir novos.

Em geral, pode-se afirmar com segurança que o corpo de cadetes em São Petersburgo foi o modelo aos olhos da nobreza 25 . O que antes era evidenciado pelo aumento da demanda e pelo aumento do número de alunos cadetes (também em comparação com outros corpos), agora se expressava abertamente. Assim, por exemplo, a nobreza de Moscou, instruindo seu vice Pyotr Ivanovich Panin, anunciou seu desejo de ter não apenas um corpo de cadetes, como em São Petersburgo, mas também uma instituição educacional estatal fechada para jovens nobres 26 seguindo o exemplo do Smolny Instituto. Esta ordem permaneceu, no entanto, a única de seu tipo. Se traçarmos como os mandatos da nobreza foram distribuídos territorialmente, em que a educação foi mencionada em um contexto ou outro, verifica-se que Moscou e províncias pouco russas predominaram entre eles 27 . Em suas ordens, os nobres dessas regiões citaram argumentos gerais condizentes com os interesses do Estado, e também apelaram às tradições locais. A ordem de Sumy enfatizou que a criação de instituições educacionais não só para filhos da nobreza, mas também para crianças de outras classes beneficiaria a pátria: ignorância, corrupção moral, superstição e cismas (!) - todos esses fenômenos perigosos para as pessoas seriam desaparecer 28. A educação para o benefício do Estado como um todo e para o benefício de cada pessoa estava entrelaçada em um único todo. O cisma mencionado na ordem, que, com toda a probabilidade, significava listras confessionais nas regiões ucranianas, permaneceu sem explicação. A retórica iluminista foi acompanhada por uma condenação das qualidades negativas de uma pessoa sem instrução. Os compiladores do mandato de Akhtyrka exigiram que o collegium de Kharkov, que adotou a tradição educacional jesuíta-latina da Academia de Kyiv, não apenas ensinasse os filhos da nobreza local, mas também expandisse as disciplinas educacionais em detrimento dos assuntos civis e militares 29 . As encomendas das regiões ucranianas expressavam não apenas o desejo de ter escolas locais para os nobres que não dispunham de fundos para a dispendiosa educação privada ou pública 30 , mas também a exigência de abrir uma universidade. A nobreza de Nezhin e Baturin sugeriu a criação de uma universidade na mesma região onde Kirill Grigoryevich Razumovsky e Grigory Nikolayevich Teplov já planejavam inaugurar 31 . A necessidade de formação superior foi justificada pela necessidade de aplicar as conquistas da ciência na administração pública. Em termos modernos, os nobres de Nizhyn e Baturin derivaram seu argumento da frutífera combinação de ciência e ensino. Além disso, utilizaram os conceitos-chave do discurso educacional: a necessidade de melhorar a moralidade e explicar à geração mais jovem que sem educação não pode haver soldado valente, oficial de Estado sábio, juiz justo e chefe de família prudente 32 .

Inequívoca nas ordens da nobreza era a exigência de estabelecer instituições de ensino nobres exclusivas não apenas na forma de edifícios, mas também na forma de escolas locais, que, conforme indicado na ordem da nobreza Kaluga, deveriam estar subordinadas ao cortes nobres 33 . O financiamento da educação foi proposto tanto à custa de fundos próprios como à custa do Estado 34 . O conteúdo dos programas educacionais propostos dependia das ideias dos compiladores de ordens. Nos casos em que os autores foram guiados pelos ideais da educação universal, como se pode ver, por exemplo, em algumas ordens da província de Moscou ou da Ucrânia, a preferência (se o cânone educacional foi assinado) foi dada a um currículo que estava próximo do programa do corpo de cadetes e tornou possível estudar mais adiante. Era sobre línguas, aritmética, geografia e geometria, assim como esgrima e dança 35 . Outros mandatos incluíam itens necessários para frequentar uma universidade ou estudar no exterior 36 . Muitas vezes foram feitas propostas, segundo as quais os conhecimentos adquiridos deveriam ter garantido o ingresso imediato no serviço, pelo menos no posto de oficial. Tais propostas foram levadas em consideração por instituições de ensino já em funcionamento na época. No entanto, aqui a educação, que pretendia, segundo a ideia, ascender na escala social 37, adquiriu, pela exclusividade de classe das instituições de ensino propostas, a função de barreira social que protegia a classe nobre dos "arrivistas".

A heterogeneidade de ideias se manifestava na questão de quais grupos da população poderiam, na opinião da nobreza, ter acesso à educação. Nas ordens da nobreza de Serpukhov, tratava-se de escolas para a nobreza, bem como para funcionários e crianças de mercadores, que deveriam aprender pelo menos aritmética, geometria, alemão e francês 38 . Os nobres Sumy mencionados acima falaram a favor da criação de instituições educacionais separadas para crianças de origem não nobre, por analogia com escolas que já existiam em outras cidades. As instituições de ensino da Universidade de Moscou 39 foram especialmente mencionadas, o que atesta o reconhecimento da universidade e seu ginásio como instituições de ensino para crianças de origem não nobre.

Apoiadores convencidos do estabelecimento de escolas camponesas nas fileiras da nobreza do distrito de Dmitrovsky. O seu despacho dizia que era necessário convencer os proprietários a financiar um professor por cada 100 famílias para ensinar as crianças camponesas a ler, escrever e contar, de que os próprios proprietários acabariam por se beneficiar - inclusive em termos de disciplina social 40 . A questão da filiação social dos professores não foi especificamente discutida. É óbvio que o clero estava representado em seu papel, que foi inequivocamente mencionado na ordem da nobreza de Yamburg da província de São Petersburgo: foi proposta a organização de escolas para crianças camponesas nas igrejas 41 . Observo que o estabelecimento de tais escolas de forma voluntária já estava previsto no Regulamento Espiritual de Pedro I em 1721. Propostas semelhantes também estavam contidas nas ordens dos nobres Krapivensky e Pskov, que ao mesmo tempo prestaram atenção ao fato de que os representantes do clero não tinham os pré-requisitos para dar uma boa educação. Antes que o clero comece a ensinar conhecimentos elementares às crianças camponesas, eles devem se tornar bons professores 42 . Este "instantâneo" mostra que, na maioria dos casos, a nobreza provincial estava interessada em instituições educacionais exclusivas da propriedade.

Se levarmos em conta o número de ordens da nobreza em que a questão da educação (para o próprio ou para outros grupos sociais) não foi levantada e onde nem mesmo ideias gerais sobre o sistema escolar apareceram, torna-se evidente que a governo recebeu da nobreza considerações e desejos específicos para suas atividades legislativas, mas entre eles não havia ideias inovadoras.

