Em 1º de setembro de 1939, a Segunda Guerra Mundial começou. A Alemanha e a URSS assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, cujo protocolo secreto previa a divisão da Polônia e dos estados bálticos entre as duas potências. Anteriormente, isso foi precedido pela visita do primeiro-ministro britânico Chamberlain a Hitler em Berlim. O resultado desta visita foi que o desejo de atrasar a eclosão da guerra, especialmente para a Inglaterra. Ao retornar a Londres, Chamberlain declarou: "Eu lhe trouxe paz ...". A isso, Churchill disse que a Inglaterra teve a escolha entre a guerra e a desonra, e que a Inglaterra escolheu a desonra e entraria em guerra.
Todos esses eventos foram precedidos pelo pejorativo Tratado de Versalhes, segundo o qual a Alemanha praticamente não poderia ter um exército e uma marinha. Além disso, a Alemanha teve de pagar à França mais de 2 bilhões de marcos alemães em reparações.
Embora hoje, na era da informação e da tecnologia da informação, como resultado da desclassificação dos arquivos e documentos do estado daqueles anos, muito se tornou e está se tornando conhecido. No entanto, do meu ponto de vista, existe um certo desequilíbrio e vácuo de informação em torno das pessoas desde os tempos da Alemanha fascista. Ou seja, aqueles que determinaram a política externa de Hitler. Estes são von Neurath, Ribbentrop e outras personalidades igualmente interessantes. É interessante que todos os que serão discutidos neste artigo vieram de famílias aristocráticas e tiveram uma excelente educação. Mas isso não os impediu de permitir que Hitler chegasse ao poder.
Se você subordinasse a mente aos sentimentos, seria muito fácil. Portanto, vou me basear apenas nos fatos.
Aqui está o que o representante oficial da Alemanha na época, Dr. Clodius, escreve sobre as relações anglo-alemãs (de seu próprio depoimento nº 54 de 21 de maio de 1946): guerra e as posições de ambos os estados em relação ao Tratado de Versalhes.
Imediatamente após o fim da guerra, surgiu uma diferença significativa entre a política da Inglaterra e a política da França em relação à Alemanha. Já na conferência de paz, sobre a questão da anexação da margem esquerda do Reno e do Saarland, a Inglaterra ficou do lado de Wilson, que se opôs a esta anexação.
A atitude das tropas de ocupação britânicas na Renânia em relação à população alemã era completamente diferente da das tropas francesas. Logo o regime de ocupação na zona britânica tornou-se quase imperceptível.
Sobre a questão das reparações, que logo após a assinatura do Tratado de Versalhes passou a ser objeto de constantes negociações, a Inglaterra, juntamente com a América, tentou assumir uma posição mediadora entre a Alemanha e a França.
Quando Poincaré ordenou que as tropas francesas entrassem na região do Ruhr para tomá-la como "promessa" e assim obrigar os alemães a pagarem reparações, a Inglaterra não participou dessa operação. Assim, pela primeira vez, as diferenças entre Inglaterra e França foram reveladas abertamente. A Itália seguiu o exemplo da Inglaterra, e a Bélgica participou dessa operação apenas simbolicamente, enviando alguns engenheiros ao Ruhr. A posição belga levou, assim, ao isolamento da França nesta questão, que era especialmente importante naquele momento.
Nem é preciso dizer que a posição da Inglaterra nos primeiros anos do pós-guerra teve grande influência na Alemanha, e sob essa influência estava a posição do governo alemão e os sentimentos do povo alemão, embora seja natural que houvesse muitos divergências entre a Inglaterra e a Alemanha sobre relações realmente amistosas, em vista da situação geral, então não havia dúvida. De qualquer forma, a influência da Inglaterra em Berlim naquela época era muito grande, e o primeiro embaixador britânico do pós-guerra em Berlim, Lord D. se sentiu bem, de certa forma, como consultor de política externa do governo alemão. Quais motivos foram decisivos para a posição inglesa da Alemanha, é claro, era difícil tirar uma conclusão definitiva.
Em primeiro lugar, provavelmente, as considerações tradicionais sobre a manutenção de um certo equilíbrio na Europa desempenharam um papel. A Inglaterra não queria que a França tivesse um domínio inegável na Europa Ocidental e Central e, portanto, ela estava interessada em que a Alemanha se tornasse tão forte que um "espaço descarregado" não se formasse na Europa Central.
Além disso, os financistas e economistas britânicos estavam convencidos de que, para restaurar até certo ponto uma economia mundial organizada, era necessária a participação de uma Alemanha economicamente arruinada. Daí o interesse especial da Inglaterra em uma solução razoável para a questão das reparações. A política britânica também desejou desde o início assegurar uma influência política decisiva em Berlim desde o início. Portanto, ela teve o cuidado de garantir que a política da Alemanha não se inclinasse para nenhum outro lado. O Tratado de Rapallo, como o primeiro sinal nessa direção, recebeu atenção especial na Inglaterra, pois em geral qualquer mudança nas relações entre a Alemanha e a União Soviética muitas vezes afetava claramente a posição da Inglaterra em relação à Alemanha.
Finalmente, um certo papel também foi desempenhado pela percepção de que o Tratado de Versalhes sobrecarregava a Alemanha até os limites do que era possível, e em alguns pontos além disso, de modo que o governo democrático da Alemanha não poderia tornar sua tarefa muito difícil.
Como você pode ver, a mente deste diplomata alemão da época não pode ser negada. O mesmo pode ser dito sobre o senso comum. Então, por que tudo aconteceu do jeito que aconteceu? Por que as opiniões das pessoas da época eram diferentes e a opinião do chanceler federal prevaleceu? Falaremos sobre isso na próxima vez. Estudando os documentos da época, cheguei à conclusão de que essa guerra poderia ter acontecido e se desenvolvido de acordo com um cenário completamente diferente. Além disso, não é mais segredo para ninguém que o ministro das Relações Exteriores alemão von Neurath era um fervoroso oponente da guerra com a URSS e por isso foi substituído por Ribbentrop, conhecido de todos nós.
Prometi anteriormente que continuaríamos conversando sobre o que estava acontecendo entre as grandes potências e o eixo Berlim-Roma na época. Primeiro, é necessário considerar a questão de como Hitler chegou ao poder. Nesse sentido, o depoimento manuscrito do Dr. Clodius, já conhecido por nós, nº 68 datado de 16 de outubro de 1947 (citação): “Após a morte do líder do Partido de Centro Alemão - Marx, que foi repetidamente Chanceler do Reich, Brüning tornou-se, a par do prelado (a ordem sagrada da Igreja Católica - O B.) Kaas, líder do partido do Centro. Após as eleições para o Reichstag em setembro de 1925, como representante do social-democrata alemão Müller, Brüning foi proclamado chanceler do Reich. No governo por ele formado havia representantes dos partidos: a esquerda civil e o centro, o democrático e o partido popular.
Esses partidos não formaram maioria no parlamento. O governo Brüning recebeu isso apenas com o apoio do Partido Social Democrata. Este partido apoiou o governo de Brüning apenas para impedir a formação de um governo de direita com a participação de nacionalistas alemães e talvez até de nacional-socialistas.
O programa de política externa do governo Brüning era continuar a política de compreensão mútua e amizade iniciada por Stresemann. Externamente, isso foi expresso no fato de que Kurtiuis, o amigo mais próximo e aliado político do falecido Stresemann, foi nomeado para o cargo de Ministro das Relações Exteriores do governo de Brüning. Brüning depositou esperanças especiais na política de entendimento mútuo em conexão com o desejo de melhorar ainda mais as relações políticas com a França. Durante o reinado de Brüning, pela primeira vez, uma visita oficial a Berlim foi feita pelo primeiro-ministro francês e pelo ministro das Relações Exteriores da França.
Em questões de política doméstica, Brüning lutou pelo apoio da democrática República de Weimar. Sua principal atividade era, acima de tudo, defender a democracia parlamentar dos ataques cada vez maiores dos nacional-socialistas e dos nacionalistas alemães.
Brüning se esgotou devido ao agravamento cada vez maior da crise econômica, que ele não conseguiu evitar. Ele voltou sua atenção principal para a resolução de questões econômicas e financeiras e, aprofundando-se pessoalmente, tentou encontrar uma saída para a difícil situação que surgiu.
Mas suas duras medidas econômicas, cortes salariais, etc., tornaram seu governo impopular, sem falar no fato de que o desemprego estava aumentando.
O próprio Brüning era uma pessoa impecável e ascética, mas sua política de limitação e sacrifício para salvar a Alemanha não poderia ter o poder de se opor à propaganda dos nacional-socialistas e nacionalistas alemães. Assim, cada novo desempregado tornava-se um opositor do governo.
O fracasso de vários programas trabalhistas enfraqueceu cada vez mais a posição de Brüning. Suas tentativas de melhorar a posição do governo em questões de política interna por meio de sucessos na política externa foram inconclusivas.
Seu plano para uma tarifa alfandegária austro-alemã em 1931 falhou após um protesto da França, acompanhado por Stalin e, após alguma hesitação, a Inglaterra. A situação financeira na Alemanha piorou ainda mais devido à falência em julho de 1931 de um grande banco de Berlim, o que levou à necessidade de introduzir relações de letras ainda mais rígidas na economia alemã.
A moratória Hoover que se seguiu a esses eventos, segundo a qual o pagamento das reparações alemãs foi suspenso por um ano, foi, por assim dizer, um sucesso político para Brüning, mas, infelizmente, isso não foi suficiente para fortalecer a posição de Brüning, além disso, o A oposição tentou de todas as maneiras ofuscar esse sucesso da lei com um acordo tarifário fracassado com a Áustria.
Por fim, o presidente do Reich, Hindenburg, foi forçado, sob pressão da oposição de direita, em maio de 1932, a propor a Brüning que renunciasse.
O declínio de Brüning também marcou o fim da democrática República de Weimar. Brüning foi o último chanceler alemão a lutar vigorosamente e com convicção pela democracia. Imediatamente após sua demissão, Hindenburg, juntamente com o sucessor de Brüning, violou a constituição e dispersou o governo social-democrata da Prússia. Nem é preciso dizer que Hindenburg sabia que Brüning, como chanceler do Reich, lutou com todas as suas forças contra o uso de tal ato de violência.
Depois de ser afastado da liderança do governo, Brüning se aposentou da política. Em seu próprio partido, no qual ingressou constantemente na esquerda, após seu afastamento houve um deslocamento para a esquerda, o que dificultou muito a continuidade de suas atividades políticas.
Após os eventos de janeiro de 1933, Brüning inicialmente permaneceu na Alemanha e, fazendo trabalhos científicos, permaneceu distante, morando no Reno. Posteriormente, mudou-se para a América, onde em algum lugar no leste dos EUA começou a lecionar como professor em uma universidade. Sua ocupação principal eram questões de sociologia. Com o desejo de que seus alunos viessem às suas palestras não como ex-político e chanceler do Reich, mas como mero professor, ele viveu na América sob um pseudônimo. Durante sua estada na América até 1944, ele não apareceu na arena política.
Eu conhecia Brüning pessoalmente. Em 1931, durante minha estada em Paris como conselheiro e assistente da embaixada alemã em questões de política externa e relações franco-alemãs, fiz um relatório exaustivo a Brüning sobre a situação na França.
Ao mesmo tempo, pude constatar o quão profundamente ele se aprofunda nas questões deste problema e quão seriamente ele está preocupado e interessado em uma maior reaproximação entre a França e a Alemanha, o que deve ter um efeito favorável na situação internacional.
No campo da economia, o colaborador mais próximo de Brüning era então o secretário de Estado do Ministério da Economia do Reich, Schaeffer, que eu conhecia bem. Dele ouvi pela primeira vez os detalhes da energia com que o próprio Brüning tentou, tentando usar a melhoria da situação econômica na Alemanha, para liderar uma luta vitoriosa contra os nacional-socialistas pela democracia. Schaeffer, sendo um social-democrata, foi para o exterior depois de 1933, onde o vi durante a guerra.
CLODIUS
16 de outubro de 1947
Traduzido por: Comissário Operacional da 4ª Divisão 3 da Diretoria Principal do MGB da URSS, Tenente BUBNOV ”Concordo, uma história muito relevante da qual os políticos de nosso tempo deveriam aprender lições com mais frequência. Afinal, foi então que a difícil situação política e econômica levou Adolf Hitler ao poder. Quem foi o homem que convenceu o presidente imperial Hindenburg de que somente Hitler poderia restaurar a Alemanha à sua antiga grandeza e autoconfiança? Franz Josef Hermann Michael Maria von Papen, político alemão, décimo terceiro chanceler da República de Weimar e diplomata. Até agora, antes da intervenção deste homem, os principais políticos alemães da época não queriam ver Hitler no poder, incluindo o próprio Hindenburg.
Franz von Papen nasceu em 29 de outubro de 1879 na Vestfália, na cidade de Werl, na família de um grande proprietário de terras, descendente de uma antiga família de cavaleiros alemães. Por religião - católico. Antes da Primeira Guerra Mundial, ele era oficial do Estado-Maior. Em 1913-1915 foi adido militar nos Estados Unidos, de onde foi expulso por espionagem e atividades subversivas. Então ele serviu na Frente Ocidental. Em 1916, atuou como intermediário entre o governo alemão e os rebeldes republicanos irlandeses no fornecimento de armas que foram usadas por eles contra o exército britânico. Desde 1917, ele serviu como oficial do Estado-Maior no Oriente Médio e com o posto de major do exército turco na Palestina. Em 1918 ele voltou para a Alemanha e se aposentou do exército com o posto de tenente-coronel. Em 1921-1932 foi membro do Prussian Landtag do Partido do Centro Católico; juntou-se à sua extrema-direita. Surpreendeu seu partido nas eleições presidenciais de 1925 ao apoiar a candidatura de Paul von Hindenburg sobre o candidato do Partido do Centro, Wilhelm Marx. De 1º de junho a 2 de dezembro de 1932, chefiou o governo. Em janeiro de 1933, com a permissão de Hindenburg, ele negociou com Hitler e entrou no escritório de Hitler como vice-chanceler. No entanto, logo, em 17 de junho de 1934, ele fez um discurso na Universidade de Marburg em apoio às opiniões das forças conservadoras do Reichswehr, a elite financeira e empresarial da Alemanha, insatisfeita com a retórica e o extremismo socialista nazista (o tão -chamado "discurso de Marburg"). A crítica enfureceu a liderança do Partido Nazista e Adolf Hitler. Na noite das facas longas - a derrota do topo das tropas de assalto (SA) - o escritório de von Papen foi tomado e revistado pela Gestapo. Durante a busca, von Bose, assessor do vice-chanceler para a imprensa, foi morto a tiros. O próprio Von Papen ficou em prisão domiciliar por três dias. Os policiais sob o comando de Goering que o protegiam tinham ordens para impedir que von Papen fosse preso pela Gestapo ou pela SA.
Não tive dúvidas sobre a determinação de Goebbels, Himmler e Heydrich de liquidar o reacionário de Marburg em tempo hábil. Como soube mais tarde, a única pessoa que se interpôs entre mim e um destino semelhante foi Goering.
- F. von Papen. "Vice-chanceler do Terceiro Reich" .
De julho de 1934 a março de 1938 (antes do Anschluss), von Papen serviu como embaixador na Áustria, fornecendo apoio financeiro e político a organizações nacionalistas pró-alemãs. Em janeiro de 1938, a polícia austríaca vasculhou as instalações do comitê diretor nazista local e, entre os documentos (segundo ele), foi encontrado um plano segundo o qual o motivo da invasão da Áustria foi o assassinato de von Papen. Então, ocupando o cargo de embaixador na Turquia em 1939-1944, von Papen procurou impedir sua entrada na guerra ao lado dos Aliados. Nesse sentido, em 24 de fevereiro de 1942, foi feito um atentado contra ele por agentes da inteligência soviética, que, no entanto, não teve sucesso. Durante a guerra, o governo nazista tentou nomear von Papen como embaixador alemão no papado, mas o Papa Pio XII rejeitou a proposta. Em abril de 1945, von Papen foi preso no Ruhr pela administração militar do 9º Exército dos EUA. Em 1946, ele compareceu perante o Tribunal Militar Internacional em Nuremberg, mas foi absolvido. No entanto, em fevereiro de 1947, ele compareceu à Comissão de Desnazificação e foi condenado a oito meses de prisão. Na década de 1950, von Papen tentou, sem sucesso, reingressar na política. Em seus últimos anos, ele viveu no Castelo Benzenhofen na Alta Suábia e publicou muitos livros e memórias nos quais tentou justificar suas políticas na década de 1930 traçando paralelos entre esse período e o início da Guerra Fria. Ele morreu em 2 de maio de 1969 em Obersasbach (Baden).
Se não fosse por von Papen, talvez a história nunca tivesse conhecido o nome de Adolf Schicklgruber. E a humanidade poderia ter evitado a Segunda Guerra Mundial. Além disso, como já disse, na própria Alemanha havia oponentes da guerra. Mas a história não conhece o modo subjuntivo. Então foi por isso que tudo aconteceu. Bulgária e Türkiye juntaram-se ao eixo Roma-Berlim. Como hoje muitas páginas da história da guerra estão abertas, muito se sabe sobre o eixo mencionado acima e sobre os países que a ele aderiram. Mas poucas pessoas sabem que muitos estados árabes se juntaram ao sinistro eixo Hitler-Mussolini, acho que nem todo mundo sabe. Mas este é um tópico para uma discussão separada.
Igor Markov.

