- Existem várias manifestações de antipatia dos pais para com os filhos, como desatenção, exigências excessivas, crueldade. A traição de um progenitor a outro e o divórcio também podem ser vistos como manifestações da insuficiência do amor paterno. Tudo isso causa grande sofrimento às crianças e deixa uma marca em toda a sua vida futura. Qual é a razão dessa antipatia e como as crianças podem entender e perdoar seus pais?

“É realmente uma manifestação de antipatia. Quando os pais são desnecessariamente exigentes ou cruéis com os filhos, quando se esquecem dos filhos, arrebatados apaixonadamente pelo esclarecimento da relação entre eles, isso indica falta de amor pelos filhos. E se falamos sobre as causas profundas desses fenômenos, eles se concluem no relacionamento entre os cônjuges. Estas são questões de seu amor e antipatia um pelo outro, e a antipatia entre os cônjuges repercute nos filhos. As próprias crianças, via de regra, não são a principal fonte de antipatia que surge na família, seu sofrimento é uma consequência imprópria da antipatia de seus pais.

Nesse sentido, é muito comum uma situação em que, durante o divórcio dos pais, um filho acredita que seus pais o estão deixando, e assume esse enorme fardo de culpa pelo ocorrido, se considera o motivo da separação de seu pai e mãe, acha que ele poderia fazer alguma coisa para isso não aconteceu.

Recentemente, um filme foi exibido na televisão, a história de um relacionamento conjugal. Havia uma criança nesta família, um filho de onze anos. Quando seu pai ficou bêbado e perdeu o negócio, isso fez com que ele rompesse o relacionamento com a esposa e deixasse a família. A esposa logo criou um novo relacionamento, embora não aspirasse a eles. O filho permanece com o pai, porque sente uma profunda pena dele e acredita que o pai ainda vai melhorar. Este é o ato de uma pessoa madura! A criança assumiu um fardo enorme para restaurar a família. Quando fica gravemente doente, pede aos pais que o levem ao resort onde costumavam ser felizes com toda a família. Ele estava pronto para morrer pela felicidade de seus pais e estava perto da morte. Mas no resort, seu pai e sua mãe se reencontram e seu relacionamento é renovado. O filme termina com um final feliz: a família se une novamente, o marido para de beber e volta ao seu negócio.

Algo semelhante acontece às vezes na vida, mas os filhos não devem assumir um fardo tão grande, não devem cumprir a missão mais difícil de salvar o relacionamento de seus pais adultos! Gostaria de citar Sallinger a esse respeito, seu Apanhador no Campo de Centeio. Há um episódio neste livro em que um adolescente, o protagonista, que está passando por um período difícil de crescimento, vem pedir conselhos ao seu professor, e ele, vendo sua busca pelo sentido da vida, lhe diz: “Um adulto não é a pessoa que quer morrer por alguém, mas a que quer viver em nome de alguém. No filme que mencionei, um adolescente, obviamente ainda longe da maturidade, queria muito morrer por seu pai e sua mãe e pela felicidade deles. Ainda era uma ideia imatura e não natural de felicidade e era uma espécie de heroísmo que forçava uma criança a se tornar adulta por causa de seu pai e sua mãe, e essas coisas, infelizmente, acontecem na realidade.

Quanto à atitude dos filhos diante das manifestações de desagrado por parte de seus pais, mais cedo ou mais tarde na vida de cada um de nós que tem pai e mãe, chega um momento em que devemos nos reconciliar com nossos pais como eles são. Para alguns, essa reconciliação ocorre mais cedo, mesmo na juventude ou juventude, para outros - na maturidade, mas é necessária. Essa reconciliação, se ocorrer em nosso coração, se deixarmos de notar as raias negras do ódio nas relações passadas ou presentes com os pais, pode ser uma boa decolagem para nossa própria vida adulta.

As pessoas chegam à consulta que estão em conflito com os pais, não conseguem entender o que estava acontecendo, querem entender, querem resolver esse problema. Isso está certo. Se em algum momento não conseguimos fazer a coisa certa, podemos tentar voltar a essa situação, revivê-la e construir em nossas cabeças o que era certo a fazer. E para fazê-lo agora, pelo menos em uma versão tão “imitando”. É necessário: apenas pegue e diga honestamente o que senti então em relação ao pai: senti raiva, ressentimento, essa é a reação errada. E qual está correto? Como eu poderia fazer agora? Eu ia até ele e dizia: “Bem, tudo bem, bem, me perdoe, estou errado, me sinto ofendido. Eu realmente odeio que você se comporte assim com sua mãe. E haverá um diálogo virtual, no qual algo acontece no nível dos sentimentos internos. Depois disso, muitas vezes as pessoas dizem: "Sim, eu me sinto aliviado."

E esses sentimentos de dotação e liberdade devem ser mantidos constantemente como um guia. Devemos estar muito atentos à nossa vida interior e espiritual, e não colocar pensamentos e sentimentos negativos em um recipiente, mas trazê-los imediatamente à luz: e nada dentro - você é livre! Se nos concentrarmos nesse estado, haverá menos reações inadequadas em nossa vida.

Acho que os adolescentes também podem. O que ele pode fazer em uma situação específica, quando tanto o pai quanto a criança já entraram nessa rotina, em um estereótipo negativo de comportamento e não podem sair dele? Um estereótipo é uma coisa muito pegajosa, não é fácil sair dessa rotina e ficar na posição de observador. Alguém tem que sair desse estereótipo. Agora, muitas vezes as crianças saem e ajudam seus pais. As crianças podem simplesmente fazer algo para o pai, o que ele gostaria deles: mudar, melhorar, fazer isso como um presente para o pai. O pai notará essa mudança, porque é improvável que existam pais tão maliciosos que odeiam tanto as crianças que simplesmente as destroem. Muitos pais vivem simplesmente com pressa, em corridas, até querem mudar, mas algo os impede...

- Ou seja, você não precisa ter medo de ser mal interpretado por seus pais, você não precisa ter medo de conversas francas se você pegar um momento em que um dos pais, talvez, esteja em algum estado mental especial? Essa conversa deve ser precedida de algumas ações por parte deles: o cumprimento de alguns pedidos, desejos, para que o pai veja a obediência dos filhos, prepare o terreno. E então tente discutir os problemas que não dão liberdade à criança no momento, não dão esperança de um futuro melhor. Abertura - tanto externa quanto interna - é uma coisa boa, certo?

- Sim. Este modelo de comportamento ajuda em todas as situações em que queremos construir relações familiares próximas e de confiança.

Ontem havia uma menina para uma consulta. Ela tem 28 anos e, apesar de já viver separada da mãe, eles ainda não construíram limites em nível psicológico. O que eu quero dizer? Existe algo como “relacionamentos co-dependentes”, isso é quando as pessoas estão muito conectadas em um nível emocional, e isso não é amor em sua manifestação normal, isso é amor “invertido”, não livre. Quando as pessoas dependentes estão próximas, elas se repreendem, repreendem, não confiam umas nas outras. Nesse sentido, as fronteiras não são construídas – quando são desrespeitosas umas com as outras. Às vezes, eles gritam um com o outro. Atitude descuidada em relação a outra pessoa.

E essa menina tem medo de ter uma conversa franca com a mãe: “Tenho tanta raiva. Provavelmente ainda me vingo da minha mãe. Mas tenho medo de dizer que ela estava errada e ofendê-la. Mas, desculpe-me, nós escolhemos: ou carregamos essa vingança em nós mesmos, ou ainda vamos conversar. Você precisa superar seu medo. Por quê? Ela tem 28 anos e ainda não se casou. Porque se não trabalharmos com nossos pais nesse tópico, o tópico de intimidade, franqueza, confiança, não poderemos construir relacionamentos normais com um ente querido. Ou seja, esse é um “ensaio” que a gente tem que trabalhar para que tudo seja humano na nossa família, houve entendimento.