Sem dúvida, isso se deveu ao fato de que, no início do reinado de Catarina II, a educação e os ideais educacionais como tópicos especiais eram apresentados nos discursos provinciais em menor medida do que na capital. Iniciativas já surgiram nas capitais que se tornaram fruto da recepção de ideais iluministas e voltadas para a superação das barreiras de classe na educação. Plano I.I. Betsky, que previa a criação de "crianças de ambos os sexos", era ambiciosa e utópica em seus objetivos 43 . Na prática, revelou-se irrealizável, como demonstrou a experiência das instituições de seguridade social e educação por ele dirigidas. Pode-se supor que, ao convidar a nobreza provincial a participar do trabalho da Comissão, Catarina elevou a fasquia muito alta. A terminologia, como mostrou o trabalho de Ingrid Schirle 44 e outros, era nova em muitos aspectos, e com ela (ainda que não em todos os casos) o conteúdo também era novo. Nesse sentido, o trabalho da Comissão significou também uma busca de entendimento mútuo sobre quem fala sobre o quê e em que contexto. Assim, no diálogo entre a imperatriz e a sociedade nobre havia elementos de mal-entendido e mal-entendido. No entanto, nas vozes da nobreza brevemente apresentadas acima, é bem visível o momento de estabelecimento das diferenças. O desejo dos nobres de se dissociarem socialmente das demais classes do império foi importante para a autopercepção dos nobres 45, independentemente de se pretender ou não estender o privilégio da educação a outros grupos sociais do império. Consequentemente, Catarina II, como legisladora, deveria saber dos preconceitos dos nobres em relação ao sistema de ensino laico, construído sobre o princípio de todos os estamentos.

Interesse em educação e formas de educação na província

Um indicador do interesse da nobreza pelo campo do saber e da erudição que lhe era fornecido pelo Estado era o apoio às escolas estabelecidas pela classe alta. No âmbito da reforma provincial de 1775, as ordens públicas de caridade receberam um capital inicial de 15.000 rublos, cujos recursos seriam usados ​​para a construção e manutenção de escolas para "estimular o desenvolvimento da economia local" e, como resultado, apenas indiretamente investido na manutenção de escolas e outras instituições de caridade pública, contrariando o sistema de financiamento previsto pela reforma provincial 46 .

A exceção desde o início foi a capital São Petersburgo com sua função de "laboratório experimental". Aqui, Catarina contribuiu pessoalmente para o sucesso na organização das escolas, colocando à disposição das escolas estatais seculares parte das receitas recebidas das taxas portuárias 47 . Este exemplo foi paradigmático no sentido de que o financiamento de pequenas escolas públicas foi cada vez mais transferido para cidades individuais e suas comunidades. A participação poderia ser esperada tanto de dumas quanto de governos municipais, guildas de comerciantes ou nobres locais, uma vez que pequenas escolas públicas estavam localizadas diretamente no terreno, e não em uma cidade provinciana remota por várias centenas de quilômetros. Pelo contrário, o financiamento das principais escolas públicas foi feito principalmente à custa de encomendas públicas de caridade 48 . Esses modelos de financiamento pareciam diferentes, dependendo do potencial econômico dos respectivos grupos sociais e do tamanho das escolas 49 . Na província de Tver, por exemplo, graças à rica ordem de caridade pública e à nobreza relativamente rica, a principal escola pública, com seu pequeno número de alunos, não passava por necessidades financeiras. Em 1800-1801, a nobreza e os comerciantes da cidade de Tver arrecadaram 27.398 rublos em favor das escolas estaduais seculares. O volume de somas arrecadadas excedeu quase o dobro das receitas da ordem de caridade pública de Tver (15.000 rublos) durante o período especificado 50 . De acordo com a carta da escola, seu orçamento previa a alocação de 1.500 rublos para salários, materiais e despesas correntes para a escola pública principal, 210 rublos para uma escola pública de uma classe e 500 rublos para uma de duas classes. Em 1801, na província de Tver, havia uma escola pública principal e 12 escolas públicas de uma classe, cuja manutenção exigia, portanto, 4.020 rublos por ano. Assim, mesmo a partir das somas de dinheiro alocadas pela ordem, os reparos necessários poderiam ser realizados. É claro que a nobreza e os comerciantes não demonstraram tanta generosidade em todos os lugares. Na província de Ekaterinoslav (Novorossiya) em 1791, uma ordem de caridade pública dirigiu-se às elites locais com um apelo para doar para o estabelecimento de escolas. Enquanto a nobreza de Poltava conseguiu coletar 11.000 rublos, nas cidades de Elizavetgrad e Yekaterinoslav o resultado foi negativo. A nobreza destas cidades referia-se à impossibilidade de prestar assistência financeira, justificando a sua recusa pelos prejuízos económicos que lhes foram infligidos pela guerra com o Império Otomano 51 . Por iniciativa da ordem pública de caridade Vyatka, foram coletadas doações no valor de 3.000 rublos para comprar uma casa para a principal escola pública. Um ano depois, apenas dois terços dos fundos necessários foram recolhidos, em conexão com os quais o governador decidiu introduzir um imposto especial de 2 copeques para cada alma de revisão masculina. No entanto, apesar dessas medidas adicionais, em 1794 a ordem de Vyatka publicou um segundo apelo à nobreza, pedindo doações para apoiar as escolas 52 . Via de regra, as doações vinham de pessoas físicas 53 .

A exceção foi a assembléia nobre da província de Kazan, que assumiu uma obrigação voluntária - a todos os proprietários de terras a doar 10 copeques por cada alma masculina de servos em favor das escolas provinciais. Como resultado dessa ação, quase 3.000 rublos foram coletados 54 .

Outro indicador muito mais significativo em relação ao apoio financeiro das escolas foi a frequência real das instituições de ensino por crianças nobres. O financiamento das escolas pela nobreza podia depender diretamente das expectativas de Catarina, claramente indicadas pela imperatriz e trazidas ao conhecimento dos nobres. No entanto, para uma carreira pessoal ou para a autopercepção, o fator decisivo foi a prontidão da nobreza para educar sua geração mais jovem em escolas mistas. Até certo ponto, isso possibilitou à nobreza resistir da forma comum nas províncias do Império Russo - não cumprir decretos e agir contrariamente às expectativas da imperatriz. Por exemplo, os jovens da nobreza, para não falar das raparigas, raramente se encontravam nas escolas criadas por Catarina II depois de 1786, tanto nas capitais - Moscovo e São Petersburgo - como nas províncias 55 . Sua participação durante a existência dessas escolas diminuiu e permaneceu baixa até as próximas reformas sob Alexandre I, enquanto o número de filhos da classe mercantil, do clero e outros aumentou. Apenas uma certa (pequena) parte da sociedade imperial considerava essas escolas uma oportunidade de ascensão social. A nobreza provincial dificilmente resistiu à criação de tais escolas e muitas vezes atuou como patrocinadora 56 . No entanto, os nobres não consideravam essas escolas um local adequado para criar seus próprios filhos.

Publicando em 1786 a Carta das Escolas Públicas 57 , Catarina fez um acréscimo pessoal a ela, enfatizando os objetivos dessa provisão - educação universal e educação para todas as classes. A imperatriz fez uma alteração fundamental no anteprojeto elaborado pela Comissão, referente ao ensino de línguas estrangeiras. De acordo com a emenda, a língua francesa foi atribuída à esfera da educação domiciliar, uma vez que Catarina não a considerava obrigatória para o serviço público. Se os nobres certamente queriam que seus filhos dominassem a língua francesa, então eles teriam que pagar a educação do próprio bolso.