A diplomacia durante a Segunda Guerra Mundial pelos olhos dos diplomatas da Alemanha nazista. Parte 2 Diplomacia
5 de março de 2013 às 17h51

O que garantiu a ascensão triunfante de Hitler ao poder é bem conhecido, pois muito já foi escrito sobre isso em nossa literatura mundial. Ainda assim, deixe-me repetir e lembrar que a possibilidade de Hitler chegar ao poder surgiu após os esforços do notório Franz von Papen, bem como com o apoio do grosso da população alemã.
Depois de se tornar chanceler, Hitler rapidamente se recusou a cumprir os requisitos básicos do Tratado de Paz de Versalhes, e a Alemanha retirou-se da Liga das Nações. Depois de deixar a Liga das Nações, a Alemanha rapidamente restaurou o que lhe foi tirado pelo Tratado de Versalhes.
Como você sabe, depois que Hitler chegou ao poder, em 18 de março de 1938, ocorreu o Anschluss da Áustria. Depois, houve a captura da Tchecoslováquia. A Europa civilizada, na pessoa da Inglaterra, França e outras grandes potências, fechou os olhos a todos esses passos dados pela Alemanha nazista. Na URSS e na Alemanha naquela época, a situação política interna era muito semelhante: ali e ali havia repressões, perseguições aos dissidentes. Além do fato de que a URSS e a Alemanha atacaram a Polônia, em 1939-40 a URSS provocou a guerra soviético-finlandesa. Este foi o prelúdio da guerra entre a URSS e a Alemanha. Claro, do meu ponto de vista, se Stalin não tivesse provocado a guerra soviético-finlandesa, e Hitler não tivesse visto o estado deplorável do Exército Vermelho, então, talvez, desde que Stalin tivesse aceitado o aviso de nossa inteligência , em particular o agente do NKVD URSS na Alemanha Lehman, que era membro dos altos cargos da Alemanha nazista, bem como o aviso de Richard Sorge e outros agentes da URSS, então a guerra poderia ter sido evitada. Mas o fato permanece.
Talvez eu não fale sobre as operações militares soviéticas aqui, já que muito foi escrito sobre isso na história militar. Apesar de nós, povo russo, não gostarmos da verdade histórica, e nossa historiografia sempre diferir da europeia por ser muito sustentada ideologicamente e não querermos reconhecer nem mesmo aqueles fatos históricos que são conhecidos com certeza em história do mundo. Nosso povo diz: a verdade amarga é melhor do que a doce mentira. E mais uma coisa: a coragem da cidade leva. Guiado por essa sabedoria, continuarei a considerar a história militar do ponto de vista dos diplomatas da Alemanha nazista. Entendo que hoje em nosso país as autoridades apostam no pseudopatriotismo. Portanto, todos queremos ver apenas nas cores rosa e não queremos admitir o óbvio. Que mesmo um regime tão terrível e desumano como o regime nazista na Alemanha tinha sua própria lógica, determinada pelo desejo de Hitler e Stalin de dominar o mundo.
É impossível não dizer que, por exemplo, não só na Alemanha, o povo aceitou Hitler, como dizem, com estrondo, também houve cidadãos na Rússia Soviética que receberam as tropas nazistas com pão e sal. Está claro por que os cidadãos da Ucrânia Ocidental e dos estados bálticos receberam os invasores com pão e sal. No fundo, eles queriam se livrar do odiado regime stalinista. Não é por acaso que a chamada República de Lokhar estava localizada de Bryansk à Ucrânia Ocidental e aos estados bálticos, onde ninguém foi espalhado podridão e enviado para campos. Eles tinham seu próprio rádio, imprensa, lojas e assim por diante. Nossos historiadores militares e civis também falaram sobre esse assunto.
Mas isso é exatamente o que é pouco e às vezes brevemente abordado em nossa literatura histórica. Portanto, é fato que muitos países do Oriente Árabe, embora formalmente, entraram na guerra do lado alemão.

questão árabe

Assim como mais de 2 milhões de cidadãos soviéticos sonhavam em se livrar do regime stalinista, os governos dos países do Oriente Árabe, como Irã, Iraque, queriam se livrar da influência britânica na política interna e externa de seus países, Grã Bretanha.
A mesma fonte cita o seguinte documento: Testemunho manuscrito do Dr. Grobba no. Fui enviado a Bagdá como encarregado de negócios, sucessor do cônsul e encarregado de negócios Wilhelm Litten, falecido em janeiro de 1932. O rei Faiçal, que conheci em 1921, quando passava pela Alemanha a caminho da Itália para a Inglaterra, recebeu-me com muita gentileza. O comissário-chefe britânico em Bagdá era Sir Francis Gempris, que eu conhecia de Cabul. Os britânicos me receberam com desconfiança.
Na corte do rei Faisal, conheci dois conhecidos - o secretário pessoal do rei Rustam Gaidar e o mestre de cerimônias Taxis Kadri, que acompanharam o rei em 1921 durante sua viagem a Londres. Conheci Taxis Kadri antes, em 1918, em Dera, ao sul de Damasco, onde ele era tenente turco. Como fui gentilmente recebido no pátio, o governo também me recebeu de maneira amigável. O fato de ter servido no exército turco na Primeira Guerra Mundial contribuiu para o fato de eu ter muitos amigos no Iraque. Vários altos funcionários, ex-oficiais turcos, me viam como um ex-companheiro de armas.
A missão que recebi do Foreign Office era me manter afastado dos assuntos políticos para não despertar desconfiança entre os ingleses, tratar apenas de interesses econômicos no Iraque e cuidar da colônia alemã ali. Quando o Iraque foi admitido na Liga das Nações em 4 de outubro de 1932, o consulado alemão em Bagdá foi convertido em embaixada e eu me tornei embaixador. A Inglaterra naquela época dominava completamente a política do governo iraquiano e a determinava. A Rússia soviética no Iraque não foi levada em consideração, aparentemente, ela não estava interessada nele.
Em Bagdá, vários governos europeus tentaram obter uma concessão de petróleo na região de Kwayar (incluindo a União Soviética). Um grupo industrial inglês liderado pelo Sr. Thomas Brown também se interessou por esta questão. Durante a estada de quatro dias do rei Faisal em Berlim em 1931, ele prometeu a concessão à Alemanha. Eu tinha a tarefa de apoiar os esforços do grupo industrial alemão. Em 1932, esta concessão foi dada ao grupo internacional BOD (British Oil Company), do qual participavam Inglaterra, França, Itália e Alemanha, sendo a Alemanha 12%. Em 1932, eu estava envolvido principalmente neste negócio.
Ao mesmo tempo, estavam em andamento negociações entre os governos iraniano e britânico sobre a renovação da concessão da IPK (Iraq Petroleum Campaign) para a produção de petróleo em Kerkuk. Essas negociações foram muito difíceis, pois os nacionalistas iraquianos, liderados por Rashid Ali el-Geynali, eram de opinião que o governo britânico estava estuprando e enganando o governo iraquiano.
As relações iraquianas-britânicas deterioraram-se acentuadamente em 1933 devido à revolta dos asuras que viviam no norte do país. Esses cristãos nestorianos, que viviam em Zandiyak (local do governo) Hakiara (entre Wannsee, a fronteira entre o Iraque e o Irã), em conexão com as promessas da Inglaterra de conceder-lhes autonomia no futuro, se levantaram contra a Turquia ao lado dos aliados. Mas como a Inglaterra mais tarde os enganou e não lhes deu o prometido apoio militar, eles sofreram pesadas perdas, infligidas principalmente pelos curdos. Os demais chegaram ao final da guerra no Iraque e foram colocados no campo de Baquba (a leste de Bagdá, perto da fronteira iraquiana). Os britânicos selecionaram os militares mais capazes deles e formaram batalhões (recrutamentos). Após dois anos de serviço, essas pessoas foram libertadas, tendo recebido uma arma e cem cartuchos de munição. Os asuras libertados foram enviados para a província de Mosul e lá se estabeleceram. Em 1938, havia cerca de 10.000 asuras bem treinados e armados com seus oficiais.
Quando o governo iraquiano, chefiado pelo ministro-presidente Gailani, começou a se opor a várias medidas do governo britânico e principalmente às negociações sobre a renovação da concessão do PKI, os britânicos tiveram a ideia de usar a insatisfação dos asuras em relação ao fracasso para cumprir suas demandas por autonomia e colocar a culpa por isso no governo iraquiano e levantar os asuras contra ele.
Os britânicos contavam com o fato de que os asuras bem preparados e treinados superariam o jovem exército iraquiano e o governo iraquiano seria forçado a pedir ajuda à Inglaterra. Então a Inglaterra poderá cumprir todas as suas demandas sem muita dificuldade. Mas as autoridades britânicas no Iraque subestimaram naquele momento a determinação do governo iraquiano e de seu exército.
As tropas iraquianas lideradas pelo coronel Bekir Zidki derrotaram totalmente as tropas Asura. As tropas aéreas britânicas até tentaram fornecer munição aos asuras, mas as tropas iraquianas capturaram esses veículos de munição. Mas a Inglaterra mostrou com seus próprios olhos que estava ajudando os Asuras, que era o que o governo iraquiano pretendia.
Nesse caso, o serviço secreto britânico incitou com sucesso todo um povo contra o governo local, mas quando eles tentaram apoiá-lo, quando ele saiu com uma arma, eles falharam. O serviço secreto britânico já carrega a culpa pelas perdas colossais dos asuras na Guerra Mundial, levantando-os em revolta contra a Turquia, prometendo autonomia futura e depois deixando-os sem apoio, agora eles repetiram seu jogo covarde em 1933. O próprio Serviço Secreto Britânico é responsável pela morte do povo Asura."
Muitos vão me acusar de ficar do lado dos nazistas neste caso. Mas isso está longe de ser verdade. Só quero que as pessoas conheçam a história não apenas do ponto de vista de historiadores e diplomatas da URSS e da Rússia, mas também de outros pontos de vista.
Acho que nenhum dos meus leitores poderia imaginar quão engenhosa e complexa foi a combinação e o alinhamento de forças naquela guerra em diferentes direções. E eu realmente não gostaria que tivéssemos ilusões sobre como e sobre quais princípios a política foi construída naquela época. Certa vez, Bessmertnykh A.A., o último ministro das Relações Exteriores da URSS, disse e falou muito criticamente no programa "Top Secret" "Double Portrait" no sentido de que, por exemplo, a Sérvia e os sérvios. Nós os consideramos irmãos na fé, mas eles sempre olharam para a Europa. Certo. Porque os sérvios têm uma mentalidade europeia. E não há nada que você possa fazer. Existe um interesse político momentâneo, e os sérvios sempre se esforçaram e se esforçam para se unir e se fundir com os povos da Europa.
Da mesma forma, não há necessidade de alimentar ilusões sobre o Oriente Árabe.

Observação. Não é por acaso que dou citações tão grandes de documentos alemães traduzidos por funcionários do Ministério da Segurança do Estado da URSS. Faço isso porque e para que meu leitor possa imaginar a complexidade dos jogos diplomáticos da época. Porque penso e defendo a objetividade da história. A história não tolera mentiras. Claro, todos os participantes desses eventos históricos e políticos encontrarão justificativa para suas ações. Como você sabe, quem ganha tem razão. Nossas autoridades ainda não querem reconhecer o fato de Katyn e a destruição dos poloneses e bálticos por participarem do lado da Alemanha nazista. Da mesma forma, historiadores e diplomatas ingleses, alemães e franceses apresentam tudo a partir de pontos de vista puramente subjetivos.
Continua…

A diplomacia durante a Segunda Guerra Mundial pelos olhos dos diplomatas da Alemanha nazista. Parte 3
6 de março de 2013 às 15h09