Muitas vezes somos muito suscetíveis à forma como somos ofendidos, como ficamos chateados. E é importante, pelo contrário, estar sempre atento a outra pessoa, como não ofendê-la. Não tema o que ele vai me dizer. Que se eu for com algumas perguntas, ele não vai me entender. Você precisa ter medo de perturbá-lo.

O que está por trás do medo de ficarmos chateados? Conhecemos uma pessoa apenas do ponto de vista de nossa ideia distorcida dela. Skewed também é um estereótipo: "Se eu me aproximar dele, sei como ele vai se comportar". Como você sabe? É claro, um, dois, três você se aproximou dele, ele "rejeitou" você. Você já tentou métodos diferentes...

E você tenta de um jeito! Você diz que o conhece, ele não vai te ouvir, e você se comporta assim, de uma maneira simples: tente contar a ele sobre seus sentimentos uma vez, diga a ele uma segunda vez. Não tenha medo de dizer a ele! Não grite, apenas diga: "Eu estava errado". "Eu pensei que você estava errado." Ele dirá: "Bem, sim, você foi longe demais" ou "Vamos lá, me desculpe, estou errado". Não sabemos como ele vai se comportar. Mas se gritarmos, ele definitivamente começará a nos atacar em legítima defesa e não vai querer nos ouvir. Esses "animais" internos se acenderão ...

E se contarmos a ele com calma, por que ele não nos ouvirá? Talvez ele não ouça agora, então eu vou contar a ele com calma amanhã. Ou talvez eu fique em silêncio, ore para que o Senhor o ajude a me entender.

Devemos também pedir a Deus por isso. Porque às vezes é muito difícil para as pessoas se reconstruírem, sair do seu ponto de vista. A inércia é muito forte. Mas o amor é um sentimento mútuo. E o que podemos fazer? E todos nós somos pobres de espírito, nem todos temos a plenitude do amor, só Deus tem essa plenitude e, portanto, se há mal-entendidos na família, se não ouvimos alguém ou não nos ouvem, isso é como a falta de amor se manifesta. E podemos pedir a Deus que nos dê aquele amor por nossos pais que nos falta.

- Eu notei por mim mesmo: muitas vezes acontece que quando você começa a discutir francamente alguns mal-entendidos com uma pessoa, acontece que a pessoa é completamente diferente do que você imaginava que ela fosse, e pensa em você não tão mal quanto você pensava . O medo tem olhos grandes! Exacerbamos os problemas justamente por não discuti-los, e isso se acumula ao longo dos anos. E então acontece que tudo começou com uma ninharia e se tornou um problema sério. Em algum lugar seria necessário suportar essa ninharia para que com o tempo ela não se transforme em algo que depois será muito difícil de desvendar, certo?

“Precisamos de uma medida aqui. Às vezes você pode realmente suportar, às vezes é melhor dizer. Acontece que as pessoas pensam que precisam se humilhar, suportar - e ficam caladas, cerrando os dentes, sem dizer nada ao outro. É aqui que você precisa ser muito flexível. E saiba quando falar e quando ficar em silêncio. Por exemplo, se uma pessoa já repetiu a mesma coisa várias vezes e a outra não a ouve, então, provavelmente, você só precisa “se afastar” emocionalmente e orar apenas por ela. E aguentar.

- Quais são as outras principais razões para não gostar de crianças? Muitas vezes as crianças sofrem com a desatenção ou mau humor de seus pais, cuja causa são os problemas dos próprios pais, mas por que esse deslocamento ocorre?

– Devemos falar novamente sobre o relacionamento entre os cônjuges e a capacidade dos cônjuges de cumprir conscientemente seus papéis familiares. Às vezes, um cônjuge, por exemplo, é uma pessoa insegura que não é capaz de tomar decisões responsáveis. Ele vê que sua esposa é muito mais bem-sucedida a esse respeito e é a líder de fato da família, então para tal homem é uma grande tentação (tentação) humilhar sua esposa e romper com seu filho como compensação por sua posição . Por exemplo, em uma consulta recente, uma mulher contou como seu marido, fazendo lição de casa com sua filha mais velha, ordenou que ela refaça sua lição de casa até que ela o fizesse corretamente, proibindo-a de ir para a cama mais cedo. Ao mesmo tempo, esta família de quatro - cônjuges e suas duas filhas - é forçada a se amontoar em uma pequena sala, em condições muito apertadas, e todos os conflitos familiares inevitavelmente aparecem na superfície. Aparentemente, esse homem quer machucar sua esposa e faz isso através do elo mais fraco de seu sistema familiar. Em outros casos, quando ocorreram conflitos entre esses cônjuges, a mulher se mostrou mais forte e os venceu. E agora o marido procura vingar-se dela com o sofrimento da filha, velando essa vingança com uma manifestação de paternidade conscienciosa. Enquanto outros homens não estão nada interessados ​​na vida de seus filhos, eles tentam dedicar o máximo de tempo possível ao trabalho ou aos seus prazeres, ele está pronto para fazer lição de casa com as filhas por uma hora, e duas ou três, mas em ao mesmo tempo que as faz de modo a magoar a sua mulher. A criança nesta família atua como uma arma de conflito familiar. E são os conflitos familiares que são a causa mais comum de tratamento inadequado e cruel das crianças. Tanto a mãe quanto o pai geralmente amam o filho, mas as emoções negativas geralmente têm precedência sobre esse amor e o bom senso.

- As relações entre adultos e crianças são muitas vezes construídas de forma unilateral, não como um diálogo, mas como um monólogo, trazendo exigências e informações às crianças. As crianças muitas vezes sofrem com o mal-entendido por parte dos pais ...

- Sim, esta é uma imagem muito comum: os pais estão sobrecarregados e nervosos, passam todos os dias no trabalho, não têm tempo para se comunicar com seus filhos, para explicar em detalhes suas necessidades ou desejos e, portanto, estão limitados a diretivas, como se rebaixadas ao nível das crianças que são as últimas obrigadas a obedecer incondicionalmente. Por um lado, a razão para uma comunicação tão limitada é a falta de tempo, por outro lado, o fato é que é sempre mais fácil pedir algo usando seu poder do que construir relacionamentos complexos de confiança com as crianças, do que compartilhar seus desejos com eles em detalhes, do que explicar a eles o significado de cada demanda ou solicitação. É mais fácil, mas com o tempo, a desconfiança e a alienação de filhos e pais em tal situação se acumulam como uma bola de neve e, em última análise, levam a uma lacuna irreparável entre filhos e pais. Esta é toda a nossa preguiça mental! Nossa falta de vontade de dedicar tempo ao nosso filho, descobrir seus interesses, seus desejos, sua atitude em relação a algo ou alguém. Muitas vezes esse desvio na comunicação é hereditário, passa de uma geração para a outra, muitas vezes está associado à educação natural ou de má qualidade desenvolvida pela mesquinhez e egoísmo dos pais, sua incapacidade de contar com outras pessoas e suas opiniões. Estas são doenças comuns hoje. Quando isso acontece, quando não respeitamos o “eu quero” outra pessoa, acumulamos nela insatisfação conosco e sede de vingança. E se hoje nosso filho está indefeso diante de nós, não pode revidar, então no futuro tudo pode mudar. E além disso, é interessante construir sua comunicação com as pessoas como se fossem marionetes, robôs, bonecos sem alma? Parece-me que as relações entre pessoas que se respeitam e se amam são muito mais interessantes e completas. Com o passar do tempo, o processo de desunião entre pais e filhos torna-se negligenciado, e não será mais possível encontrar com ele aquele contato necessário que poderia ser encontrado em tenra idade da criança. No devido tempo, nossa frieza e egoísmo resultarão em sérios traumas no relacionamento ou alienação sem esperança, em qualquer caso, isso terá consequências adversas.

