Mady Salvatore. Teorias da personalidade

Salvatore R. Maddi é professor da Escola de Ecologia Social da Universidade da Califórnia.

Aluno de Gordon Allport e Henry Murray, ele absorveu sua abordagem holística da personalidade, emprestando deles o conceito de “personologia”, que parece um pouco antiquado hoje. Paralelamente, foi imbuído de um pensamento existencialista (que Allport previa um grande futuro) e já na década de 1970 tornou-se famoso como autor dos conceitos originais de necessidades, desejo de sentido, neurose existencial e psicoterapia existencial.

Nos últimos 15 anos, a principal direção de seu trabalho tem sido o estudo, diagnóstico e facilitação da resiliência - a característica central da personalidade que fundamenta a "coragem de ser" de acordo com P. Tillich e é a grande responsável pelo sucesso do indivíduo lidar com as circunstâncias adversas da vida.

Livros (1)

Teorias da personalidade - análise comparativa

A psicologia é uma ciência estranha. Vale a pena pensar em seus problemas, pois logo tudo fica obscuro.

Bem, realmente, uma pessoa sabe por que ela pensa em alguma coisa? Balzac escreveu com precisão em "Drama on the Seashore": "Os pensamentos afundam em nosso coração ou cabeça sem nos perguntar". Uma pessoa é capaz de se dar conta apenas do que ela está ciente. Mas ele não pode explicar a transição de um de seus pensamentos para outros.

Não sabemos como realizar a criação do pensamento. O pensamento está sempre presente em nossas mentes de forma pronta. Portanto, talvez, em geral, seja mais correto dizer não “eu acho”, mas “eu acho”. Mas o que é então esse misterioso "eu", que mesmo, ao que parece, não pensa a si mesmo?

A variante de dissonância cognitiva do modelo de consistência considera consistência ou inconsistência entre elementos cognitivos, tipicamente expectativas e percepções de eventos. Ao contrário, a variante do modelo de consistência, que agora consideraremos aqui, descreve a consistência ou inconsistência entre os níveis de ativação ou tensão habituais e reais. Tal como acontece com todas as teorias de consistência, o conteúdo é comparativamente sem importância. A teoria de Fiske e Muddy é praticamente o único conceito de ativação que tem a ver com personalidade. Como você verá, é mais abrangente do que os modelos de dissonância cognitiva.

POSIÇÃO DE FISCKE E MUDDI

Donald W. Fiske nasceu em Massachusetts em 1916. Depois de estudar em Harvard, ele recebeu seu doutorado em psicologia pela Universidade de Michigan em 1948. Enquanto ensinava e pesquisava em um ambiente universitário, ele se interessou principalmente pelo problema de medir variáveis de personalidade e entender as condições sob as quais o comportamento humano apresenta variabilidade. Em Harvard e no Escritório de Comunicações Estratégicas durante a Segunda Guerra Mundial, ele ficou sob a influência de Murray, Allport e White. Fiske foi presidente da Midwestern Psychological Association e agora é co-presidente do Departamento de Psicologia da Universidade de Chicago.

Salvatore R. Maddi nasceu em Nova York em 1933 e recebeu seu doutorado em psicologia em 1960 em Harvard. Quando estava em Harvard, teve a sorte de estudar com Allport, Beykan, McClelland, Murray e White. Trabalhando profissionalmente em um ambiente universitário, combinando ensino e pesquisa, Muddy estava principalmente interessado na necessidade de diversidade e mudança pessoal. A colaboração de Muddy com Fiske começou em 1960 e resultou, após vários anos, na posição apresentada abaixo. Muddy é atualmente Diretor do Programa de Treinamento Clínico de Graduação em Psicologia do Departamento de Psicologia da Universidade de Chicago.

MODELO DE CONSISTÊNCIA:
OPÇÃO DE ATIVAÇÃO

POSIÇÃO DE FISCKE E MUDDI

A teoria da ativação é uma tendência moderna na psicologia, teve um impacto significativo em muitos ramos desta disciplina científica. É bastante compreensível que o campo da pesquisa da personalidade, dada sua complexidade, tenha sido influenciado pela teoria da ativação até o último e muito pequeno grau. Mas Fiske e Maddi (1963; Maddi e Propst, 1963) propuseram uma variante da teoria da ativação que não apenas supera a maioria das outras em completude e sistematicidade, mas também é bastante aplicável a problemas de personalidade. Na variante de dissonância cognitiva da teoria da coerência, a ênfase está na discrepância ou coincidência entre dois elementos cognitivos, geralmente uma expectativa ou crença, por um lado, e a percepção de um evento, por outro. Na teoria da ativação proposta por Fiske e Muddy, a divergência também é o determinante mais importante do comportamento. No entanto, a discrepância não é considerada entre dois elementos cognitivos, mas entre o nível de ativação a que uma pessoa está acostumada e o nível que ela está vivenciando atualmente. A discrepância entre os níveis habituais e reais de ativação sempre gera um comportamento que visa reduzir a discrepância. Portanto, a posição de Fiske e Muddy é um exemplo do modelo de consistência em sua forma mais pura.

Vamos começar a discutir essa teoria formulando imediatamente a tendência central: uma pessoa se esforçará para manter seu nível usual (característico) de ativação. Para tentar encontrar uma base em sua experiência pessoal para entender o significado dessa tendência central, lembre-se de que ativação é a palavra para seu nível de excitação, vivacidade ou energia. Tente se lembrar de momentos em que o que aconteceu o deixou mais ou menos animado do que o habitual, ou exigiu mais ou menos vivacidade e energia do que o habitual. Se lhe pareceu que a situação o excita demais ou não o suficiente, e você tentou mudá-la de alguma forma, ou pensou que os requisitos para vitalidade e energia eram muito grandes ou insignificantes, e tentou corrigi-la de alguma forma, então você encontrou o base para a compreensão intuitiva da aspiração do núcleo, proposta por Fiske e Muddy. É bem possível que alguns de vocês achem difícil entender a conexão disso com sua experiência de vida sem uma consideração mais detalhada dessa posição. Acho que isso ocorre porque o conceito é relativamente novo e desconhecido, e também porque o empréstimo psicológico do conceito de ativação não é imediatamente óbvio. Vamos, portanto, apressar-nos a um estudo mais detalhado da posição.