Na parte anterior, comecei a analisar a chamada questão árabe da diplomacia alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Para continuar este tema, deve-se dizer que os líderes árabes da época alimentaram ingenuamente a ilusão de que seriam importantes aliados da Alemanha nazista. No futuro, tentarei fundamentar o fato de que os líderes da Alemanha nazista consideravam formalmente os países do Oriente Médio como seus aliados. Mas, na verdade, no Oriente Árabe, as autoridades alemãs consideravam os povos árabes como vassalos do Terceiro Reich. Para não ser infundado, continuarei citando aqueles documentos que provarão a dualidade e a ambigüidade das relações entre a Alemanha e os países da região árabe.
Continuo a citar o próprio testemunho manuscrito do Dr. Grobba de 22 de março de 1946: “O primeiro-ministro do Iraque na época do levante de Asura era Rashid Ali el-Gaylani, o ministro do Interior era seu parente, Hikmet Zuleiman, que era pró-alemão e falava alemão até certo ponto. Hikmet Zuleiman me informou sobre todas as fases do desenvolvimento dos eventos da Asur e as intenções do governo iraquiano. Recebi ainda informações muito valiosas do chefe do Departamento de Protocolo (mestre de cerimônias) do ministro das Relações Exteriores do Iraque, Tofvik es Sadun, cunhado de Hikmet Zuleiman. Outra fonte de informação muito boa foi meu colega francês Paul Lepissier, que recebeu informações muito boas do cônsul francês em Mosul e do comissário-chefe francês em Beirute. É por isso que fui tão bem informado sobre o curso dos acontecimentos no norte do Iraque que, em meus relatórios, pude prever corretamente seu desenvolvimento futuro.
Ogilive Forbes, o então encarregado de negócios inglês em Bagdá, depois que as tropas iraquianas metralharam 600 asuras desarmados no vilarejo de Zimel em 11 de agosto de 1933, expressou-me sua opinião de que esse massacre teria consequências internacionais (isto é, o massacre anglo-francês ) ocupação e posterior administração da região de Mossul.
Assim, segundo ele, a Inglaterra e a França estão prontas para se beneficiar do infortúnio dos asuras. Mas o embaixador inglês, Sir Francis Humphrys, lembrado de sua licença para casa, era de opinião diferente. E ele foi menos tocado pelo destino dos Asuras, que estavam mortos e, portanto, inúteis para a Inglaterra, mas ele considerou sua tarefa mais importante, aparentemente sob as instruções de Londres, estabelecer relações tolerantes com o governo iraquiano assim que possível. Ele, portanto, assegurou aos estadistas iraquianos sua preocupação de que a Liga das Nações os responsabilizasse pelo massacre de Zimel e até prometeu a eles a intercessão britânica perante a Liga das Nações.
Nada aconteceu ao coronel Bekir Zidki, contra quem o chefe da missão militar britânica no Iraque exigia sua punição e rebaixamento. Ele foi até promovido a general, e não ele, mas o chefe da missão militar britânica teve que se aposentar. O governo iraquiano ficou feliz por ter saído limpo da água e sua atitude em relação ao governo britânico logo melhorou novamente. Gailani, de qualquer forma, não conseguiu mais se manter no cargo de primeiro-ministro, teve que recuar, seu lugar foi ocupado por Jassin Pascha.
Mas este era um conhecido nacionalista árabe e, como tal, tinha um forte interesse no movimento árabe geral. Ele manteve contato próximo com políticos árabes na Palestina e na Síria. Este último frequentemente comparecia a reuniões em Bagdá e, quando os funcionários do governo iraquiano vinham a Lisboa para as férias de verão, eles se reuniam com políticos lá. Havia uma certa rivalidade entre os políticos palestinos e sírios, pois os sírios queriam se opor primeiro aos franceses, enquanto os palestinos consideravam a luta contra os britânicos e judeus a primeira prioridade. Tanto os sírios quanto os palestinos buscaram o apoio do Iraque e receberam secretamente tais promessas de Yassin Pasha.
Ao ler e estudar esses documentos, você involuntariamente chega à conclusão de que, apesar de todo o amor dos russos pelos árabes, a história das relações entre a Alemanha fascista e os países do Oriente Próximo e Médio parece extremamente feia, já que os nacionalistas árabes estavam prontos suportar os regimes fascista e stalinista. Tem-se a impressão de que os líderes desses países claramente não entenderam e não aceitaram o fato de que os alemães prepararam para eles o destino dos povos eslavos. Mas tal era o medo do regime comunista stalinista que até bloqueou o medo dos nazistas. Os líderes desses países não podiam influenciar política nem economicamente a política do eixo Hitler-Mussolini-Roma-Berlim.
Vamos imaginar o que aconteceria se os alemães conseguissem preparar as brigadas árabes, e os britânicos não derrotassem as tropas do marechal de campo alemão Rommel, e os aliados da URSS continuassem a atrasar a abertura de uma segunda frente. A URSS teria perdido esta guerra.
Devido ao fato de Hitler e sua comitiva cometerem vários erros estratégicos durante a guerra, a URSS venceu a guerra e os Aliados perdoaram Stalin pelas repressões e outros atos impróprios dentro do país. Sabe-se que os vencedores não são julgados. Além disso, apesar do fato de Stalin e Hitler terem atacado a Polônia em 1939, no entanto, durante a Conferência de Teerã (28 de novembro a 1º de dezembro de 1943) e duas outras reuniões dos Três Grandes, Stalin levantou a questão do estado polonês. Não, eu não quero e não quero justificar Stalin e sua camarilha. Além disso, o pacto Molotov-Ribbentrop não pode ser justificado. Se não fosse este acordo de não agressão e o já conhecido Tratado de Rapallo, haveria menos vítimas.
Não quero fazer suposições, mas poderia ter havido menos vítimas da guerra e os preparativos para a Segunda Guerra Mundial teriam sido muito melhores. Novamente, se não fosse pela teimosia de Stalin, nos primeiros dias da guerra tantas pessoas não teriam morrido apenas em Brest e no país como um todo. Segundo alguns relatos, de 3 a 7 milhões de pessoas morreram nos primeiros dias da guerra! Se não fosse pela sabedoria dos aliados, a situação geopolítica no mundo teria se desenvolvido assim: Hitler teria feito as pazes com a Inglaterra, especialmente porque em 1941 Hess voou para a Inglaterra em missão diplomática e tentou persuadir a Inglaterra a lado da Alemanha.
A URSS e a Alemanha, se Hitler tivesse cumprido o pacto de não agressão, teriam coexistido em um mundo, e os países do Báltico e da região dos Bálcãs teriam deixado de existir. Incluindo os países do Oriente Próximo e Médio Árabe, eles cumpririam a vontade da URSS e da Alemanha, onde lhes seria atribuído um papel secundário.
É impossível não dizer que hoje existe uma teoria histórica sobre o assunto de que, se a Alemanha não tivesse atacado a URSS, o próprio Stalin o teria feito. Como eu disse, a formação política e o estilo de gestão da Alemanha e da URSS confirmam eloquentemente esta tese. Mas graças a Deus que Hitler falhou em realizar seu plano de dominação mundial.
Churchill revelou-se muito mais sábio do que o cabo Hitler, tendo dito seu famoso discurso de Fulton, com o qual começou a Guerra Fria entre a URSS e os EUA. Não é por acaso que os Estados Unidos logo convidaram cientistas alemães como Oppenheimer, chefe do Projeto Manhattan e "pai da bomba atômica". Mas vou continuar falando sobre isso na próxima vez.

A diplomacia durante a Segunda Guerra Mundial pelos olhos dos diplomatas da Alemanha nazista. Parte 4
13 de março de 2013 às 15h37

Da última vez, prometi que falaríamos sobre a guerra fria e a bomba atômica. Mas, ainda assim, considero necessário voltar às reflexões sobre quem são os diplomatas e qual foi seu papel na Segunda Guerra Mundial. Diplomata (do outro grego δίπλωμα “dobrado ao meio (documento escrito)”). No direito internacional, um diplomata é uma pessoa autorizada pelo governo a realizar relações diplomáticas oficiais com estados estrangeiros e seus representantes. Os diplomatas precederam historicamente outras formas de organização das relações externas, como os ministérios das relações exteriores.
Anteriormente, tocamos um pouco no tema geopolítico, bem como na questão árabe na Segunda Guerra Mundial. Eles notaram o papel pouco atraente dos políticos da época no Oriente Próximo e Médio. Mas voltando ao assunto de nossa conversa sobre o papel dos diplomatas na Alemanha nazista. Quem eram essas pessoas? Por que, de fato, eles não conseguiram evitar um fenômeno tão terrível como a guerra? É oportuno lembrar aqui que todos os ditadores, inclusive Stalin, não gostavam de diplomatas e, via de regra, não davam ouvidos às suas conclusões. É interessante que Churchill e Hitler também não gostassem de diplomatas, embora, é claro, Hitler tenha ouvido Ribbentrop, mas ao mesmo tempo não quis ouvir e acatar as informações fornecidas a ele e a Ribbentrop pelo embaixador alemão na URSS Conde von Schulenburg e os agentes que mencionei acima do NKVD na Alemanha.
Aqui está o que o Dr. Clódio escreveu em seu depoimento. Esses testemunhos foram registrados em dezembro de 1947 em Moscou. Este documento é muito interessante porque lista o pessoal do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Não o citaremos na íntegra porque antes falamos sobre secretários de Estado. Estamos interessados ​​em embaixadores. Como você sabe, a biografia de uma pessoa pode dizer muito. Aqui estão apenas alguns deles (citação): “Von Bergen nasceu em 1873, de 1919 a 1943 foi embaixador no Vaticano. Ele nunca se destacou na arena política.
O conde Schulenburg nasceu em 1876, era advogado e ingressou no Ministério das Relações Exteriores por volta de 1905. Antes da Primeira Guerra Mundial, vice-cônsul em Nápoles e Varsóvia, cônsul em Tiflis (até 1914, Schulenburg só podia ocupar o cargo de cônsul e não tinha o direito de ser diplomata, pois não tinha o status apropriado que todo diplomata deveria ter na Alemanha Kaiser). De 1919 a 1922, foi assistente para o Sudeste da Europa no Departamento Político do Ministério das Relações Exteriores. Em 1921, foi nomeado conselheiro da legação com direito a relatório. No final de 1922 enviado em Teerã. Por volta de 1931 enviado em Bucareste. Em 1934 ele foi embaixador em Moscou. O conde Schulenburg é um diplomata experiente e inteligente. Um defensor da cooperação política e econômica entre a Alemanha e a União Soviética. Oponente da guerra com a União Soviética. Antes do início da guerra, durante um relatório pessoal, ele alertou Hitler contra essa medida. Manteve contato próximo com círculos políticos hostis às políticas de Hitler, especialmente aqueles que participaram da tentativa de assassinato em 20 de julho. Membro do partido depois de 1933.
Friedrich Gauss, nascido por volta de 1885, advogado. Ingressou no Itamaraty em 1910. Ele foi vice-cônsul em Constantinopla. Em 1914 serviu no exército como soldado, depois foi chamado de volta do exército e trabalhou no Departamento Jurídico do Ministério das Relações Exteriores. Após a guerra, na categoria de assessor jurídico e assessor jurídico com direito a denúncia, trabalhou como assistente de direito internacional no Departamento Jurídico. De 1923 a 1943 - Chefe do Departamento Jurídico. Em 1924 recebeu o posto de diretor ministerial, em 1938 ou 1939 - secretário de estado júnior. Na primavera de 1943, ele foi elevado ao posto de embaixador para missões especiais. Como chefe do Departamento Jurídico e, ainda antes, consultor para assuntos internacionais, Gauss atuou como consultor jurídico de todos os ministros das Relações Exteriores por quase 25 anos. Nesse sentido, manteve contato próximo com o ministro, redigiu e editou as minutas de todos os tratados internacionais, participou de todas as negociações e de todas as principais conferências e reuniões internacionais da Liga das Nações. Sua influência não se limitou ao lado legal dos problemas, ele foi para ministros das Relações Exteriores individuais, principalmente para Stresemann e Curtius, um dos conselheiros políticos de maior autoridade. Pouco depois da nomeação de Ribbentrop como ministro das Relações Exteriores, ele atraiu Gauss para seu círculo íntimo. Durante a guerra, Gauss estava quase sempre no quartel-general de Ribbentrop, onde este passava a maior parte do tempo. Se, além de Weizsäcker, algum dos representantes da antiga diplomacia pudesse influenciar Ribbentrop e, portanto, indiretamente, Hitler, então teria de ser Gauss, que estava envolvido na preparação de importantes eventos diplomáticos como o único advogado diplomata de carreira, então como Ribbentrop não poderia prescindir de sua cooperação. Além disso, sua ajuda na edição de todos os documentos foi extremamente valiosa, já que Gauss era um estilista brilhante e uma autoridade reconhecida no campo do direito internacional. Gauss é uma pessoa talentosa, altamente culta e amplamente desenvolvida. No entanto, de acordo com minhas observações, ele nunca teve uma linha política própria e energia suficiente para realizá-la diante de seus superiores, embora ele, como assessor jurídico e político permanente do ministro, sempre tivesse essa oportunidade. Portanto, sua atividade era valiosa desde que servisse aos ministros, que também seguiam a linha política correta e podiam usar suas grandes habilidades para o bem da causa.
Esta parte do artigo poderia ser chamada de "Intelligentsia e poder" ou "A influência da diplomacia nos políticos durante a Segunda Guerra Mundial". No momento não é tão importante quanto o título do artigo. O importante é que é típico dos governos da Alemanha e da URSS não levarem em consideração a posição da intelectualidade. Então os militares assumiram. Como você sabe, antes da guerra, Stalin tratava a elite militar ainda pior do que os diplomatas. Mas agora não é sobre Stalin, mas sobre diplomatas e diplomacia.
A exemplo das biografias fornecidas desses três diplomatas, podemos dizer o seguinte: que o governo alemão, chefiado por Hitler, assim como por Stalin, não gostou, não ouviu e não levou em consideração a opinião de a intelectualidade da época, se Hitler e Stalin ouvissem e levassem em consideração a posição de seus diplomatas, é possível que a história mundial tivesse sido diferente.
Segundo o Dr. Clodius, os diplomatas da década de 1930, período pré-guerra, não tinham muita influência nos círculos dirigentes de seus países. Se você olhar o documento acima e lê-lo na íntegra, preste atenção ao fato de que até 1933, quase todos os funcionários do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha do modelo dos anos 1930 não eram membros do Partido Nazista. Claro, eles não podiam influenciar a política interna da Alemanha naqueles anos. Ainda assim, deve-se dizer que quase todos eles eram membros e eram membros da SS, exceto o conde von Schulenburg. Na verdade, esse fato sugere o contrário. Eles sabiam sobre os planos de Ribbentrop e suas intenções. Então eles realmente não podiam influenciar a linha de política externa do governo nazista? Acredito que os diplomatas da época realmente pouco podiam fazer para evitar a guerra, porque, em virtude de suas funções, um diplomata é obrigado a proteger os interesses nacionais de seu país. Ao mesmo tempo, eles poderiam deixar o serviço diplomático e civil e não participar dos crimes contra a paz de seu governo. Eles não. Do ponto de vista da jurisprudência, os diplomatas da época são cúmplices de todas as atrocidades cometidas pela Alemanha nazista. Embora, é claro, a história deva ser vista da posição do tempo em que esses personagens históricos estavam. Portanto, só podemos lamentar que a história tenha acontecido dessa maneira e não de outra.
Em quase todo o artigo, passo um pensamento: que a história do período pré-guerra e da guerra das décadas de 1930 e 40 é extremamente instrutiva para os políticos de nosso tempo. Acho que capítulos individuais da história mundial precisam ser relidos por chefes de estado em todo o mundo. Acho que, embora a história não nos ensine nada, ao considerar a questão da situação na Síria, é preciso nos guiar justamente pela via diplomática de resolver o problema sírio. Porque se a usina, na qual os Estados Unidos insistem, prevalecer, a Terceira Guerra Mundial começará. Que eu saiba, são poucos os especialistas na questão árabe.
Talvez seja hora de os políticos de nosso tempo aprenderem a lição da URSS no Afeganistão. E a experiência atual dos Estados Unidos é outra confirmação disso. Claro, novamente, os Estados Unidos são guiados, como todos os políticos do mundo, por um momento político momentâneo. Mas não podemos esquecer que o Oriente Árabe é uma região muito específica onde é impossível espalhar a democracia com a ajuda de armas assim. Isso certamente levará a um agravamento da política externa e interna nesta região. Aqui é apropriado recordar o provérbio favorito do camarada Sukhov ("O Sol Branco do Deserto"): "O Oriente, Petrukha, é um assunto delicado."
Igor Markov

A avaliação da personalidade de V.M. Molotov na vida do estado soviético, como a maioria dos outros líderes importantes da era soviética, mudou repetidamente ao longo das décadas - de elogioso a obscenamente abusivo.

Molotov teve que trabalhar muito no trabalho partidário e nos órgãos do mais alto poder executivo. Porém, antes de tudo, sua personalidade está associada às atividades de política externa no cargo de Comissário do Povo e, posteriormente, Ministro das Relações Exteriores da URSS. No total, Molotov liderou o NKID / MFA por quase 13 anos, incluindo os extremamente difíceis - em termos de conquista de posições internacionais pela União Soviética - pré-guerra e anos de guerra.

O rumo estratégico da União Soviética na década de 1930 foi a criação de um sistema de segurança coletiva na Europa. No entanto, esses planos foram frustrados pelas potências ocidentais, que preferiram a política de apaziguar o agressor cada vez mais imprudente na esperança de desviar de si uma possível expansão alemã e direcioná-la para o leste através de um acordo com a URSS contra o crescente perigo do nazismo. Quando a URSS iniciou as conversações franco-soviéticas-britânicas em Moscou em março de 1939, propondo a conclusão de um acordo "sobre a obrigação mútua de prestar imediatamente assistência mútua, inclusive militar, em caso de agressão na Europa contra qualquer um dos contratantes estados" 1 , tais obrigações assustaram os políticos britânicos e franceses, e o acordo não ocorreu.

