Doutor em História A. F. Noskova,

Doutor em História M.I. Meltyukhov

Revolta de Varsóvia de 1944: Intenção e Resultados*

Numerosos estudos e trabalhos jornalísticos são dedicados à Revolta de Varsóvia, mas as discussões científicas e públicas continuam. As mesmas perguntas surgem repetidas vezes. Com que propósitos e contra quem se levantou o levante? Era possível que os rebeldes tivessem sucesso? Quem é o culpado pela derrota e, mais importante, quem tem a responsabilidade histórica e política pela morte das pessoas e da cidade?

Documentos disponíveis hoje mostram que a revolta em Varsóvia não foi um impulso patriótico inesperado dos poloneses. Após a derrota do exército polonês em setembro de 1939, a ideia de uma revolta geral ou local como uma das formas de lutar contra a Alemanha (inimigo nº 1) e a União Soviética (inimigo nº 2) foi contida no desenvolvimentos geopolíticos do governo polonês com sede em Londres. Baseava-se no pressuposto de que a Alemanha seria derrotada pelos exércitos dos aliados ocidentais com a participação de unidades do Exército polonês, que em 1939 foi para o Ocidente. Acreditava-se que os combates na Europa seriam acompanhados por um levante geral de curto prazo (2-3 dias) dos poloneses em apoio às operações militares, o que levaria à expulsão dos invasores. A Polônia demonstrará assim ao mundo a capacidade de restaurar o Estado, de conquistar a liberdade e a independência. Os "creses orientais" (Ucrânia Ocidental, Bielorrússia Ocidental, Território de Vilna) serão devolvidos à sua composição. A fronteira ocidental passará ao longo da linha Oder (Odra) - Neisse (Nysa), a Polônia receberá o território da Prússia Oriental, a costa do Báltico de Koenigsberg (Krulevets) a Stettin (Szczecin) inclusive e manterá os territórios da Tchecoslováquia capturados em 1938 . O futuro do vizinho oriental (inimigo nº 2) neste conceito polonês parecia nada invejável: se a URSS, juntamente com a Alemanha, não tolerasse um _______________ completo

* - Prefácio à parte I do volume 2 da coleção de documentos "A União Soviética e o submundo político-militar polonês", Fundação Internacional "Democracia", Moscou, 2016

derrota militar numa guerra na Europa, tornar-se-á tão fraco que perderá influência internacional e os seus interesses nacionais não serão tidos em conta na reorganização da Europa pós-guerra. Assim, a liderança polonesa acreditava que as ameaças externas - ocidentais (Alemanha) e orientais (URSS) - à independência e integridade territorial da Polônia desapareceriam 1 .

De acordo com esse conceito, a atividade da clandestinidade político-militar, criada na Polônia no outono de 1939, estava determinada a lutar tanto contra o regime de ocupação nazista quanto contra o poder soviético estabelecido no território da antiga Polônia Oriental voivodias que se tornaram parte da URSS em 1939 e 1940 d. Inicialmente, o submundo era obrigado a reunir forças, acumular armas, preparar-se para uma revolta geral, usar armas apenas para autodefesa (“salvar sangue”, “ficar com uma arma ao pé”), esperando a libertação do país e a destruição do “último bolchevique”. As atividades da clandestinidade estavam focadas em sabotar as ordens das autoridades alemãs e soviéticas, sabotagem e inteligência em favor do aliado ocidental - Inglaterra. Como admitiu um dos historiadores poloneses modernos, até 1944 “a luta armada não era a principal tarefa do Estado Subterrâneo. Seu objetivo mais importante era proteger a substância biológica, cultural e econômica polonesa...” 2 .

No entanto, o curso das hostilidades e a situação no cenário internacional após o ataque alemão à URSS se desenvolveram de acordo com um cenário diferente. A URSS, como a Polônia, tornou-se membro da Coalizão Anti-Hitler 3 . Formaram-se os “Três Grandes” de líderes de países (I.V. Stalin, F.D. Roosevelt, W. Churchill), que na verdade tomaram decisões políticas em relação aos “pequenos” aliados. F.D. Roosevelt e W. Churchill, sob a pressão dos acontecimentos na frente soviético-alemã, foram forçados a reconhecer a possibilidade de o Exército Vermelho derrotar de forma independente a Wehrmacht na Europa, e por trás de Stalin - um importante lugar político-militar no " Três Grandes". Eles não podiam deixar de levar em conta os interesses da URSS, que ele representava.

Tais mudanças se refletiram nos resultados da conferência dos líderes da coalizão realizada em Teerã em novembro-dezembro de 1943. Naquela época, ficou clara a estreita perspectiva de libertação dos territórios soviéticos ocupados pelos nazistas e a possibilidade de o Exército Vermelho entrar na Polônia. Roosevelt e Churchill reconheceram que a Polônia se tornaria uma zona de operações militares para o Exército Vermelho. Esta circunstância teve um impacto direto nas decisões tomadas sobre a questão polonesa. Em Teerã, eles concordaram com o território pós-guerra da Polônia de acordo com as propostas soviéticas (a fronteira soviético-polonesa a partir de 1941, a fronteira polaco-alemã ao longo do rio Oder, a adição do território polonês às custas da Prússia Oriental) 4 .

Tudo isso prenunciou a transição da Polônia para a esfera de influência soviética. Logo Churchill informou o chefe do governo polonês, St. Mikołajczyk, sobre as decisões tomadas, que, na véspera de sua viagem a Teerã, obteve do primeiro-ministro britânico a promessa de não discutir ou tomar decisões sobre a Polônia "sem a Polônia. " No entanto, esta promessa não foi cumprida.

Mudanças na frente soviético-alemã e na política dos aliados ocidentais da Polônia acarretaram mudanças significativas nas táticas do governo polonês. Ao mesmo tempo, cresceu o papel do fator interno – a clandestinidade político-militar subordinada ao governo. O governo e o comando do Exército Craiova 5, cujos destacamentos partidários iniciaram uma “luta limitada” contra os nazistas a partir de meados de 1943, desenvolveram planos de ação levando em conta uma circunstância político-militar fundamentalmente nova - a provável entrada de tropas soviéticas (inimigas No. 2) no território da Polônia pré-guerra.

A partir do outono de 1943, de acordo com a situação na frente soviético-alemã, as táticas de ações político-militares específicas foram refinadas. Através dos esforços conjuntos do comando do AK em Varsóvia e do quartel-general do Comandante Supremo em Londres, foram desenvolvidas várias opções para um plano para uma operação armada de grande escala chamada "Tempestade" ("Buzha"). O significado político do que foi concebido foi transformar estruturas civis e políticas subterrâneas em poder legal soberano polonês. Para fazer isso, antes ou durante a ofensiva das tropas soviéticas, os destacamentos do Exército da Pátria, combatendo os nazistas, tiveram que se antecipar ao Exército Vermelho, falando aos "soviéticos" como senhores à medida que cidades e vilas eram libertadas. Previa-se uma variante de insurreição contra os alemães, permitindo resolver a questão do poder e, assim, impedir a "ocupação" soviética e excluir a possibilidade de os "conselhos", referindo-se à ausência da administração polonesa, reconhecerem o poder de "quaisquer figuras a serviço da URSS". Além disso, o comando do AK exigiu "opor-se resolutamente" a qualquer tentativa de incluir destacamentos do AK nas unidades soviéticas ou divisões polonesas lutando nas fileiras do Exército Vermelho 6 .

O comando do AK planejava executar o plano “Tempestade” com destacamentos e divisões do AK em todo o território pré-guerra do país, mas principalmente nas terras da Ucrânia Ocidental, da Bielorrússia Ocidental e no Território de Vilna, a fim de impedir a restauração do poder soviético. encomendas aqui 7 . Havia um cálculo de que de 52 a 57 mil a 70 a 80 mil pessoas (excluindo os rebeldes em Varsóvia) poderiam participar da ação "Tempestade".

A primeira tentativa de começar a implementar o plano "Tempestade" foi feita no setor ucraniano da frente soviético-alemã, onde, no início de janeiro de 1944, unidades do Exército Vermelho cruzaram a fronteira pré-guerra com a Polônia. Em 15 de janeiro, o comando do AK ordenou o início da implementação do plano Storm. A 27ª divisão Volyn da divisão de infantaria AK, que contava com cerca de 6,5 mil combatentes, começou a executar a ordem em Volhynia. A divisão deveria, "como se estivesse à frente das tropas soviéticas", tomar Kovel e Vladimir-Volynsky. A divisão entrou em contato com unidades do Exército Vermelho 9 . A Sede do Alto Comando Supremo do Exército Vermelho, tendo recebido em 23 de março um relatório do comando da 2ª Frente Bielorrussa sobre as ações conjuntas das tropas soviéticas e da divisão AK, considerou a situação atual e, por uma diretiva sobre 24 de março, permitiu a cooperação militar nas condições de subordinação militar-operacional da divisão polonesa ao comando soviético: “Duplo poder no fato militar não pode ser. A divisão pode ter ligações com qualquer pessoa, Sosnkovsky ou qualquer outra pessoa, mas em suas ações deve obedecer às ordens do Exército Vermelho. Mas a "alta política" polonesa interveio. O comando do AK condicionou a cooperação com o Exército Vermelho ao restabelecimento das relações diplomáticas entre a URSS e o governo em Londres em termos poloneses, bem como o reconhecimento da independência dos destacamentos do AK. Até o verão de 1944, não houve outras tentativas sérias de implementar o plano "Tempestade" 11 .