Níveis de ativação habituais e reais

De acordo com Fiske e Muddy (1961, p. 14), a ativação é um conceito neuropsicológico que descreve psicologicamente um núcleo comum de significados como vivacidade, atenção, tensão e excitação subjetiva; do lado neurológico - o estado de excitação de um certo centro cerebral. Obviamente, do lado psicológico, Fiske e Muddy têm em mente um nível geral de ativação do corpo, semelhante ao que muitos outros cientistas que mencionamos chamaram de tensão. Fiske e Muddy tentam tornar essa visão mais plausível e convincente examinando o substrato neural por trás dela. Do lado neurológico, eles sugerem que a formação reticular - uma grande região subcortical do cérebro - é o centro de ativação. Nisso eles seguem numerosos predecessores (por exemplo, Samuels, 1959; Jasper, 1958; O "Leary e Coben, 1958) e tentam combinar os níveis psicológico e fisiológico da teorização.

Tendo elaborado uma definição preliminar de ativação, Fiske e Muddy se voltaram para o problema dos determinantes desse estado de excitação. Eles identificaram três direções de estimulação e três fontes de estimulação, combinando todas essas características que influenciam a ativação em um conceito. impacto. As três dimensões da estimulação são intensidade, significado e diversidade. A intensidade, definida em termos de energia física, é uma propriedade explícita da estimulação. Isso descreve o tipo de diferença entre um som alto e um suave. O significado precisa de mais explicações. Em certo sentido, tudo o que pode ser chamado de estímulo deve ter um significado. Se não tivesse um significado, você não o reconheceria. Nesse sentido, a significância será uma característica comum da estimulação subjacente a todas as outras, incluindo intensidade e variedade. Fiske e Muddy oferecem uma definição mais limitada de significância. Eles têm em mente principalmente a importância do estímulo para o organismo sobre o qual o estímulo tem efeito. Por exemplo, a palavra "adeus" para a maioria das pessoas tem menos significado do que as palavras "fogo" ou "amor". Olhando para a diversidade, Fiske e Muddy fazem vários pontos. Em primeiro lugar, a diversidade descreve o estado em que o estímulo atual é diferente do anterior - diferente em intensidade ou significado, ou ambos. Então, um aspecto da diversidade é mudança. Outro aspecto de variedade, novidade, ou seja, o estado em que o estímulo atual é incomum, é raro na experiência de vida de toda a pessoa, seja ou não diferente do estímulo imediatamente anterior. O último aspecto da diversidade é surpresa, ou um estado em que o estímulo atual se desvia do que a pessoa pensava que deveria acontecer, se traz mudança ou é incomum em um sentido mais amplo.

Falar sobre as dimensões da estimulação que podem afetar a ativação nos leva a discutir as fontes de estimulação, mesmo que apenas por uma questão de completude. Fiske e Muddy discutiram três tipos de fontes: exteroceptivo, interoceptivo e cortical. A estimulação exteroceptiva inclui excitação química, elétrica e mecânica dos órgãos dos sentidos que são receptivos a eventos no mundo exterior. Em contraste, a estimulação interoceptiva refere-se à excitação dos órgãos dos sentidos que são receptivos a eventos que ocorrem dentro do próprio corpo. Essas duas fontes de estimulação já são bem conhecidas e dispensam maiores explicações. Mas é incomum considerar a estimulação cortical. A maioria dos psicólogos que estudam fenômenos psicológicos no córtex cerebral tendem a vê-los como um reflexo de estímulos vindos de outras partes do corpo ou do mundo exterior. Fiske e Muddy propõem considerar o próprio córtex como uma das verdadeiras fontes de estimulação. Seu ponto de vista parece logicamente justificado, uma vez que o locus de ativação do cérebro está localizado na região subcortical. Possíveis fundamentos anatômicos e fisiológicos podem ser a descoberta recente de que o córtex não apenas recebe, mas também envia fibras nervosas para a formação reticular, que, como você lembra, é o próprio centro subcortical. Hebb (1955) sugeriu que as fibras nervosas que vão do córtex para a formação reticular podem constituir o substrato fisiológico para a compreensão da "força motriz imediata possuída pelos processos cognitivos".

Para Fiske e Muddy, o nível de ativação é uma função direta da exposição. O impacto, por sua vez, é uma certa função direta da intensidade, significância e variedade de estímulos provenientes de fontes interoceptivas, exteroceptivas e corticais. Ativação, influência, direções e fontes de influência são comuns a todas as pessoas e, portanto, são características do núcleo da personalidade. Até agora, a teoria de Fiske e Muddy pode ter parecido complexa demais e divorciada de fenômenos psicologicamente importantes para ser de muita utilidade para o personologista. Mas seja paciente, e o significado psicológico dessa posição logo se tornará aparente. Em termos de complexidade, você precisa estar ciente da possibilidade de que a integridade que Fiske e Muddy almejavam não apenas requer esse nível de complexidade, mas também pode ser muito útil para alcançar o entendimento. Você deve ter notado, por exemplo, que a discrepância entre expectativa e realidade tão enfatizada por McClelland e Kelly representa apenas um aspecto da diversidade em Fiske e Muddy. Outros estudiosos surpreendem o determinante básico de tensão e ansiedade, termos que diferem pouco em significado do que Fiske e Muddy definiram como "ativação". Mas quando você olha para a ampla definição de Fiske e Muddy das características dos estímulos que produzem efeitos, você começa a se perguntar se outros cientistas simplificaram demais seus pontos de vista sobre os determinantes do estresse.