Conduzindo negociações formais com a URSS e esperando amarrar as mãos com algum acordo simbólico, Londres continuou simultaneamente os contatos com Berlim. O primeiro-ministro britânico N. Chamberlain, conversando em 8 de junho de 1939 com o funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, A. von Trotzu Soltz, não escondeu o fato de que “desde o dia em que chegou ao poder, ele defendeu a ideia de que os problemas europeus podem ser resolvidos apenas na linha Berlim-Londres” 2 .

Essa posição dos países ocidentais levantou a questão da segurança da União Soviética de uma nova maneira. A liderança soviética, não sem razão, temia a possibilidade de um novo conluio entre as democracias ocidentais e Hitler nos moldes do Acordo de Munique, mas às custas da URSS. Portanto, considerou-se possível tentar renovar os contatos econômicos e, com uma evolução favorável, os contatos políticos com a Alemanha.

Em maio de 1939, V.M. Molotov substituiu M.M. Litvinov como Comissário do Povo para Relações Exteriores. É "o seu nome que está associado ao afastamento forçado da diplomacia soviética da política pré-guerra destinada a garantir a segurança colectiva na Europa, rumo a tentativas de resolver autonomamente a questão da segurança do país" 3 .

Em 29 de julho, V.M. Molotov telegrafou para a embaixada soviética em Berlim: “Claro, receberíamos com satisfação qualquer melhora nas relações políticas entre os dois países” 4 . Ao mesmo tempo, a liderança soviética, para manter a mão livre, preferiu esperar a iniciativa dos alemães. Berlim, de fato, mostrou muito mais atividade do que Moscou na reaproximação mútua. Suas ações eram lógicas à sua maneira: Hitler caminhava para uma guerra contra a Polônia e estava pronto para fazer muitas concessões para impedir a criação de uma frente independente no leste com a participação do Exército Vermelho. A esse respeito, é difícil não concordar com a opinião de I.A. Chelyshev: “As negociações em Moscou desde o início adquiriram um caráter ambíguo. Ambos os lados negociaram secretamente com a Alemanha, jogaram em duas mesas ao mesmo tempo. Pode-se dizer que uma terceira parte, a Alemanha, esteve invisivelmente presente nas negociações em Moscou. Hitler também liderou seu próprio partido.

Quando ficou extremamente claro para a liderança soviética que as negociações entre as missões militares da União Soviética, Grã-Bretanha e França, iniciadas em 12 de agosto em Moscou, estavam sendo conduzidas por países ocidentais não para concluir uma aliança militar efetiva, mas para pressionaram Hitler para não permitir que ele, por sua vez, chegasse a um acordo com a URSS, foram interrompidos. Tendo feito uma escolha a favor dos contatos com a Alemanha, I.V. Stalin concordou com a chegada a Moscou do ministro das Relações Exteriores alemão I. Ribbentrop.

Em 23 de agosto de 1939, foi assinado um pacto de não agressão com a Alemanha, que dizia, em particular: “Ambas as Partes Contratantes se comprometem a abster-se de qualquer violência, de qualquer ação agressiva e de qualquer ataque uma contra a outra, tanto separadamente quanto em conjunto com outras poderes ... Caso surjam disputas ou conflitos entre as Partes Contratantes sobre questões de um tipo ou de outro, ambas as Partes resolverão essas disputas e conflitos exclusivamente por meios pacíficos através de uma troca amigável de opiniões ou, se necessário, criando comissões para resolver o conflito” 6 . O documento foi assinado por V.M. Molotov e I. Ribbentrop.

Na historiografia ocidental moderna, o Pacto Molotov-Ribbentrop é freqüentemente considerado uma espécie de "gatilho", puxando o que permitiu a Hitler iniciar a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, foi a política míope de apaziguamento seguida pelas democracias ocidentais que permitiu desencadear o massacre mundial na Alemanha. O pacto foi um compromisso político-militar temporário, com o qual a liderança soviética concordou para ganhar tempo e espaço geográfico às vésperas do inevitável confronto militar com a Alemanha. A União Soviética foi objetivamente compelida a fazer tais acordos com um inimigo aberto no interesse de sua própria segurança, a necessidade de construir linhas de defesa em abordagens distantes.

Como resultado dos acordos de agosto e depois de setembro de 1939 com a Alemanha, a União Soviética, ao assinar protocolos adicionais secretos, conseguiu a inclusão na esfera de seus interesses de alguns países que antes faziam parte territorial do Império Russo, mas ou ganhou a independência após a Revolução de Outubro de 1917 na Rússia (Finlândia), ou após a Primeira Guerra Mundial foi arrancada como resultado da anexação direta (Estônia, Letônia, Lituânia, parte oriental da Polônia - Bielorrússia Ocidental e Ucrânia Ocidental, Bessarábia) .

Molotov esteve diretamente envolvido na preparação de protocolos secretos para o pacto de não agressão de 23 de agosto de 1939 e o tratado de amizade e fronteira de 28 de setembro do mesmo ano. Ele negociou com Ribbentrop e assinou os documentos. Caracteristicamente, até o fim de seus dias, ele não reconheceu a existência de tais documentos. À pergunta feita em 1983 pelo historiador G.A. Kumanev se existe um protocolo secreto para o pacto de não agressão, o ex-comissário do povo para as relações exteriores respondeu de forma extremamente vaga: “A difícil questão foi levantada. Bem, em geral, Ribbentrop e eu concordamos verbalmente em tudo então.

Molotov também esteve diretamente envolvido na obtenção de um acordo com o Japão sobre a conclusão de um pacto de neutralidade com ele em 13 de abril de 1941, que permitiu remover o perigo de guerra simultaneamente em duas frentes - no Ocidente e no Oriente. O pacto também conta com a assinatura do Comissário do Povo para as Relações Exteriores da URSS 8 .

Moscou estava plenamente ciente da natureza de compromisso dos acordos alcançados no outono de 1939 com a Alemanha. A liderança soviética não acreditava na sinceridade de Hitler e, portanto, fez esforços para sondar os novos planos de seu futuro inimigo. Para tanto, Molotov foi a Berlim em visita oficial em novembro de 1940. Na véspera da viagem, em 9 de novembro, em conversa pessoal com Stalin, recebeu uma série de importantes orientações. Antes de tudo, era necessário saber as reais intenções da Alemanha, assim como da Itália e do Japão na implementação do plano de criação de uma "Nova Europa", bem como de um "Grande Espaço do Leste Asiático"; identificar perspectivas de adesão de outros países ao Pacto Tripartite; descubra que lugar Berlim atribuiu à União Soviética nesses planos naquele momento e no futuro.

A julgar pelas diretrizes do comissário do povo, Stalin partiu do fato de que o acordo alcançado em 1939 sobre a delimitação parcial das esferas de interesses da URSS e da Alemanha foi esgotado como resultado da campanha de libertação do Exército Vermelho na Ucrânia Ocidental e a Bielo-Rússia Ocidental, a entrada na URSS das repúblicas bálticas, da Bessarábia e da Bucovina do Norte. Exausto conforme descrito nas diretivas, com exceção da Finlândia. Portanto, durante sua visita a Berlim, Molotov foi instruído, a partir do "esboço inicial" da esfera de interesses da URSS na Europa, bem como na Ásia Central e Próxima, a sondar a possibilidade de um acordo a esse respeito com Alemanha e Itália, mas não para concluir nenhum acordo, ou seja, a continuação das negociações em Moscou com a participação da Ribbentrop.

Quanto à Finlândia, foi instruído a conseguir durante as negociações que seja atribuído à esfera de interesses da URSS "com base no acordo soviético-alemão de 1939, em cuja implementação a Alemanha deve eliminar todas as dificuldades e ambiguidades ( a retirada das tropas alemãs, a cessação de todas as manifestações políticas na Finlândia e na Alemanha, dirigidas em detrimento dos interesses da URSS).

Durante as negociações, Molotov deveria conseguir a inclusão da foz do Danúbio na esfera de interesses da URSS, assim como a Bulgária com a introdução de tropas soviéticas ali e com garantias do lado soviético, semelhantes às dadas a Romênia pela Alemanha depois que Berlim enviou suas tropas para lá. A liderança alemã teve que ser informada da insatisfação da URSS por não consultar o governo soviético sobre a questão das garantias e a introdução de tropas na Romênia. "A questão do destino futuro da Romênia e da Hungria, na fronteira com a URSS, é de grande interesse para nós - foi enfatizado nas diretrizes - e gostaríamos de ser acordados conosco." Sem a participação da URSS, na opinião de Stalin, a questão da Turquia e do Irã, onde estavam presentes "sérios interesses" da União Soviética, também não poderia ser resolvida.

Vários autores modernos consideram tais instruções uma prova do expansionismo stalinista, uma continuação do caminho para a “delimitação de esferas de interesse”, que a URSS, supostamente em seus próprios interesses egoístas, começou a implementar assinando um protocolo secreto ao não -pacto de agressão com a Alemanha. Na realidade, esta foi uma tentativa da União Soviética no contexto da guerra iminente de expandir os limites de sua defesa o máximo possível: onde por meio de aquisições territoriais e onde - fortalecendo sua própria influência nos estados adjacentes do Leste e Sudeste da Europa.

A liderança soviética jogou um jogo político complicado a esse respeito. Uma viagem a Berlim de 12 a 13 de novembro acabou sendo um teste difícil para Molotov. Como ficou conhecido mais tarde, um mês depois, em 18 de dezembro de 1940, Hitler assinou a Diretiva nº 21 sobre o plano Barbarossa, iniciando assim a preparação prática da Alemanha para a guerra contra a URSS. A liderança nazista precisava de negociações com a delegação soviética apenas como cobertura para os preparativos militares que haviam começado. Tudo isso, é claro, deixou sua marca na atmosfera da visita de Molotov.

Os líderes alemães tentaram persuadir Moscou a participar da divisão conjunta do Império Britânico e falaram sobre a "conveniência" do movimento da URSS ao sul do Golfo Pérsico e da Península Arábica. Isso foi feito para complicar as relações soviético-britânicas, para evitar uma possível reaproximação entre Moscou e Londres. Molotov, enquanto negociava com Hitler, Goering e Ribbentrop, insistiu principalmente na retirada das tropas alemãs das fronteiras soviéticas (na Finlândia - no norte e na Romênia - no sul) e no fornecimento de garantias adicionais para a segurança da URSS .

Ele teve que colocar em ação toda a sua bagagem diplomática, que era relativamente pobre na época, toda a sua resistência e perseverança. O curso das negociações mostrou que o lado alemão estava pronto para discutir animadamente a divisão da herança britânica, mas assim que o comissário do povo soviético lembrou que as "grandes questões de amanhã" não deveriam obscurecer os problemas de hoje, ou seja, ele devolveu os interlocutores aos problemas dos quais dependia diretamente a segurança da URSS, eles imediatamente caíram ou, como Hitler, ficaram irritados. O Fuhrer, incapaz de persuadir o convidado de Moscou a decisões favoráveis ​​​​para si mesmo, desafiadoramente não compareceu ao jantar de retorno, que Molotov deu na embaixada em 13 de dezembro à noite.

A última conversa com Ribbentrop revelou-se infrutífera, durante a qual o ministro alemão falou "sobre a transição para a futura cooperação entre os Estados membros do pacto das três potências - Alemanha, Itália, Japão e União Soviética" e sobre a procura de formas de "determinar conjuntamente em linhas gerais as esferas de interesse desses quatro Estados. Molotov afirmou que o lado soviético não se opunha ao trabalho conjunto da URSS com os países do Eixo, mas áreas específicas de tal trabalho precisavam ser trabalhadas. Quanto à delimitação das esferas de interesse, a Alemanha ainda não levantou tal questão, como observou o Comissário do Povo, e "é nova para o governo soviético". Em outras palavras, ele não amarrou as mãos da diplomacia soviética com nenhuma decisão concreta, aceitando a proposta de Ribbentrop de continuar uma nova troca de pontos de vista por meio dos embaixadores em Moscou e Berlim.

A fim de eliminar ou pelo menos adiar o perigo de agressão, a liderança soviética, depois de pesar todos os prós e contras, concordou em "aceitar basicamente o projeto de pacto das quatro potências" (Alemanha, Japão, Itália e URSS) "sobre sua cooperação política e compreensão econômica”, ou seja, a serem incluídos na nova seção de “esferas de influência”. Molotov relatou isso a Berlim por meio do embaixador alemão F. Schulenburg em 25 de novembro. Ao mesmo tempo, o consentimento foi fornecido com uma série de condições inaceitáveis ​​para Hitler, como exigir a retirada das tropas alemãs da Finlândia ou garantir a segurança da URSS nos estreitos do Mediterrâneo, concluindo um pacto de assistência mútua entre a URSS e Bulgária e organizando uma base militar e naval da URSS no Bósforo e Dardanelos com base em um aluguel de longo prazo. Tal movimento tático, na opinião do lado soviético, tornou possível garantir uma mão livre e, ao mesmo tempo, reteve a possibilidade de impedir ou pelo menos atrasar o momento da agressão nazista para uma data posterior. No entanto, não houve resposta de Berlim: o Terceiro Reich já havia feito sua escolha a favor da guerra contra a URSS.

Ao analisar a linha de conduta de Molotov durante as negociações com a elite nazista, surge uma questão natural sobre o grau de sua independência. Ao responder a essa pergunta, várias considerações devem ser feitas. Molotov, até sua nomeação como Comissário do Povo, não tinha experiência diplomática, comunicava-se minimamente com representantes estrangeiros e não falava suficientemente nenhuma língua europeia. Especialmente no começo, isso não poderia deixar de afetar suas atividades. Segundo um veterano do serviço diplomático, V.V. Considerando-se um político, não se preparou para a atividade diplomática, não falava línguas estrangeiras…” 10 .

Não se pode descartar o regime de poder autoritário da URSS, sob o qual todas as decisões significativas, inclusive na esfera da política externa, eram tomadas pessoalmente pelo líder. Stálin "não apenas determinou os principais rumos da política externa do país, mas também influenciou diretamente a resolução de questões específicas do Comissariado do Povo para as Relações Exteriores" 11 . Todos os documentos importantes de natureza diplomática foram apresentados a ele para visualização e aprovação - rascunhos de todos os documentos que a URSS submeteu à consideração da comunidade internacional, diretrizes para delegações soviéticas em negociações bilaterais e multilaterais, declarações diplomáticas, registros de conversas do Povo Comissário dos Negócios Estrangeiros e seus adjuntos com representantes diplomáticos estrangeiros, correspondência diplomática, informações recebidas de embaixadores. Como o próprio Molotov enfatizou, “nós [tínhamos] uma diplomacia centralizada. Os embaixadores não tinham e não podiam ter independência ... Stalin tinha tudo na mão, eu tinha - senão não poderíamos ter naquela época ... Nossa diplomacia não era ruim. Mas Stálin desempenhou o papel decisivo nisso, e não algum diplomata...” 12 .

Molotov compensou um mínimo de habilidades diplomáticas com vasta experiência na gestão de áreas inteiras da atividade estatal. No final da década de 1930, era um político maduro e sofisticado, tinha opinião própria sobre tudo, que estava pronto e capaz de defender, inclusive perante Stalin. A implementação prática das instruções do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista da União dos Bolcheviques e do chefe do partido governante, que dependia dele e da equipe chefiada por ele, refletia o estilo e os métodos de trabalho de Molotov.

Voltando à sua viagem a Berlim, deve-se notar que o comissário do povo coordenou todas as suas ações com Stalin por meio de correspondência criptografada, recebeu instruções e recomendações específicas de Moscou, que ele seguiu. Mas é claro que ele se comunicou diretamente com Hitler e o próprio Ribbentrop, e aqui Molotov se mostrou um negociador teimoso, um político sólido que conhecia bem a situação e defendeu persistentemente os interesses de seu país. Não é por acaso que o exigente líder enviou um telegrama encorajador a Molotov: "Consideramos seu comportamento correto nas negociações."