Em contraste com a língua francesa, a imperatriz atribuiu a consideração das especificidades étnicas de seu império multinacional aos interesses do Estado: o grego deveria ser ensinado nas províncias de Kyiv, Azov e Novorossiysk, o chinês na província de Irkutsk e o árabe e tártaro nas províncias de Kiev, Azov e Novorossiysk. territórios onde os muçulmanos viviam. línguas 58 . As escolas instituídas pela Carta de 1786, para além do seu aspecto social e disciplinar, não eram claramente escolas para a nobreza.

A nobreza, por sua vez, precisava de conhecimentos que facilitassem a promoção nas províncias ou, melhor ainda, nas grandes cidades. Também precisava de um conhecimento adequado ao seu status e que o distinguisse como tal. Essas habilidades interpessoais, necessárias para um estilo de vida nobre, assumiram novas formas durante o século XVIII. Os processos da segunda metade do século XVIII, durante os quais os costumes da corte mudaram nas capitais e ocorreu uma completa reorientação ao modelo francês, também foram observados nas províncias. No entanto, para alguns críticos, os costumes ultrapassados ​​dos ancestrais pareciam mais adequados do que o modo de vida da nobreza da capital. Talvez o mais famoso expositor de "moral danificada" tenha sido Mikhail Mikhailovich Shcherbatov 59 . No entanto, mesmo nas obras de estadistas tão ativos no campo literário como Gavrila Romanovich Derzhavin, pode-se perceber mudanças no mundo da vida da nobreza - com todos os elementos inerentes de inércia e adaptação 60 . A vida da "sociedade laica" - nobres de São Petersburgo ou famílias da classe dominante (famílias dominantes) 61 - encontrou resposta nas províncias, tentaram copiá-la - pelo menos parcialmente - ou rejeitá-la.

Não apenas simples considerações de benefício para o serviço foram decisivas para a nobreza em matéria de educação. Em seu modo de vida específico, a nobreza provincial era guiada, por um lado, por São Petersburgo e, por outro, por uma especial autoconsciência regional e local. Certos aspectos dessa ambivalência também afetaram o trabalho da Comissão.

No entanto, onde poderia um nobre obter uma educação que lhe parecesse compatível com seu status e o espírito da época? Aqui é necessário citar em primeiro lugar a educação domiciliar 62 . Para um nobre da província, contratar um tutor doméstico era muitas vezes a única maneira de dar a seus filhos uma educação moderna. Andrey Timofeevich Bolotov descreveu isso vividamente em suas memórias 63 . O afastamento da capital, assim como a riqueza da família, afetaram a qualidade da educação e a competência do professor domiciliar. Bolotov mostra que em meados do século XVIII a fortuna de seu pai era suficiente para contratar um mestre familiar 64 . Tanto os meninos quanto as meninas aprenderam igualmente francês e, em alguns casos, alemão ou inglês 65 . No entanto, disciplinas como geografia e história eram ensinadas principalmente a homens jovens. Mesmo que em Petersburgo eles riam do fato de que os candidatos ao cargo de professor doméstico muitas vezes não possuíam as qualificações necessárias, o sistema de educação domiciliar não poderia prescindir desse grupo, que supostamente contava com vários milhares de pessoas. Os historiadores estão apenas se aproximando do estudo dessa forma específica de educação, comum entre a nobreza provincial, que certamente procurou utilizar os conhecimentos adquiridos em sua vida local. Um exemplo de tais estudos é a monografia de Olga Yurievna Solodyankina 66 . Se, no entanto, queremos entender que tipo de conhecimento foi considerado necessário, então as instruções para mestres familiares 67, que foram traduzidas ou compiladas na segunda metade do século XVIII segundo modelos alemães ou franceses, podem ser de pouca ajuda aqui . Fontes muito mais importantes e informativas são os contratos escritos celebrados com os mestres familiares. Nos exemplos de tais contratos que conheço, foi fixado material didático, reconhecido como obrigatório para estudo 68 .

Junto com as línguas estrangeiras já mencionadas, não apenas mitologia, história, ciências naturais, mas também ciências militares poderiam ser ensinadas. Em casos raros, os professores de dança e esgrima se reúnem em famílias numerosas. Além disso, o “ensino moral” era ensinado em quase todos os lugares - lições de boas maneiras. No final do século XVIII, uma versão barata desse tipo de educação também se difundiu: meninos e meninas foram enviados por vários anos para internatos, que pareciam ser a melhor alternativa à educação escolar estadual laica 69 . A Comissão Escolar de Catarina estava ciente deste problema e procurou regular tanto a qualidade como o conteúdo do ensino, realizando periodicamente inspeções nas escolas e encerrando algumas instituições em mau funcionamento, geralmente dirigidas por estrangeiros 70 . Para os mestres familiares, os exames estaduais na Universidade de Moscou ou na Academia de São Petersburgo foram fornecidos como condição para o ensino. No entanto, apenas alguns dos mestres familiares tinham o certificado apropriado.

Somente no período inicial da reforma escolar de Catarina - em setembro de 1784 - a comissão escolar decidiu auditar sistematicamente todas as instituições educacionais privadas em Moscou e São Petersburgo para evitar seu crescimento descontrolado 71 . Uma auditoria a 23 internatos com 720 alunos (501 masculinos e 219 femininos) e 17 escolas particulares com 159 alunos, realizada no mesmo ano em São Petersburgo, revelou graves deficiências nas condições de colocação dos alunos e na qualidade do ensino. Como resultado, todas as escolas e pensões (em alguns casos, porém, apenas temporariamente) foram fechadas 72 . Um ano depois, foi realizada uma auditoria de todos os internatos educacionais particulares em Moscou. Embora a comissão criada para este fim tenha recomendado primeiro a suspensão de todos os internatos e escolas particulares de língua russa, apenas o internato escolar francês foi fechado 73 . Ações mais duras em São Petersburgo são explicadas, por um lado, pelo status da metrópole, cujas instituições educacionais serviram de modelo para as províncias, e, por outro, pela influência claramente limitada da comissão na implementação de programas educativos nas províncias 74 .

Resumindo o que foi dito, constatamos que este setor educacional, pela fragilidade dos internatos e raras inspeções, não era passível de controle estatal. Pode-se supor que as crianças nobres recebiam exatamente a educação que seus pais lhes davam. No entanto, essa suposição também deve ser tratada com cautela. Os pais, como os inspetores estaduais, raramente se interessavam pela qualidade da educação. As crianças "desapareciam", como regra, por vários anos em um internato em cidades provinciais, e pouco se sabia sobre seu sucesso na educação.