Tendo considerado o nível real de ativação, que é definido em qualquer momento específico pelo efeito total da estimulação, podemos nos voltar para nível normal de ativação. Fiske e Muddy acreditam que os níveis de ativação experimentados por uma pessoa ao longo de muitos dias tendem a ser relativamente semelhantes entre si. Afinal, os padrões e sequências da vida devem se traduzir em semelhanças cotidianas na intensidade, significado e variedade de estímulos de várias fontes. Com o tempo, o indivíduo deve começar a experimentar um certo nível de ativação normal por um determinado período do dia. Esses níveis de ativação normais e habituais podem ser medidos aproximadamente calculando a média das curvas de ativação reais de uma pessoa durante um período de vários dias. Tal medida foi feita por Kleitman (1939), que descobriu um padrão que chamou de ciclo da existência. Este ciclo de existência é caracterizado por grandes altos e baixos durante o período de vigília. Ao despertar, os organismos altamente evoluídos geralmente mostram um grau crescente de vivacidade, depois um aumento gradual durante um período relativamente longo e, posteriormente, um declínio gradual e, finalmente, um declínio acentuado em direção a um estado de repouso e retorno ao estado de sono. Alguns indicadores fisiológicos, como frequência cardíaca e temperatura corporal, se comportam da mesma maneira (Kleitman e Ramsaroop, 1948; Sidis, 1908). Fiske e Muddy acreditam que a curva descrita como o ciclo da existência é a curva do nível habitual de ativação. Como todos têm um nível habitual de ativação, embora a curva possa assumir uma forma diferente para pessoas diferentes, essa é uma característica do núcleo da personalidade, bem como, é claro, do nível real de ativação que discutimos anteriormente.

Como você está postulando níveis reais e habituais de ativação, é quase natural considerar sua coincidência ou não como uma característica importante. Isso é exatamente o que Fiske e Muddy fazem. Sua tendência central descreve o desejo de uma pessoa de manter o nível de ativação que é familiar para uma determinada hora do dia. Se a ativação real se desviar do nível usual, o comportamento de mudança de impacto. Dois tipos de desvio são possíveis. Se o nível atual de ativação for maior que o normal, há comportamento de redução de impacto e se o nível atual de ativação for menor que o normal - comportamento de aumento de impacto. Deve-se notar que um comportamento que reduz o impacto deve ser uma tentativa de reduzir a intensidade, significância ou variedade de estímulos provenientes de fontes interoceptivas, exteroceptivas e corticais, e a definição de comportamento que aumenta o impacto seria o oposto.

Fiske e Muddy são considerados adeptos da teoria da concordância, pois consideram o desejo de uma correspondência entre os níveis de ativação reais e habituais como a direção geral da vida. Ao explicar por que as pessoas exibem esse esforço central, Fiske e Muddy (1961) reconhecem que a coincidência dos níveis reais e habituais de ativação é experimentada como um estado de bem-estar, enquanto as discrepâncias entre eles levam a emoções negativas, e sua gravidade aumenta com o tempo. grau crescente de discrepância. E, para evitar a experiência desconfortável do afeto negativo, as pessoas tentam reduzir a discrepância entre os níveis de ativação real e habitual, e o sucesso dessas tentativas é vivenciado como um afeto positivo.

A teoria de Fiske e Muddy é, sem dúvida, um modelo de consistência, pois o estado ideal é a completa ausência de discrepâncias entre os níveis de ativação real e habitual. Não considera, como na teoria de McClelland, que um pequeno grau de divergência seja um fenômeno positivo. Mas McClelland argumentou enfaticamente que posições como a de Kelly eram limitadas porque não conseguiam captar a importância do tédio de um interesse assistente em eventos inesperados. Este ponto de vista é compartilhado por Fiske e Muddy, que se manifesta no fato de que, em sua opinião, a ativação real pode não apenas exceder o nível usual, mas também ficar aquém dele. Quando o nível de ativação real é muito baixo, a pessoa buscará ativamente estimulação com mais variedade, significado ou intensidade. Em particular, isso significa que ele procurará eventos inesperados. Essa característica da posição de Fiske e Muddy está relacionada a duas outras importantes o suficiente para serem mencionadas. Em primeiro lugar, eles não consideram o alívio do estresse o objetivo de todas as atividades da vida, como fazem outros proponentes de modelos de conformidade pura. Embora seu ponto de vista seja, sem dúvida, uma das teorias da congruência, Fiske e Muddy concordam com McClelland que às vezes uma pessoa pode querer reduzir a tensão ou ativação, e às vezes aumentá-las. A segunda característica a ser mencionada é que Fiske e Muddy acreditam que as situações comuns da vida cotidiana carregam alguma variedade (mudança, novidade, surpresa), bem como alguma intensidade e significado. Em outras palavras, um nível de diversidade ligeiramente acima do mínimo é considerado normal. Essa suposição está implícita na proposição de que o nível habitual de ativação é alto o suficiente ao longo do dia para que o nível real de ativação possa realmente reduzi-lo. Para Fiske e Muddy, a suposição de outras teorias de consistência de que a situação ideal é a ausência de surpresa soa um tanto ridícula, pois obviamente contradiz a vida comum. Fiske e Muddy concordam com McClelland que um ser humano ficaria entediado em uma situação de total certeza e previsibilidade, e que tal situação geraria muito pouco impacto, não o suficiente para elevar a ativação ao nível usual.