É verdade que nem tudo é tão claro. Por um lado, resumindo os resultados da visita de Molotov a Berlim, Stalin, como Ya.E. Chadaev, chefe do Conselho de Comissários do Povo da URSS, lembrou, em uma reunião do Politburo do Comitê Central da O Partido Comunista dos Bolcheviques de toda a União disse: “Uma coisa é clara: Hitler está jogando um jogo duplo. Enquanto prepara a agressão contra a URSS, ele ao mesmo tempo tenta ganhar tempo, tentando dar ao governo soviético a impressão de que está pronto para discutir a questão do desenvolvimento pacífico das relações soviético-alemãs ... Devemos sempre lembrar isso e se preparar para repelir a agressão fascista. Mas, ao mesmo tempo, Stalin e Molotov acreditavam que até a derrota da Grã-Bretanha, os alemães não lutariam contra a URSS e esperavam vencer um ou dois anos para preparar o país para repelir a agressão. G.K. Zhukov lembrou como, logo após sua nomeação como chefe do Estado-Maior, durante um relatório a Stalin em fevereiro de 1941, Molotov, que estava presente no relatório, interrompeu seu discurso com a pergunta: “Você acha que nós logo terá que lutar contra os alemães?” 14

Em uma posição tão dupla, ao jogar junto com Stalin em sua convicção de que seria possível enganar Hitler (e essa linha foi aderida por todo o ambiente do líder), o motivo do erro catastrófico na determinação do possível momento de A agressão alemã, feita pela alta liderança soviética, estava enraizada. Também nisso há uma falha significativa do chefe do NKID.

A guerra, que começou em 22 de junho de 1941, destacou o papel especial de Molotov na administração da diplomacia soviética e do país como um todo. Ele foi o primeiro dos líderes soviéticos, em virtude de sua posição oficial, a saber do embaixador alemão F. Schulenburg a trágica notícia da declaração de guerra à União Soviética. Foi de seu discurso no rádio ao meio-dia de 22 de junho de 1941, e não do chefe do partido e do governo de Stalin ou do presidente do Presidium do Soviete Supremo da URSS M.I. a causa está certa, o inimigo vai ser derrotado. A vitória será nossa!"

O teste sem precedentes que se abateu sobre a URSS exigia a mais estrita centralização do poder. Estava concentrado em suas mãos por um estreito círculo de camaradas de armas de Stalin, chefiados pelo próprio líder, que formou o Comitê de Defesa do Estado em 30 de junho de 1941. Em sua composição, Molotov assumiu o cargo de vice-presidente, ou seja, Stalin.

Foi Molotov, e não Beria, como afirmou AI Mikoyan, quem iniciou a criação do GKO 15 . Seu ato é lógico: afinal, ele era o único, exceto Stalin, que na prática conhecia, sendo secretário do Comitê Central do partido na década de 1920, o trabalho do Conselho de Trabalho e Defesa, à semelhança do qual foi criado o Comitê de Defesa do Estado, bem como a tecnologia do trabalho das "troikas" no Politburo - órgãos de poder tácitos criados a partir dos dirigentes do partido e do país nas condições da Guerra Civil e da mais grave crise econômica e demonstrou alta eficiência. Em 30 de junho, em um momento crítico após a primeira semana desastrosa da guerra (Minsk caiu em 28 de junho e as principais forças da Frente Ocidental caíram no cerco inimigo um dia depois), Molotov tomou a iniciativa necessária para formar um GKO. Juntamente com G.M. Malenkov e L.P. Beria convidados para seu escritório no Kremlin, ele discutiu a ideia de criar uma autoridade de emergência, após o que a ideia foi submetida ao tribunal de Stalin, que se retirou naquele dia para a "dacha próxima", e recebeu do líder um OK completo.

Ainda antes, Molotov tornou-se membro do Quartel-General do Alto Comando (a partir de 8 de agosto de 1941 - o Quartel-General do Alto Comando Supremo) formado no segundo dia da guerra - o órgão de controle estratégico das Forças Armadas. De acordo com o marechal G.K. Zhukov, “ele quase sempre estava presente no Quartel-General quando questões operacionais estratégicas e outras questões importantes eram consideradas. Desentendimentos e disputas sérias frequentemente surgiam entre eles [Molotov e Stalin], no curso dos quais a decisão correta era tomada” 16 .

Os membros do GKO, continuando a realizar a principal carga de trabalho oficial, receberam responsabilidades adicionais significativas. Em 4 de fevereiro de 1942, Molotov foi encarregado de "controlar a execução das decisões" sobre a produção de tanques. E no final do ano, de acordo com o decreto do Comitê de Defesa do Estado de 8 de dezembro de 1942, ingressou no Bureau Operacional do Comitê de Defesa do Estado - junto com Malenkov, Beria e Mikoyan. A jurisdição do OB incluía "controle e supervisão do trabalho atual", bem como a preparação e execução de planos para a produção e fornecimento de comissariados populares da indústria de defesa, comunicações, metalurgia ferrosa e não ferrosa, usinas de energia, carvão e indústrias químicas 18 .

A redistribuição de poderes também afetou os membros do Conselho de Comissários do Povo da URSS. Em 16 de agosto de 1942, Molotov foi aprovado como o primeiro vice-presidente do Conselho dos Comissários do Povo "em todas as questões do trabalho do Conselho dos Comissários do Povo", e um pouco mais tarde também o presidente do Bureau do Conselho dos Comissários do Povo Comissários 19 . A apreciação e aprovação dos “planos económicos nacionais (planos de produção e abastecimento), do orçamento do Estado e do crédito a todos os setores da economia nacional, bem como da organização do trabalho dos comissariados do povo que não faziam parte da gestão do GKO - comissariados populares de construção de máquinas, comissariados populares para construção e produção de materiais de construção foram transferidos para o BSNK. indústria alimentar e leve, agricultura, compras e comércio agrícola, transporte marítimo e fluvial, indústria da borracha, indústria madeireira, indústria de celulose e papel, saúde, justiça e todos os comitês e departamentos do Conselho de Comissários do Povo da URSS.

Assim, levando em consideração as funções de Molotov no âmbito do Comitê de Defesa do Estado e do Conselho de Comissários do Povo da URSS, toda a indústria de defesa e todo o complexo econômico nacional estavam sob sua supervisão direta. Claro, ele contou com um grande número de deputados e funcionários, mas, no final das contas, ele mesmo foi o responsável por tudo. E ele fez bem o seu trabalho. Vamos nos referir a apenas um fato: em 30 de setembro de 1943, ele foi agraciado com o título de Herói do Trabalho Socialista por sua contribuição para a produção de veículos blindados. Por trás desse prêmio estão os números impressionantes do aumento da produção de tanques e unidades de artilharia autopropulsadas alcançado desde o início da guerra: de 4.968 em 1941 para 24.134 em 1943 20 .

Ao mesmo tempo, não se deve esquecer que a liderança do Comissariado do Povo para as Relações Exteriores continuou a ser a principal função de Molotov. Desde o início da guerra, sérios ajustes foram feitos nas atividades do comissariado do povo. O principal que se exigia dele agora era proporcionar condições internacionais favoráveis ​​​​para uma rejeição decisiva aos países do "eixo" fascista, a busca de aliados e o estabelecimento de uma cooperação política, militar e econômica efetiva com eles, principalmente com o Estados Unidos da América e Grã-Bretanha. O Comissário do Povo desempenhou um papel excepcional na resolução deste problema.

Em 26 de junho, ele envia um telegrama ao embaixador dos EUA, K.A. Umansky: “Você deve ir imediatamente a Roosevelt ou Hull [C. .Hall durante sua doença] e, depois de relatar o ataque traiçoeiro da Alemanha à URSS, perguntar o que é a atitude do governo americano em relação a esta guerra e em relação à URSS. Questões sobre ajuda não devem ser levantadas agora” 22 . No tom de ambos os telegramas, sente-se a posição independente tanto do comissário do povo como do país atrás dele, que se encontrava numa situação excepcionalmente difícil, mas não ia bajular ninguém e implorar por ajuda.

Somente depois que o comissário do povo em 29 de junho recebeu o embaixador americano L. Steingardt e ouviu dele sobre "o desejo e a prontidão de dar toda a assistência possível à União Soviética, que estará em poder dos Estados Unidos, para que o poder soviético União derrota Hitler", ele deu a K.A. Umansky uma instrução para se encontrar com F. Roosevelt ou o Secretário de Estado dos EUA e levantar a questão da possibilidade de prestar assistência à URSS perante os líderes americanos (uma lista de armas específicas e materiais estratégicos seguidos no telegrama).

Quase desde o início, a liderança soviética levantou a questão da inadequação da assistência econômica mútua aos futuros aliados, encorajando-os a criar uma ampla base político-militar para o desenvolvimento de uma cooperação abrangente. Quando, durante uma conversa em 27 de junho com o embaixador britânico S. Cripps, este observou que no campo econômico seu país poderia fornecer à URSS os materiais necessários de que dispunha, “ainda não era hora de uma política acordo, já que muita desconfiança mútua se acumulou no passado”, Molotov reagiu imediatamente. Ele afirmou que "é melhor não voltar ao passado" porque a situação mudou drasticamente: "Ambos os lados têm um inimigo e têm problemas e interesses comuns". Ao mesmo tempo, "a assistência mútua deve estar condicionada a algum tipo de acordo sobre uma determinada base política, a partir da qual seja possível a aproximação militar e política entre os dois países" 23 .

Essa perseverança do lado soviético estava dando frutos. Em 12 de julho de 1941, foi concluído em Moscou o acordo soviético-britânico “Sobre ações conjuntas na guerra contra a Alemanha”, que registrava a disposição mútua das partes “para fornecer assistência e apoio mútuos de qualquer tipo em uma guerra real contra a Alemanha nazista” 24 . V.M. Molotov selou o documento com sua assinatura.

O valor especial do acordo foi que marcou o início da formação prática da coalizão anti-Hitler como uma aliança político-militar. Uma base material séria também foi trazida sob tal aliança: um mês depois, em 16 de agosto, um acordo soviético-britânico sobre comércio, crédito e compensação foi assinado em Moscou, que previa a concessão de um empréstimo à União Soviética no quantia de 10 milhões de libras esterlinas para compras para as necessidades de equipamentos e armas militares do Exército Vermelho e da Marinha.

Washington também conseguiu aproximar Washington da aliança emergente entre Londres e Moscou, facilitada pela visita à capital soviética no final de julho de 1941 de G. Hopkins, enviado pessoal e amigo de F. Roosevelt.

Como resultado de esforços comuns, de 29 de setembro a 1º de outubro de 1941, ocorreu em Moscou a primeira conferência de representantes da URSS, dos EUA e da Grã-Bretanha, que considerou questões de suprimentos mútuos e o melhor uso dos recursos materiais dos três países na guerra. Um protocolo secreto foi assinado sobre o fornecimento de armas e materiais estratégicos à URSS por nove meses consecutivos - até 30 de junho de 1942.

Não menos importante foi o resultado político, que o chefe da delegação soviética, Molotov, definiu de forma sucinta e exaustiva: contra a qual se formou uma poderosa frente de povos amantes da liberdade, liderada pela União Soviética, Inglaterra e Estados Unidos da América” 25 .

Claro, muitos políticos e diplomatas contribuíram para esse sucesso do lado soviético. É impossível não notar o papel de Stalin, que pessoalmente, sem poupar tempo, negociou com os líderes das delegações americana (A. Harriman) e britânica (Lord W. Beaverbrook). No entanto, o papel de Molotov não pode ser menosprezado.

Além disso, os contatos com pessoas importantes, mas ainda secundárias, do campo aliado não permitiram alcançar uma aliança político-militar completa com os EUA e a Grã-Bretanha, sem a qual uma coalizão anti-Hitler viável era impossível. Em Moscou, chegaram à conclusão de que era necessário enviar o Comissário do Povo para as Relações Exteriores para um encontro pessoal com as primeiras pessoas dos países aliados.

Em maio-junho de 1942, Molotov, por decisão do governo (leia - Stalin), em um bombardeiro quadrimotor TB-7 (Pe-8) fez um longo alcance até para os padrões de hoje (cerca de 20 mil km) e um vôo extremamente arriscado para as Ilhas Britânicas e depois para os EUA. Em 21 de maio, Molotov iniciou negociações com Churchill e o ministro das Relações Exteriores A. Eden com o objetivo de: 1) concluir um tratado de aliança, que não pôde ser assinado em dezembro de 1941 durante a estada de Eden em Moscou, e 2) chegar a um acordo sobre a abertura de um Segunda Frente. Além disso, o Comissário do Povo enfatizou a importância prioritária do segundo tema, anunciando sua intenção de considerá-lo com o Presidente dos Estados Unidos. Mostrando o devido respeito pelo aliado britânico, Molotov disse a seus interlocutores, o governo soviético considerou necessário que ele, Molotov, primeiro discutisse a questão da Segunda Frente com Churchill e Eden.

A busca por um compromisso razoável foi difícil. A parte britânica não concordou em incluir no projeto uma cláusula proposta por Stalin durante a visita de Eden a Moscou, sobre a estrutura da Europa no pós-guerra com o reconhecimento das fronteiras da URSS a partir de 22 de junho de 1941. Em outras palavras, os britânicos não queriam reconhecer o fato da entrada da Ucrânia Ocidental, Bielo-Rússia Ocidental, Bessarábia e países bálticos na URSS, bem como a nova fronteira com a Finlândia após a Guerra de Inverno. Nas conversas com o enviado de Moscou, Churchill e Eden continuaram a se opor categoricamente a esse ponto.

Molotov, junto com o embaixador Maisky, seguindo as instruções recebidas anteriormente, enviou um telegrama a Stalin, no qual consideravam o projeto inglês como "uma declaração vazia de que a URSS não precisa". Uma resposta inesperada foi recebida de Moscou: a “Instância” ordenou que o tratado fosse assinado imediatamente nos termos ingleses, explicando: “Lá [no tratado] não há questão de segurança nas fronteiras, mas provavelmente não é ruim, pois temos nossas mãos livres. A questão das fronteiras, ou melhor, das garantias da segurança das nossas fronteiras neste ou naquele troço do nosso país, decidiremos pela força” 26 .

Stalin estabeleceu a tarefa de assinar o tratado o mais rápido possível e voar para a América a fim de pressionar os Aliados a abrir a Segunda Frente já em 1942.

Em 26 de maio de 1942, foi assinado um acordo entre a URSS e a Grã-Bretanha sobre uma aliança na guerra contra a Alemanha nazista e seus cúmplices na Europa e sobre cooperação e assistência mútua após a guerra. Substituiu o acordo de 12 de julho de 1941 e tornou-se uma base legal completa para o fornecimento mútuo de assistência militar e outra "contra a Alemanha e todos os estados associados a ela em atos de agressão na Europa". As partes reafirmaram suas obrigações, que proibiam quaisquer negociações com a Alemanha e seus aliados e a conclusão de um armistício ou um tratado de paz com eles "salvo por mútuo acordo" 27 .

Curiosa é a avaliação que Churchill fez ao comissário do povo soviético quando se chocou pela primeira vez com Molotov em um duelo diplomático. Em 27 de maio de 1942, informando Roosevelt sobre o tratado soviético-britânico assinado, o primeiro-ministro escreveu: “Molotov é um estadista e tem uma liberdade de ação muito diferente daquela que você e eu tivemos que observar com Litvinov. Tenho certeza que você conseguirá negociar bem com ele.