É claro que a liderança da URSS não podia concordar com o desenvolvimento dos eventos de acordo com o "cenário polonês" nas terras que consideravam soviéticas. Em 20 de abril de 1944, o comandante das tropas da 1ª Frente Bielorrussa, Marechal K.K. Rokossovsky recebeu uma diretriz do quartel-general do Alto Comando Supremo nº 220088 com a ordem de "cortar todas as relações com os destacamentos subterrâneos do general Sosnkovsky". Partidários poloneses, e não apenas das fileiras do AK, foram oferecidos para estar à disposição do comandante do 1º Exército polonês, "Camarada Berling", que lutou como parte do Exército Vermelho, caso contrário, eles estavam sujeitos ao desarmamento e internamento 12 .

Na primavera de 1944, a liderança soviética se deparou com a questão da interação do Exército Vermelho com a população polonesa ao entrar no território étnico da Polônia. A opção de estabelecer uma administração militar aqui não foi considerada pela liderança soviética, pois a URSS não conquistou, mas libertou o país dos nazistas. Ao mesmo tempo, foram elaboradas duas opções para o surgimento na Polônia de um governo polonês que não fosse hostil à URSS. Em primeiro lugar, a opção de estabelecer relações com o governo de S. Mikolajczyk sob a condição de mudar sua composição 13 e reconhecer a fronteira soviético-polonesa a partir de 1941 ao longo da "Linha Curzon" 14 . Os líderes da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos levaram esse momento em consideração em suas políticas. Em segundo lugar, foi considerada a possibilidade de criar um governo alternativo na Polônia a partir de forças políticas de esquerda, prontas para aceitar as condições soviéticas para o estabelecimento de relações interestatais.

Na virada de 1943-1944. Os comunistas poloneses e seus poucos aliados das fileiras dos socialistas e líderes do movimento camponês estabeleceram um novo corpo de poder representativo - o Craiova Rada Narodova (KRN). Em maio de 1944, a delegação do KRN chegou a Moscou, onde, até meados de julho de 1944, negociou com líderes da União dos Patriotas Poloneses (SPP), uma organização pública da população polonesa na URSS. JV Stalin realizou sua primeira reunião com a delegação do KRN em 19 de maio, e depois ocorreram mais sete conversas 15 . Tratava-se de criar um centro alternativo de poder executivo ao governo clandestino, que pudesse administrar os territórios poloneses libertados pelas tropas soviéticas. Ao mesmo tempo, o embaixador soviético nos governos de "pequenos" países em Londres, V.Z. Lebedev, reuniu-se repetidamente com o chefe da Rada Narodova (Conselho Nacional) sob o presidente da Polônia S. Grabsky, mas as conversas apenas confirmaram a relutância dos poloneses de Londres em reconhecer a fronteira oriental da Polônia ao longo da "linha Curzon" 16 .

Importante para I.V. Stalin foram relatados por F. Roosevelt em uma carta datada de 19 de junho detalhes da visita do primeiro-ministro polonês aos Estados Unidos em junho de 1944. Roosevelt escreveu que o primeiro-ministro polonês considera a coordenação das ações das tropas soviéticas e o " movimento clandestino polonês organizado ... um fator militar da maior importância" para a derrota completa da Alemanha e está pronto para vir a Moscou para discutir todas as questões difíceis. Em 21 de junho, Stalin informou ao presidente que "o mais tardar uma semana depois, começará a segunda rodada da ofensiva de verão das tropas soviéticas" e "130 divisões, incluindo divisões blindadas, participarão dela". Em 24 de junho, Stalin escreveu a Roosevelt: “Se tivermos em mente o estabelecimento de uma cooperação militar entre o Exército Vermelho e as forças do movimento clandestino polonês que lutam contra os invasores nazistas, então isso, é claro, agora é um assunto urgente para a derrota final do nosso inimigo comum” 17.

No entanto, o governo polonês em Londres não aceitou a versão soviética do estabelecimento das relações políticas nos termos de um compromisso acordado pelos "Três Grandes" em Teerã sobre os problemas territoriais da Polônia do pós-guerra, bem como a remoção de uma série de figuras do governo Mikolajczyk, cujas posições em Moscou foram consideradas puramente anti-soviéticas 18. Julho de 1944 tornou-se um mês decisivo para os governos soviético e polonês tomarem decisões sobre ações político-militares subsequentes.

A situação na frente soviético-alemã, as posições dos aliados ocidentais e os resultados da visita de Mikolajczyk aos Estados Unidos foram discutidos em uma reunião do governo polonês em Londres em 3 de julho. O primeiro-ministro polonês não estava inclinado a fazer concessões radicais a Moscou, contando com o apoio dos interesses poloneses de Londres e Washington. O Comandante-em-Chefe Supremo, General K. Sosnkovsky, reconheceu que as tropas soviéticas ocupariam o território da Polônia, e viu a necessidade de concentrar os esforços do AK em operações ativas de sabotagem contra os alemães, insistiu em se recusar a preparar um general revolta: “... sem uma cooperação honesta e real com o Exército Vermelho, seria um ato de desespero, do ponto de vista militar” 19 .

Em 7 de julho, o general K. Sosnkovsky levou sua opinião ao comandante do AK, general T. Bur-Komorovsky: ausência de chances físicas para o seu sucesso. No entanto, teoricamente não se pode descartar que as condições ainda possam mudar, portanto, deve-se ter em mente o início da revolta. O general temia que os destacamentos do AK, que acabaram na retaguarda das tropas soviéticas, fossem desarmados e enviados à força para o exército de Berlim. Portanto, ele sugeriu que os membros dos soviéticos "permaneçam no território ocupado pelos soviéticos e fiquem quietos até que novas ordens sejam recebidas" 20 .

Em 14 de julho, o general Bur-Komorowski apoiou a avaliação do Comandante Supremo sobre a situação: "No estado atual das forças alemãs na Polônia, um levante geral não tem chance de sucesso" e "custará grandes sacrifícios". O general admitiu que "se as ações soviéticas não são frustradas pelas dificuldades de fornecer às tropas" tudo o que é necessário, e os alemães não organizam contra-ataques, então "os soviéticos, eu acho, não podem ser detidos". Além disso, a conclusão foi feita: "... em diferentes territórios". Isso significava os territórios ainda ocupados pelos nazistas e já liberados da Polônia pré-guerra. Bur-Komorowski explicou suas conclusões por conveniência política: embora o levante fosse apenas uma “manifestação armada”, “insignificante em termos de resultados de uma luta armada” e não levasse a sucessos militares, era necessário ir em frente: “Ao fornecer aos soviéticos assistência militar mínima, criarei para eles, no entanto, uma dificuldade política. AK enfatiza a vontade do Povo pela independência. Isso força os soviéticos a quebrar nossa vontade e torna difícil para eles destruir nossas aspirações. Estou ciente de que nossa legalização pode ameaçar destruir o elemento mais ideológico na Polônia, mas os soviéticos não poderão realizar tal destruição secretamente e ocorrerá violência, o que poderá provocar protestos de nossos aliados amigos.

Em outras palavras, o comando do AK estava se preparando para não se comprometer com a URSS, mas para se opor à intenção soviética de ter uma Polônia não hostil em sua fronteira ocidental. Estava pronto para qualquer sacrifício do povo polonês em nome do retorno do governo do exílio e da restauração da ordem social pré-guerra no país, o que os políticos poloneses chamavam de "a sucessão do poder". A entrada de tropas soviéticas no território da Ucrânia Ocidental e da Bielorrússia Ocidental, que os lados soviético e polonês consideravam seus, bem como no território da voivodia de Lublin, na fronteira com a URSS, tornou a implementação do plano Storm uma tarefa urgente para o comando AK. Em meados de julho de 1944, destacamentos do AK tentaram libertar primeiro Vilna, depois Lvov, e impedir a restauração da ordem soviética lá 22 .

Essas tentativas do AK de tomar o poder pela força nos territórios que eram de fato reconhecidos pelos aliados como soviéticos, forçaram o Quartel-General do Alto Comando Supremo a emitir a diretriz No. Imediatamente... desarme. ... Em caso de resistência ... usar a força armada contra eles. Foi ordenado enviar soldados e oficiais "selecionados" do AK para o exército do General 3. Berling. Parte do corpo de oficiais de interesse dos serviços especiais foi transferido para o NKVD-NKGB e contra-inteligência Smersh, respectivamente, e parte foi internada nos campos do NKVD da URSS 23.

Aproximadamente nos mesmos dias, St. Mikolajczyk informou o primeiro-ministro britânico W. Churchill e o ministro das Relações Exteriores E. Eden sobre a ordem do comandante do Exército Interno, que determinou a "prontidão final para uma revolta para o período de 17 de julho a julho 25 deste ano." Ele pediu para apoiar a revolta com as ações dos aviões de combate britânicos, mas não recebeu tal promessa. Ao mesmo tempo (Doc. n.º 38), o Supremo Comandante-em-Chefe, General K. Sosnkovsky, repetidamente convenceu o comando do AK da insensatez de uma insurreição armada na atual situação político-militar 24 .

O plano do aliado polonês da Grã-Bretanha alarmou W. Churchill, e ele tentou organizar negociações entre Mikolajczyk e a liderança soviética. Em uma carta a Stalin datada de 20 de julho para Stalin, Churchill insinuou o desarmamento em massa dos akovitas no território libertado da Bielorrússia e da Lituânia soviéticas, enfatizou que “evitava quaisquer declarações” sobre a Polônia e perguntou: “... pede permissão para ir até você, espero que concorde” (Doc. n. 5).