A alfabetização era um pré-requisito para uma carreira de sucesso no serviço. Onde, no entanto, foi adquirido, coube ao nobre decidir por conta própria. As escolas públicas de Catherine, com seus currículos padronizados, permaneceram pouco atraentes. Escolas de todas as classes se transformaram em escolas sem nobres, enquanto os nobres preferiram educar sua geração mais jovem informalmente. Quanto à educação das mulheres, o conceito de Catherine - dar habilidades educacionais gerais para crianças de ambos os sexos - não estava destinado a se tornar realidade. A nobreza - e aqui pode-se citar o exemplo do Instituto Smolny para Nobres Donzelas, que serviu de modelo para as províncias - preferiu ensinar literatura e bordados às futuras esposas e mães.

O corpo de cadetes 76 era promissor em termos de carreira e visitado de bom grado. Previa-se também o seu estabelecimento nas províncias, o que aumentava as possibilidades de educação da geração mais jovem das famílias nobres menos abastadas. O corpo de cadetes da pequena nobreza terrestre (criado em 1732), bem como o corpo de nobreza naval (1752, desde 1762 - o corpo de cadetes da marinha) e o Corpo de Paginas (1759), inaugurado na era de Elizabeth Petrovna, foram seguidos pelo fundação de corpos adicionais de cadetes em cidades provinciais no final do século 18. - início do século 19 77 . O grau de popularidade dessas instituições, mesmo no início do reinado de Alexandre I, é evidenciado, em particular, pela história do estabelecimento da Universidade de Kharkov: Vasily Nazarovich Karazin conseguiu doações da nobreza de Kharkov para a nova universidade no quantia de 100.000 rublos sob o pretexto de estabelecer um corpo de cadetes em Kharkov 78. Os corpos, apesar do clima hostil que neles reinava, eram considerados entre a nobreza como um local adequado para receber uma educação adequada 79 . Por sua vez, os graduados do corpo contribuíram amplamente para a disseminação do "modelo nobre" francês: se em 1732 e alguns anos depois, dos primeiros 245 alunos russos do corpo de cadetes, 237 estudaram alemão e 51 - francês, então logo essa proporção se tornou diretamente oposta a 80 .

A reconstrução dos mundos de vida históricos da nobreza provincial no Império Russo do século XVIII continua sendo uma tarefa difícil, cujo sucesso só pode ser garantido com a ajuda de pesquisas micro-históricas. O problema do impacto da educação no desenvolvimento do individualismo entre a nobreza provincial na virada dos séculos XVIII e XIX carece de um estudo mais aprofundado. A resposta à questão de que tipo de educação era considerada adequada do ponto de vista da nobreza, que buscava se posicionar no espaço imperial do século XVIII, depende de vários contextos. Se um fidalgo-proprietário procurasse uma posição digna para si e para a sua família no quadro da assembleia nobre do condado, então a sua resposta seria certamente diferente das que seriam dadas pelos nobres que giram na cidade provincial ou que se esforçam por entrar o serviço em São Petersburgo. Todos eles se orientaram pela situação e escolheram modelos educacionais levando em conta a dignidade, o benefício, as normas sociais do grupo e as exigências do Estado, seguindo a lógica da racionalidade subjetiva. Esta última certamente não coincidia com a racionalidade dos iluministas, encabeçados por Catarina II na Rússia. Por sua vez, a adaptação dos modelos "ocidentais" de vida nobre e educação da nobreza não foi um processo simples e uniforme ao nível de todo o império 82 . No entanto, até o início do século XIX, tudo isso foi de considerável importância para a estabilidade e desenvolvimento das tradições educacionais da nobreza. Em conclusão, espero que meu breve panorama das ideias da nobreza sobre os modelos e o significado da educação no século XVIII sirva de impulso para novas pesquisas nessas áreas.