A teoria de Fiske e Muddy é um bom exemplo do que é chamado de posição homeostática. Em outras palavras, sempre que há algum desvio da norma, neste caso do nível usual de ativação, tenta-se retornar ao estado normal, que se torna mais forte à medida que o grau de desvio aumenta. Há uma tendência geral na psicologia de ver todas as teorias de alívio do estresse como de natureza homeostática. Assim, os conceitos de Freud, Sullivan, Angyal, Beykan, Rank, Kelly e Festinger, e talvez alguns outros, poderiam ser chamados de teorias homeostáticas. O que me impressiona é que, de fato, essas teorias representam apenas metade do modelo homeostático, pois a norma nelas adotada é um estado de mínimo. Isso significa que a norma só pode ser excedida, mas não pode ser perdida. A teoria de Fiske e Muddy, comparada a outras, é realmente uma posição homeostática na qual a norma é algo mais que um mínimo e menos que um máximo. Tendo se familiarizado com uma teoria como Fiske e Muddy, a inconsistência parcial de outras teorias com o conceito de homeostase torna-se aparente. Muitos conceitos foram mencionados nas páginas anteriores e pode ser útil resumi-los em termos de terminologia central da personalidade no final desta subseção. O desejo de uma pessoa de manter um nível característico ou habitual de ativação para ela a cada momento é uma tendência do núcleo da personalidade. Essa tendência não é diferente em pessoas diferentes, ela permeia toda a sua existência. Várias características do núcleo da personalidade associadas a essa tendência central são destacadas. Estes são o nível real de ativação, o nível habitual de ativação, a discrepância entre eles, o comportamento que aumenta o impacto e o comportamento que reduz o impacto. Para todas as pessoas, esses conceitos estão nas mesmas relações. Mais especificamente, existem muitas fontes de diferenças individuais, para citar apenas algumas: os níveis habituais de ativação podem diferir, pode haver muitas maneiras de aumentar ou diminuir a exposição, mas discutiremos todas essas questões no capítulo 8 sobre a periferia da personalidade.

Formação de uma curva de ativação característica

Fiske e Muddy não acreditam que uma pessoa nasça com uma curva de ativação habitual, talvez ela seja formada como resultado da experiência de vida. Mais especificamente, eles sugerem que características genéticas, ainda não bem compreendidas, podem predispor a curva de ativação habitual de uma pessoa a uma certa altura e forma. Mas a experiência acumulada de experimentar um certo nível de ativação em determinados momentos do dia terá, como esperado, uma influência decisiva na formação de uma curva de ativação característica. Então, em primeiro lugar, o ambiente tem uma influência significativa sobre a pessoa como o principal determinante da curva de ativação característica. Essa determinação ocorre em algum momento da infância, embora Fiske e Muddy não digam nada definitivo sobre isso. Em certo sentido, sua imprecisão não é muito surpreendente, pois vimos que o modelo de consistência dá pouca atenção ao conteúdo da experiência de vida e à natureza inata. Para Kelly e McClelland, o comportamento é influenciado pelo próprio fato de haver uma discrepância entre expectativa e realidade, e não pelo conteúdo da discrepância. Para Fiske e Muddy, o impacto da estimulação precoce, não seu conteúdo, é a influência formativa. Como você não enfatiza a importância do conteúdo do estímulo e da natureza inata, você tem pouco desejo lógico de desenvolver uma teoria detalhada dos estágios de desenvolvimento em que o conteúdo de seus desejos e o conteúdo das reações de outras pessoas particularmente significativas serão importantes.

Mas Fiske e Muddy acreditam que à medida que a experiência se acumula, à medida que os dias passam um após o outro, uma curva de ativação característica começa a assumir uma forma estável. Uma vez estabelecida, esta curva não muda muito em circunstâncias normais. Isso se deve ao impacto na personalidade e na experiência do desejo de manter a ativação em um nível característico. Aqui é importante distinguir correção discrepâncias entre os níveis reais e característicos de ativação que realmente ocorrem, e tentativas antecipadas evitar tais discrepâncias (Maddi e Propst, 1963). Consideraremos agora a atividade antecipatória, pois é a base para entender por que a curva de ativação característica não muda depois de formada, e a atividade corretiva será considerada mais tarde. Com o acúmulo de experiência, uma pessoa aprende certos modos de vida habituais, permitindo evitar o aparecimento de grandes discrepâncias entre os níveis de ativação reais e característicos. Essas formas de influenciar a intensidade, o significado e a variedade de estímulos presentes e futuros de fontes interoceptivas, exteroceptivas e corticais formam uma grande parte da periferia da personalidade. Se a periferia da personalidade expressa com sucesso a tendência do núcleo, então as condições sob as quais a curva de ativação característica mudaria não ocorrem. O espectro de experiências e atividades de uma pessoa é selecionado e mantido para que, como resultado, receba tal impacto em diferentes momentos do dia, de modo que os níveis reais de ativação correspondam aos característicos. Talvez quanto mais uma pessoa vive, mais estável sua curva de ativação característica se torna. Somente se ele tivesse que ser exposto a níveis incomuns de exposição por um longo tempo (um exemplo seria um campo de batalha) seriam criadas condições de estimulação que poderiam alterar a curva de ativação característica.