Em 21 de julho, o general Bur-Komorovsky informou ao quartel-general de Sosnkovsky que os alemães haviam sofrido uma derrota na Frente Oriental e que as tropas soviéticas estavam avançando rapidamente. “Prevejo que o movimento das tropas soviéticas para oeste neste setor sem uma grande contra-ofensiva efetiva dos alemães será rápido, as tropas chegarão ao Vístula, forçarão e avançarão para oeste... firmemente pronto para uma insurreição” e “ao entrar [em Varsóvia] as tropas soviéticas devem encontrá-lo em mãos polonesas. No mesmo dia, Bur-Komorovskii pediu ao "centro" em Londres que transmitisse ao comando das regiões e distritos do AK por rádio uma ordem e um "sinal de prontidão para uma insurreição geral" a partir das 00:01 do dia 25 de julho. , sem interromper a execução do plano "Tempestade" 25 (documento nº 10).

O significado político e os objetivos da insurreição Bur-Komorowski delineados em um despacho cifrado em 22 de julho endereçado ao Alto Comando Supremo: regiões orientais. É necessário compreender este fato por todas as forças políticas polonesas e, sobretudo, pela liderança. Sem uma compreensão clara da situação atual, é impossível conseguir a mobilização de todas as forças polonesas em uma campanha política em que temos que lutar contra a Rússia e sair vitoriosos dela ”com o apoio dos anglo-saxões. Para atingir seus objetivos, o general exortou: “Não pare de lutar contra a Alemanha por um minuto. Reunir espiritualmente toda a sociedade na luta contra a Rússia... Em caso de tentativa de tomada da Polônia, inicie uma luta aberta contra os soviéticos” 26 (Doc. n. 9).

A ideia do levante em Varsóvia foi discutida em uma reunião entre o comandante do AK, general Bur-Komorowski, seu primeiro vice e o chefe do Estado-Maior do AK, general T. Pielczyński, bem como o primeiro vice-chefe do Estado-Maior e chefe do departamento operacional do Estado-Maior do AK, General L. Okulicki 27 . A opinião dos três generais, cuja formação foi influenciada pelo fato de que em 20 de julho o Bug foi atravessado pelas tropas da 1ª Frente Bielorrussa, foi unânime: Varsóvia deve ser libertada dos ocupantes nazistas "pelo esforço de combate de um polonês soldado" 28 . Em 22 de julho, a mencionada decisão do comandante do AK de anunciar um sinal de prontidão para o início do levante foi discutida pela composição “estreita” do Estado-Maior do AK. No entanto, aqui não houve unanimidade de opinião, foram discutidos vários cenários para o desenvolvimento dos acontecimentos, e decidiu-se levantar uma revolta em todo o país ou apenas em Varsóvia. Boer-Komorowski argumentou que na atual situação militar-operacional era impossível parar a luta contra a Alemanha, mas ao mesmo tempo era necessário mobilizar o espírito de toda a sociedade para a luta contra a Rússia. No mesmo dia, ele enviou uma diretriz ao comandante do distrito de Varsóvia do AK para apresentar a partir das 00:01. Em 25 de julho, o estado de prontidão para uma revolta na capital (Doc. No. 10). A decisão de revolta em Varsóvia foi tomada pelo comando do AK.

Entre 22 e 24 de julho, o comandante do AK recebeu o consentimento do Delegado (Comissário) do governo J. Jankowski e do chefe do parlamento clandestino (REN) K. Puzhak para um levante em Varsóvia, sobre o qual a sede do o Supremo Alto Comando em Londres foi notificado em 25 de julho. Ao mesmo tempo, o governo da Polônia, embora o Supremo Comandante-em-Chefe General K. Sosnkovsky (doc. nº 42) se opusesse a tal decisão, concedeu ao comando do AK o direito de determinar a hora do início do a revolta contra os nazistas na capital. Em 26 de julho, no comando do AK, “todos foram unânimes de que a luta por Varsóvia era ditada por considerações políticas”, mas reconheciam a extrema insuficiência de armamento dos destacamentos do AK 29. O pânico que prevaleceu entre os alemães de 22 a 25 de julho, embora já tivesse cessado em 27 de julho, também desempenhou um papel nessa decisão.

Naqueles dias em que a decisão sobre a insurreição em Varsóvia estava sendo tomada no Quartel General do Comando AK, preparavam-se em Moscou para o estabelecimento, sob o mandato da Craiova Rada do Povo (KRN), de uma autoridade , uma alternativa ao governo Mikolajczyk - o Comitê Polonês de Libertação Nacional (PKNO) 30 . Em 22 de julho, na cidade polonesa de Chelm, libertada pelo Exército Vermelho, seu Manifesto ao povo polonês foi distribuído. Em 24 de julho, membros do PKNO chegaram a Chelm e logo se mudaram para a cidade de Lublin, que se tornou a capital temporária da Polônia.

Em uma carta enviada a Churchill em 23 de julho, Stalin disse que as tropas soviéticas haviam libertado Lublin e “nessa situação, enfrentamos a questão prática da administração em território polonês. Não queremos e não vamos criar nossa própria administração”, para não interferir nos assuntos internos da Polônia. Anunciando o estabelecimento de contactos com o Comité de Libertação Nacional Polaco, "criado recentemente pelo Conselho Nacional da Polónia 32 em Varsóvia", concordou em receber Mikolajczyk, estipulando que "seria, no entanto, melhor se ele se voltasse para o Comitê Nacional”. No mesmo dia, esta mensagem de Stalin a Churchill foi enviada a Roosevelt "para informação" (Doc. No. 21). Assim, um novo fator político polonês foi introduzido nas relações dos Três Grandes por Stalin. Este último significava que o interesse soviético em criar um poder de coalizão na Polônia, trazendo Mikolajczyk e algumas pessoas de seu governo para o PKNO, ainda não havia desaparecido.

Em 26 de julho, Mikolajczyk, a quem Eden convenceu da necessidade de uma viagem à URSS, da qual o primeiro-ministro polonês não esperava os resultados de que precisava, voou de Londres (Doc. No. 27). No mesmo dia, Churchill enviou uma carta a Stalin, onde reconheceu a necessidade de unir os poloneses amigos da Grã-Bretanha com os poloneses amigos da URSS, e lamentou o surgimento e o reconhecimento de várias autoridades polonesas como aliadas (Doc. No. 30).

E.Osubka-Moravsky assinou dois acordos com a URSS na fronteira soviético-polonesa ao longo da "Linha Curzon" e nas relações entre o comando soviético e a administração polonesa, criadas pelo PKNO. De acordo com o último Acordo na zona de guerra na Polônia, "todo o poder e responsabilidade em todos os assuntos relacionados à condução da guerra" foi concentrado nas mãos do comandante em chefe das tropas soviéticas. Assim começou a “dissociação” de um profundo conflito territorial nas relações interestatais entre a URSS e a Polônia. A liderança soviética poderia agora lidar com as autoridades polonesas amigas, e o comando do Exército Vermelho poderia evitar o estabelecimento da administração militar soviética no território polonês libertado, mas ao mesmo tempo garantir a segurança da retaguarda do exército em seu território. próprio 33 .

Em 28 de julho, em resposta à mensagem de Churchill, Stalin escreveu sobre a "importância especial" para a URSS das relações com "nosso vizinho" e expressou a esperança de que a criação do PKNO iniciasse a unificação dos diferentes poloneses que Churchill tinha em mente. Ele expressou disposição para "mediar para chegar a um acordo entre eles" (Doc. n. 39). Stalin deixou claro que uma nova resolução da questão polonesa era possível ao longo do caminho que ele propôs, e estava pronto para fazer concessões.

Juntamente com os acontecimentos políticos em torno da Polônia, é necessário voltar-se para o desenvolvimento das hostilidades no setor central da frente soviético-alemã. A linha da frente soviético-alemã em junho de 1944 passou 240-600 km de Varsóvia, e esta cidade não foi considerada um marco para as ações das tropas soviéticas. Durante a Operação Bagration, as tropas soviéticas conseguiram romper as defesas da Wehrmacht na Bielorrússia e derrotar o Grupo de Exércitos Centro, derrotando 48,6% de suas formações. Uma lacuna de 400 km foi formada na defesa das tropas alemãs, na qual as tropas soviéticas se precipitaram. As tropas do flanco direito da 1ª Frente Bielorrussa desenvolveram uma ofensiva ao norte de Polesye na direção de Baranovichi, Brest.

Mesmo durante a preparação da Operação Bagration, assumiu-se que a derrota das tropas alemãs ao norte de Pripyat permitiria que a ala esquerda da 1ª Frente Bielorrussa entrasse no flanco e na retaguarda das unidades inimigas em retirada e completasse sua derrota. Inicialmente, de acordo com o plano de operação aprovado em 2 de julho, foi planejado derrotar o agrupamento Kovel da Wehrmacht e capturar Brest, após o que as formações móveis desenvolveriam uma ofensiva em Pruzhany, Slonim, ou em Belsk, Bialystok, para para cercar os remanescentes do Grupo de Exércitos Centro nas regiões ocidentais da Bielorrússia. Os exércitos de armas combinadas deveriam ocupar e manter a frente ao longo da linha Siedlce-Lublin.

No entanto, a situação real exigia uma mudança em todo o conceito da operação. Na noite de 5 de julho, o comando alemão retirou as tropas para as alturas a oeste de Kovel. Percebendo essa manobra, as tropas soviéticas começaram a perseguir o inimigo e libertaram Kovel em 6 de julho. O comando soviético considerou que se a retirada do inimigo continuasse, uma ofensiva geral deveria ser lançada. Durante a perseguição, o comando soviético, não sem a ajuda da inteligência alemã, teve a impressão de que a Wehrmacht estava sendo retirada através do rio Bug Ocidental, mas em 8 de julho, unidades do 11º Corpo Panzer inesperadamente encontraram as defesas preparadas do inimigo e sofreu grandes perdas 34 . Portanto, o comando soviético decidiu interromper os ataques dispersos e preparar uma operação para romper a frente, que agora passava ao longo da linha dos rios Pripyat, Ratno, Smidyn, Dolsk, a leste de Verba.