Tradução de Natela Kopaliani-Schmunk

1 Ver, por exemplo, uma resenha de orientação sócio-histórica de Manfred Hildermeier: Hildermeier M. Der russische Adel von 1700 bis 1917 // Wehler H.-U. (Hrsg.) Europäischer Adel 1750-1950. Göttingen, 1990, pp. 166-216.
2 Veja o artigo introdutório neste volume.
3 Gerasimov I., Kusber J., Glebov S., Mogilner M., Semyonov A. New Imperial History and the Challenges of Empire // Gerasimov I., Kusber J., Semyonov A (Ed.)
Império fala? Linguagens de Racionalização e Autodescrição no Império Russo. Leiden, 2009. P. 3-32; Vierhaus R. Die Rekonstruktion historischer Lebenswelten. Probleme moderner Kulturgeschichtsschreibung // Lehmann H (Hrsg.) Wege zu einer neuen Kulturgeschichte. Göttingen, 1995, pp. 7-25.
4 Raeff M. Transfiguração e Modernização: Os Paradoxos da Disciplina Social, Liderança Pedagógica e o Iluminismo na Rússia do Século XVIII// Bödeker H.E. (Hrsg.) Alteuropa, Ancien regime und frühe Neuzeit. Probleme und Methoden der Forschung. Stuttgart, 1991. S. 99-116.
5 Hughes L. Cultura Russa no Século XVIII // Lieven D. (Ed.) The Cambridge History of Russia Vol. 2: Imperial Russia Cambridge, 2006. P. 67-91 aqui p. 88-90.
6 Lotman J. Rußlands Adel. Eine Kulturgeschichte von Peter I. bis Nikolaus I-Köln, 1997.
7 Raeff M. As Origens da Intelligentsia Russa A Nobreza do Século XVIII. New Haven (Conn.), 1966.
8 Speransky M. M. Projetos e notas. M., 1961. S. 274-279; Gooding J. O Liberalismo de Michael Speransky // SEER. eu. 64. 1986. P. 401-424.
9 Schattenberg S. Die korupte Provinz? Russische Beamte im 19. Jahrhundert. Frankfurt A. M., 2008.
10 Koselleck R. Einleitung // Brunner O., Conze W., Koselleck R. (Hrsg.) Geschichtliche Grundbegriffe. bd. 1. Stuttgart, 1972. S. 15.
11 Geyer D. Gesellschaft als staatliche Veranstaltung. Bemerkungen zur Sozialgeschichte der russischen Staatsverwaltung im 18. Jahrhundert // Jahrbücher für Geschichte Osteuropas. bd. 14. 1966. S. 21-50.
12 Por exemplo: Hartley J. The Boards of Social Welfare and the Financing of the Catherine II's State Schools // SEER. Vol. 67. 1989. P. 211-227; Eadem. Katharinas Reformen der Lokalverwaltung - die Schaffung städtischer Gesellschaft in der Provinz?, Scharf C. (Hrsg.) Katharina II., Rußland und Europa Beiträge zur internationalen Forschung, Mainz, 2001, pp. 457-477.
13 SchmidtChr. Russische Geschichte, 1547-1917. Munique, 2003. S. 2.
14 Isabelle de Madariaga fala em sua monografia fundamental sobre Catarina II sobre um “diálogo nacional” - ver: Madariaga I. de. Rússia na Era de Catarina, a Grande. New Haven (Conn.), 1981. P. 137 (tradução russa: Madariaga I. de. Rússia na era de Catarina, a Grande. M., 2002. P. 229). 8 Por sua vez, Cynthia Whittaker, falando de elites, usa a expressão mais cautelosa “diálogo político” no título de seu novo livro: Whittaker C. Russian Monarchy: Eighteenth-Century Rulers and Writers in Political dialogue. DeKalb (III.), 2003. Sobre Catarina II, ver: Ibid. P. 99-118.
15 qua. sobre isso: Marasinova E.H. Psicologia da elite da nobreza russa no segundo terço do século XVIII (com base em correspondência). M., 1999; Kissel W.St. Europäische Bildung und aristokratische Distinktion: Zum Habitus des russischen Hochadels im 18. Jahrhundert // Lehmann-Carli G., Schippan M., Scholz B.. Brohm S. (Hrsg.) Russische Aufklärungs-Rezeption im Kontext offizieller Bildungskonzepte (1700-1825) ). Berlim, 2001. S. 365-383.
16 Chechulin N.D. (Ed.) Ordem da Imperatriz Catarina II, entregue à Comissão sobre a elaboração de um novo código. M., 1907. S. CXLV1I.
17 Para mais detalhes sobre a composição legal do patrimônio e a situação econômica dos deputados, ver: Belyavsky M.T. A questão camponesa na Rússia às vésperas do levante E.I. Pugachev (a formação do pensamento anti-servidão). M., I S. 72-85.
18 Um lugar comum para pesquisas sobre a segunda metade do século XVIII são as referências à Comissão Legislativa. Um exemplo de estudo malsucedido é a monografia: Sacke G. Die gesetzgebende Kommission Katharinas II. Ein Beitrag zur Geschichte des Absolutismus na Rússia. Breslau, 1940. Das obras fundamentais e interessantes, devemos mencionar: Omey'chenko O.A. "Monarquia Legítima" de Catarina II: Absolutismo Iluminado na Rússia. M., 1993. A influência do trabalho da Comissão na formação da identidade nobre na Rússia é considerada no artigo: Kamensky A. B. Nobreza russa em 1767 (para o problema da consolidação) // História da URSS. 1990. No. I. S. 58-87. Sobre a nobreza, ver também: Duques R. Catarina, a Grande e a Nobreza Russa. Cambridge, 1967; Jones R. E. A Emancipação da Nobreza Russa, 1762-1785. Princeton (N.J.), 1973, pp. 123-163; e também uma boa visão geral: Madariaga I. de. Rússia na Era de Catarina, a Grande. P. 139-183 (tradução russa: Madariaga I. de. Rússia na era de Catarina, a Grande. S. 230-300). 19 Kurmacheva M.D. Problemas da educação na Comissão Legislativa de 1767 // Nobreza e servidão na Rússia nos séculos XVI-XVII. M., 1975. P. 240-264.
20 Isso foi mencionado em ordens de Kostroma, Sudislavl, Medyn, Kaluga, Lublin, Yuriev, Maloyaroslavets, Zaraisk, Serpukhov, Tarusa, Obolensk, Vereya, Suzdal. Mozhaisk, Vladimir, Beloozero, Dorogobuzh, Parfenyev, Galich, Arzamas, Akhtyrka, Usman, Kozlov, Insar, Kasimov. Temnikov, Rylsk e Ufa. Robert Jones apontou esse problema em seu tempo, mas não deu muita atenção à educação, cf. Jones R. The Emancipation. P. 59.
21 Sáb. RIO. T. 14. São Petersburgo, 1875. S. 253, 258. 443, 444, 466; T. 93. São Petersburgo, 1894. S. 10.
22 Kusber J. Eliten- und Volksbildung im Zarenreich Während des 18. und in der ersten Hälfte des 19. Jahrhunderts. Studien zu Diskurs, Gesetzgebung und Umsetzung-Stuttgart, 2004, pp. 118-136; Eroshkina A.H. Administrador da cultura (I.I. Betskoy) // Cultura russa do último terço do século XVIII - época de Catarina II. M., 1997. S. 71-90.
23 Sáb. RIO. T. 14. S. 401. Na mesma linha, o argumento foi construído na ordem dos nobres do distrito de Novgorod (cf.: Ibid., p. 346).
24 Sáb. RIO. T. 18. SPb., 1876. S. 257. Tratava-se da necessidade de se estabelecer "maior número de ginásios socialmente úteis" (Ibid. T. 68. SPb., 1889. P. 72). As ordens dos moradores das províncias do Báltico continham a exigência de reviver os ginásios e academias na forma em que existiam antes dos 21 anos (ver: Rozhdestvensky S.V. Ensaios sobre a história dos sistemas de petição popular nos séculos XVIII-XIX. SPb., 1912. P. 287).
25 Por exemplo, nas ordens dos nobres de Belev (província de Belgorod), Dorogobuzh e Smolensk (província de Smolensk), Kashin (província de Moscou) e Ryazhsk (província de Voronezh) - ver: Sat. RIO. T. 8. São Petersburgo, 1871. S. 484; T.14 S. 327, 422, 433; T. 68. S. 388, 610.
26 Ibid. T. 4. São Petersburgo, 1869. S. 231.
27 Pedidos dos nobres para o estabelecimento de escolas e universidades, ver: Ibid. T. 68. C 130, 150, 176, 193.
28 Ibid. S. 276.
29 Sáb. RIO. T. 8. São Petersburgo, 1871. S. 484; T. 14. S. 327, 422, 433; T. 68. S. 257
30 Em particular, a nobreza de Kursk (Ibid. p. 549) ou Chernigov (Ibid. p. 236).
31 [Teplov G.N.] Projeto para o estabelecimento da Universidade Baturin // Readings in the Society of Russian History and Antiquities. M., 1863. Príncipe. 2. S. 67-68
32 Sáb. RIO. T. 68. S. 137.
33 Ibid. T. 4. S. 289.
34 A decisão proposta em uma das ordens dos nobres da província de Arkhangelsk pode ser chamada quase salomônica - para dar ao "alto poder" o direito de determinação final (ver: Ibid. vol. 14. pp. 490, 495).
35 Sáb. RIO. T. 4. S. 362-364; T. 14. S. 275, 346. A solução para a questão dos professores foi proposta apenas em uma ordem: tratava-se de “personalidades adequadas”, ver: Ibid. T. 68. S. 549.
36 Ibid. págs. 130, 150-153. O mandato dos nobres de Tula falava da possibilidade de frequentar uma universidade ou academia (Ibid., vol. 4, p. 406).
37 Os desejos dos oficiais do regimento de hussardos de Samara eram semelhantes: depois de se formar na universidade ou no corpo de cadetes, seus filhos deveriam receber todos os direitos da nobreza hereditária (Ibid. T. 93. P. 54).
38 Ibid. T. 4. S. 63.
39 Ibid. T. 68. S. 276.
40 Sáb. RIO. T. 8. S. 500-507.
41 Ibid. T. 14. S. 244, 249. O estabelecimento de escolas visava aprimorar as virtudes e (que correspondia também aos interesses dos proprietários) aprimorar o conhecimento das leis.
42 Ibid. T. 8. S. 557; T. 14. S. 395.
43 Juntamente com a edição russa, há uma tradução alemã de August Ludwig Schlözer, bem como uma edição francesa: Les plan et les Statuts, des differents etablissements ordonnes par sa majeste imperiale Catherine II Pour l "education de lajeunesse. 2 vols. Amsterdã, 1775.