- Em uma posição de incompreensão dos pais, vejo dois comportamentos possíveis para uma criança: ou ela se resigna à sua posição, se recusa a confrontar seus pais até os melhores momentos em que fica mais velha, mais forte e mais independente. Ou a criança dá alguns passos para resolver a situação quando ela se desenvolve. Diga-me, o que uma criança pode fazer de sua parte para, sem esperar seu crescimento, corrigir o comportamento de seus pais, mudar seu relacionamento com eles? Existem métodos pelos quais as crianças podem chegar a seus pais, fazê-los ouvir a si mesmos e entender?

- Esta é uma forma de relações muito distorcida, difícil de corrigir. Recentemente, uma mulher veio a mim que dirige uma organização de escoteiros de jovens. Ela trouxe seus rapazes para mim, e alguns deles fizeram as mesmas perguntas. Esses caras, em sua maioria adotados ou de famílias disfuncionais, em suas famílias muitas vezes, figurativamente falando, voam de canto a canto. Eles só ouvem: “você é um tolo”, “fica calado!”, “Faça a coisa certa!”. E nesses casos, mesmo individualmente, é muito difícil dar recomendações eficazes, porque se os pais não querem mudar, se amadureceram em sua alienação dos filhos e negligência deles, é quase impossível que os filhos mudem eles.

O que uma criança pode fazer em tal situação? Ele pode parar de resistir onde a resistência é inadequada. Se os pais fizerem exigências razoáveis, mesmo de forma desagradável, eles devem ser obedecidos. E talvez a obediência não passe despercebida, seja recompensada com amor paterno, uma atitude melhor.

Em geral, se as crianças se colocam questões como “como posso construir relacionamentos com mamãe, papai”, então já são pessoas pensantes, analisando suas vidas e comportamentos, podem mudar seu relacionamento com seus pais. Para essas crianças, eu digo: “Seus pais às vezes parecem monstros para você e, de fato, muitas vezes se comportam de maneira cruel ou estúpida. Mas seja como for, você não deve condenar seus pais. Não importa o que aconteça, os pais devem ser respeitados. Aceite, em primeiro lugar, como um fato que seus pais são injustos, mas mesmo assim eles devem ser amados e honrados por você.

Claro, é muito difícil. Não sabemos por que existem tantas famílias infelizes onde as crianças sofrem por causa de seus pais. Talvez essas famílias possam ser imaginadas como um cadinho onde as crianças podem triturar seus corações em busca de amor e reconciliação com seus pais.

Recentemente assisti a um documentário composto por duas histórias. Uma história fala de pais financeiramente prósperos, educados e ricos que deram tudo para seus filhos. Ele é um candidato a ciências jurídicas, ela é uma advogada de sucesso, eles possuíam um apartamento e uma casa de campo. E agora seu filho, já formado em uma universidade de prestígio, faz exigências aos pais: “transfira uma casa de campo para minha propriedade, ou eu mato você”. E ele realmente, imagine, mata seus pais porque eles se recusaram a atender seu pedido absurdo! E outra história descreve a situação de uma menina que foi abandonada pela mãe, que a entregou a um orfanato. Feito isso, a mulher se casou novamente, deu à luz mais dois filhos em um novo casamento. Quando ela ficou velha, os filhos crescidos a colocaram em uma casa de repouso. E a filha que ela abandonou em um orfanato está procurando por sua mãe. Eles perguntam a ela: “Por que você precisa disso? Ela é pobre, não tem nada, já está muito velha e doente!” Ao que a filha responde: “Não preciso de nada, só quero ajudá-la!” São dois destinos diferentes.

Pai e mãe são sempre pai e mãe, devemos amá-los e aceitá-los de qualquer maneira. Esta é a nossa tarefa necessária – de uma forma ou de outra estar com nossos pais em paz, reconciliar. Se não fizermos isso, não poderemos criar nossa própria família feliz, não poderemos viver felizes com nossos próprios filhos. Nossas dívidas com nossos pais vão pairar sobre nós como uma espada de Dâmocles.

As crianças podem ajudar seus pais e a si mesmas se entenderem o que acabei de dizer e continuarem amando seus pais e desejando paz com eles. E os mais fortes no amor - aqueles que querem entender, perdoar, entender o que está acontecendo, que querem devolver a paz à família apesar de tudo - terão sucesso nisso. Esta é uma forma distorcida e anormal de construir a vida nas famílias, mas em nosso tempo, muita coisa foi virada de cabeça para baixo. Em uma família patriarcal tradicional, tais conflitos são, em princípio, impossíveis. Se o pai tomou uma decisão e a anunciou, não é negociável, só isso. E se a criança reclama com a mãe, ela responde: "faça como o pai disse". Agora tudo é diferente. Agora os filhos mandam seus pais, obrigando-os a cumprir todos os seus caprichos, ou salvá-los, trazê-los a Deus. E já tenho que convencer os filhos a obedecerem aos pais, se eles mesmos perceberem até mesmo as ordens razoáveis ​​e necessárias como uma humilhação para si mesmos.

O que papai quer de você? Ele quer que você esteja em casa às dez horas? Bem, desculpe-me, mas por que isso não está correto? Vamos discutir juntos se você deve persistir em seu desejo de caminhar até a noite ... E no decorrer dessas conversas, meu objetivo é convencer as crianças a aceitar a posição mais natural da família, quando os pais são autoridades reverenciadas que devem ser obedecidas .

Tenho que trabalhar com jovens e adultos que enfrentam problemas na construção de suas próprias famílias, causados ​​por conflitos passados ​​com seus pais. Viajamos com eles ao passado, discutimos e analisamos as situações traumáticas que aconteceram, procurando a melhor saída para elas. Recentemente, uma jovem me contou como uma vez, quando ela era adolescente, sua mãe comprou para ela um vestido novo para o feriado, que sua filha acidentalmente sujou. E a punição por essa ofensa foi desigual para si mesmo: seguiu-se um escândalo, que já é uma filha adulta, de trinta anos, ainda se lembra! Começamos a entender. Sim, minha mãe era muito exigente, não era justa o suficiente. Eu pergunto à mulher, o que você sentiu então? Ela responde: “Claro, insulto!” Então sugiro a ela: “O que você faria nessa situação agora?” Ela diz: “Eu não tive que esconder o insulto, mas perdoar minha mãe, tentar falar de coração a coração com ela logo após aquele conflito”. Sugiro: "vamos imaginar em detalhes o que você teria feito, imagine que você está agora de novo lá, no passado!" E a mulher responde: “Eu ia até minha mãe e dizia para ela: mamãe, me perdoe!”.

Voce entende? Se uma pessoa engoliu um insulto, ela o atormenta até que ele se separe dele. Se uma criança não perde sua mediocridade e amor por seus pais à medida que cresce, muitas situações de conflito são resolvidas com meia-volta. Nessa situação, a mãe não estava certa em relação à filha por ser cruel com ela, mas a filha também estava errada por não se reconciliar com a mãe, guardava rancor contra ela. Ela não subiu, não abraçou a mãe, mas se recolheu em si mesma, deu as costas para ela. E ela carregou sua dor ao longo dos anos.

O ressentimento é mau em categorias morais, fere tanto quem ofende quanto quem é ofendido. Mas as pessoas querem se prejudicar? Então, é bom ser ofendido pelos pais e não se separar dessas queixas? Se você conversar com seu filho dessa maneira, ele aprenderá a lidar com seus sentimentos e isso o ajudará a manter o amor no relacionamento com os pais.