Tentativas antecipatórias e corretivas para manter a consistência

Pode parecer a você que Fiske e Muddy, como Freud, acreditam que a personalidade permanece praticamente inalterada após a infância, mas na verdade não é assim. Embora se acredite que a curva de ativação habitual permaneça aproximadamente a mesma em circunstâncias normais, o comportamento e os processos de personalidade que expressam a função de tendência central preditiva devem realmente mudar para que essa curva permaneça inalterada. Pode parecer paradoxal, mas na realidade tudo é muito simples e claro. Uma das funções dos processos de antecipação é proteger os níveis de ativação futuros de cair abaixo dos níveis característicos. Mas esta afirmação deve ser entendida em conjunto com o fato de que qualquer estimulação, independentemente de seu efeito inicial, perderá seu efeito com o tempo. Nós nos adaptamos à estimulação se ela durar o suficiente. Paramos de notar um som que parecia alto no início se continuar por tempo suficiente. Com o tempo, algo significativo se torna comum. A variedade tem uma vida útil particularmente curta, pois qualquer estímulo novo ou inesperado reduz tanto seu impacto que pode se tornar entediante. Um grande número de evidências experimentais apóia a conclusão de que o efeito inicial da estimulação diminui à medida que dura o tempo em que é experimentado (ver Fiske e Maddi, 1961).

Isso significa que quanto mais uma pessoa vive, mais frequentemente ela deve mudar suas técnicas de antecipação, evitando que os níveis de ativação futuros caiam para níveis muito baixos e desconfortáveis. No que diz respeito às ações, ele deve expandir constantemente o leque de suas atividades e interesses. No que diz respeito aos pensamentos e sentimentos, ele deve se tornar cada vez mais refinado e diferenciado, pois é assim que se pode garantir que a estimulação futura realmente gerará um efeito mais forte do que seria sentido no momento. Se você olhar para uma pintura de Jackson Pollack agora, pode ter pouco efeito sobre você, pois parece ser nada mais do que uma mancha de tinta, repetitiva na melhor das hipóteses. Mas, ao aumentar a sutileza de seus processos cognitivos e afetivos, você se tornará muito mais sensível à mesma imagem quando a vir no futuro. Então, talvez, cause uma grande impressão, pois você poderá perceber as muitas voltas de tinta aplicada camada por camada e as sutis diferenças entre as partes da tela. Quer concordemos ou não com a avaliação de Jackson Pollack, acho que você entende o que significa aumentar continuamente a diferenciação cognitiva e emocional como base para garantir que a ativação não caia muito no futuro. Tentar se aproximar do ponto em que o universo pode ser visto em um grão de areia expressa um refinamento cognitivo e afetivo da experiência para compensar sua tendência natural de perder impacto à medida que continua ou se repete.

Mas, para manter adequadamente o nível característico de ativação, uma pessoa também deve dominar técnicas de antecipação para proteger a exposição futura de subir acima do nível característico. Isso é particularmente necessário para contrabalançar os possíveis, ainda que incidentais, efeitos colaterais das tentativas antecipatórias de evitar que a ativação caia abaixo dos níveis característicos. Quando você tenta garantir isso tornando-se mais diferenciado cognitivamente, afetivamente e ativamente, você não pode prever com absoluta certeza como tudo terminará. Se você aumentar constantemente sua busca por experiências novas, mais significativas e intensas, aumentará a probabilidade de uma crise na qual sua capacidade de manter as coisas dentro de limites aceitáveis seja ameaçada. Você pode estar involuntariamente sob a influência de uma influência tão poderosa que o resultado é um nível de ativação desconfortavelmente alto. Para esclarecer: se isso realmente acontecesse, uma pessoa, de acordo com essa teoria, corrigiria muito ativamente um alto nível de ativação. Mas seria ineficiente para uma pessoa esperar até que a ativação já esteja muito alta sem tomar nenhuma ação, assim como seria ineficiente confiar na correção de um nível de ativação que caiu muito baixo.

A diferenciação progressiva cognitiva, afetiva e de atividade é uma técnica antecipatória para manter a ativação alta, mas como você pode manter a ativação baixa o suficiente? Muddy e Propet (1963) mostram que a maneira de se proteger de ficar muito alto no futuro é desenvolver progressivamente mecanismos e técnicas para integrar elementos de cognição, emoção e ação, diferenciados para garantir que a ativação não fique muito alta. . A essência da integração é a organização de elementos diferenciados em amplas categorias de função ou importância. Os processos de integração permitem ver como as experiências individuais são semelhantes em significado e intensidade a outras experiências, por mais diferentes que sejam, com base em uma análise mais específica que serve como manifestação de processos de diferenciação. Não há conflito entre os processos de diferenciação e integração. Não importa o quão sensível você tenha se tornado à nossa tela de Jackson Pollack por meio de processos de diferenciação, você também pode encaixar essa tela no esquema geral de seu trabalho, trabalho contemporâneo e história da arte usando processos de integração. A função dos processos integrativos é evitar que níveis futuros de ativação se tornem muito altos sem privar o indivíduo da capacidade de experiências sensíveis necessárias para evitar níveis de ativação frustrantemente baixos.

De fato, como você pode ver, a imagem de personalidade proposta envolve mudanças constantes ao longo da vida; essas mudanças servem para manter discrepâncias mínimas entre os níveis reais e habituais de ativação. A mudança envolve diferenciação e integração progressivas, ou o que costumávamos chamar de "crescimento psicológico". Este conceito está presente nas variantes de atualização e aperfeiçoamento do modelo de autorrealização, embora os acentos possam ser colocados de diferentes maneiras. Esse conceito não é característico das teorias do conflito psicossocial, embora desempenhe certo papel nas teorias do conflito intrapsíquico. Fiske e Muddy são os únicos representantes do modelo de consistência a usar a noção de crescimento psicológico. Na verdade, sua abordagem parece ser mais frutífera do que as dos teóricos da auto-atualização ou do aperfeiçoamento, porque Fiske e Muddy explicam o crescimento psicológico em termos de expressão de uma tendência central, em vez de simplesmente vê-lo como parte integrante dessa tendência em si.