44 Schierle I. Zur politisch-sozialen Begriffssprache der Regierung Katharinas II. Gesellschaft und Gesellschaften: "obscestvo" // Scharf C. (Hrsg.) Katharina II., Rußland und Europa Beiträge zur internationalen Forschung. S. 275-306; Eadem. "Otecestvo" - Der russische Vaterlandsbegriff im 18. Jahrhundert // Pietrow-Ennker B. (Hrsg.) Kultur in der Geschichte Russlands. Räume, Medien, Identitäten, Lebenswelten. Göttingen, 2007. S. 143-162.
45 Ver: Lotman J.M., Uspenskij B.A. O Papel dos Modelos Duais na Dinâmica da Cultura Russa // Lotman J.M., Uspenskij B.A A Semiótica da Cultura Russa. Ann Arbor (Mich.), 1984, pp. 3-35.
46 Hartley J. The Boards of Social Welfare and the Financing of Catherine II's State Schools // SEER. Vbl. 67. 1989. P. 211-227, aqui p. 211-213, 215.
47 Ibid. P. 214, 217; Le Donne J. Absolutismo e classe dominante. A Formação da Ordem Política Russa. Nova York, 1991. P. 249.
48 Coleção de materiais para a história da educação na Rússia, extraídos dos arquivos do Ministério da Educação Nacional. T.I. SPb., 1893. S. 255-278, 287-296, 299-310.
49 Dados para 1802, ver: Rozhdestvensky S. V. Essays. págs. 598-600.
50 Ibid. P. 602. A sociedade de Tver mostrou maior generosidade do que a sociedade de Moscou durante o mesmo período.
51 Cherniavsky I.M. Materiais sobre a história da educação pública no governo de Yekaterinoslav sob Catarina II e Paulo I, 1784-1805. Yekaterinoslav, 1895. S. 3.
52 Yuriev V.P. Educação pública na província de Vyatka no reinado da imperatriz Catarina II. Matérias sobre seu centenário (1786-1886). Vyatka, 1887. S. 17, 28-31,33, 36.
53 Por exemplo, a principal escola pública de Voronezh recebeu 100.000 rublos do Khan da Crimeia Shagin Giray, que morava lá no exílio - veja: Pylnev Yu.V., Rogachev S.A. Escolas e educação da região de Voronezh no século XVIII. Voronezh, 1997. S. 36.
54 Infelizmente, não temos dados sobre se todos os proprietários de terras participaram desta ação, ver: Rozhdestvensky S.V. Ensaios. págs. 602-604.
55 Para dados sobre Moscou, ver, por exemplo: Lepskaya L.A. Composição dos alunos das escolas públicas de Moscou no final do século XVIII. //Vestn. Moscou universidade Ser. 9. 1973. No. S. 88-96, aqui p. 92; Gobza G. Centenário do Primeiro Ginásio de Moscou, 1804-1904. M., 1903. S. 12; RGIA. F. 730. Op. 2. D. 101. L. 45.
56 Kusber J. Eliten- und Volksbildung. S. 239-275.
57 Carta das escolas públicas do Império Russo, estabelecida no reinado da Imperatriz Catarina II. SPb., 1786; RGIA. F. 730. Op. 1. D. 27 L. 1-67.
58 Ekaterina atribuiu 5.000 rublos para a compilação de materiais didáticos apropriados (cf. PSZ. Sobr. 1st. Vol. 21. No. 15523. P. 685).
59 Shcherbatov M.M. Sobre os danos morais na Rússia. M., 1858; Raeff M. Estado e Nobreza na Ideologia de M.M. Shcherbatov // Revisão eslava. Vol. 19. 1960. 363-379.
60 Derzhavin G.R. Notas. SPb., 1872; Bauer A. Dichtung e Politik. Gavriil Derzavin als Repräsentant der Aufklärung im Zarenreich an der Wende vom 18. zum 19. Jahrhundert: Magisterarbeit. Mainz, 2007.
61 Le Donne J. Famílias dominantes na ordem política russa // Cahiers du monds russe et sovietique. Vol. 28. 1987. P. 233-322. Veja também: Lotman Yu.M. Conversas sobre a cultura russa. Vida e tradições da nobreza russa (XVII - o início da reivindicação XIX). SPb., 1994.
62 Sobre isso, ver em primeiro lugar: Röbel G. Kärner der Aufklärung. Hauslehrer im Russland des 18. Jahrhunderts // Lehmann-Carli G., Schippan M., Scholz ß Brohm S. (Hrsg.) Russische Aufklärungs-Rezeption im Kontext offizieller Bildungs-konzepte. S. 325-343; Raeff M. Casa, Escola e Serviço na Vida de um Nobre do Século XVIII // SEER. Vol. 40. 1960. P. 295-307.
63 A vida e as aventuras de Andrei Bolotov, descritas por ele mesmo para seus descendentes. 1738-1793: Em 4 volumes T. 1. São Petersburgo, 1870. Stb. 38.
64 Ibid. Stb. 55-56.
65 Röbel G. Kärner der Aufklärung. S. 330.
66 Solodyankina O.Yu. Governantas estrangeiras na Rússia (o segundo tapete do século 18 - a primeira metade do século 19). M., 2007. Veja também: Roosevelt P. Life on the Russian Country Estate: A Social and Cultural History. New Haven (Conn.), 1995 (tradução russa: Roosevelt P. Vida em uma propriedade russa. Experiência de história social e cultural / Traduzido do inglês. St. Petersburg, 2008).
67 Ver, por exemplo: Büsching A.F. Unterricht für Informatoren und Hofmeister. 3- Aufl. Hamburgo, 1773.
68 Bemerkungen über Esthland, Liefland, Rußland, Nebst einigen eiträgen zur Empörungs-Geschichte Pugatschews. Während eines achtjährigen Aufenthaltes gesammelt von einem Augenzeugen. Prag; Leipzig, 1792. S. 175; Juskeviu A.P. (Hrsg.) Der Briefwechsel Leonhard Eulers mit Gerhard Friedrich Müller, 1735-1767. Berlim, 1959. S. 277.
69 Sergeeva C.B. Formação e desenvolvimento da educação escolar privada na Rússia (último quartel do século XVIII - primeira metade do século XIX): Dis. ... Dr. ped. Ciências. M., 2003. S. 233-323.
70RGIA. F. 730. Op. 1. D. 70. L. 1-111; Op. 2. D. 3. L. 150-190; Otto N. Materiais para a história das instituições educacionais do Ministério da Educação Pública: Vologda Direcção das Escolas até 1850. São Petersburgo, 1866. P. 15-18.
71 Rozhdestvensky S.V. Significado da Comissão de Implantação de Escolas Públicas na História das Políticas de Educação Pública nos Séculos XVIII-XIX // Descrição dos Assuntos do Arquivo do Ministério da Educação Pública. Pg., 1917. T. 1. S. XXXI-LI, aqui p. XLIX.
72 RGIA. F. 730. Op. 1. D. 70. L. 1-111; Op. 2. D. 3. L. 150-190. Para uma descrição das pensões individuais, ver: Stolpyansky P.N. Escolas particulares e pensões de São Petersburgo na segunda metade do século XVIII // ZhMNP. 1912. Det. 3. S. 1-23
73 Ver instruções ao governador de Moscou Ya.A. Bruce (PSZ. Collection. 1st. Vol. 22. No. 16275. P. 464). Para uma descrição das pensões de Moscou, veja: Sivkov K.V. Pensões e escolas particulares em Moscou nos anos 80 do século XVIII. // Arquivo histórico. 1951. No. 6. S. 315-323.
74 Por exemplo, escolas privadas financiadas por fundos de assinaturas da revista Morning Light publicada por Nikolai Ivanovich Novikov e distribuída nas províncias (por exemplo, em Tver, Irkutsk e Kremenchug) foram integradas como escolas públicas no sistema escolar público. Ao mesmo tempo, porém, esperava-se que doadores privados continuassem a participar do financiamento dessas escolas (ver: Jones W.G. The Morning Light Charity Schools, 1777-80 // SEER Vol. 56. 1978. P. 47- 67, aqui p. 65).
75 Likhacheva E. Materiais para a história da educação das mulheres na Rússia. T. 1. São Petersburgo, 1890. S. 159, 171, 210; ver também memórias: Institutki. Memórias de alunos de institutos de donzelas nobres. M., 2008. Veja também: Nash S. Educating New Mothers: Woman and Enlightenment in Russia // History of Education Quarterly. Vol. 21. 1981. P. 301-316; Eadem. Estudantes e Rublos: A Sociedade para a Educação de Meninas Nobres (Smol "nyj) como uma instituição de caridade // Bartlett R., Cross A.G., Rasmussen K. (Ed.) Russia and the World in the Eighteenth Century. Newtonville (Mass. ), 1988. P. 268-279.
76 Hoffmann P. Militärische Ausbildungsstätten na Rússia als Zentren der Aufklärung // Lehmann-Carli G., Schippan M., Scholz B., Brohm S. (Hrsg.) Russische Aufklärungs-Rezeption im Kontext offizieller Bildungskonzepte. S. 249-260, aqui S. 256-259.
77 Por exemplo, em Grodno (1797/1800), em Tula (1801) e em Tambov (1802) - ver: Krylov I.O. Corpo de cadetes // História patriótica. M., 1994. No. - S. 434-437.
78 Bagaley D.I. Atividades educativas de Vasily Nazarovich Karazin. Kharkov, 1891; Flynn J. T. V.N. Karazin, a Gentry e a Universidade de Kharkov// Slavic Review. Vol. 28. 1969. P. 209-220.
79 Aypopa H.H. Idéias do Iluminismo no 1º Corpo de Cadetes (final do século XVIII - primeiro quartel do século XIX) // Vestn. Moscou universidade Ser. 8. 1996. No. 1. S. 34-42; Ela é. O sistema de ensino nas escolas militares no século XVIII. // Estudos da história da Rússia nos séculos XVI-XVIII. M., 2000. S. 105-114.
80 Beskrovny L.G. Escolas militares na Rússia na primeira metade do século XVIII. A PARTIR DE. T. 42. 1953. S. 285-300.
81 Marasinova E.H. Psicologia da elite da nobreza russa. pp. 158-202 e outros; Ela é. Poder e Personalidade: Ensaios sobre a História Russa do Século XVIII. M., 2008.
82 Doronin A.B. (Comp.) "Introdução de costumes e costumes europeus no gênero europeu", ao problema da adaptação de idéias e práticas ocidentais no Império Russo. M., 2008.