- Como a antipatia dos pais afeta a vida adulta de seus filhos? Como crescem as crianças que não foram amadas na infância? Como eles diferem de outras pessoas em caráter, em temperamento? Que desafios específicos eles enfrentam?

Hoje uma mulher me disse: “Meu marido começa a me humilhar, ele faz muitas queixas contra mim, e se eu não fizer o que ele quer, chega a ponto de ele dissolver as mãos”. É apenas sobre um homem de uma família disfuncional. E até que, pela agudeza do conflito, ele entenda que é necessário não apenas exigir amor e atenção de sua esposa, mas também dá-los a ela, ele continuará sendo uma criança egoísta, mas uma criança em um forma distorcida... como um anão. Ele não será capaz de se desenvolver, crescer pessoalmente.

Nem tudo em nossa vida depende de outras pessoas, e não devemos esperar misericórdia da natureza ou exigir constantemente essa misericórdia dos outros. É possível e necessário dar-se às pessoas, e quanto mais uma pessoa considera necessário e deve dar, mais plena ela se torna como pessoa e mais rica sua vida se torna. Muitas vezes não sabemos o quão ricos somos. Hoje é típico buscar prazer e alegria nos outros, em vez de dar aos outros. Cada um de nós, neste aspecto, é como um poço que precisa ser cavado por muito tempo para obter água para chegar à fonte. Mas quando esse trabalho é feito, estamos totalmente saturados com a alegria que tentamos extrair gota a gota ou gole dos outros. É impossível e impossível ser consumidor o tempo todo, exigir “dar, dar, dar”. Essa pessoa se torna um anão deficiente e, às vezes, não consegue mais reverter os processos destrutivos que ele mesmo lançou.

Muitas pessoas que têm medo de sair de casa, do seu quarto, ligam-nos para a linha de apoio porque se fecharam completamente em si mesmas, deixaram de funcionar seus problemas de comunicação, em vez de resolvê-los. Recentemente, recebemos um telefonema de uma mulher que mora com a mãe e elas não se falam há muito tempo. Quando começamos a entender essa situação, descobrimos que a mãe já era uma pessoa muito idosa, sofrendo de muitas doenças, mas ao mesmo tempo continuava cuidando da filha pequena. E essa mulher infeliz me pergunta: “o que posso fazer, como devo ser, minha vida é infeliz!” Aconselho a ela: “Você poderia começar fazendo as pazes com sua mãe, descobrindo o que ela precisa, como você poderia ajudá-la?” - "O que eu posso fazer?" “Você pode fazer muito! Pelo menos pergunte à sua mãe como ela se sente, prepare o jantar..."

Você entende, essa já é uma situação completamente patológica, mas estar nela ou em qualquer outra é uma escolha de cada um de nós. Mas é bastante claro que a crença de que alguém nos deve constantemente acaba sendo um grande problema para nós, uma grande destruição em nossa personalidade, que será muito difícil de restaurar. De fato, em qualquer posição e condição, podemos melhorar começando pequeno.

- É comum a mãe ser a chefe da família, seja por sua superioridade sobre o marido, seja pela ausência deste. Então, para seu filho, há uma alta probabilidade de se tornar um "filhinho da mamãe". Existe alguma maneira de evitar esse perigo, ou as distorções na personalidade das crianças em tal família são inevitáveis? E uma pergunta adicional: o despotismo dos pais, via de regra, é uma manifestação de licenciosidade ou orgulho, autoconfiança de uma pessoa?

- Agora, na psicologia, o tema dos limites que devem ser estabelecidos entre as pessoas para uma comunicação eficaz e implementação bem-sucedida de relacionamentos é popular. E se estamos falando do fato de os pais interferirem na vida familiar de seus filhos adultos, chantageá-los com seu relacionamento, então isso certamente é uma doença espiritual. Do ponto de vista da psicologia, a necessidade de dominar e controlar todos os aspectos da vida de seus entes queridos é uma distorção da habilidade de construir limites entre si e outras pessoas, agressão dentro do espaço pessoal de outras pessoas.

Claro, não se pode cruzar outra linha e exigir estritamente dos filhos ou pais que corrijam rigidamente quaisquer erros de seus entes queridos em relação a si mesmos. Deve-se lembrar também valores como sacrifício, humildade, perdão dos pecados de outras pessoas em relação a si mesmo. É necessário evitar extremos inúteis: é impossível, defendendo a própria liberdade, proibir os pais de dar qualquer conselho ou ordem, destruindo assim as relações com eles, mas também é impossível suportar a incessante humilhação e auto-manipulação sem um murmúrio. É necessário encontrar um meio-termo de ouro quando você pode e quer viver para seus entes queridos, fazer o bem para eles de todo o coração, sacrificar a si mesmo e seus interesses pelo bem dos outros, mas ao mesmo tempo, quando quiser, pode livremente recuse-se a atender aqueles pedidos que estão além de suas forças ou que são contrários aos seus valores e princípios.

Quanto ao problema da criação dos "filhos da mamãe", a chave para sua prevenção é a compreensão por parte da mãe do limite até o qual ela pode e deve desempenhar um papel orientador decisivo na vida de seu filho, após o que ela é obrigada a fornecer-lhe independência, permita que ele faça isso sozinho, pelo método de erros e provações, aprenda a administrar sua vida. Mas, infelizmente, muitas vezes tenho que trabalhar com homens e mulheres na casa dos trinta que se queixam de suas mães serem superprotetoras ou tirânicas, reclamando que suas mães não os percebem como adultos.

A questão é que você deve demonstrar sua maturidade não com a ajuda de frases como “mãe, me deixe em paz, eu já sou adulto, pare de me comandar!”, mas demonstrando ações adultas e comportamento adulto responsável. E como é extremamente difícil mudar sua mãe, você deve mudar a si mesmo. O que isto significa? Isso significa que você deve, por exemplo, parar de ser ofendido por sua mãe, irritar-se a cada observação ou ordem que não queremos seguir, você deve aprender a discutir com ela com calma, confiança e equilíbrio todos os problemas possíveis. No decorrer de conversas tão calmas e uniformes, você deve explicar à sua mãe que a ama, discutir com ela como e quando a ajudará, mas ao mesmo tempo definir os limites de sua própria vida para que ela não precise cruzar sem sua permissão. Você deve dizer à sua mãe: “Eu te amo muito, mas também amo minha família. Vocês são partes diferentes da minha vida e são igualmente queridos para mim. Você deve entender isso e não me impedir de construir minha vida. Essa conversa é muito importante, porque muitas vezes a causa de desentendimentos com a mãe nos filhos adultos é o ciúme materno em relação ao filho, o medo de perdê-lo quando ele tem um cônjuge.

- Se as relações entre os pais se deterioram, os escândalos estão se formando ou já estão ocorrendo, o que uma criança pode fazer nessa situação? Você nos contou uma história interessante sobre um filme, mas o que uma criança comum pode fazer em uma situação semelhante quando vê que seus pais estão prestes a partir? Como ele deve se comportar em tal situação?

- Em primeiro lugar, é importante que a criança entenda que é objetivamente incapaz de assumir a responsabilidade por essa situação, não é capaz de corrigi-la. Além disso, ele não deve condenar seus pais e dar-lhes qualquer avaliação. Você não deve ficar do lado de nenhum dos pais. No entanto, voluntária ou involuntariamente, o filho ainda assume a posição do genitor que lhe dava mais atenção, aquele que subjetivamente sente mais pena dele. Mas a criança não é objetivamente capaz de ver a vida de seus pais em volume, não é capaz de avaliar em um complexo a participação de cada um deles em sua própria vida e a “contribuição” de cada um dos pais para o conflito que o conduz. eles se despedirem. Portanto, deve-se tentar permanecer o mais neutro possível, prestar atenção a ambos os pais e simpatizar com ambos.