Agora podemos voltar não aos processos antecipatórios, mas aos corretivos, a fim de compreender seu significado especial. Em primeiro lugar, é óbvio que a correção da discrepância entre os níveis de ativação reais e característicos é necessária apenas quando os processos de antecipação falharam. No adulto, as tentativas de correção são da natureza das manobras de emergência (Maddi e Propst, 1963). Simplificando, Muddy e Propst sugerem que o comportamento de redução de exposição, que visa diminuir um nível de ativação real que já está acima do nível característico, distorce a realidade no sentido de obscurecer os efeitos dos estímulos que estão realmente ocorrendo. Eles acreditam que o comportamento de aumento da exposição que visa elevar um nível de ativação real que já está abaixo do nível característico também distorce a realidade, mas que essa distorção acrescenta algo à estimulação que realmente está faltando. Esses aspectos sensibilizadores e dessensibilizantes do comportamento corretivo aproximam-se de um aspecto da compreensão tradicional do termo "proteção". Mas devemos ter o cuidado de entender que Muddy e Propet não significam a exclusão ativa da consciência dos impulsos e desejos que formam uma parte existente, mas perigosa, da própria personalidade. Eles simplesmente falam sobre a existência de um mecanismo para exagerar ou subestimar o real impacto da estimulação. Nisso, eles se aproximam mais do conceito de proteção do que todos os outros representantes do modelo de consistência.

De um modo geral, o conceito de Fiske e Muddy é uma teoria de consistência que se concentra na discrepância entre a ativação real e habitual, em vez da precisão das previsões. É formulado de forma ampla o suficiente para incluir outras teorias de correspondência que dão a mesma ênfase. No conceito de Fiske e Muddy, comportamento e personalidade estão parcialmente focados em reduzir a tensão e parcialmente em aumentá-la. Nisso, essa abordagem se assemelha à teoria de McClelland, embora esteja mais próxima do modelo de correspondência tradicional do que de sua variante. Fiske e Muddy, como outros representantes do modelo de correspondência, são ecléticos em sua abordagem ao conteúdo, suas ideias sobre o homem e a sociedade contêm poucas características inevitáveis e imutáveis. Eles acreditam que as características mais importantes da personalidade central permanecem constantes, mas a periferia da personalidade muda constantemente ao longo da vida para satisfazer as demandas da tendência central. A mudança constante ocorre na direção de um aumento simultâneo na diferenciação e integração ou crescimento psicológico.

Visualizações: 1917
Categoria: »

São Petersburgo: Rech Publishing House, 2002, 486 p.
.
Um dos melhores trabalhos sobre teorias da personalidade.
Contente:
Artigo introdutório (V. M. Allahverdov).
Personalidade: da mitologia à ciência (D. A. Leontiev).
Prefácio.
1. Personalidade e personologia.
O que os personólogos fazem?
O que é uma personalidade.
Três tipos de conhecimento do personologista.
Núcleo e periferia da personalidade.
Seleção de teorias de personalidade para inclusão neste livro.
2. O núcleo da personalidade: um modelo de conflito.
O modelo do conflito: uma abordagem psicossocial.
A posição de Freud.
A posição de Murray.
A posição de Sullivan.

Posição do Rank.
Posição de Angyal e Beykan.
3. O núcleo da personalidade: um modelo de auto-realização.
Modelo de autorrealização: atualização.
posição de Roger.
A posição de Maslow.
Modelo de autorrealização: perfeição.
A posição de Adler.
A posição das brancas.
A posição de Allport.
A posição de Fromm.
4. O núcleo da personalidade: um modelo de consistência.

A posição de Kelly.
A posição de McClelland.

Posição de Fiske e Muddy.
5. Análise teórica e empírica de ideias sobre o núcleo da personalidade: características de três modelos.
As características mais importantes dos três modelos.
modelo de conflito.
modelo de autorrealização.
Modelo de consistência.
Algumas questões decorrentes da análise dos três modelos.
A primeira pergunta é: o conceito de proteção é confiável? .
A segunda pergunta é: todo comportamento é defensivo? .
Terceira pergunta: a forma mais elevada de vida está transcendendo ou se adaptando? .
Quarta pergunta: a dissonância cognitiva é sempre desagradável e evitável? .
Quinta pergunta: Todo comportamento visa reduzir o estresse? .
Sexta pergunta: A personalidade muda radicalmente após o final da infância?
em vez de uma conclusão.
6. Periferia da personalidade: modelo de conflito.
O modelo do conflito: uma abordagem psicanalítica.
A posição de Freud.
A posição de Murray.
A posição de Erickson.
A posição de Sullivan.
O modelo do conflito: uma abordagem intrapsíquica.
Posição do Rank.
A posição de Angyal.
A posição de Beykan.
7. Periferia da personalidade: modelo de autorrealização.
Modelo de autorrealização: uma variante de atualização.
posição de Roger.
A posição de Maslow.
Modelo de autorrealização: uma variante de melhoria.
A posição de Adler.
A posição das brancas.
A posição de Allport.
A posição de Fromm.
8. Periferia da personalidade: um modelo de consistência.
Modelo de consistência: Uma variante da dissonância cognitiva.
A posição de Kelly.
A posição de McClelland.
Modelo de Consistência: Opção de Ativação.
A posição de Maddy.
9. Análise teórica das abordagens à periferia da personalidade.
Vários tipos de características periféricas específicas.
Motivos e características.
Em defesa do conceito de motivação.
O problema do inconsciente.
Esquema.
Conceito de tipo periférico.
O problema da individualidade.
O conteúdo da periferia da personalidade.
modelo de conflito.
modelo de autorrealização.
Modelo de consistência.
10. Análise empírica das abordagens teóricas da periferia da personalidade.
A estratégia perfeita.
Primeiro passo: medição de características periféricas específicas.
Passo dois: a relação entre os indicadores.
Terceiro passo: construir a validade das proposições teóricas sobre a periferia da personalidade.
Nota prática.
Pesquisa usando análise fatorial.
Cattell, Guildford e Eysenck.
Número de fatores.
Tipos de fatores.
O conteúdo dos fatores.
Outros estudos da periferia da personalidade.
A posição de Freud.
A posição de Murray.
A posição de Erickson.
A posição de Sullivan.
Posição do Rank.
Posição de Angyal e Beykan.
posição de Roger.
A posição de Maslow.
A posição de Adler.
A posição das brancas.
A posição de Allport.
A posição de Fromm.
A posição de Kelly.
A posição de McClelland.
A posição de Maddy.
Considerações finais.
11. Características formais e de conteúdo de uma boa teoria da personalidade.
Características formais.
Componentes da teoria da personalidade.
Critério geral de adequação formal.
características do conteúdo.
Considerações finais.
Inscrição.
A teoria de Freud.
A teoria de Murray.
A teoria de Erickson.
A teoria de Sullivan.
A teoria de Rank.
Teoria Angyal.
A teoria de Beykan.
Teoria de Rogers.
A teoria de Maslow.
A teoria de Adler.
A teoria de White.
A teoria de Allport.
A teoria de Fromm.
A teoria de Kelly.
A teoria de McClelland.
Teoria de Fiske e Muddy.
Lendo lama. (A. Yu. Agafonov).
Bibliografia.
Lista de literatura adicional em russo.