À beira do século 19 na Rússia havia 550 instituições de ensino e 62 mil alunos. Esses números mostram o aumento da alfabetização na Rússia e, ao mesmo tempo, seu atraso em relação à Europa Ocidental: na Inglaterra no final do século XVIII. havia mais de 250 mil alunos apenas nas escolas dominicais, e na França o número de escolas primárias em 1794 chegou a 8 mil. Na Rússia, em média, apenas duas pessoas estudavam em mil. A composição social dos alunos das escolas de ensino geral era extremamente diversificada. Nas escolas públicas predominavam os filhos de artesãos, camponeses, artesãos, soldados, marinheiros, etc. A composição etária dos alunos também era diferente nas mesmas classes, tanto crianças pequenas quanto homens de 22 anos estudados.

Na XVIII Rússia havia 3 tipos de escolas: escolas de soldados, escolas nobres fechadas, seminários teológicos e escolas. a formação de especialistas também foi realizada através das universidades Acadêmicas, estabelecidas em 1725 na Academia de Ciências e existentes até 1765, Moscou, fundada em 1755 por iniciativa de Lomonosov, e Vilensky, que foi formalmente aberta apenas em 1803, mas realmente funcionou como universidade desde os anos 80 do século XVIII.

Sob Elizabeth (), as escolas militares foram reorganizadas. Em 1744, foi emitido um decreto para expandir a rede de escolas primárias. Os primeiros ginásios foram abertos: em Moscou (1755) e em Kazan (1758). Em 1755, por iniciativa de I. I. Shuvalov, foi fundada a Universidade de Moscou e, em 1760, a Academia de Artes. Na segunda metade do século XVIII, duas tendências na educação podem ser traçadas: a expansão da rede de instituições de ensino e o fortalecimento do princípio de classe. Nos anos foi realizada a reforma escolar. Em 1782, foi aprovada a Carta das Escolas Públicas. Em cada cidade foram estabelecidas escolas principais com 4 turmas e nas cidades do condado pequenas escolas públicas com 2 turmas. Foi introduzido o ensino das disciplinas, datas uniformes para o início e fim das aulas, um sistema de aulas em sala de aula; métodos de ensino e currículos unificados foram desenvolvidos. O educador sérvio F.I. Jankovic de Mirievo desempenhou um papel importante na realização desta reforma. No final do século, havia 550 instituições de ensino com milhares de alunos. O sistema de instituições educacionais fechadas foi desenvolvido por Catarina II junto com o presidente da Academia de Artes e o chefe do Land Gentry Corps I. I. Betsky. As instituições de ensino secundário da época incluíam escolas públicas, corpos nobres, pensões nobres e ginásios.

Universidade de Moscou Um evento marcante na vida do país foi a criação em 1755 da primeira Universidade de Moscou na Rússia por iniciativa e projeto de M. V. Lomonosov com o apoio ativo da favorita iluminada da Imperatriz Elizaveta Petrovna I. I. Shuvalov, que se tornou sua primeira curador. Por iniciativa de I. I. Shuvalov, em 1757 foi criada a Academia de Artes, que antes de se mudar para São Petersburgo em 1764 foi anexada à Universidade de Moscou. Desde o dia de sua fundação, a Universidade de Moscou parecia ter se destacado acima da escola de classe. De acordo com as idéias do criador da universidade, a educação nela era sem classes (filhos de servos podiam ser admitidos na universidade, tendo recebido liberdade do proprietário de terras). MV Lomonosov escreveu que "a universidade foi criada para a educação geral de raznochintsy". As palestras na universidade foram dadas em russo. Uma das tarefas mais importantes da universidade, MV Lomonosov viu na divulgação do conhecimento científico. Nessa questão, a tipografia e biblioteca da universidade, assim como as palestras públicas de seus professores, passaram a ter um papel de destaque.