- E o que uma criança deve fazer quando um de seus pais está em apuros? Gravemente doente, viciado em álcool, drogas ou máquinas caça-níqueis? Uma criança pode ajudar seus pais e como ela pode ajudar a si mesma em uma situação semelhante?

– Em uma das consultas, uma mulher me contou sobre o vício em jogos de computador de seu marido. O filho deles, vendo o estado do pai, começou a tratá-lo com desdém, com desprezo mal disfarçado, praticamente projetando a atitude da mãe em relação a esse problema. O filho parou de responder aos pedidos do pai, comenta com zombaria sobre seu comportamento e, além disso, ele próprio recentemente se tornou viciado em jogos de azar. Esta situação é uma boa ilustração do fato de que, se uma criança não resiste às paixões de seus pais que invadem seu mundo e sua consciência, se ela não consegue manter seu amor e respeito por seus pais, ela mesma fica mais ou menos espantada por eles.

Quanto a como uma criança pode ajudar seus pais, sua primeira ajuda pode ser não julgar seus pais. Não os insulte, não se programe para não gostar dos pais, porque se uma criança for tentada por isso, no futuro ela mesma corre o risco de se tornar vítima de tais doenças espirituais. Lembre-se da história de Cam no Antigo Testamento. O seu pai tinha colhido uvas, tinha bebido demasiado vinho a ponto de, para fugir ao lúpulo e ao calor, despir-se e deitar-se para dormir nu no jardim. Quando Cam entrou no jardim com seus irmãos e o encontrou nessa posição, começou a zombar de seu pai, apontando o dedo para ele. Mas seus irmãos agiram de forma diferente. Eles fecharam os olhos e saíram, não compartilhando o entusiasmo de Ham. Não queriam nem ver a vergonha do pai, muito menos condená-lo. E como resultado, o nome Ham tornou-se um nome familiar. Não sejamos rudes, sejamos filhos amorosos e fiéis!

- O que fazer quando a situação na família atormenta e enfraquece tanto a criança que ela não quer mais trabalhar em si mesma, não quer estudar, procurar emprego, mas quer abrir mão de tudo para andar, beber, usar drogas e talvez até cometer suicídio? O que fazer quando, da repetição diária da mesma insuportável situação familiar, você quer ir fazer algo consigo mesmo apesar de todos?

– Tais pensamentos vêm à mente de um adolescente quando o mecanismo de autopiedade é ativado nele. Parece-lhe que, se ele mergulhar na piscina de um estilo de vida anti-social ou tentar o suicídio, os que o cercam prestarão atenção nele e o ajudarão, por um lado, e por outro lado, ele quer, é claro, esconder da dor que o domina. Infelizmente, o álcool e as drogas são uma das "saídas" mais fáceis daquelas situações difíceis em que os adolescentes se encontram hoje, embora a saída seja ilusória. Além dessas “saídas” existem outras, mais complexas, mas muito mais reais. É bom ter sempre uma lista completa de possíveis soluções em mente. Pense no fato de que, além do acima, você ainda pode praticar esportes, passar mais tempo com amigos que vivem em boas famílias e tentar perceber sua experiência na vida familiar, tentar perceber seus talentos.

Para fazer isso, você precisa se voltar para si mesmo, encontrar a si mesmo. Para encontrar a solução ideal para qualquer problema, você precisa conversar consigo mesmo, permitir-se ficar sozinho e encontrar uma solução. A melhor solução para nossos problemas não está nas pessoas ao nosso redor ou nas coisas, como o álcool, mas em nós mesmos, precisamos apenas aprender a encontrá-los em nós mesmos.

Muitas vezes, os caras nem pensam no fato de que suas ações são causadas pelo desejo de se afastar da dor, dos problemas. Agora mesmo, quando todos os seus sentimentos estão nus. Quando se machucam, tentam encontrar um lugar seguro para si: uma porta, uma discoteca, uma festa. Agora para eles é um canudo, uma saída. Mas você terá que voltar. Para uma casa onde nada mudou, onde não lhes deram liberdade e não vão dar, onde controlam constantemente, exigem uma conta...

Como se resolve tal conflito? Existem crianças que geralmente negam que o problema existe, alguém o empurra: “nada disso está acontecendo, está tudo bem” - e leva seus sentimentos mais profundos. Há aqueles que irrompem na agressão ou na alienação: não respondem a perguntas sobre onde ele está e o que ele é.

A situação extrema é a fuga, uma debandada dos pais. E é claro que neste caso não há solução para o problema, mas pelo contrário, a situação é agravada. Na maioria das vezes, isso dá origem à privação emocional de uma pessoa, quando ela geralmente se torna insensível às experiências de outra. Como resultado de um modelo de desenvolvimento tão primitivo, as relações ficam paralisadas. Por quê? Porque a negação de um problema não significa que ele não exista. Ela é! Lembre-se do conto de fadas sobre Kolobok? A avó e o avô juntaram farinha, amassaram a massa, assaram um pão, se alegraram com ele, e de repente ele voou para ninguém sabe onde! Encontrando-se novamente com o perigo, afastou-se cada vez mais do problema e acabou caindo nas garras de uma raposa, a mais atraente e afetuosa, mas acabou sendo a mais insidiosa. Em geral, Kolobok caiu na armadilha de sua própria retrospectiva. Ele trocou amor verdadeiro, afeto verdadeiro e uma boa atitude por uma felicidade ilusória. Parece-me que esta imagem ilustra bem numa linguagem simples o problema que nos interessa, como se pode desenvolver e a que pode conduzir. Queremos fugir das dificuldades, mas na verdade estamos ainda mais atolados nelas.

Portanto, se houver um problema, ele deve ser resolvido. Se uma pessoa precisa entender alguma coisa, ela deve entender, ela deve chegar a alguma coisa, aprender alguma coisa. E se ele deixar isso, se ele não superar, não se dominar, então ele se encontra em uma situação ainda mais difícil.

- Mas o sentimento de amor - pelos pais, pelos entes queridos - é, na sua opinião, um dom ou pode ser criado em si mesmo? Através de um sentimento de gratidão, através de um sentimento de compreensão mútua, que em algum momento ajudou? Afinal, acontece que você vive - parece não ser ruim - com seus pais. E de repente você percebe que não há amor, porque você não pode suportar certas coisas deles, as ambições dominam.

- Na verdade, o amor é um dom dado a cada pessoa absolutamente, sem exceção. Outra coisa é que esse dom deve ser cultivado, deve ser nutrido. Portanto, é claro, através da educação em ambiente familiar, mas também através da criação da personalidade da alma. Se algo nos falta, o amor, por exemplo, devemos “educar”, “alimentá-lo” através da literatura, da reflexão, da superação do ressentimento, do ódio em nós mesmos, de algumas boas ações.

- Muitas vezes acontece que você não consegue resolver a situação em casa, mas a vida o obriga a ajudar outra pessoa. E depois disso, a força aparece de algum lugar e você já volta para sua casa como uma pessoa diferente. Você começa a pensar: “Se eu ajudei um estranho, posso realmente ficar do mesmo jeito em casa?”. Então, como ser, antes de tudo, lidar consigo mesmo ou primeiro ajudar o outro?

– Prefiro a abordagem “ajudar o outro”. Não espere até se sentir melhor, vá e ajude. Você pode sentar-se, por assim dizer, sozinho consigo mesmo e ficar azedo. Eu sei que tem gente que se “salva” muito nesse sentido. E, como resultado, o tempo passa sem deixar rastro e uma pessoa perde muito. Porque o tempo é uma categoria irrevogável.