Salvatore R. Maddi é professor da Escola de Ecologia Social da Universidade da Califórnia.

Salvatore Maddi

Teorias da personalidade

ANÁLISE COMPARATIVA

Traduzido por I. Avidon, A. Batustin e P. Rumyantseva

S.R. Maddi. Teorias da personalidade: uma análise comparativa Homewood, Ill: Dorsey Press, 1968

Artigo introdutório (V.M. Allahverdov)

Personalidade: da mitologia à ciência (D.A.Leontiev)

Prefácio

1. Personalidade e personologia

O que os personólogos fazem?

O que é personalidade

Três tipos de conhecimento do personologista

O núcleo e a periferia da personalidade

Seleção de teorias de personalidade para inclusão neste livro

2. O núcleo da personalidade: o modelo de conflito

O Modelo de Conflito: Uma Abordagem Psicossocial

A posição de Freud

A posição de Murray

A posição de Sullivan

Posição de classificação

Posição de Angyal e Beikan

3. O núcleo da personalidade: um modelo de auto-realização

Modelo de autorrealização: atualização

Posição de Roger

A posição de Maslow

Modelo de autorrealização: melhoria

A posição de Adler

A posição do branco

Posição de Allport

Posição de Fromm

4. O Núcleo da Personalidade: Modelo de Consistência

A posição de Kelly

A posição de McClelland

A posição de Fiske e Muddy

5. Análise teórica e empírica de ideias sobre o núcleo da personalidade: características de três modelos

As características mais importantes dos três modelos

Modelo de conflito

Modelo de autorrealização

Modelo de consistência

Algumas questões decorrentes da análise dos três modelos

A primeira pergunta é: o conceito de proteção é confiável?

A segunda pergunta é: todo comportamento é defensivo?

Terceira pergunta: a forma mais elevada de vida está transcendendo ou se adaptando?

Quarta pergunta: a dissonância cognitiva é sempre desagradável e evitável?

Quinta pergunta: Todo comportamento visa reduzir o estresse?

Sexta pergunta: A personalidade muda radicalmente após o final da infância?

Em vez de uma conclusão

6. Periferia da personalidade: modelo de conflito

O Modelo de Conflito: Uma Abordagem Psicanalítica

A posição de Freud

A posição de Murray

A posição de Erickson

A posição de Sullivan

Modelo de conflito: uma abordagem intrapsíquica

Posição de classificação

Posição Angyal

A posição do Beikan

7. Periferia da personalidade: um modelo de autorrealização

Modelo de autorrealização: uma opção de atualização

Posição de Roger

A posição de Maslow

Modelo de autorrealização: uma opção de melhoria

A posição de Adler

A posição do branco

Posição de Allport

Posição de Fromm

8. A periferia da personalidade: modelo de consistência

Modelo de consistência: uma variante da dissonância cognitiva

A posição de Kelly

A posição de McClelland

Modelo de consistência: opção de ativação

A posição de Muddy

9. Análise teórica das abordagens à periferia da personalidade

Diferentes tipos de características periféricas específicas

Motivos e Características

Em defesa do conceito de motivação

O problema do inconsciente

Conceito de tipo periférico

O problema da individualidade

Modelo de conflito

Modelo de autorrealização

Modelo de consistência

10. Análise empírica de abordagens teóricas da periferia da personalidade

Estratégia Ideal

Primeiro Passo: Medindo Características Periféricas Específicas

Passo dois: relacionamento entre indicadores

Terceiro Passo: Construir a Validade das Proposições Teóricas sobre a Periferia da Personalidade

Nota prática

Pesquisa usando análise fatorial

Cattell, Guildford e Eysenck

Número de fatores

Tipos de fatores

Outros estudos da periferia da personalidade

A posição de Freud

A posição de Murray

A posição de Erickson

A posição de Sullivan

Posição de classificação

Posição de Angyal e Beikan

Posição de Roger

A posição de Maslow

A posição de Adler

A posição do branco

Posição de Allport

Posição de Fromm

A posição de Kelly

A posição de McClelland

A posição de Muddy

Considerações finais

11. Características formais e de conteúdo de uma boa teoria da personalidade

Características formais

Componentes da teoria da personalidade

Critério geral de adequação formal

Considerações finais

Inscrição

A teoria de Freud

A teoria de Murray

A teoria de Erickson

A teoria de Sullivan

A teoria de Rank

Teoria Angyal

A teoria de Beykan

teoria de Roger

A teoria de Maslow

A teoria de Adler

A teoria de White

A teoria de Allport

A teoria de Fromm

A teoria de Kelly

A teoria de McClelland

A teoria de Fiske e Muddy

Lendo Muddi... (A.Yu.Agafonov)