Infelizmente, nem tudo dependia de Molotov. De 29 de maio a 5 de junho, ele realizou uma série de negociações, principalmente com Roosevelt. Foi a primeira visita oficial de tal nível na história das relações interestaduais entre a URSS e os EUA. O presidente dos Estados Unidos recebeu imediatamente o enviado de Moscou e conversou com ele antes e depois do jantar oferecido em homenagem a Molotov. No entanto, assim que o chefe da delegação soviética levantou a questão direta da abertura da Segunda Frente em 1942, Roosevelt e seus assessores na pessoa de G. Hopkins, o Chefe do Estado-Maior do Exército Americano, General J. Marshall e o O comandante-em-chefe da Marinha, almirante E. King, não demonstrou grande entusiasmo. Como Molotov relatou a Moscou em 31 de maio, “Roosevelt e Marshall declararam que queriam fazer isso de todas as maneiras possíveis, mas até agora o assunto está na falta de navios para a transferência de tropas para a França. Eles não me disseram nada específico.

“Minha missão em Washington pode ser considerada concluída”, Molotov concluiu pessimista. No entanto, esta conclusão revelou-se prematura. Em 3 de junho, foi possível chegar a um acordo sobre o projeto de comunicado soviético-americano proposto pelo lado soviético. Afirmava que "durante as negociações, chegou-se a um acordo total sobre as tarefas urgentes de estabelecer uma Segunda Frente na Europa em 1942."

No dia da publicação do comunicado, 11 de junho de 1942, em Washington, o Embaixador da URSS e o Secretário de Estado dos Estados Unidos assinaram um acordo entre os governos de ambos os Estados sobre os princípios aplicáveis ​​à assistência mútua na guerra contra a agressão 30 . Este ato completou a formação da coalizão anti-Hitler. É verdade que o declarado "acordo total" sobre a criação da Segunda Frente foi implementado apenas em 1944.

Os aliados, sob vários pretextos, adiaram a abertura das hostilidades contra a Wehrmacht na Europa Ocidental, de modo que o Exército Vermelho assumiu todo o ônus no confronto armado com o inimigo comum. A diplomacia soviética fez esforços persistentes para mudar a situação. Em outubro de 1943, ocorreu em Moscou uma conferência dos Ministros das Relações Exteriores da URSS, EUA e Grã-Bretanha. Em discussões com K. Hull e A. Eden, Molotov conseguiu preparar uma base sólida para a primeira conferência dos Três Grandes na história da coalizão anti-Hitler em Teerã no final de novembro de 1943.

A Conferência de Moscou adotou uma declaração sobre a questão da segurança geral, na qual a fórmula para a rendição incondicional dos estados fascistas foi proclamada pela primeira vez como condição indispensável para o fim da guerra. No comunicado final, os governos das três potências reconheceram como objetivo primordial "acelerar o fim da guerra" e, como um dos principais meios para atingir esse objetivo, proclamaram a abertura de uma Segunda Frente com o desembarque de tropas aliadas no norte França. É verdade que os Aliados não foram além das garantias sobre a possibilidade de uma invasão do continente a partir das Ilhas Britânicas na primavera de 1944 31 .

Após o término dos trabalhos, o chefe da delegação americana, K. Hull, dirigindo-se a Molotov, que presidia a conferência, disse: “Tenho certeza de que expressarei não apenas minha própria opinião, mas também a opinião do Sr. , se eu disser que ambos estamos encantados com a maneira como você conduziu a conferência. Já participei pessoalmente de muitas conferências internacionais e nunca vi um trabalho tão experiente e habilidoso…” O sucesso da conferência mostra que essas não eram palavras vazias.

Com a formação da coalizão anti-Hitler e o estabelecimento da prática de correspondência pessoal entre os líderes e sua comunicação nas conferências das Três Grandes, Stalin começou a desempenhar um papel crescente nos assuntos de política externa. Molotov involuntariamente começou a recuar para as sombras. Isso aconteceu, em particular, nas conferências de Teerã, Yalta (fevereiro de 1945), Potsdam (julho-agosto de 1945) dos chefes das grandes potências. No entanto, tal conclusão só se justifica quando se considera o lado público da cooperação com os aliados, enquanto o comissário do povo continuou a assumir o trabalho real na frente diplomática e conduziu-o de forma consistente e intensa.

Mesmo os políticos ocidentais não poderiam deixar de apreciar a contribuição de Molotov para a obtenção de sucessos na política externa, que, além dos sucessos militares, marcaram o caminho da União Soviética para a vitória sobre a Alemanha e seus aliados. A caracterização que W. Churchill lhe deu merece atenção: “Vyacheslav Molotov era um homem de habilidades excepcionais e crueldade de sangue frio ... Nunca conheci uma pessoa que representasse com mais perfeição o conceito moderno de um robô. E por tudo isso, ele era, aparentemente, um diplomata inteligente e afiado ... Em Molotov, a máquina soviética, sem dúvida, encontrou um representante capaz e em muitos aspectos típico para ela - sempre um fiel membro do partido e um seguidor da doutrina comunista... Mazarin, Talleyrand, Metternich o aceitariam em sua companhia se houvesse outro mundo em que os bolcheviques se permitissem entrar” 32 .

Molotov continuou a desempenhar um papel importante mesmo após o fim da Guerra Mundial. Falando sobre o trabalho de implementação das decisões das conferências de Yalta, Potsdam e São Francisco na organização do mundo pós-guerra, assinando tratados de paz com Estados aliados da Alemanha nazista durante os anos de guerra, ele lembrou: “Eu via minha tarefa como Ministro das Relações Exteriores nele é possível expandir mais as fronteiras de nossa Pátria... Tenho espremido dos estados tratados de paz” 33 .

Em março de 1949, Molotov foi destituído do cargo de Ministro das Relações Exteriores da URSS, destituído com precisão e não libertado, pois Stalin suspeitava de ceder aos "inimigos do povo". E em 1952, em plenário realizado após o 19º Congresso do Partido Comunista de Toda a União dos Bolcheviques, o líder foi submetido a críticas devastadoras 34 . É possível que, se Stalin vivesse mais, Molotov, junto com Mikoyan e Voroshilov, pudesse se tornar vítima de uma nova onda de expurgos nos principais círculos de liderança do país. Essa circunstância, porém, não forçou o ex-ministro das Relações Exteriores a mudar sua visão do papel de Stalin na conquista da vitória na Grande Guerra Patriótica. “Quero enfatizar que todos temos muita sorte de Stalin estar conosco desde o início da guerra”, disse ele sobre isso. - Notarei pelo menos o seu enorme papel na gestão da economia nacional. Todas as principais questões da reestruturação militar e do funcionamento da nossa economia, mesmo ao pormenor, ele teve presente e executou com maestria todas as alavancas de controlo de um determinado rumo.

1 ano de crise. 1938-1939. Documentos e materiais. Em 2 volumes T. 1. M., 1990. S. 386-387.

2 guerras mundiais do século XX. Em 4 livros. Livro. 4. Segunda Guerra Mundial: documentos e materiais. M., 2002. S. 67.

3 Ensaios sobre a história do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. 1802-2002. Em 3 vols. T. 2. 1917-
2002 M., 2002. S. 355.

4 anos de crise. 1938-1939... T. 2. S. 145.

5 política externa soviética 1917-1945 Busca de novas abordagens. M., 1992. S. 177.

6 Guerras mundiais do século XX ... S. 81.

7 Kumanev G.A. Ao lado de Stálin. Evidências sinceras. M., 1999. S. 10.

8 Guerras Mundiais do século XX ... S. 182-183.

10 Sokolov V.V. Comissariado do Povo para os Negócios Estrangeiros Vyacheslav Molotov // Assuntos Internacionais. 1991. Nº 5.
S. 103.

11 Ensaios sobre a história do Ministério das Relações Exteriores da Rússia ... S. 273.

12 Chuev F.I. Cento e quarenta conversas com Molotov. M., 1991. S. 98-99.

13 Op. Por: Kumanev G.A. Decreto. op. pp. 404-405.

14 Zhukov G.K. Memórias e reflexões. Em 3 volumes Ed. 10, adicionar. à mão autor. T. 1. M., 1990. S. 326.

15 Grande Guerra Patriótica 1941-1945. Em 12 volumes T. 10. Estado, sociedade e guerra. M., 2014. S. 73.

16 Zhukov G.K. Decreto. op. T. 2. S. 112.

17 RGASPI. F. 644. Op. 1. D. 20. L. 218.

18 Ibid. D. 72. L. 165.

19 Ibid. F. 17. Op. 3. D. 1045. L. 17.

20 Grande Guerra Patriótica... T. 7. Economia e armas de guerra. M., 2013. S. 509.

22 Ibid. S. 39.

23 Ibid. pp. 46-48.

24 Ibid. S. 145.

25 Ibid. S. 341.

26 Op. Por: Rzheshevsky O.A. Stálin e Churchill. Encontros. Conversas. Discussões. Documentos, comentários, 1941-1945. M., 2004. S. 157.

27 Documentos de política externa da URSS. 2 de janeiro a 30 de dezembro de 1942. Vol. 25. Livro. 1. M., 2010. S. 392.

28 Op. Por: Rzheshevsky O.A. Stalin e Churchill ... S. 207-208.

29 Ibid. S. 231.

31 A União Soviética em conferências internacionais durante a Grande Guerra Patriótica de 1941-1945. Vol. 1. Conferência de Moscou dos Ministros das Relações Exteriores da URSS, EUA e Grã-Bretanha (19 a 30 de outubro de 1943). M., 1978. S. 311.

32 Op. Por: Medvedev R.A. Eles cercaram Stalin. M., 2012. S. 17.

33 Chuev F.I. Decreto. op. pp. 98-99.

34 Simonov K. Pelos olhos de um homem da minha geração. M., 1988. S. 241-242.

35 Kumanev G.A. Decreto. op. S. 12.

Diplomacia durante a Segunda Guerra Mundial

Ataque alemão à URSS. Discursos de Roosevelt e Churchill. Uma coalizão anti-Hitler está sendo formada, cuja base foi a aliança de 3 grandes potências: Grã-Bretanha, URSS e EUA. As declarações de Churchill e Roosevelt encontraram o apoio da maioria dos povos britânico e americano, embora alguns estadistas americanos e britânicos considerassem mais desejável o esgotamento mútuo da Alemanha e da URSS. Seu ponto de vista foi expresso pelo senador Truman (mais tarde presidente). Na Inglaterra, o ministro da Indústria da Aviação, Moore-Brabazon, compartilhou opiniões semelhantes, mas os líderes dos governos britânico e americano consideraram necessário cooperar com a URSS na luta contra a Alemanha. Como a URSS e a Grã-Bretanha, ao contrário dos EUA, já haviam lutado contra a Alemanha, o governo soviético propôs à Inglaterra que concluíssem um acordo de ações conjuntas. A Inglaterra concordou. Em 12 de julho de 1941, foi assinado um acordo anglo-soviético sobre ações conjuntas na guerra contra a Alemanha. A URSS e a Inglaterra se comprometeram a "fornecer assistência e apoio um ao outro", + "não negociar, não concluir uma trégua ou um tratado de paz, exceto por consentimento mútuo". Em 31 de julho de 1941, o primeiro navio de guerra inglês chegou a Arkhangelsk com equipamento técnico e munição para a URSS. Em seguida, para Arkhangelsk e Murmansk - "comboios" ingleses - navios de transporte guardados por navios de guerra com armas e munições. Até o final de 1941, 7 comboios britânicos chegaram à União.

A fim de interromper as atividades dos agentes nazistas no Irã, a URSS e a Inglaterra, de comum acordo - e de acordo com o acordo iraniano-soviético de 1921 a 25 de agosto de 1941, enviaram suas tropas ao Irã. O xá do Irã, voltado para a Alemanha nazista, abdicou e fugiu. O novo governo iraniano concluiu um tratado de aliança com a Grã-Bretanha e a URSS. Comprometeu-se a garantir o transporte através do Irã de mercadorias destinadas à URSS, e a URSS e a Inglaterra se comprometeram a retirar suas tropas do Irã em até 6 meses após o fim das hostilidades contra a Alemanha e seus aliados. Levando em consideração os desejos da URSS, em 6 de dezembro de 1941, a Inglaterra declarou guerra aos aliados da Alemanha que lutaram contra a URSS - Hungria, Romênia e Finlândia.
 Em um esforço para expandir a coalizão de forças antifascistas, a URSS decidiu chegar a um acordo não apenas com a Grã-Bretanha, mas também com os governos emigrados e grupos que se opunham à Alemanha nazista. Em julho de 1941, a URSS assinou acordos com os governos emigrantes da Tchecoslováquia e da Polônia com sede em Londres. O governo soviético reconheceu os tratados soviético-alemães "sobre mudanças territoriais na Polônia" como "inválidos", mas a questão das futuras fronteiras polonesas permaneceu em aberto. As partes prometeram ajudar uma à outra na guerra contra a Alemanha. A União concordou em formar a Checoslováquia unidades militares e um exército polonês (principalmente de prisioneiros de guerra poloneses que estavam na URSS). Em 27 de setembro de 1941, o governo soviético, seguindo o exemplo da Inglaterra, reconheceu o general de Gaulle como o líder de todos os franceses livres. para fornecer aos franceses "assistência abrangente e assistência na luta comum contra a Alemanha e seus aliados", + expressou a determinação de "garantir a restauração completa da independência e grandeza da França" após alcançar uma vitória conjunta. Em resposta, o general de Gaulle prometeu "lutar ao lado da URSS e seus aliados até que a vitória sobre o inimigo comum seja alcançada e fornecer à URSS assistência e assistência abrangentes".

Conferência de Moscou de 3 potências: URSS, Inglaterra e EUA em setembro-outubro de 1941. Os governos dos EUA e da Inglaterra prometeram transferir para a URSS uma quantidade significativa de armas, mais de 3.500 aeronaves e 4.500 tanques, e a URSS prometeu abastecer a Inglaterra e os EUA com matérias-primas estratégicas. Em 30 de outubro, Roosevelt ordenou conceder à URSS um empréstimo sem juros de 1 bilhão de dólares e, em 7 de novembro de 1941, estendeu a lei de empréstimo e arrendamento à URSS. Armas, equipamentos e alimentos americanos e britânicos começaram a entrar sistematicamente na URSS. Eles foram de 3 maneiras: norte, através do Ártico, para Murmansk e Arkhangelsk; sul - através do Irã; e leste - através de Vladivostok. A princípio, essas entregas são pequenas.

fretamento atlântico - o principal documento político da coalizão anti-Hitler, assinado por Roosevelt e Churchill em 14 de agosto de 1941 em um navio na costa do Canadá. De acordo com a carta, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha "não buscam aquisições territoriais ou outras" e "respeitam o direito de todos os povos de escolher por si mesmos a forma de governo sob a qual desejam viver". Buscar a restauração dos "direitos de soberania e autogoverno daqueles povos que foram privados disso pela força"; garantir acesso igualitário para todos os países ao comércio e às fontes mundiais de matérias-primas; “a capacidade de navegar livremente nos mares e oceanos”; organizar a cooperação económica. Roosevelt e Churchill anunciaram que consideravam necessário desarmar os agressores e criar um sistema confiável de segurança geral. Eles exortaram todos os estados a "renunciar ao uso da força" no futuro. Embora a Carta do Atlântico tenha sido adotada sem consulta à URSS, nada dizia sobre as tarefas específicas da luta contra o fascismo, a URSS em setembro de 1941 concordou com seus princípios. Ao mesmo tempo, temendo que a disposição sobre a restauração dos direitos de soberania e autogoverno daqueles povos que foram privados deles pela força possa ser aplicada ao território. aquisições da URSS em 1939-1940, estipulou que a aplicação prática dos princípios da carta "deve ser consistente com as circunstâncias, necessidades e características históricas deste ou daquele país".