Entretanto, em 7 de julho, o Quartel-General do Alto Comando Supremo aprovou uma nova versão do plano de operação, que foi levado às tropas nos dias 12 e 16 de julho por ordem do comandante das tropas da 1ª Frente Bielorrussa, Marechal do Exército União Soviética K. K. Rokossovsky. As tropas da ala esquerda da frente foram encarregadas de derrotar o inimigo adversário, forçando o rio Bug Ocidental no 3-4º dia da operação e atingindo a frente de Ratno, Zalesye, Savin, Chelm, Dubenka. No futuro, as tropas deveriam ter desenvolvido a ofensiva nas direções noroeste e oeste, para que até o final de julho as forças principais chegassem à linha Lukow-Lublin. Ao mesmo tempo, foi planejado para cobrir o agrupamento inimigo de Brest do sudoeste, impedindo-o de recuar para Varsóvia. As tropas da ala direita da frente deveriam atacar das regiões do sul da Bielorrússia Ocidental na direção de Varsóvia, contornando o agrupamento de Brest do norte. No futuro, as formações da 1ª Frente Bielorrussa avançaram para os rios Narew e Vístula 35 .

A frente concentrou seus principais esforços na operação Lublin-Brest na ala esquerda, que incluiu 36 divisões de fuzil e 6 de cavalaria (570.400 pessoas, 9.954 canhões e morteiros, 1.748 tanques e canhões autopropulsados, 1.465 aeronaves). 9 divisões de infantaria e 3 brigadas de canhão de assalto do 8º Exército e 56º Corpo de Tanques do 4º Exército de Tanques (cerca de 111.600 pessoas, 1.550 canhões e morteiros, 211 tanques e canhões de assalto), cujas principais forças estavam na zona de defesa tática ( profundidade até 15 km). O sucesso da próxima ofensiva foi facilitado pelo fato de que na manhã de 13 de julho, formações da 1ª Frente Ucraniana, que romperam a frente do Grupo de Exércitos do Norte da Ucrânia, partiram para a ofensiva contra Lviv.

A ofensiva das tropas da ala esquerda da 1ª Frente Bielorrussa começou na manhã de 18 de julho. Tendo rompido as defesas inimigas, as tropas do 47º, 8º Guarda 69º Exércitos em 20-21 de julho chegaram ao rio Bug Ocidental em uma ampla frente, cruzaram-no em movimento em três setores e entraram no território da Polônia, libertando a cidade de Chelm em 22 de julho. Entretanto, às 20h30 do dia 21 de julho, com a Portaria nº. capturar a cidade de Lublin” (documento nº 7). Lublin era o centro da voivodia e uma cidade polonesa bastante grande na zona de ação da 1ª Frente Bielorrussa, onde o PKNO poderia estar localizado. Além disso, era necessário levar em conta o fato de que os destacamentos do AK na região de Lublin começaram a liberar pequenas cidades e aldeias, e era necessário impedir a tomada do poder no centro da voivodia 36 . Cumprindo a diretriz do Quartel-General do Alto Comando Supremo, o 2º Exército Panzer, introduzido no avanço em 22 de julho, com a ajuda de parte das forças do 8º Exército de Guardas, libertou Lublin em 23 de julho e chegou ao rio em julho 25. Vístula perto das cidades de Deblin e Pulawy 37 .

Criado em 22 de julho, o Grupo Mecanizado de Cavalaria do Tenente General V.V. Kryukova (2ª Cavalaria de Guardas e 11º Corpo de Tanques), desenvolvendo uma ofensiva ao noroeste, em 23 de julho capturou as cidades de Parchev e Radzyn, em 24 de julho - a cidade de Lukow, e na noite de 25 de julho iniciou uma batalha pelo cidade de Siedlce. No entanto, descobriu-se que o inimigo, tendo recebido novos reforços, estava teimosamente segurando a cidade. No final de 26 de julho, os exércitos da ala direita da frente lutaram até o rio. Western Bug, cobrindo o agrupamento Brest do inimigo do norte e noroeste. Tropas do 70º Exército cruzaram o rio ao sul de Brest e contornaram a cidade pelo sudoeste. Tropas do 61º Exército se aproximaram dele pelo leste.

A derrota do Grupo de Exércitos Centro, a bem-sucedida ofensiva soviética na Ucrânia Ocidental e nos Estados bálticos, o desembarque aliado na Normandia e a tentativa de assassinato de Hitler em 20 de julho de 1944, criaram a esperança do comando soviético de uma derrota precoce do Exército. inimigo. Já em 19 de julho, o vice-comandante-em-chefe marechal da União Soviética G.K.

"1. O principal objetivo estratégico das 1ª, 2ª e 3ª frentes bielorrussas para a próxima etapa deve ser: alcançar o Vístula até a Baía de Danzig inclusive e capturar a Prússia Oriental ou, em casos extremos, cortar a Prússia Oriental da Alemanha Central simultaneamente com alcançar a Vístula.

A Prússia Oriental, em termos de presença de cinturões fortificados, equipamentos de engenharia e condições naturais, é um obstáculo muito sério. As aproximações de Koenigsberg do sudeste e do sul são cobertas por cinco bandas fortificadas, e do leste, além disso, a oeste de Insterburg, uma área de inundação foi preparada.

As direções mais favoráveis ​​para a ofensiva na Prússia Oriental:

1ª direção - da região de Tilsit ao longo da costa na direção geral para Königsberg via Libots.

2ª direção - da região de Kaunas - Alytus através de Gumbinen e Koenigsberg, contornando a área de inundação e a região fortificada de Letzen pelo sul.

Além disso, um forte agrupamento deve ser lançado a leste do Vístula na direção geral de Marienburg, a fim de isolar a Prússia Oriental da região de Danzig.

1ª direção - um ataque da região de Tilsit só pode ser realizado quando a Lituânia estiver livre dos alemães.

As 2ª e 3ª direções podem ser usadas no desenvolvimento da ofensiva pelas 3ª e 2ª frentes bielorrussas.

3. Um golpe através de Gumbinen pode ser desferido por Chernyakhovsky, que, com parte de suas forças, deve avançar para o norte das florestas de Augustow através de Suwalki até Goldap.

O golpe da área de Mlava deve ser desferido pela 2ª Frente Bielorrussa nas seguintes direções:

a) um grupo por Allenstein;

b) um grupo para Marienburg para acesso à Baía de Danzig;

c) um grupo deve ir ao Vístula na seção Grudzians - Neshava, onde ganhará uma posição.

À esquerda, para a fronteira com a 1ª Frente Ucraniana, a 1ª Frente Bielorrussa deve sair, enquanto a frente deve definitivamente capturar boas cabeças de ponte na margem ocidental do rio. Wisla.

4. Bastarão tropas suficientes para que a 1ª Frente Bielorrussa realize as tarefas acima. Ele precisa adicionar 300 tanques e 100 canhões autopropulsados.

A 2ª Frente Bielorrussa precisará de um exército de 9 divisões, um corpo de fuzileiros - três divisões, dois - três corpos de tanques ou um exército de tanques, quatro regimentos de tanques pesados, quatro regimentos de artilharia autopropulsada - 152-mm e fortalecer a frente com aviação. Em conclusão, o marechal Zhukov esboçou propostas para linhas divisórias entre as frentes.

Assim, o Vice-Comandante Supremo considerou que as formações do derrotado Grupo de Exércitos Centro não seriam capazes de oferecer séria resistência às tropas das 3ª, 2ª e 1ª Frentes Bielorrussas, que em breve conseguiriam libertar Nordeste da Polônia. Mais complexa e difícil lhe parecia a operação contra a Prússia Oriental, que, aparentemente, se tornaria a principal na direção oeste no outono de 1944.

Em 27 de julho, uma reunião da sede do Alto Comando Supremo foi realizada em Moscou, que discutiu a atual situação estratégica na frente soviético-alemã. A bem sucedida ofensiva do Exército Vermelho na frente do Mar Báltico aos Cárpatos permitiu avaliar a situação como um todo com otimismo. Supunha-se que em breve seria possível libertar a Polônia Central e do Sul e, no futuro, cortar as tropas alemãs no Báltico da Prússia Oriental e a própria Prússia Oriental da Alemanha. Quanto às tropas da 1ª Frente Bielorrussa, embora suas formações do flanco direito estivessem atrás das do flanco esquerdo em 200-250 km, e a retaguarda ficasse para trás, considerou-se possível continuar a ofensiva nas regiões centrais da Polônia 39 .

Uma superestimação dos sucessos das tropas soviéticas e uma subestimação das capacidades de combate do inimigo levaram ao fato de que às 24 horas do dia 27 de julho, a Sede do Alto Comando Supremo, com sua diretiva nº 220162, colocou as tropas de a 1ª Frente Bielorrussa a tarefa de chegar às regiões centrais da Polónia (doc. n.º 34). Foi em 27 de julho que Varsóvia apareceu pela primeira vez na diretriz do Quartel-General do Alto Comando Supremo como guia para o avanço das tropas do Exército Vermelho. Os principais esforços das tropas visavam contornar Varsóvia do norte e do sul, uma vez que se assumia a presença de fortificações da Wehrmacht nos arredores da cidade. Na margem leste do Vístula, as tropas soviéticas deveriam ocupar apenas Praga, mas não tentar invadir a capital polonesa. Na verdade, a liderança soviética naquele momento não tinha dúvidas sobre a viabilidade desse plano. Claro, isso foi o resultado de uma avaliação excessivamente otimista da situação na frente.