Bibliografia

Lista de literatura adicional em russo

Artigo introdutório

A psicologia é uma ciência estranha. Vale a pena pensar em seus problemas, pois logo tudo fica obscuro. Bem, realmente, uma pessoa sabe por que ela pensa em alguma coisa? Balzac escreveu com precisão em "Drama on the Seashore": "Os pensamentos afundam em nosso coração ou cabeça sem nos perguntar". Uma pessoa é capaz de se dar conta apenas do que ela está ciente. Mas ele não pode explicar a transição de um de seus pensamentos para outros. Não sabemos como realizar a criação do pensamento. O pensamento está sempre presente em nossas mentes de forma pronta. Portanto, talvez, em geral, seja mais correto dizer não "eu penso", mas "eu penso". Mas o que é então esse misterioso "eu", que mesmo, ao que parece, nem se pensa?

No entanto, cada pessoa pensa algo sobre si mesmo. Mas como ele pode ter certeza da correção de seus pensamentos sobre si mesmo? Talvez ele devesse comparar sua ideia de si mesmo com ele mesmo. Mas um homem só conhece seus pensamentos, e não ele por si próprio. Com o que comparar? Talvez você devesse perguntar a outras pessoas e comparar seus próprios pensamentos com as respostas delas? Mas essa ideia não desvenda o quebra-cabeça. Afinal, se eu não me conheço bem o suficiente, por que outras pessoas me conhecem melhor? Se um jovem não consegue descobrir se ele realmente ama sua amada ou apenas pensa que ama, então como aqueles ao seu redor o ajudarão? Alguém melhor do que eu é capaz de decidir o que eu penso? na verdade, O que eu quero, o que eu gosto ou não correto? E, no entanto, as pessoas são capazes de corrigir de alguma forma sua ideia de si mesmas. Eles de alguma forma conseguem. Como?

Espero que isso seja suficiente para entender que intrincados quebra-cabeças os psicólogos teóricos têm que resolver. Especialmente os teóricos que constroem a ideia de personalidade. A personalidade é, afinal, uma formação tão majestosa que abraça tudo o que há de mais valioso em nós. Mas não está claro o que, de fato, ela faz. Pense nisso: uma pessoa toma algumas decisões. Mas em que base? Se essas decisões são predeterminadas por algo (genética, ambiente, educação, situação, experiência passada, etc.), então a pessoa não é capaz de agir puramente a seu próprio critério. Se as decisões do indivíduo não são predeterminadas por nada, então como ela pode tomá-las? Não é de surpreender que existam dezenas de teorias da personalidade, cada uma das quais esclareceu algo muito importante, mas ao mesmo tempo deixou outras coisas igualmente importantes sem nenhuma atenção.

Você tem um livro maravilhoso à sua frente. É verdade que ela estava atrasada para o leitor russo por várias décadas. Um lugar sagrado nunca está vazio. Durante esse período, inúmeras revisões modernas de teorias da personalidade, propostas por vários psicólogos americanos, apareceram nas livrarias. No entanto, a grande maioria das resenhas é feita no estilo, como nosso autor justamente chama, "ecletismo benevolente". Neles, um capítulo fala sobre uma teoria, o próximo sobre outra. E o pobre leitor nunca pode conectar o desconectado em sua cabeça. Além disso, os autores – especialmente os de livros didáticos americanos – muitas vezes visam a simplificação excessiva e, portanto, evitam qualquer discussão séria sobre as questões.

S.Maddy escolheu uma forma fundamentalmente diferente de apresentar o material. Ele encontrou uma classificação mais ou menos bem sucedida de diferentes abordagens (isso já é uma virtude rara em tais livros). Mas o mais importante, ele constantemente compara diferentes abordagens e discute como cada teoria é comprovada experimentalmente. É por isso que seu livro não só não ficou desatualizado, mas, pelo contrário, através do prisma de décadas, começou a parecer um clássico. Mesmo um bom conhecedor de livros sobre teorias da personalidade encontrará muita coisa inesperada e interessante neste trabalho.

O livro de S. Maddy destina-se mais a especialistas do que ao público em geral. Será especialmente útil para estudantes de psicologia, que, infelizmente, nem sempre se interessam pelos resultados dos estudos experimentais e, se conhecem algo da experimentação, aceitam os dados obtidos sem qualquer crítica, como a verdade última. S. Maddi os ensinará a serem atentos e críticos. No entanto, este livro também será útil para o maior círculo de leitores, a quem os problemas de personalidade não deixam indiferentes.

É claro que S. Maddy, como convém a um psicólogo americano, mesmo quando supera seu ambiente positivista-comportamental e determinista-psicanalítico, evita discutir os problemas mais fundamentais. E, no entanto, o livro encoraja o leitor a pensar e duvidar. E hoje ninguém dará uma resposta convincente a todas as perguntas. Mas esta é a verdadeira grandeza da brilhante Ciência da Psicologia de hoje, que todos têm a oportunidade de buscar novas idéias originais. No entanto, antes de iniciar a busca, é melhor saber quais ideias foram desenvolvidas por outros buscadores da verdade. Essas ideias são o foco deste livro.

V.M. Allakhverdov, Doutor em Psicologia, Professor da Faculdade de Psicologia da Universidade Estadual de São Petersburgo

Portal para o aluno. Autotreinamento

Livros (1)

POSIÇÃO DE FISCKE E MUDDI

Salvatore Maddi

ARTIGOS RELACIONADOS