Contradições na coalizão anti-Hitler. Houve sérias contradições na coligação, causadas por diferenças no sistema social e político das estatais que a integravam; seus objetivos e suas políticas. + Diferenças sobre a questão da 2ª frente na Europa, cuja criação a URSS considerou a forma mais eficaz de alcançar a vitória sobre a Alemanha. Já em 18 de julho de 1941, uma semana após o acordo de ações conjuntas com a Inglaterra, Stalin levantou essa questão em uma mensagem a Churchill. Referindo-se à falta de forças e meios, Churchill rejeitou esta e todas as propostas subsequentes para abrir em 1941 "uma 2ª frente nos Bálcãs ou na França".
 Outro problema é o problema das fronteiras do pós-guerra e, em geral, a estrutura pós-guerra do mundo. Nem a Inglaterra nem os Estados Unidos reconheceram as novas fronteiras da URSS, estabelecidas em 1939-1940, e temiam uma possível "bolchevização da Europa", enquanto a URSS queria fixar legalmente suas novas fronteiras. Este problema foi discutido pela primeira vez em detalhes durante a visita do ministro das Relações Exteriores britânico Eden a Moscou em dezembro de 1941. Eden pretendia complementar o acordo anglo-soviético sobre ações conjuntas durante a guerra com um acordo de cooperação pós-guerra e trouxe consigo um esboço de tal acordo, segundo o qual a Inglaterra e a URSS se comprometeram a cooperar durante a guerra e "na reorganização da Europa após a guerra com atenção aos interesses de cada um", de acordo com os princípios da Carta do Atlântico que ambos os lados " não busque aquisições territoriais ou outras" e não interferirá nos assuntos internos de outros povos. A União propôs rascunhos de 2 tratados: "sobre uma aliança e assistência militar mútua entre a URSS e a Inglaterra na guerra contra a Alemanha", o outro - "sobre o estabelecimento de um acordo mútuo entre a URSS e a Grã-Bretanha na resolução de questões do pós-guerra e em suas ações conjuntas para garantir a segurança na Europa após o fim da guerra com a Alemanha. Ao 2º tratado, Stalin, inesperadamente para o Éden, sugeriu acrescentar 2 protocolos secretos, nos quais foi delineado um plano específico para a organização da Europa do pós-guerra. Esses protocolos previam a restauração das fronteiras pré-guerra da URSS e das fronteiras dos países europeus ocupados pela Alemanha, com mudanças territoriais para alguns. Acima das fronteiras pré-guerra, a URSS reivindicou territórios às custas da Romênia, Finlândia e parte da Prússia Oriental da cidade de Koenigsberg. O governo soviético propôs expandir a Tchecoslováquia e a Iugoslávia às custas da Hungria e da Itália, e a Turquia, a fim de recompensá-la por sua neutralidade, às custas da Itália e da Bulgária. Foi planejado transferir para a Polônia certas áreas da Ucrânia Ocidental ou da Bielo-Rússia Ocidental com população polonesa e expandir seu território na direção oeste às custas da Prússia Oriental. A Alemanha deveria ser completamente desarmada e dividida em vários estados, restaurando a Áustria como um estado independente. Os agressores devem compensar as vítimas pelas perdas causadas por seu ataque. Para preservar a paz futura na Europa, foi proposta a criação de uma organização internacional - o Conselho Europeu e colocar à sua disposição "um certo número de tropas". Stalin sugeriu a Eden que as bases militares, aéreas e navais britânicas fossem estabelecidas na França, Bélgica, Holanda, Noruega e Dinamarca. O governo britânico não quis se vincular a obrigações específicas, + anteriormente anunciou o não reconhecimento do território. mudanças depois de 1939, e prometeu ao governo dos EUA não entrar em acordos secretos sobre um arranjo pós-guerra sem consultá-lo. Eden não concordou em garantir as novas fronteiras da URSS e Stalin recusou-se a assinar projetos de tratados com a Grã-Bretanha. Essas divergências foram mantidas em segredo, mas complicaram seriamente o relacionamento.

Japão faz planos contra Inglaterra, EUA, Holanda. Ataque japonês a Pearl Harbor. 11 de dezembro Alemanha e Itália + Hungria, romeno, bolg, eslovaco, croata declararam guerra aos Estados Unidos. Tratado do Japão, Alemanha e Itália sobre Assistência Mútua. 18 Jan 41 Acordo sobre a delimitação de zonas de operações militares.

Assinatura da 26ª antifa pelos estados da declaração das Nações Unidas em Washington.

União de 3 grandes potências. Depois que os EUA entraram na guerra, os governos britânico e americano concordaram com os planos político-militares. Em dezembro de 1941, um plano de guerra anglo-americano comum foi adotado. A abertura da 2ª frente na Europa não estava prevista no plano. Em vez disso, planejou-se organizar o desembarque de tropas anglo-americanas nas possessões francesas no norte da África, controladas por Vichy e onde não havia tropas alemãs e italianas. Tal operação não poderia desviar forças significativas da frente soviética-alemã decisiva, mas era mais simples, poderia tirar a Itália da guerra e fortalecer as posições da Inglaterra e dos Estados Unidos no Mediterrâneo. Tendo coordenado seus planos sem a participação da URSS, os governos da Inglaterra e dos EUA continuaram as negociações com a União. Novamente a questão da 2ª frente. O governo soviético insistiu que a Grã-Bretanha e os EUA estabelecessem uma segunda frente contra a Alemanha na Europa o mais rápido possível, durante 1942. A abertura de uma segunda frente foi exigida por amplas camadas da população na Inglaterra e nos EUA. Roosevelt reconheceu a validade disso. Mas os líderes militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, como Churchill, acreditavam que ainda não havia condições para o desembarque de tropas na Europa. Para discutir novos planos para a coalizão anti-Hitler, Roosevelt e Churchill convidaram Molotov para visitar Londres e Washington em maio-junho de 1942. O governo britânico concordou em concluir um acordo de cooperação pós-guerra com a URSS, mas sem referência específica ao futuras fronteiras da URSS. Molotov pretendia adiar a assinatura do tratado, mas Stalin, visto que a Alemanha havia lançado uma ofensiva na Frente Oriental, instruiu-o a aceitar o projeto proposto pela Inglaterra. Em 26 de maio de 1942, um tratado anglo-soviético "sobre uma aliança na guerra contra a Alemanha nazista e seus cúmplices na Europa e sobre cooperação e assistência mútua após a guerra" foi assinado em Londres. O tratado confirmou o acordo sobre ações conjuntas contra a Alemanha de 12 de julho de 1941 e previa ações conjuntas no período pós-guerra, + prestação de assistência mútua se uma das partes se envolver novamente na guerra com a Alemanha ou estados associados a isto. A URSS e a Inglaterra concordaram em cooperar na organização da segurança e prosperidade econômica da Europa; não entrar em nenhuma aliança e não participar de nenhuma coalizão dirigida contra o outro lado. O prazo do contrato é de 20 anos. Em 11 de junho de 1942, a URSS e os EUA concluíram um acordo "sobre os princípios aplicáveis ​​​​à assistência mútua na guerra contra a agressão". As partes se comprometeram a contribuir com a defesa e fornecer mutuamente materiais, serviços e informações. No final da guerra, o governo soviético prometeu devolver aos Estados Unidos os materiais de defesa fornecidos à URSS que não fossem destruídos, perdidos ou usados ​​e pudessem ser úteis para a defesa dos Estados Unidos. No acordo final após o fim da guerra, os EUA devem levar em consideração todas as propriedades, informações e outros benefícios que receberam da URSS. No pós-guerra, vislumbrou-se a possibilidade de ações coordenadas da URSS e dos EUA com o objetivo de desenvolver relações econômicas mutuamente benéficas no espírito da Carta do Atlântico. A assinatura de um acordo com a Inglaterra e um acordo com os Estados Unidos completou o registro legal da união de 3 grandes potências: URSS, Grã-Bretanha e EUA. Roosevelt sugeriu que a URSS criasse após a guerra "uma força policial internacional de 3-4 poderes: a URSS, os EUA, a Grã-Bretanha e a China", e Stalin respondeu que "Roosevelt está certo".

Cedendo à URSS e à pressão da opinião pública, os governos da Inglaterra e dos EUA assinaram o comunicado anglo-soviético e soviético-americano, que afirmava que entre a URSS, a Grã-Bretanha e os EUA "foi alcançado um acordo sobre a criação de um 2ª frente na Europa em 1942." Em troca, o governo dos Estados Unidos obteve da URSS o consentimento para uma redução de cerca de 40% nas entregas do Lend-Lease a fim de utilizar os recursos liberados para organizar uma 2ª frente, e o governo britânico acompanhou o comunicado com uma cláusula confidencial: “É é impossível dizer com antecedência se a situação será tal que será possível realizar esta operação quando chegar a hora especificada. Inglaterra e EUA não cumpriram suas obrigações na 2ª frente. Uma semana após a publicação do comunicado, Churchill se reuniu novamente com Roosevelt e o convenceu a adiar a criação de uma 2ª frente na Europa. Eles voltaram ao plano anterior para o norte da África francesa. A URSS novamente teve que lutar sozinha com as principais forças da Alemanha e seus aliados.

O departamento histórico e documental do Ministério das Relações Exteriores da Rússia deveria, em teoria, ser a área mais silenciosa de um arranha-céu na Praça Smolenskaya em Moscou. Mas hoje não é o caso - o departamento está sobrecarregado de trabalho na véspera do 60º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial, comemorado em 9 de maio.

O manuscrito do Ministro (mais precisamente, Comissário do Povo) das Relações Exteriores Vyacheslav Molotov, sob o vidro, deve ser entregue ao Museu da Vitória, segundo o qual leu seu famoso discurso de rádio sobre o ataque alemão à URSS em 22 de junho de 1941 . Para muitas revistas, fotos pouco conhecidas dos líderes das potências vitoriosas - URSS, EUA, Grã-Bretanha - deveriam ser retomadas em uma conferência em novembro de 1943 em Teerã, onde a questão da abertura de uma segunda frente ocidental na Europa foi discutido.

A máquina militar soviética, como se sabe, suportou o peso da guerra com a Alemanha e desempenhou um papel importante na vitória militar que culminou com a entrada das tropas soviéticas em Berlim. A diplomacia soviética durante a Segunda Guerra Mundial é interessante porque desempenhou um papel fundamental na criação do modelo do mundo em que ainda vivemos, embora esse período esteja chegando ao fim - o modelo formado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial.

Os arquivos do departamento histórico e documental mostram como isso foi feito - ao acaso, por tentativa e erro, muitas vezes em uma luta diplomática acirrada entre os aliados.

Os episódios mais famosos dessa história são as tentativas de Moscou, que lutou quase sozinha por quase 3 anos, de acelerar a abertura de uma segunda frente, os esforços da diplomacia russa para impedir uma paz separada entre Londres, Washington e Hitler. E também - a história da criação da ONU. Mas esses episódios da guerra são bem conhecidos. E houve conspirações diplomáticas menos conhecidas que precederam o clímax da Segunda Guerra Mundial. O ponto principal aqui é que os princípios da ordem mundial, reduzidos no início de 1945 a um sistema único, foram testados e executados pela primeira vez, com sucesso variável, em relação a muitos países individuais da Europa.

Inicialmente, a tarefa era tirá-los da guerra, na qual atuavam como aliados da Alemanha e da Itália, ou estavam ocupados. Mas então, naturalmente, surgiu a questão sobre seu sistema político, seu lugar na política europeia e mundial.
Aqui está um episódio de agosto de 1941, quando a ofensiva alemã contra Moscou se desenrolou, aparentemente imparável, e em Londres quase ninguém duvidou que a vitória da Alemanha sobre a URSS era esperada para o inverno. Naquela época, Joseph Stalin não esperava nenhuma ajuda, exceto verbal, de Winston Churchill. No entanto, a diplomacia britânica continuou a lutar pelo menos pela neutralidade dos países do Próximo e Médio Oriente, esperando futuras guerras com a Alemanha nesta região. A Turquia, com suas simpatias pró-alemãs de longa data, era um país-chave aqui, como, de fato, para seu vizinho imediato, a URSS.

Foi esse bairro que deu à diplomacia soviética aquelas alavancas de pressão sobre Ancara que Londres não tinha. O resultado dessa situação foram as representações diplomáticas acordadas em 10 de agosto de Londres e Moscou, que expressaram sua disposição de respeitar a integridade territorial da Turquia e prestar assistência a ela "se ela fosse atacada por qualquer potência européia".

Em Ancara, para começar, eles usaram essa situação nas negociações comerciais com a Alemanha, obtendo condições favoráveis ​​\u200b\u200bpara eles. E então a Turquia, tendo apreciado os benefícios da situação, permaneceu completamente neutra até o fim da guerra, rompeu relações com a Alemanha em agosto de 1944 e não sofreu nenhum dano após o fim das hostilidades.

Aqui está o episódio com a Tchecoslováquia, que aparentemente começou em um telegrama do Ministério das Relações Exteriores da Rússia ao seu embaixador na Grã-Bretanha datado de 10 de março de 1943. Ele apresentou o conceito de unidade de interesses dos povos eslavos da Europa, a ideia da necessidade de Moscou concluir um pacto com eles sobre as relações durante a guerra e o pós-guerra.

O governo emigrante tcheco de Benes, notamos, estava localizado precisamente em Londres. Como resultado, em 12 de dezembro de 1943, um tratado soviético-checoslovaco de amizade e cooperação pós-guerra foi assinado com este governo, que removeu todas as dúvidas sobre quem governaria a Tchecoslováquia depois que ela fosse libertada da ocupação alemã. Moscou, em particular, não apoiou as tentativas das forças de resistência eslovacas de agir de forma autônoma em relação a Benes.

O próprio Benes, às vésperas do fim da guerra, propôs introduzir os comunistas no governo do país do pós-guerra, aliás, a fim de dotá-los de cargos de liderança nas forças armadas e em outros ministérios do poder. Stalin, ao contrário, censurou Benes pelo fato de os representantes do Partido Comunista terem recebido muitos cargos ministeriais no governo de coalizão da Tchecoslováquia, criado em março de 1945, depois que as tropas soviéticas libertaram a maior parte do país.

E aqui está a história da Finlândia, que não era neutra, como a Turquia, e não ocupada, como a Tchecoslováquia. A Finlândia era aliada de Hitler. A mulher mais famosa da era soviética, Alexandra Kollontai, então embaixadora na Suécia, tentou tirar este país da guerra. Em Estocolmo, ela se encontrou com o primeiro-ministro finlandês Paasikivi, que recebeu condições soviéticas para a retirada de seu país da guerra. As negociações sobre esse assunto entre Paasikivi e o ministro das Relações Exteriores Molotov ocorreram em Moscou em março de 1944. Simultaneamente ao ato de retirar os finlandeses da guerra, a URSS renovou o acordo de 1940 com este país, estabeleceu a fronteira comum e o fez com satisfação mútua. A Finlândia tornou-se então por muitas décadas (e permanece até hoje) um grande amigo e importante parceiro econômico de Moscou.

E o episódio finlandês acabou sendo histórico porque as negociações com este país levaram à declaração da Conferência de Ministros das Relações Exteriores de Moscou em 1943. Determinou que o governo soviético deveria ter uma "voz decisiva" em qualquer negociação com os estados aliados da Alemanha. Foi um dos blocos de construção a partir do qual o modelo das Nações Unidas foi posteriormente construído.

A Espanha, por outro lado, sofreu o destino mais incomum de todos os países da Europa - o país se viu, por assim dizer, alheio à redistribuição de fronteiras e à reorganização de governos, que, como vemos, se desenrolou em 1943 -1944. Para a Espanha, segundo a avaliação paradoxal do ex-embaixador soviético em Madri Yuri Dubinin, a Segunda Guerra Mundial terminou em 1977, quando, entre outras ações de política externa do governo espanhol, foram estabelecidas relações diplomáticas com Moscou.

Desde o início, apostamos que seria o rei da Espanha quem se tornaria a pessoa que ajudaria a iniciar um novo capítulo nas relações com nosso país, diz Dubinin. O rei, porém, viu a situação naquela altura melhor do que eu, confessa o embaixador, compreendeu muito mais claramente que no caminho da normalização com a URSS, caminhava também para a paz nacional, tirando a Espanha do isolamento, para o as extensões da política mundial.