Breve biografia Mikhail Vasilyevich Lomonosov () - cientista russo, químico, físico, artista, poeta. Nasceu em Denisovka, província de Arkhangelsk. Na biografia de Lomonosov, ele conseguiu aprender a ler e escrever na infância. Então, movido pelo desejo de conhecimento, ele chega a Moscou a pé, onde ingressa na Academia Eslava-Grego-Latina. A vida de Lomonosov lá é muito difícil, pobre. No entanto, graças à perseverança, ele consegue concluir todo o curso de 12 anos em 5 anos. Entre os melhores alunos vai estudar na Alemanha. Para Lomonosov, a biografia daqueles tempos era muito rica. Ele estuda muitas ciências, faz experimentos, dá palestras. Mesmo com esse emprego, Lomonosov ainda tem tempo para compor poemas. Em 1741 ele retornou à sua terra natal, desde então em sua biografia M. Lomonosov foi nomeado professor associado de física na Academia de Ciências de São Petersburgo. Após 3 anos, tornou-se professor de química. A contribuição de Lomonosov para ciências como física, química, geografia, astronomia, mineralogia, ciência do solo, geologia, cartografia, geodésia e meteorologia são muito grandes. A obra literária de Lomonosov contém obras em diferentes idiomas. Estes são “História da Rússia”, as tragédias “Tamara e Selim”, “Demofont”, muitos poemas de Lomonosov. Em 1754, ele desenvolveu o projeto da Universidade de Moscou, mais tarde denominada Universidade Lomonosov em sua homenagem. Além disso, na biografia de Mikhail Vasilyevich Lomonosov, a lei da conservação da matéria foi descoberta, foram escritos trabalhos sobre a teoria das cores e muitos instrumentos ópticos foram construídos.

Escolas de soldados As escolas de soldados são escolas de educação geral para filhos de soldados, sucessoras e sucessoras das escolas digitais da época de Pedro, o Grande. Os filhos dos soldados compunham a maior parte dos alunos das universidades de Moscou e São Petersburgo. As escolas militares nacionais, inauguradas na segunda metade do século XVIII, também pertenciam ao tipo militar. no norte do Cáucaso (Kizlyar, Mozdok e Ekaterinograd).

Instituições de ensino nobres fechadas As instituições de ensino nobres fechadas são pensões particulares, corpos nobres, institutos para donzelas nobres, etc. no total, mais de 60 instituições de ensino, onde estudaram cerca de 4,5 mil crianças nobres. As instituições educacionais de classe eram tanto internatos privados quanto estatais nobres: o Instituto Smolny para Nobres Donzelas, o Internato Nobre da Universidade de Moscou, etc. Essas instituições educacionais gozavam do maior apoio financeiro do governo.

Seminários e escolas teológicas Havia 66 deles, uma pessoa estudou neles. Estas eram também escolas de propriedade destinadas aos filhos do clero; eles não aceitaram raznochintsy. A principal tarefa dessas escolas era formar padres dedicados à igreja e ao rei, mas os alunos dos seminários também recebiam uma educação geral e muitas vezes se tornavam guias alfabetizados em suas paróquias.

Ciências naturais M. V. Lomonosov criou o Departamento Geográfico em 1739 e, sob Catarina II, compilou o primeiro cadastro de uso da terra. Além disso, ele propôs idéias sobre a mudança contínua na face da Terra sob a influência de forças internas e externas, sobre o movimento das massas de ar, sobre as camadas da terra, etc. A ciência geográfica recebeu materiais de muitas expedições, que tornou possível a publicação do Atlas do Império Russo em 1745. Geologia. Nesta área, foram acumulados ricos materiais sobre a jazida de carvão, minério, petróleo, etc. No final do século, surgiram os primeiros mapas geológicos de várias regiões.

Medicina Um progresso notável pode ser rastreado no desenvolvimento da medicina. Se na época de Pedro I na Rússia havia uma única escola de medicina, no final do século havia três. Além disso, a Academia Médico-Cirúrgica foi aberta na capital e a Faculdade de Medicina da Universidade de Moscou. Particularmente aguda na Rússia foi a luta contra epidemias de peste e varíola. Em 1768, Catarina convidou um médico inglês para a Rússia e foi a primeira a ser vacinada contra a varíola. A vacinação contra a varíola da época (variolação), embora não tenha eliminado a doença, reduziu significativamente o número de óbitos. Trabalhos sobre a peste por D.S. Samoilovich, que foram o resultado do estudo da epidemia que assolou a Rússia ao longo dos anos. Sua conclusão de que a peste não é transmitida pelo ar, mas pelo contato foi de grande importância prática, pois permitiu identificar meios eficazes de combate à epidemia.

Expedições Acadêmicas O estudo dos recursos naturais do país recebeu muita atenção. Um estudo científico sistemático das condições naturais do país, organizado pelo Estado, começou já sob Pedro I. Para isso, foi retomada a prática de organizar expedições complexas que exploraram várias regiões da Rússia. Houve uma exploração da riqueza e do centro europeu do país, a bacia de Pechora, Yakutia e outras regiões. No total, foram enviadas 5 expedições, unidas por um objetivo e plano comum. Entre eles, a expedição liderada pelo filho do soldado, o acadêmico I.I. Lepekhin. Sua rota ia de Moscou a Astrakhan, e de lá através de Guryev e Orenburg até as fábricas de mineração dos Urais e as margens do Mar Branco. Uma riqueza de material foi coletada pelo professor N.Ya. Ozeretskovsky, que percorreu o norte do país e a região do Lago Ladoga. Os relatórios publicados pelos líderes da expedição contêm o mais rico material sobre flora e fauna, rios e lagos, relevo, descrições de cidades e vilas com seus pontos turísticos, características econômicas de regiões e empreendimentos industriais. O material etnográfico, incluindo aqueles relacionados aos povos do Norte, Sibéria, Cáucaso e outras regiões, é de grande valor científico: informações sobre roupas, moradias, rituais, ferramentas, etc. Às expedições acadêmicas juntam-se expedições de industriais que foram explorar as ilhas do Oceano Pacífico, bem como as costas da América. Junto com o desenvolvimento econômico de novas terras e o fantasma da cidadania russa da população local, as expedições compilaram mapas mais avançados das ilhas e uma descrição detalhada de sua flora e fauna. G.I. Shelikhov ocupa um lugar de destaque entre os pesquisadores, que compilaram nos anos 80. Descrição do século XVIII das Ilhas Aleutas e organizou o desenvolvimento da América Russa (Alasca).