O comando alemão tentou com todas as suas forças deter a ofensiva do Exército Vermelho na Bielorrússia Ocidental, manter a frente nas proximidades das fronteiras orientais da Alemanha e, acima de tudo, manter as linhas dos rios Narew e Vístula. Para isso, unidades de outras frentes e da Alemanha foram transferidas para o setor central da frente soviético-alemã. Assim, no período de 23 de junho a 16 de julho, 20 divisões (incluindo 4 divisões de tanques), 4 brigadas e 19 regimentos separados foram enviados para a Bielorrússia. Na segunda metade, outras 16 divisões foram enviadas para lá (incluindo 4 divisões de tanques), 2 brigadas e 3 regimentos separados. Em 23 de julho, o novo chefe do estado-maior das forças terrestres da Wehrmacht, coronel-general G. Guderian, ordenou manter a linha pp. por todos os meios. Vístula e San, porque "caso contrário, você pode voltar gradualmente para o Oder e o Elba". Um papel importante foi atribuído à retenção de Varsóvia - este centro de comunicações e um possível local para a travessia do Vístula com grandes massas de tropas no caso de o Exército Vermelho capturar pontes inteiras na cidade 41 . Portanto, no mesmo dia, o comando do Grupo de Exércitos Centro decidiu concentrar o agrupamento principal de tanques nos arredores de Varsóvia. O comando alemão considerou a ofensiva da ala esquerda da 1ª Frente Bielorrussa como a mais séria ameaça à detenção da linha do rio. O Vístula de Varsóvia a Pulaw em 24 de julho foi introduzido pelo 9º Exército, ao qual todas as tropas que chegavam a este setor estavam subordinadas.

Enquanto isso, o comando da 1ª Frente Bielorrussa em 26 de julho ordenou acelerar o avanço das tropas no flanco esquerdo. Do 1º Exército polonês foi exigido “a partir da manhã de 26.7.44 continuar se movendo na direção geral de Kuruw, Demblin com a tarefa - em 28.7.44 para alcançar a linha do rio Vístula na área: Rytsice (1 km de [norte] -z [oeste] Demblin), Vlastovice (2 km ao sul de [ela] Pulawy) ... Comandante da 8ª Guarda. R: com o lançamento do 1º PA no rio. 4º Guardas do Vístula. sk para se retirar para a faixa de seu exército. Ao comandante do 69º A: continuar a ofensiva na direção geral de Wojciechow, Karchlinska com a tarefa de 26.7.44 para alcançar a linha do rio. Vístula na seção: excluindo Vlastovice, excluindo Józefów” 43 . Em 27 de julho, no flanco esquerdo da frente, o 47º Exército alcançou a linha de Miedzyzhets, Lukow, o 8º Exército de Guardas - a oeste de Lukow, Demblin, as unidades avançadas do 69º Exército se aproximaram do Vístula. Aproximou-se 27 formações de fuzileiros da 8ª Guarda e 69º exércitos começaram a atravessar o rio. Introduzido em batalha em 28 de julho na junção do 8º Guardas e 69º Exércitos, o 1º Exército Polonês também se aproximou do Vístula na área de Demblin, onde deveria tomar seu setor do 2º Exército de Tanques.

Na ala direita da frente, em 28 de julho, as tropas dos 28º, 70º exércitos e o corpo de fuzileiros de guardas do 61º exército ocuparam Brest e no dia seguinte nas florestas a oeste completaram a derrota de até 4 divisões inimigas. Depois disso, em 30 de julho, os 61º e 70º exércitos foram retirados para a reserva do Quartel-General do Alto Comando Supremo. No final de 28 de julho, as principais forças da 1ª Frente Bielorrussa, tendo encontrado resistência obstinada do 2º Exército Alemão reforçado com reservas na curva sul de Lositse, Siedlce, Garvolin, foram forçados a virar sua frente para o norte. Por esta altura, as tropas da 1ª Frente Bielorrussa chegaram à linha do rio Vístula, Garvolin, Kolbel, Kalushin, Siedlce, Byala Podlyaska, r. Kshna, r. Bug Ocidental, Bielsk-Podlaski.

Em 30 de julho, em cumprimento da diretriz do Quartel-General do Alto Comando Supremo nº 220166 de 29 de julho de acelerar a travessia do rio Vístula 44, o comandante das tropas da 1ª Frente Bielorrussa, Marechal Rokossovsky, ordenou a retirada as principais instalações de travessia do rio e garantir a travessia dos exércitos 69º, 1º polaco e 8º e da Guarda. Era necessário elaborar planos para forçar o rio e “levar ao conhecimento dos comandantes de todos os graus que os soldados e comandantes que se distinguiam no forçamento do rio. Vístula, será apresentado para prêmios especiais com encomendas até a concessão do título de Herói da União Soviética" 45 . 29 de julho - 2 de agosto, as tropas do 69º Exército conseguiram capturar uma cabeça de ponte na margem ocidental do rio. O Vístula perto de Pulawy, e em 1-4 de agosto o 8º Exército de Guardas - perto de Magnushev, onde batalhas ferozes se desenrolaram 46 .

Enquanto isso, o 2º Exército Panzer, tendo obtido a oportunidade de manobrar, continuou sua ofensiva ao longo do rio. Vístula para o noroeste, esperando contornar Varsóvia do nordeste e ir para o rio. Narew em Serock. Na noite de 30 de julho, unidades de tanques soviéticos ocuparam Otwotzk, Volomin e Radzymin, cortando assim as rotas de fuga das tropas alemãs que defendiam nas áreas de Siedlce e Minsk-Mazowiecki. As unidades avançadas do 3º Corpo Panzer estavam a 3-4 km da ponte sobre o rio Narew perto de Zagrob (doc. No. 44).

No entanto, a situação geral nos arredores de Varsóvia revelou-se bastante difícil. Formações do 2º Exército Alemão organizaram uma linha defensiva ao longo da linha Siedlce-Biala-Poddyaska, que as tropas soviéticas encontraram em 27 de julho. Aproveitando a desaceleração da ofensiva das tropas da 2ª Frente Bielorrussa e da ala direita das 1ª Frentes Bielorrussas, o inimigo conseguiu lançar um contra-ataque às formações da 1ª Frente Bielorrussa na área de Siedlce. Tudo isso levou ao fato de que os flancos do 2º exército de tanques soviéticos estavam abertos. Nestas condições, o comando alemão, tendo recebido novas formações e avaliado corretamente as intenções dos petroleiros soviéticos de chegar ao curso inferior do rio. Narew, criou um agrupamento impressionante perto de Varsóvia composto por 5 divisões de tanques e 2 de infantaria com um número total de 51,5 mil pessoas, 1158 canhões e morteiros e 600 tanques e canhões de assalto. O 2º Exército Panzer, enfraquecido por uma ofensiva de duas semanas e com interrupções no fornecimento de combustível e munições, totalizou apenas 32 mil pessoas, 468 canhões e morteiros e 425 tanques e canhões autopropulsados ​​47 .

6º Exército Aéreo, interagindo com as tropas da ala esquerda

1ª Frente Bielorrussa, ainda não havia conseguido realocar aeronaves para novos aeródromos mais próximos da linha de frente e também enfrentou dificuldades com a entrega de combustível. Assim, em 29 de julho, na presença de quase 1.400 aeronaves, foram feitas apenas 95 missões e, em 30 de julho, 232 missões para operações em diferentes setores da frente 48 . Assim, a situação do 2º Exército de Tanques Soviético, privado do apoio de unidades de infantaria e cobertura aérea, deve ser considerada muito grave. É claro que nestas condições não poderia haver nenhuma outra ofensiva.

Em 30 de julho, o comando do 2º Exército Panzer informou ao quartel-general da 1ª Frente Bielorrussa sobre a presença da área fortificada de Varsóvia, a situação na frente do exército e planos para novas operações. Ao mesmo tempo, foi feito um pedido para fortalecer a cooperação com a aviação e acelerar o fornecimento de combustíveis e lubrificantes, e foi relatado: "Estou começando a ficar sem fôlego". Este relatório contém a resolução de Rokossovsky: “O exército deve agir de acordo com a situação, evitando atacar áreas fortificadas e estruturas defensivas de longo prazo” (doc. n.º 44).

No entanto, o comando do 2º Exército Panzer descobriu que a situação havia mudado apenas na manhã de 31 de julho, quando um contra-ataque inimigo atingiu as formações do exército por três lados. Parachute Panzer Division "Hermann Göring" e a 19ª Divisão Panzer de Praga, a 4ª Divisão Panzer do norte, e a 5ª Divisão SS Panzer "Viking" e a 3ª Divisão SS Panzer "Dead Head" atacaram das tropas soviéticas do leste, que estavam sob ameaça de cerco. A importância desta operação para o comando alemão é evidenciada pela liderança pessoal do contra-ataque pelo comandante do Grupo de Exércitos Centro, Marechal de Campo V. Modeli. Nesta situação, já às 4h10 do dia 1 de agosto, as tropas do 2.º Exército Panzer receberão ordem para entrar na defensiva (Doc. n.º 49).

O inimigo aumentou a força de ataques contra unidades do 2º Exército Panzer (doca nº 46). Foi o tiroteio dessas batalhas, ouvido em Varsóvia, que levou o comando do AK a decidir iniciar a insurreição às 17h do dia 1º de agosto, pois acreditava erroneamente que o Exército Vermelho poderia entrar em Praga a qualquer dia e que era necessário libertar a capital polaca antes da aproximação. Por sua vez, o comando alemão em Varsóvia acreditava que as formações da Wehrmacht concentradas na periferia da cidade seriam capazes de "deter os russos por muito tempo" 49 .