Portanto, é melhor sair e ajudar alguém. Este é o melhor remédio para qualquer depressão, desânimo e problemas pessoais. Às vezes parece que o cansaço te derruba. Que trabalho! Hora de descansar! E você já caiu nessa isca. E tente dizer a si mesmo: “Não há necessidade de descansar, tudo ficará bem, o Senhor ajudará e lhe dará tudo” - e de repente algum tipo de “válvula” se abre. E você já está avançando como um “perpetuum mobile”.

O homem é uma máquina de movimento perpétuo. Este é um fenômeno tão fenomenal - um homem. "O tempo todo em movimento" - este deve ser o nosso credo.

Você tem que se puxar pelos cabelos o tempo todo, mesmo que doa! A questão é que a dor na verdade leva à alegria, à felicidade, ao bem-estar, e uma fuga temporária dos problemas pode criar a ilusão de conforto quando você se sente bem, calmo, e nessa concha você parece ter escapado dos problemas - mas em fato eles estão bem aqui. A depressão está em todo lugar agora. Muitas pessoas tomam antidepressivos. A insônia é uma pílula. A ansiedade é uma pílula novamente. Afinal, isso pode levar longe, isso é sair, sair, sair... Nossa tradição ortodoxa diz que uma pessoa é um guerreiro, nós nos chamamos de “guerreiros de Cristo”. E isso significa: estar em constante oposição - preguiça, conforto, vontade de fugir dos problemas, dos conflitos, da resolução da situação, das explicações, dos medos.

Na consciência pública, a ideia da união de mãe e filha, baseada no amor mútuo, indissolúvel e duradouro, existe como uma verdade sagrada, cujas exceções são inadmissíveis de acordo com as mais altas leis morais. E o que acontece na vida? Elena Verzina, psicóloga, candidata a ciências médicas, conta.

Observe que os mamíferos, que incluem a espécie Homo sapiens - leoas, chimpanzés, golfinhos e até pássaros - águias, cisnes, pinguins, também alimentam, criam e treinam seus filhotes, golfinhos, pinguins, até que possam começar uma vida independente. É verdade que, ao contrário das mulheres, os representantes do mundo animal engravidam, dão à luz e cuidam de seus filhos, obedecendo apenas ao chamado da natureza.

Uma mulher dá à luz uma criança conscientemente e faz isso por si mesma.

Só para mim! Satisfazer o instinto biológico de procriação; para se realizar no papel de mãe segundo a tradição civilizacional e os mandamentos da religião; criar uma família com um homem amado e viver rodeada de filhos amorosos; ter alguém para cuidar dela na velhice; apenas para a própria saúde ou mesmo para receber capital maternidade. Não consideramos aqui crianças não planejadas que nascem porque "aconteceu"; mas após o nascimento de uma criança, via de regra, nasce o amor por um recém-nascido junto com uma necessidade irresistível de cuidar dele - esse instinto maternal! E o que é o amor de uma filha por sua mãe - também um instinto, ou um sentimento sincero programado embutido em seu coração quando bate sob o coração de sua mãe, ou é um sentimento consciente de gratidão por sua mãe, que deu sua vida e a acompanhou em um caminho difícil de tornar-se, ou é o cumprimento de um dever prescrito pela moralidade, enquanto o não cumprimento desse dever será inevitavelmente condenado à condenação universal?

Infelizmente, há muitas histórias cotidianas em que as filhas têm sentimentos negativos por suas mães -

sentimentos profundos e ocultos, mesmo apesar da boa atitude externa em relação a eles. Os psicólogos sabem como esses sentimentos são comuns. É muito difícil para as filhas que passam por isso admitir isso não apenas para um psicólogo, mas também para si mesmas, exceto talvez para levar sua dor a um fórum na Internet, pois uma declaração aberta e comunicação com amigos em infortúnio aliviam a dor e, além disso, , permanece anônimo. É dor, pois a perda de um sentimento de amor por uma mãe é destrutiva para a psique, essa perda mina a confiança da filha em sua viabilidade moral e ameaça a formação de um relacionamento saudável com seus próprios filhos.

Ou talvez isso seja apenas um mito sobre o amor sagrado por uma mãe, criado e cultivado na sociedade no interesse de sua estabilidade, reprodutibilidade, preservação das células familiares, e é bem possível passar da santidade ao equilíbrio, de um tema tabu a uma análise interessada? Vamos colocar a questão à queima-roupa.

Uma atitude amorosa para com a mãe é uma manifestação inata e eterna dos sentimentos da filha? E temos o direito de dizer que uma filha adulta é imoral, se em vez do belo “Minha mãe é a melhor mãe do mundo!” ela se atreve a dizer: “Ela quebrou minha vida, mas quando criança ela me deu seu amor, e não posso deixar de ser grato a ela” ou o mais transcendente:

Eu não amo minha mãe.

Não consideramos aqui pueris, bem estudados por psicólogos, manifestações de queixas infantis, complexos subconscientes (complexos de Electra ou Édipo), manipulações conscientes dos pais visando satisfazer os "desejos" dos filhos ou reações a brigas de membros adultos da família, entre os quais a criança é forçada a escolher um dos lados. Claro, não se pode ignorar o atrito nas relações com a mãe que surgiu na filha na infância, mas na infância plástica existem métodos psicológicos comprovados suficientes que, com uma atitude atenta em relação à criança, permitem superar a tensão no momento da transição da adolescência para a adolescência. A adolescência chega cedo e, com ela, as meninas começam a se sentir adultas. Vamos ouvir as vozes das filhas adultas (afinal, seremos para sempre seus pais), tentaremos ver as origens dos problemas espirituais no exemplo de uma delas.

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Oksana. 50 anos, filha tardia, com ensino superior, morava com a mãe e o marido. Há dois anos enterrei minha mãe, que nos últimos meses de vida após um derrame ficou acamada. Ao mesmo tempo, não se cansava de repetir que, por causa da doença da mãe, negava-se a vida fora do cumprimento de seu dever filial. E após a morte de sua mãe, a vida de Oksana é pintada em tons monótonos de infortúnio duradouro. O que está escondido por trás desse triste destino, por que Oksana claramente quer ser infeliz?

A mãe de Oksana não amava o marido, o pai da menina, e demonstrava claramente sua antipatia, desrespeito por ele. Quando menina, Oksana sempre ficou do lado de sua mãe poderosa e bem-sucedida e, como sua mãe, negligenciou seu pai. Após a formatura, ela se apaixonou por um cara legal de outra cidade. Mas partir, deixar minha mãe?

Impossível, mãe não pode ser abandonada.

Depois houve um casamento em sua cidade, já sem muito amor, com outro mocinho que amava sinceramente Oksana. Mas a mãe ajudava tão ativamente a família da filha na vida cotidiana, na organização do relacionamento com o marido, na criação do neto, que o marido não aguentou e foi embora. Oksana ficou sozinha com sua mãe, e logo se casou novamente com um homem tolo, um perdedor (ela realmente queria sentir sua superioridade, então não era por acaso que um homem fraco estava ao lado dela), de quem sua mãe realmente não gostava e com um arrogante contido atitude apontou seu genro para o seu lugar.

E então, em uma idade muito respeitável, minha própria mãe se casou, trouxe o marido para casa, então depois de um tempo Oksana e seu marido tiveram que prestar assistência física ao casal de idosos. O novo marido da mãe morreu, a mãe adoeceu, Oksana cuidou dela "como esperado",

mas ela fez isso de alguma forma muito dura, com raiva, indelicada, nervosamente,

a maneira como uma mãe muito rígida se comporta com seu filho, como se de repente tivesse a oportunidade de comandar aquele a quem ela foi subordinada durante toda a vida.