Yuri Dubinin incluiu essas e outras reflexões em seu livro de memórias, publicado na Rússia há vários anos e na Espanha há apenas alguns meses.

O rei leu este livro e enviou uma carta de agradecimento ao embaixador.

... Uma pessoa que entra no saguão alto do prédio do Ministério das Relações Exteriores da Rússia hoje vê uma placa de granito polido com os nomes dos diplomatas soviéticos que se ofereceram para o front e morreram ali. Os nomes dos funcionários do Ministério das Relações Exteriores que estavam envolvidos em seus negócios diretos naqueles anos não estão esculpidos em granito. Mas em grande parte graças a eles, vivemos 60 anos após a Guerra Mundial sem novos levantes totais em escala global. –0-

Ataque alemão à URSS. Discursos de Roosevelt e Churchill. A coalizão anti-Hitler está tomando forma? Quem? tornou-se uma aliança de 3 grandes potências: Grã-Bretanha, URSS e EUA. As declarações de Churchill e Roosevelt encontraram o apoio da maioria dos povos britânico e americano, embora alguns estadistas americanos e britânicos considerassem mais desejável o esgotamento mútuo da Alemanha e da URSS. Seu ponto de vista foi expresso pelo senador Truman (mais tarde presidente). Na Inglaterra, opiniões semelhantes foram compartilhadas pelo Ministro da Aviação? industrial Mur-Brabazon, mas os líderes dos governos britânico e americano consideraram necessário cooperar com a URSS na luta contra a Alemanha. Como a URSS e a Grã-Bretanha, ao contrário dos Estados Unidos, já haviam lutado contra a Alemanha, o governo soviético ofereceu à Inglaterra a conclusão de um acordo sobre ações conjuntas. A Inglaterra concordou. Em 12 de julho de 1941, foi assinado um acordo anglo-soviético sobre ações conjuntas na guerra contra a Alemanha. A URSS e a Inglaterra se comprometeram a "fornecer assistência e apoio um ao outro", + "não negociar, não concluir uma trégua ou um tratado de paz, exceto por consentimento mútuo". Em 31 de julho de 1941, o primeiro chegou a Arkhangelsk. Inglês? Céus? militares? navio com equipamento técnico e munições para a URSS. Em seguida, para Arkhangelsk e Murmansk - "comboios" ingleses - navios de transporte guardados por navios de guerra com armas e munições. Até o final de 1941, 7 comboios britânicos chegaram à União.

A fim de interromper as atividades dos agentes nazistas no Irã, a URSS e a Inglaterra, de comum acordo - e de acordo com o acordo iraniano-soviético de 1921 a 25 de agosto de 1941, enviaram suas tropas ao Irã. O xá do Irã, guiado pela Alemanha nazista, abdicou e fugiu. O novo governo iraniano concluiu um tratado de aliança com o Reino Unido? e a URSS. Comprometeu-se a garantir o transporte através do Irã de mercadorias destinadas à URSS, e a URSS e a Inglaterra se comprometeram a retirar suas tropas do Irã em até 6 meses após o fim das hostilidades? contra a Alemanha e seus aliados. Atendendo aos desejos da URSS, em 6 de dezembro de 1941, a Inglaterra declarou guerra aos aliados da Alemanha que lutaram contra a URSS - Hungria, Romênia e Finlândia e grupos que se opunham aos nazistas? Alemanha. Em julho de 1941, a URSS assinou acordos com os governos emigrantes da Tchecoslováquia e da Polônia em Londres. O governo soviético reconheceu os tratados soviético-alemães "sobre mudanças territoriais na Polônia" como "inválidos", mas a questão das futuras fronteiras polonesas permaneceu em aberto. As partes prometeram ajudar uma à outra na guerra contra a Alemanha. A União concordou em formar a Tchecoslováquia unidades militares no território da URSS e do exército polonês (principalmente de prisioneiros de guerra poloneses que estavam na URSS). Em 27 de setembro de 1941, o governo soviético, seguindo o exemplo da Inglaterra, reconheceu o general de Gaulle como líder da todos os franceses livres. Ele prometeu fornecer aos franceses livres "assistência total e assistência na luta comum com a Alemanha e seus aliados", + expressou a determinação de "garantir a restauração completa da independência e grandeza da França" após alcançando uma vitória conjunta. Em resposta, o General de Gaulle prometeu "lutar ao lado da URSS e seus aliados até que a vitória sobre o inimigo comum seja alcançada e fornecer à URSS ajuda e assistência abrangentes?

Conferência de Moscou de 3 potências: URSS, Inglaterra e EUA em setembro-outubro de 1941. Os governos dos EUA e da Inglaterra prometeram transferir para a URSS uma quantidade significativa de armas, mais de 3.500 aeronaves e 4.500 tanques, e a URSS prometeu abastecer a Inglaterra e os EUA com matérias-primas estratégicas. Em 30 de outubro, Roosevelt ordenou fornecer à URSS sem juros? um empréstimo de 1 bilhão de dólares e, em 7 de novembro de 1941, estendeu a lei Lend-Lease à URSS. Armas, equipamentos e alimentos americanos e britânicos começaram a entrar sistematicamente na URSS. Eles seguiram 3 caminhos: norte, através do norte? Ártico?, para Murmansk e Arkhangelsk; sul - através do Irã; e leste - através de Vladivostok. A princípio, essas entregas são pequenas.

Carta do Atlântico - o principal documento político do anti-Hitler? coalizão assinada por Roosevelt e Churchill em 14 de agosto de 1941 em um navio na costa do Canadá. De acordo com a carta, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha “não buscam aquisições territoriais ou outras” e “respeitam o direito de todos os povos de escolher sua própria forma de governo sob qual? eles querem viver." Buscar a restauração dos "direitos de soberania e autogoverno daqueles povos que foram privados disso pela força"; garantir a igualdade? para todos os países, acesso ao comércio e às fontes mundiais de matérias-primas; “a capacidade de navegar livremente nos mares e oceanos”; organizar a cooperação económica. Roosevelt e Churchill anunciaram que consideravam necessário desarmar os agressores e criar um sistema confiável de segurança. Eles exortaram todos os estados a "renunciar ao uso da força" no futuro. Embora a Carta do Atlântico tenha sido adotada sem consulta à URSS, nada dizia sobre as tarefas específicas da luta contra o fascismo, a URSS em setembro de 1941 concordou com seus princípios. Ao mesmo tempo, temendo que a disposição sobre a restauração dos direitos de soberania e autogoverno daqueles povos que foram privados deles pela força possa ser aplicada ao território. aquisições da URSS em 1939-1940, estipulou que a aplicação prática dos princípios da carta “deve ser consistente com as circunstâncias, necessidades e características históricas do país? ou outros países.

Contradições no anti-Hitler? coalizões. Havia sérias contradições na coalizão causadas por diferenças sociais e o sistema político da tv estatal nele incluído; seus objetivos e suas políticas?. + Diferenças sobre a questão da 2ª frente na Europa, cuja criação a URSS considerou a forma mais eficaz de alcançar a vitória sobre a Alemanha? Já em 18 de julho de 1941, uma semana após o acordo de ações conjuntas com a Inglaterra, Stalin levantou essa questão em uma mensagem a Churchill. Referindo-se à falta de mão-de-obra e meios, Churchill rejeitou esta e todas as propostas subsequentes para abrir em 1941 “2oi? frente nos Bálcãs ou na França.” Outro problema é o problema das fronteiras do pós-guerra e, em geral, a estrutura pós-guerra do mundo. Nem a Inglaterra nem os Estados Unidos reconheceram as novas fronteiras da URSS, estabelecidas em 1939-1940, e temeram o possível? "Bolchevização da Europa", e a URSS queria proteger legalmente suas novas fronteiras. Pela primeira vez, esse problema foi discutido em detalhes durante a visita do ministro das Relações Exteriores britânico Eden a Moscou em dezembro de 1941. Eden pretendia complementar o acordo anglo-soviético sobre ações conjuntas durante a guerra com um acordo de cooperação pós-guerra e trouxe com ele? um esboço de tal acordo, segundo o qual a Inglaterra e a URSS se comprometeram a cooperar durante a guerra e "na reorganização da Europa após a guerra com atenção aos interesses de cada um", de acordo com os princípios do Atlântico? carta de que ambas as partes "não buscam aquisições territoriais ou outras" e não interferirão nos assuntos internos de outros povos. O sindicato propôs rascunhos de 2 tratados: “sobre a união e mútuo? militares? assistência entre a URSS e a Inglaterra na guerra contra a Alemanha”, outros? - “Sobre o estabelecimento de um acordo mútuo entre a URSS e a Grã-Bretanha? na resolução dos problemas do pós-guerra e em suas ações conjuntas para garantir a segurança na Europa após o fim da guerra com a Alemanha? Ao 2º tratado, Stalin, inesperadamente para o Éden, propôs acrescentar 2 protocolos secretos, nos quais os específicos são delineados? plano do dispositivo?pós-guerra? Europa. Esses protocolos previam a restauração das fronteiras pré-guerra da URSS e das fronteiras dos países europeus ocupados pela Alemanha, com mudanças territoriais para alguns. Acima das fronteiras pré-guerra, a URSS reivindicou territórios às custas da Romênia, Finlândia e parte da Prússia Oriental da cidade de Koenigsberg. O governo soviético propôs expandir a Tchecoslováquia e a Iugoslávia às custas da Hungria e da Itália, e a Turquia - para recompensá-la por sua neutralidade - às custas da Itália e da Bulgária. Foi planejado transferir para a Polônia certas regiões da Ucrânia Ocidental ou da Bielo-Rússia Ocidental com população polonesa e expandir seu território na direção oeste às custas da Prússia Oriental. A Alemanha deveria ser completamente desarmada e dividida em vários estados, restaurando a Áustria como um estado independente. Os agressores devem compensar as vítimas pelas perdas causadas por seu ataque. Para preservar o futuro da paz na Europa, foi proposta a criação de uma organização internacional - europeia? Conselho e colocou à sua disposição "um certo número de tropas". Stalin sugeriu a Eden que as bases militares, aéreas e navais britânicas fossem estabelecidas na França, Bélgica, Holanda, Noruega e Dinamarca. O governo britânico não quis se vincular a obrigações específicas, + anteriormente anunciou o não reconhecimento do território. mudanças depois de 1939, e prometeu ao governo dos Estados Unidos não entrar em acordos secretos com uma organização do pós-guerra sem consultá-la. Eden não concordou em garantir as novas fronteiras da URSS e Stalin recusou-se a assinar projetos de tratados com a Grã-Bretanha?. Essas divergências foram mantidas em segredo, mas complicaram seriamente o relacionamento.

Japão faz planos contra Inglaterra, EUA, Holanda. Ataque japonês a Pearl Harbor. 11 de dezembro Alemanha e Itália + Hungria, romeno, bolg, eslovaco, croata declararam guerra aos Estados Unidos. Tratado do Japão, Alemanha e Itália sobre Assistência Mútua. 18 Jan 41 Acordo sobre a delimitação de zonas de operações militares.

Assinatura da 26ª antifa pelos estados da declaração das Nações Unidas em Washington.

União de 3 grandes potências. Depois que os EUA entraram na guerra? Bem, os governos britânico e americano concordaram em planos político-militares. Em dezembro de 1941 adotou um general? anglo-americano? plano de guerra? A abertura da 2ª frente na Europa não estava prevista no plano. Em vez disso, planejou-se organizar o desembarque de tropas anglo-americanas nas possessões francesas no norte da África, controladas por Vichy e onde não havia tropas alemãs e italianas. Tal operação não poderia desviar forças significativas da frente soviética-alemã decisiva, mas era mais simples, poderia retirar a Itália da guerra e fortalecer as posições da Inglaterra e dos Estados Unidos no Mediterrâneo. Tendo coordenado seus planos sem a participação da URSS, os governos da Inglaterra e dos EUA continuaram as negociações com a União. Novamente a questão da 2ª frente. O governo soviético insistiu que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estabelecessem uma 2ª contra a Alemanha? frente na Europa o mais rápido possível, durante 1942. Open 2i? frente exigida por amplas camadas da população na Inglaterra e nos Estados Unidos. Roosevelt reconheceu a validade disso. Mas os líderes militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, como Churchill, consideraram que ainda não havia condições para um desembarque na Europa.

Para discutir novos planos para o anti-Hitler? Roosevelt e Churchill convidaram Molotov para visitar Londres e Washington em maio-junho de 1942. O governo britânico concordou em concluir um acordo de cooperação pós-guerra com a URSS, mas sem referência específica às futuras fronteiras da URSS. Molotov pretendia adiar a assinatura do tratado, mas Stalin, visto que a Alemanha lançou uma ofensiva na Frente Oriental, instruiu-o a aceitar o projeto proposto? Inglaterra?. 26 de maio de 1942 em Londres assinou o anglo-soviético? acordo "sobre uma aliança em uma guerra? Não contra Hitler? Alemanha e seus cúmplices na Europa e sobre cooperação e mútuo? ajuda depois da guerra?

O acordo confirmou o acordo sobre ações conjuntas contra a Alemanha de 12 de julho de 1941 e previa ações conjuntas no pós-guerra? período, + renderização mútua? ajudar se uma das partes se envolver novamente? na guerra? Bem, da Alemanha? ou relacionado a ele? vai. A URSS e a Inglaterra concordaram em cooperar na organização da segurança e prosperidade econômica da Europa; não entrar em nenhuma aliança e não participar de nenhuma coalizão dirigida contra o outro lado. O prazo do acordo é de 20 anos. Em 11 de junho de 1942, a URSS e os EUA concluíram um acordo "sobre os princípios aplicáveis ​​à mútua assistência na guerra? Ny contra a agressão.

As partes se comprometeram a contribuir com a defesa e fornecer mutuamente materiais, serviços e informações. O governo soviético prometeu ao final da guerra devolver aos Estados Unidos os materiais de defesa fornecidos à URSS, que não seriam destruídos, perdidos ou usados ​​e poderiam ser úteis para a defesa dos Estados Unidos.

No acordo final após o fim da guerra, os EUA devem levar em consideração todas as propriedades, informações e outros benefícios que receberam da URSS. No pós-guerra? prazo previsto para a possibilidade de ação concertada? URSS e EUA com o objetivo de desenvolver relações econômicas mutuamente benéficas? no espírito do Atlântico? fretamentos. Assinando um acordo com a Inglaterra? e acordos com os Estados Unidos, foi concluído o registro legal da união das 3 grandes potências: URSS, Grã-Bretanha e EUA. Roosevelt sugeriu que a URSS criasse após a guerra "uma força policial internacional de 3-4 poderes: a URSS, os EUA, a Grã-Bretanha e a China", e Stalin respondeu que "Roosevelt está certo".

Cedendo à URSS e à pressão da opinião pública, os governos da Inglaterra e dos EUA assinaram o comunicado anglo-soviético e soviético-americano, que afirmava que entre a URSS, a Grã-Bretanha e os EUA "foi alcançado um acordo sobre a criação de um 2ª frente na Europa em 1942."

Em troca, o governo dos EUA obteve da URSS o consentimento para uma redução de aproximadamente 40% nos suprimentos de lend-lease para usar os recursos liberados para organizar uma 2ª frente, e o governo britânico acompanhou o comunicado confidencialmente? reservas?: “é impossível dizer com antecedência se a situação será tal que será possível realizar esta operação quando os indicados vierem? prazo". Inglaterra e EUA não cumpriram suas obrigações na 2ª frente.

Uma semana após a publicação do comunicado, Churchill se reuniu novamente com Roosevelt e o convenceu a adiar a criação de uma 2ª frente na Europa. De volta ao antigo plano francês? Norte da África. A URSS novamente teve que lutar sozinha com as principais forças da Alemanha e seus aliados.