No final de 2 de agosto, as tropas da 1ª Frente Bielorrussa chegaram à linha a oeste de Surazh, Tsekhanovets, ao norte de Kalushin, Radzymin, a leste de Praga, mais ao sul ao longo do Vístula e continuaram lutando para expandir a cabeça de ponte em sua margem ocidental.

Durante os combates de 1º de agosto, unidades da 19ª Divisão Panzer e da divisão de tanques de pára-quedas "Hermann Goering" repeliram as unidades do flanco esquerdo do 3º Corpo Panzer Soviético para o leste de Radzymin, e às 19h15 do mesmo dia, unidades de a 19ª Divisão Panzer e a 5ª Divisão SS Panzer "Viking" se uniram na área de Okunev, fechando o cerco em torno do 3º Corpo Panzer Soviético. Em 2 e 3 de agosto, as unidades da Wehrmacht continuaram a comprimir a frente de cerco do 3º Corpo Panzer e novamente ocuparam Radzymin e Volomin (ver Diagrama 50). Em 3 de agosto, no relatório do comandante do 2º Exército Panzer sobre intensas batalhas defensivas, o comandante das tropas da 1ª Frente Bielorrussa impôs uma resolução segundo a qual o exército deveria ter "a principal tarefa é não permitir que o inimigo para sul e sudeste" (doc. n.º 57). Assim, naquele momento, o comandante da frente viu o principal perigo no avanço das tropas inimigas na retaguarda das tropas soviéticas desdobradas ao longo do Vístula e lutando por cabeças de ponte em sua margem ocidental.

Naquele momento, a situação era tão obscura para o mais alto quartel-general soviético que, por exemplo, no relatório operacional da manhã nº 215 do Estado-Maior do Exército Vermelho de 2 de agosto, o 2º Exército de Tanques não foi mencionado. Em 4 de agosto, as formações da Wehrmacht completaram a derrota das unidades soviéticas cercadas na área a sudeste de Volomin e continuaram a atacar a frente do 2º Exército Panzer. A intensidade destas batalhas é bem visível no relatório do comandante do 2º Exército Panzer de 5 de agosto (Doc. n.º 70). Os relatórios operacionais do Estado-Maior de 3 a 7 de agosto mostram que as tropas do 2º Exército Panzer travaram batalhas teimosas com as unidades inimigas atacantes, primeiro recuando lentamente para sudeste e depois mantendo suas linhas ocupadas (doc. No. . 46).

Durante essas batalhas, as unidades do 2º Exército Panzer perderam 409 pessoas mortas, 390 desaparecidos e 1.271 feridos, o que representou 48,3% das perdas para todo o período de 20 de julho a 8 de agosto. Em 8 de agosto, o exército de tanques entregou a linha de frente às formações do 47º Exército e foi retirado da batalha. Naquele momento, tinha apenas 27 tanques e 4 canhões autopropulsados ​​de 810 disponíveis até 18 de julho. Ou seja, as perdas totais em veículos blindados totalizaram 779 unidades (92,7%), e 394 tanques e canhões autopropulsados ​​(50,6%), dos quais 244 foram irremediavelmente perdidos (61,9%), foram perdidos nas batalhas de 31 de julho - agosto de 853. Como resultado, o inimigo eliminou a ameaça de tropas soviéticas entrando na retaguarda das formações da Wehrmacht lutando a leste de Varsóvia ao longo da linha Siedlce, Minsk-Mazowiecki, o que, por sua vez, criou o perigo de um contra-ataque da Wehrmacht ao sul da retaguarda do tropas soviéticas que chegaram ao Vístula. Este foi o momento em que o comandante da 1ª Frente Bielorrussa simplesmente não tinha reservas para repelir este golpe. No entanto, as tropas do 2º Panzer e 47º Exércitos conseguiram manter a frente.

O comando soviético não avaliou imediatamente a gravidade da situação. Somente em 6 de agosto, o Marechal G.K. Zhukov, Primeiro Vice-Comandante Supremo Supremo, e o Marechal K.K. Rokossovsky, Comandante da 1ª Frente Bielorrussa, relataram a Moscou: “1. Um forte agrupamento inimigo está operando no setor Sokolow-Podlaski, Ogrudek (10 km ao norte [norte] Kalushin), assentamento de Stanislavov, Volomin, Praga. 2. Não tínhamos forças suficientes para derrotar este agrupamento inimigo. Eles pediram permissão para trazer para a batalha o 70º Exército, que anteriormente havia sido retirado para a reserva do Quartel-General do Alto Comando Supremo, e dar três dias para preparar a operação. "Antes de 10 de agosto, não é possível partir para a ofensiva porque antes disso não temos tempo para entregar a quantidade mínima de munição necessária" 54 . No entanto, isso também não ajudou. Então o comando soviético propôs preparar uma nova operação para ocupar Varsóvia. Já em 8 de agosto, Zhukov e Rokossovsky relataram a I.V. Stalin seus pensamentos sobre o plano dela (doc. No. 82).

No entanto, dadas as circunstâncias, foi impossível realizar este plano. Em primeiro lugar, neste momento, as tropas alemãs atacaram as unidades soviéticas nas cabeças de ponte a oeste do Vístula. Na zona da 1ª Frente Bielorrussa em 14 de agosto, a Wehrmacht atacou as cabeças de ponte Pulawski e Magnushevsky. Somente depois de repelir os golpes do inimigo, as próprias tropas soviéticas lançaram uma série de ataques na segunda quinzena de agosto, buscando expandir suas cabeças de ponte. Enquanto isso, em 29 e 31 de julho, tropas da 1ª Frente Ucraniana capturaram uma cabeça de ponte na margem ocidental do Vístula, na área de Sandomierz. Na manhã de 2 de agosto, as tropas alemãs lançaram um contra-ataque na margem oriental do Vístula para cortar a cabeça de ponte das forças principais. Tendo repelido esses ataques, em 14 de agosto, as tropas soviéticas lançaram uma ofensiva para expandir a cabeça de ponte e cercaram o 42º Corpo de Exército da Wehrmacht perto de Sandomierz, mas em 19 e 21 de agosto o inimigo conseguiu liberá-lo. Em 23-24 e 26-28 de agosto, a Wehrmacht lançou novos ataques contra a cabeça de ponte. Como resultado, a ofensiva das tropas da 1ª Frente Ucraniana em direção a Radom não ocorreu 55 .

Em segundo lugar, o aumento da densidade da defesa da Wehrmacht nos arredores de Praga e no curso médio do rio Narew não permitiu que as tropas soviéticas completassem suas tarefas. Somente nos dias 26 e 27 de agosto o Exército Vermelho cruzou o curso inferior do rio. Western Bug e começou a se mover em direção ao Narew. No entanto, essas batalhas mostraram que as capacidades ofensivas da 1ª Frente Bielorrussa haviam secado. Nesta situação, o comando soviético recusou-se a conduzir a operação de Varsóvia. Às 2 horas da manhã de 29 de agosto, o Quartel-General do Supremo Comando Superior, com sua diretiva nº 220196, exigiu que o comando da l-ª Frente Bielorrussa passasse para uma defesa dura na curva do rio Vístula e mantenha todas as cabeças de ponte na sua margem ocidental. “A ala direita para continuar a ofensiva com a tarefa de chegar ao rio por 4-5,9. Narew até a foz e capturar cabeças de ponte na costa ocidental na área de Pultusk, Serock, e depois passar também para uma defesa dura ”(doc. n.º 177). Diretrizes sobre a transição para a defesa também foram recebidas pelas tropas da 1ª, 4ª frentes ucranianas, 2ª e 3ª bielorrussas.

A mudança na situação militar-operacional perto de Varsóvia nos últimos dias de julho de 1944 causou alarme no quartel-general do comando do AK. Em 31 de julho, em uma reunião matinal da sede do AK, levando em consideração informações de inteligência, Bur-Komorovsky adiou uma revolta armada na cidade. Mas já por volta das 18:00 de 31 de julho, depois de receber informações não confiáveis ​​​​sobre tanques soviéticos em Praga, quase um dia e meio após o início de um poderoso contra-ataque alemão às tropas do 2º Exército Panzer do 1º Frente Bielorrussa, e sob pressão dos generais Okulitzky e Pelchinsky, o quartel-general principal foi guiado por "considerações políticas", marcou o início da restauração às 17h00 do dia 1º de agosto. Com operações militares fugazes (2-3 dias), o quartel-general esperava expulsar os alemães de Varsóvia e assim resolver a questão do poder da Polônia 56 .

Na manhã de 1º de agosto, uma parte dos generais e oficiais do Estado-Maior 57 reuniu-se no distrito de Wola, em Varsóvia. Na noite de 1º para 2 de agosto, o Delegado do Governo Ya. Jankowski e o General T. Bur-Komorowski enviaram um breve despacho a St. Mikolajczyk e ao General K. Sosnkovsky em Londres: “A hora do início da luta pela captura da capital foi marcado para 1 de agosto, 17.00. Começaram os combates”, em 2 de agosto, o comandante do AK informou os comandantes dos distritos do AK sobre a revolta em Varsóvia e ordenou: “Os demais estão realizando a “Tempestade”” 58 . No entanto, a liderança do AK em Varsóvia julgou mal as intenções das tropas soviéticas. Supunha-se que era a capital polonesa que era o principal objetivo da ofensiva do Exército Vermelho. Como mostrado acima, este não foi o caso. Os líderes do levante fizeram toda a aposta no rápido sucesso das tropas soviéticas e na retirada relativamente rápida da Wehrmacht da cidade.