Agora ela chora incansavelmente sua mãe, e todos ao redor devem se lembrar dessa perda. Não há quem privou uma filha do amor de seu pai, que destruiu seu primeiro casamento, que involuntariamente a obrigou a cuidar de um velho que não era seu, mas que serviu de desculpa para o destino não cumprido de sua filha. Como ela ousa partir para sempre! De luto pela perda, a filha vive hoje com um sentimento de culpa não compensada, tanto a culpa dela quanto a da mãe diante dela. Ser infeliz é a desculpa dela hoje. Ela ama sua mãe inesquecível?

Sim, claro, mas com um amor estranho, como a vítima de seu algoz.

Em geral, quem não conhecia o desconforto nas relações com a mãe nem imagina quantas jovens no mundo sofrem com a constatação de sua antipatia pela mãe, procurando uma saída para esse estado insuportável. Por outro lado, são muitos os que conseguiram adoecer, superar a culpa que os destrói diante da mãe - culpa por não amá-la, fugir do estereótipo de amor altruísta pelo cuidado familiar e sinais de atenção contidos, e até se permitem se abrir: “não amo mãe”. Assim, eles estão tentando se salvar de um rompimento doloroso e não natural com a mãe, a quem devem o nascimento. Mas devemos admitir que se isso é uma cura, então é apenas temporária, e a doença é recorrente. Dificilmente é possível se afastar definitivamente do vínculo único entre mãe e filho. Talvez encontre uma cura.

Se uma jovem não consegue superar a dor em si mesma porque não ama sua mãe, não consegue superar a indiferença ou pacificar o ódio por ela, devemos tentar entender, por exemplo, com a ajuda de um psicanalista, por que um relacionamento doentio se desenvolveu com sua mãe, reconheça a intransponibilidade do colapso ocorrido e deixe de lado essa dor: não julgue sua mãe, mas perdoe-se, mantendo uma forma de relacionamento acessível e neutra, especialmente porque as mães envelhecem com a idade e as filhas qualquer caso não vai fazer sem cuidar deles.

Uma mãe que não ama seu filho... Um dos temas mais tabus, e para os dois lados desse drama. Tais situações não são mais um segredo para pessoas de qualquer profissão de ajuda.

É difícil para uma mãe admitir para si mesma que não ama um filho, é difícil ver por uma razão ou outra a escassez de seu recurso e procurar ajuda, e para uma filha que vivenciou a infância em tal família, é difícil ver a realidade não distorcida pela antipatia.

Este artigo trata da importância de se ter o direito de falar sobre tal injúria - não para culpar alguém, mas apenas para que a dor não fique dentro de um silêncio venenoso, para ter o direito de dizer "não, isso não está comigo nem tudo está bem, acabei de passar por uma experiência muito difícil."

E é especialmente difícil falar sobre isso quando, de fora, para os outros, a família parecia absolutamente normal, se não ideal, e quando "não gostar" não é sobre uma infância faminta e espancamentos.

"Quando conto para as pessoas sobre minha infância, e elas dizem que eu não tinha do que reclamar, eu sempre digo: se você pudesse ver através da espessura impenetrável das paredes da família..."

Duas coisas que ouço dos leitores o tempo todo quando escrevo sobre mães tóxicas. O primeiro - "Eu pensei que era o único" e nestas palavras toda a solidão de uma criança não amada. A segunda - "Nunca contei a ninguém sobre isso, porque tinha medo de que ninguém acreditasse em mim e, mesmo que acreditassem, pensariam que era minha culpa".

A regra do silêncio, como eu a chamo, é parte do problema das filhas não amadas, porque a discussão do comportamento materno é um tabu. A ironia é que essas mães – quer tenham traços narcisistas, mostrem controle excessivo, estejam emocionalmente indisponíveis ou sejam excessivamente conflitantes – se importam muito com o que as outras pessoas pensam.

A confusão emocional e a dor da filha são exacerbadas pela diferença que pode ser observada entre como a mãe trata sua filha em público e quando estão sozinhas.

A realidade é que a maioria dessas mães parece maravilhosa para os outros. Mesmo que não sejam ricas, essas mães podem ter a imagem de uma dona de casa ideal, cujos filhos são vestidos e alimentados. Muitas vezes, eles participam de várias reuniões locais, iniciativas de caridade - a imagem pública é muito importante para eles.

"Minha mãe, durante toda a minha infância, desvalorizou meu sucesso acadêmico, dizendo que, bem, pelo menos alguma coisa deveria dar certo para mim, senão sou tão assustadora e gorda. Ela me fazia sentir terrível todos os dias. Imagine minha surpresa quando encontrei como um adulto que ela iria se gabar do meu sucesso para os outros porque isso fez dela uma mãe bem sucedida aos olhos dos outros. Essa foi a gota d'água. Apenas hipocrisia clássica."

Escondendo da visão direta

Às vezes, parentes distantes estão cientes do que está acontecendo na família, mas é servido com molho, nossa filha é uma criança tão "difícil", "caprichosa", "sensível demais" ou "ela precisa ser mantida dentro", "ela precisa de rigor" - isso justifica uma atitude específica em relação à criança, caso contrário as pessoas teriam dúvidas.

Mas na maioria das vezes o verdadeiro estado das coisas, esse "segredo", permanece dentro da família. Quando todos os parentes e conhecidos distantes se reúnem, tais encontros são organizados pela mãe, entre outras coisas, para manter sua imagem de mulher amorosa, atenciosa e familiar.

Às vezes, os pais estão diretamente envolvidos nesse relacionamento negativo de mãe para filha, mas, na maioria das vezes, não estão. Eles podem fechar os olhos para o comportamento do cônjuge ou aceitar suas explicações porque acreditaram em sua ideia "eu sei criar filhos, isso é assunto de mulher". Em algumas famílias, o pai encontra uma forma de sustentar a filha, mesmo que não abertamente:

“Meu pai não queria entrar em conflito direto com minha mãe e se tornar alvo de sua agressão. Mas ele mostrou seu amor e apoio de forma imperceptível, não tão abertamente quanto eu gostaria, mas mesmo assim senti sua proteção. a dor que a atitude de minha mãe me causou, mas a verdade era mais fácil.

Em outras famílias, o “segredo” é conhecido pela irmã ou irmão, que competem entre si com paixão esportiva pelo amor e carinho da mãe. A mãe controladora e conflitante, assim como a mãe com traços narcísicos, dão tal apoio “em porções” para que toda atenção esteja onde, em sua opinião, deveria estar: somente nela.

Wrestling disfarçado e gaslighting

Segredos de família mergulham a filha, que não se sente apropriada de qualquer maneira, no isolamento. Não surpreendentemente, a grande questão que assombra essas crianças é muito simples: se as pessoas que deveriam me amar não me amam, então quem no mundo inteiro vai me amar?

Essa pergunta, via de regra, abafa todos os aplausos que se ouvem sobre a filha não amada do mundo exterior - nada pode aumentar a auto-estima, nem novos amigos, nem sucesso na escola, nem talento em nada.

O relacionamento da mãe com a filha continua a distorcer o senso de identidade da filha - gota a gota, gota a gota, intermináveis ​​gotas de dúvida. De fato, em qualquer luta oculta - incluindo gaslighting - as consequências são as mais devastadoras, justamente do conflito não óbvio.

"Quando eu já era adulto e tentei falar com minha mãe sobre o que ela me disse e o que ela fez comigo, ela simplesmente negou que fosse. Ela me acusou diretamente de virar tudo de cabeça para baixo. Ela me chamou de louco. e eu disse ao meu irmão para me chamar de "louco Jenny" Eu sei que eu estava certo, mas eu ainda não conseguia acreditar em mim mesmo em algum nível e minha luta interna ainda continua Eu nunca posso acreditar na minha percepção das coisas Bem, você entende."