No entanto, às vésperas da revolta, a situação na frente soviético-alemã na região de Varsóvia mudou a favor das tropas alemãs. As tropas do 2º Exército Panzer do Exército Vermelho, avançando para o curso inferior do rio. Narew nordeste de Varsóvia cinco horas antes do levante foram obrigados a ficar na defensiva. Mais tarde, sob os golpes do inimigo, as tropas soviéticas tiveram que recuar para o sudeste 59 (Doc. No. 49). O comando AK não previu tal desenvolvimento de eventos.

Além das circunstâncias militares-operacionais decisivas, mas não levadas em consideração, desfavoráveis ​​ao sucesso dos insurgentes, as circunstâncias da política externa também se mostraram difíceis. Lembre-se que em meados de julho de 1944, os britânicos aliados ao governo polonês não aprovaram as intenções dos poloneses de levantar uma revolta em Varsóvia sem coordenar ações com o lado soviético. Em 28 de julho, o governo britânico se recusou a ajudar os rebeldes com o fornecimento de armas, ataques a aeródromos próximos à cidade e o desembarque da 1ª Brigada de Pára-quedistas polonesa da frente ocidental em Varsóvia.

O comando do AK não conseguiu garantir a rapidez do levante, pois os alemães, com agentes na resistência polonesa, monitoravam a situação na cidade. Durante vários dias, eles receberam relatórios secretos sobre a preparação do levante: “27 / VII - o levante começará. 30/VII - não, nada será feito. 31/VII - nível de alarme 3, iniciará dentro de 40 horas. 1/VIII - aproximadamente às 15h30 - terá início hoje" (Doc. n.º 407). Com base nesses dados às 16:30. um alarme foi anunciado na guarnição alemã em Varsóvia.

Além disso, o comando do AK não conseguiu mobilizar todas as forças à sua disposição para a luta. Uma parte significativa dos destacamentos permaneceu na retaguarda soviética, onde em 1º de agosto muitos deles foram desarmados pelas autoridades militares soviéticas. Parte das unidades AK operavam na retaguarda alemã. No total, na margem ocidental do Vístula, em destacamentos de combate do AK, segundo várias fontes, havia de 16 a 22 mil pessoas. Havia mais de 4.000 combatentes de várias organizações militares no distrito que não estavam subordinados ao comando do AK, incluindo grupos armados criados por comunistas e socialistas de esquerda. Segundo os historiadores poloneses, a proporção numérica das forças polonesas e alemãs em Varsóvia na véspera da revolta era aproximadamente igual. O comandante da guarnição alemã, general R. Stagel, tinha 16 mil soldados na margem ocidental e 4 mil na margem oriental do Vístula e até 50 mil soldados na reserva. Logo após o início da revolta, uma formação de corpo policial liderada pelo general E. von dem Bach-Zelevsky foi concentrada na cidade, e várias unidades colaboracionistas nacionais criadas a partir de ex-prisioneiros de guerra soviéticos foram introduzidas.

Era essencial para o desenvolvimento da situação na cidade que a Wehrmacht tivesse um plano para a defesa de Varsóvia tanto no caso de um ataque das tropas soviéticas quanto no caso de uma revolta dos poloneses. O comando alemão não tinha intenção de render a Região Fortificada de Varsóvia, porque no caso de os alemães perderem uma cidade estrategicamente chave, o caminho para a Europa Central, Berlim e Prússia Oriental ficou aberto para o Exército Vermelho.

Fundamental foi a diferença no fornecimento de armas dos lados alemão e polonês. Os nazistas não sofreram com a falta de armas, a guarnição foi completada, armada e logo reforçada com artilharia, tanques e apoio aéreo. O armamento era o lado mais fraco dos rebeldes. Antes do início do levante, não mais de 10-12% de seus participantes tinham armas, e havia uma escassez aguda de munição, que poderia ser suficiente para 2-3 dias de combate 64 .

A revolta foi liderada pelo comandante do AK, general T. Bur-Komorovsky, e pelo comandante do distrito de Varsóvia, coronel A. Khrushchel, que logo recebeu o posto de general. A revolta foi iniciada, segundo várias fontes, de 1,5 a 3,5 mil pessoas, a eles se juntaram membros de outras organizações e grupos armados, incluindo o Exército do Povo comunista (AL) e destacamentos do Exército do Povo Polonês (PAL ) dos socialistas de esquerda. Os rebeldes foram apoiados com entusiasmo por parte da população da cidade. As fileiras dos que lutaram cresceram para 15 mil pessoas, porém, mal armadas.

No entanto, a atuação em Varsóvia assumiu um caráter nacional. Os primeiros dias foram bem sucedidos para os rebeldes, a revolta cobriu uma parte significativa da cidade. No entanto, eles não conseguiram capturar as pontes sobre o Vístula e impedir os alemães de entregar armas e reabastecer o pessoal.

Já no segundo dia da luta, os rebeldes encontraram forte resistência do inimigo, que em 5 de agosto partiu para a ofensiva, cortando o território da cidade ocupada por eles em seções separadas, usando tanques, artilharia e aeronaves. Nos primeiros dias de agosto, uma revolta foi esmagada na margem direita do Vístula - em Praga. Em 11 de agosto, os centros da revolta caíram em grandes áreas da capital - Volya e Okhota, em 12 de agosto, os invasores controlavam quase 3/4 do território da cidade. Em 17 de agosto, os alemães romperam a resistência dos rebeldes na região de Stare Miasto. Os rebeldes se viram em uma situação difícil devido à falta de armas, remédios, água e comida. A luta dos nazistas foi acompanhada por operações punitivas maciças contra a população civil e a destruição metódica da cidade. No entanto, os defensores de Śródmieście (centro da cidade), Mokotov, Zoliborz e Kampinoska Puscha, onde os aviões aliados lançavam argamassa para os insurgentes, continuaram a lutar 66 .

Quão realistas foram os cálculos dos políticos poloneses para o sucesso do levante, tendo em mente o estado dos “assuntos” poloneses na liderança da coalizão anti-Hitler? Já em meados de agosto de 1944, a liderança do levante em Varsóvia e a Londres "polonesa" perceberam que o sucesso militar do levante era problemático, o que significa que o objetivo principal - a vitória política de seus organizadores 67 - não seria alcançado , e rapidamente decidiu sobre o "principal culpado" da próxima derrota. Despachos foram enviados ao governo e ao quartel-general do Supremo Comandante-em-Chefe de Varsóvia informando sobre o "silêncio" na frente soviética, sobre a "parada consciente" da ofensiva soviética e a cessação "demonstrativa" de todas as hostilidades por o comando soviético. Tal informação deveria explicar o fracasso dos rebeldes pelas ações "insidiosas" das tropas soviéticas perto de Varsóvia, a malícia política dos "soviéticos" para destruir a revolta e destruir o AK, e ao mesmo tempo encobrir a questão da decisão errônea sobre o local e a hora do levante e o fracasso político-militar do plano para evitar a influência política da URSS na Polônia 68 (Doc. n. 197).

Como mostrado acima, as avaliações da liderança do levante do estado de coisas na frente soviético-alemã perto de Varsóvia foram um erro de consciência ou uma distorção maliciosa da verdade. Na verdade, o levante não se correlacionou com os planos operacionais militares imediatos do comando soviético, cuja atenção principal em agosto-outubro de 1944 estava voltada para as então estrategicamente prioritárias áreas operacionais noroeste (Báltico) e sudoeste (Bálcãs). As tropas soviéticas entraram na Romênia e na Bulgária, que romperam a aliança com a Alemanha e passaram para o lado da coalizão anti-Hitler. O Exército Vermelho avançou em direção às fronteiras iugoslavas e húngaras.

Na virada de julho-agosto de 1944, as relações entre a URSS e o PKN estavam tomando forma e a liderança soviética estava “trabalhando” na possibilidade de criar um governo de coalizão de pleno direito da Polônia em sua base, de forma a minimizar dificuldades nas relações com Roosevelt e Churchill. Portanto, Stalin concordou em receber o primeiro-ministro do governo da Polônia, St. Mikolajczyk, que chegou a Moscou em 30 de julho, foi recebido por V.M. Molotov em 31 de julho e duas vezes, em 3 e 9 de agosto, conversou com I.V. Stálin.

Informações incertas sobre o plano de uma revolta armada na capital foram relatadas pela primeira vez pelo primeiro-ministro em uma reunião com Molotov, dizendo que "o governo polonês estava considerando um plano para uma revolta geral em Varsóvia e queria pedir ao governo soviético que bombardeasse aeródromos perto de Varsóvia." Molotov não deu importância a essas palavras, afirmando em resposta que "apenas cerca de dez quilômetros foram deixados para Varsóvia" (Doc. No. 47). Em Moscou, concordando com a visita de Mikolajczyk, eles planejaram discutir com ele a questão central - a criação de um governo de coalizão baseado no PKNO com a participação de políticos individuais do governo polonês. Em 2 de agosto, Stalin, às vésperas de seu encontro com Mikolajczyk, escreveu a Roosevelt que tudo dependia "da capacidade de certas pessoas do governo polonês no exílio de cooperar com o PKNO, já operando na Polônia". O líder da URSS deixou claro ao presidente dos Estados Unidos que uma nova resolução da questão polonesa era possível ao longo do caminho proposto pelo lado soviético, que estava pronto para fazer compromissos, "fornecendo a todos os poloneses a assistência possível neste assunto " 69 . É verdade que Stalin manteve silêncio sobre o fato de que em 1º de agosto ele de fato reconheceu o PKNO.