Por que é tão difícil quebrar o silêncio

É difícil superestimar a complexidade do vínculo emocional entre filhas não amadas e suas mães. Eles ainda querem que suas mães os amem, mesmo quando vêem que a mãe simplesmente não tem esse amor. Eles se sentem não amados e completamente isolados, mas temem que falar abertamente sobre esse problema só trará mais vergonha e isolamento. E acima de tudo eles se preocupam que ninguém vai acreditar neles.

Os pesquisadores estimam que cerca de 40% a 50% das crianças não têm suas necessidades emocionais atendidas durante a infância e têm um estilo de apego inseguro. Segredos de família dificultam a vida dessas crianças e, agora, para os adultos, é difícil para eles sentirem que estão sendo ouvidos e apoiados.

E se você teve sorte e teve uma mãe amorosa ou pais amorosos, e mesmo que não tenha uma infância "ideal", mas que o ajudou a se levantar com confiança, eu imploro que você se lembre desses números e entenda que não foi assim com todos.

©Peg Streep, tradução de Yulia Lapina.

Mãe. Duas sílabas, quatro letras. Mas quantas músicas, palavras calorosas e histórias há nessas cartas. Quanto cuidado ou... sofrimento?

Costumávamos pensar que a maternidade é um tipo de imagem inevitavelmente associada ao amor e à ternura. A própria palavra "mãe" na mente de muitos tornou-se uma espécie de metáfora que denota cuidado e carinho. Como se vê, nem todos têm tais associações. Você ficará surpreso, mas não estamos falando de crianças de famílias disfuncionais. Estamos falando de meninas que tiveram uma infância completamente normal, uma família completa, frequentaram uma boa escola. Mas sua infância é normal em termos de satisfação de necessidades materiais, mas não espirituais. Agora estamos falando daquelas filhas que nunca foram amadas por suas mães.

Filha não amada - como é?

A mãe não ama a filha - essa formulação machuca o ouvido. Isso não é um acidente. Parece que tal situação é inaceitável na família média. Como se viu, nem tudo é tão claro. Muitas filhas vivem em tais condições a vida toda, com medo de dizer em voz alta para alguém: “Mamãe nunca me amou”. Eles escondem: na infância inventam histórias, na idade adulta tentam evitar o tema parental.

Quando uma mãe não ama sua filha, isso afeta todo o desenvolvimento da menina, sua formação, sua personalidade, medos e relacionamentos com as pessoas.

Via de regra, a "aversão" se expressa no absoluto distanciamento emocional da mãe em relação à criança e na pressão moral regular sobre a criança. Às vezes pode até ser caracterizado como abuso emocional de uma menina. Como essas relações se manifestam?

Uma pergunta lógica: "Por que minha mãe não me ama?"

Muitas vezes as mães são totalmente indiferentes aos filhos. Sim, eles podem alimentá-los, dar-lhes abrigo e educação. No entanto, ao mesmo tempo, a ligação entre a criança e a mãe necessária para a menina pode estar completamente ausente (este é precisamente o modelo de relações quando a filha pode confiar tranquilamente na mãe e receber apoio dela, empatia sincera pelos filhos ou problemas do adolescente). Mas, via de regra, essa indiferença pode ser completamente imperceptível do lado de fora.

Por exemplo, uma mãe elogia publicamente sua filha e se gaba de seus sucessos, só que esse elogio é a hipocrisia usual. Quando a "audiência" condicional desaparece, a mãe não apenas não presta atenção aos sucessos de sua filha, mas também subestima constantemente sua auto-estima ao se comunicar cara a cara. A filha não amada torna-se uma vítima que, desde muito jovem, percebe o mundo pelo prisma da indiferença materna ou da crueldade materna.

Considere um exemplo muito simples e ao mesmo tempo de vida. Enquanto uma menina traz para casa um “quatro” em seu diário, sua mãe pode animá-la dando esperança à filha de que da próxima vez a nota será definitivamente maior. Em outra família, uma situação semelhante pode terminar em escândalo, dizendo “novamente trouxe para casa quatro pontos, não cinco!”. Há também opções quando a mãe, em princípio, não se importa com a forma como a criança aprende. A negatividade constante, bem como a indiferença regular, deixa uma marca indelével no destino futuro das filhas e de suas próprias famílias futuras.

"Mãe nunca me amou": filha não amada e sua vida adulta

"E se minha mãe não me ama?" é uma pergunta que muitas garotas se fazem tarde demais. Muitas vezes vem à mente deles já quando o período de coabitação com os pais está muito atrasado. Mas foi ele quem moldou o pensamento humano por muitos anos.

Como resultado, as meninas já adultas têm um monte de problemas psicológicos com base em traumas emocionais recebidos anteriormente.

Certa vez, a pergunta que surgiu na minha cabeça: “Por que minha mãe não me ama?” desenvolve-se na posição de vida "Ninguém me ama e nunca me amou".

Vale a pena falar sobre a influência de tal visão de mundo nas relações com o sexo oposto e com a sociedade como um todo? O amor materno não recebido na infância leva as filhas não amadas a:

1. Falta de confiança em si mesmo e em suas habilidades. Por causa disso, uma menina ou mulher simplesmente não entende que pode ser amada por alguém.
2. Desconfiança dos outros. Você pode ser feliz quando você não pode confiar em ninguém
3. Incapacidade de avaliar sobriamente seus méritos e competitividade. Isso afeta não apenas a comunicação e uma vida saudável na sociedade em geral, mas também carreiras e áreas de interesse em particular.
4. A percepção de tudo está muito próxima do coração. Uma qualidade extremamente indesejável para qualquer pessoa que queira alcançar o sucesso em qualquer indústria da vida. A lista pode ser continuada por um longo tempo.

E se minha mãe não me ama?

É improvável que a filha encontre uma resposta satisfatória para a pergunta por que sua mãe não a ama. E ela está procurando por ele em si mesma:

• "Alguma coisa está errada comigo"
• "Eu não sou bom o suficiente"
• "Estou perturbando minha mãe."

É claro que essa abordagem só levará a uma imersão ainda maior nos problemas e a uma diminuição da autoestima e da autoconfiança. Mas mesmo tendo encontrado a resposta, é difícil mudar radicalmente a situação. No entanto, você pode ver tudo de lado.

Sim, os pais, como o país, não são escolhidos. E você não pode forçar o amor. Mas você pode mudar qualitativamente sua própria atitude em relação a tudo o que acontece na família. Se você é a mesma garota que conheceu todos os “encantos” de tal atitude em si mesma, basta elaborar cuidadosamente a imagem do mundo que foi criada em sua mente. Vale a pena entender que nem todas as pessoas são amigáveis ​​com você apenas por interesse próprio, e nem todos devem ser suspeitos de insinceridade. Não é fácil. Alguns nem podem aceitar o fato de que são valiosos para alguém. Talvez, para uma reavaliação de valores, valha a pena pedir - isso certamente ajudará a melhorar a vida e as atitudes em relação às outras pessoas. A principal coisa a lembrar é que você mesma se tornará mãe. E uma manifestação sincera de amor por seu próprio filho é a melhor coisa que você pode fazer por ele.

Não procure agradar sua mãe, especialmente se, ao longo dos anos morando com ela, você percebeu que qualquer comportamento seu provavelmente será percebido com indiferença, na melhor das hipóteses, e na pior das hipóteses - críticas habituais. Crescer sem o amor de uma mãe é difícil. Mas é ainda mais difícil forçar-se a mudar o padrão de seu comportamento. Mesmo que sua mãe nunca tenha amado você, ela merece respeito por sua criação, mas não preocupações constantes. Sua tarefa é se preparar para superar cenários arraigados e aumentar seu próprio valor aos seus olhos. Muitas filhas não amadas foram capazes de melhorar suas vidas crescendo. E você pode, se perceber a causa raiz de seus problemas psicológicos. E está justamente na sua pergunta: “Por que minha mãe não me ama?”.