Quanto à posição dos aliados ocidentais em relação ao levante em Varsóvia, então, como observado anteriormente, os britânicos não apoiaram o plano dos poloneses, temendo complicações nas relações com a URSS. Moscou, por outro lado, não foi avisada com antecedência sobre o levante. Segundo Molotov, informações “sobre o arriscado empreendimento de 1º de agosto” chegaram à capital soviética da agência Reuters em 2 de agosto, e ao mesmo tempo os britânicos enviaram um pedido de Varsóvia “para que os russos nos ajudassem com um ataque imediato de fora” 70 . Este foi o primeiro e único, até os últimos dias de setembro de 1944, o pedido polonês para a tomada da cidade pelas tropas soviéticas, que sozinho poderia salvar os rebeldes.

Em 3 de agosto, Mikolajczyk, para quem a questão de um novo governo de coalizão na Polônia não era o ponto principal da viagem a Moscou, na verdade esboçou ao líder soviético o plano político dos organizadores do levante. Mikołajczyk admitiu, em primeiro lugar, que "eu gostaria de pedir ao marechal Stalin que instruísse as tropas soviéticas a ajudar o exército polonês interno para que ele possa continuar sua luta contra os alemães". Em segundo lugar, reagindo ao facto da criação do PKNO, o primeiro-ministro “gostaria de dizer a este respeito que quando as tropas soviéticas entrarem em Varsóvia, o vice-primeiro-ministro do governo polaco e o comandante do exército clandestino, que com problemas administrativos na Polônia, chegará a eles”, e expressou confiança de que “as autoridades soviéticas não causarão nenhum dano a essas pessoas” 71 . Em terceiro lugar, Mikołajczyk afirmou com firmeza que “ele quer estar em Varsóvia”, e à observação de Stalin “que os alemães têm Varsóvia”, ele respondeu: “como ele pensa, Varsóvia em breve será libertada e ele poderá criar uma nova governo lá, baseado contra todas as forças da Polônia” (Doc. n. 54). Essa declaração foi de fundamental importância para Stalin, porque dizia respeito às intenções polonesas de resolver a questão do poder no país, impedindo a participação da URSS e de representantes do PKNO nisso.

Portanto, a atitude da liderança soviética em relação ao levante inesperado em Varsóvia desde o início acabou sendo cautelosa. Em uma carta a Churchill em 5 de agosto, Stalin expressou confiança de que "as informações dos poloneses [sobre os sucessos dos rebeldes] são muito exageradas e não inspiram confiança", expressou dúvidas sobre a capacidade do AK de expulsar os alemães da cidade e "tomar Varsóvia, para a defesa da qual os alemães colocaram quatro divisões de tanques, incluindo a divisão "Hermann Goering" ”(doc. No. 67). Mas, em resposta ao pedido de assistência armada de Mikolajczyk durante a segunda reunião em 9 de agosto, Stalin prometeu fazer "todo o possível" e enviar um oficial de ligação soviético a Varsóvia (Doc. No. 88).

Desde os primeiros dias da revolta, a liderança polonesa exigiu ajuda dos aliados ocidentais. Assim, em 3 de agosto, o presidente polonês V. Rachkevich enviou uma carta a W. Churchill, na qual dizia: “Varsóvia já está lutando há dois dias. Uma condição indispensável para salvar a cidade é o lançamento de uma grande quantidade de armas e munições esta noite nos pontos indicados. Armas e munições são preparadas em bases na Itália. Sem essa assistência imediata, nossas forças que lutam em Varsóvia enfrentarão a derrota e a população enfrentará a ameaça de destruição em massa antes mesmo que as tropas soviéticas consigam chegar a Varsóvia.”

A assistência do governo da Polônia foi exigida pelo comando do AK e pela liderança política do levante em Varsóvia (Doc. No. 62). Em 5 de agosto, o presidente da Polônia pediu ajuda a Churchill (doc. No. 68), e os ministros do governo polonês solicitaram o mesmo ao Ministério das Relações Exteriores britânico. No entanto, não houve ajuda significativa até agora. Em 7 de agosto, em Varsóvia, foi declarado “o completo isolamento de nossa insurreição no campo anglo-saxão” (Doc. n. 78).

O primeiro-ministro britânico foi obrigado a prometer apoio, mas se recusou cada vez mais a exigir lançamentos regulares de armas, referindo-se ao fato de que as tripulações de aeronaves aliadas polonesas e britânicas (sul-africanas) estavam enfrentando longas e perigosas expedições de bases na Itália. Os pilotos não podiam garantir a precisão do acerto da carga, pois podiam cair de uma altura de 4,5 a 5 km. Os voos eram frequentemente atrasados ​​devido às condições meteorológicas adversas. A liderança britânica concordou em enviar sua missão militar para a guerra de Varsóvia e conceder ao AK e seus soldados o status internacional de combatentes na luta contra a Alemanha.

Os voos realizados irregularmente causaram mal-entendidos no comando militar polonês em Londres e irritação na liderança político-militar do levante em Varsóvia. Em 8 de agosto, o Comandante-em-Chefe Supremo, General K. Sosnkovsky, escreveu a Bur-Komorovsky que "aplica sua vontade e energia para quebrar a passividade dos aliados". Observando a "grande resistência" dos aliados, o general manifestou a esperança "embora em parte para convencê-los, especialmente na questão do lançamento de armas". 9 de agosto O delegado do governo em Varsóvia J. Jankowski e o chefe do parlamento clandestino (REN) K. Puzhak em uma carta ao presidente V. Rachkevich continuaram a exigir categoricamente quedas "imediatas, significativas e rápidas" de armas, bombardeios e desembarques em a cidade da brigada de pára-quedas polonesa. Em 10 de agosto, Yankovsky escreveu ao presidente do país: “Só uma vez recebemos uma pequena gota [de armas] de você. Houve silêncio na frente soviético-alemã desde o dia 3. Não temos assistência material nem moral... de vocês nem recebemos o devido reconhecimento de nossas ações... [os rebeldes] se sentem enganados, começam a resmungar." Naquele dia, Sosnkowski escreveu a Varsóvia: “Estamos fazendo esforços incansáveis ​​para organizar a assistência para você”, mas advertiu que “não temos o direito de tranquilizá-lo, não podemos garantir nada” (Doc. n. 113). Em 11 de agosto, eles relataram da cidade: “Não há dispensas, nenhuma promessa deles, nenhuma ajuda. Estamos lidando com uma zombaria de nosso povo nunca vista na história”. No território da Cidade Velha cercado pelos nazistas, seus "não-defensores não receberam uma única gota devido às ações da defesa aérea alemã" 72 . Em 12 de agosto, a liderança político-militar do levante em Varsóvia apelou para Roosevelt e Churchill por ajuda (Doc. No. 110).

Nesta situação difícil, os aliados ocidentais da Polônia tentaram recrutar Stalin para ajudar a cidade rebelde. Em 3 de agosto, a missão militar britânica encaminhou um apelo sobre esta questão aos poloneses de Varsóvia, que pediram para invadir a cidade pelas tropas soviéticas (Doc. nº 53). Em 4 de agosto, Churchill escreveu que os poloneses estavam "pedindo ajuda russa, o que parece muito próximo". O embaixador britânico na URSS, A. Clark Kerr, dirigiu-se a Molotov com o mesmo pedido naquele dia (Doc. No. 59). Em 8 de agosto, respondendo a Churchill, Stalin apontou que Mikolajczyk "tem informações insatisfatórias sobre os assuntos na Polônia". Ele relatou as reuniões de Mikolajczyk com os líderes do KRN e do PKNO, detalhou as divergências que dificultam os acordos entre os poloneses de "Londres" e "Lublin", e admitiu que as reuniões "ainda não levaram aos resultados desejados", mas " ainda teve um efeito positivo... Vamos torcer para que as coisas melhorem no futuro” 73 .

Em 9 de agosto, a situação militar-operacional dos rebeldes havia se deteriorado visivelmente. Portanto, em outra conversa com Stalin, Mikolajczyk pediu assistência a Varsóvia largando armas. "Os poloneses precisam de armas para resistir." Stalin definiu “começar com uma revolta... uma coisa irrealista”, já que “os alemães apenas na região de Praga têm três divisões de tanques, sem contar a infantaria. Só tenho pena desses poloneses.” Ao mesmo tempo, prometeu ajudar com armas e observou: “As tropas soviéticas, é claro, vencerão a resistência dos alemães e tomarão Varsóvia, mas isso levará tempo” (doc. n. 88). Mikolajczyk não pediu um assalto à cidade, o que correspondia plenamente às táticas do comando do AK - resistir a qualquer custo até o momento em que seja possível expulsar os nazistas da cidade por conta própria 74 . A invasão da cidade pelas tropas soviéticas não garantiu ao AK o principal - o retorno do governo do exílio e uma vitória geopolítica na "luta" com os "soviéticos".

As principais questões políticas discutidas no Kremlin em 9 de agosto foram a questão da fronteira e a criação de um novo governo. Mikolajczyk não aceitou a proposta soviética (a renúncia da Polônia à posse dos kreses orientais a ser compensada por incrementos territoriais às custas da Alemanha) em termos de perda de kreses. A segunda proposta de Stalin sobre a criação de um novo governo de coalizão da Polônia, que o primeiro-ministro discutiu em 6 e 7 de agosto com os líderes do KRN (B. Bierut), PKNO (E. Osubka-Moravsky) que chegaram a Moscou , e em 8 de agosto na mesma composição com V. M. Molotov , também não foi aceito 75 . Mikolajczyk recusou-se a aceitar o cargo de primeiro-ministro do novo governo em Lublin oferecido a ele. Provavelmente, contando com os aliados, ainda tinha esperança no sucesso político-militar do levante e na expulsão do PKWN do processo político na Polônia 76 .

Considerando a promessa de ajuda feita por Stalin a Mikolajczyk durante a conversa de 9 de agosto, os britânicos apressadamente, em 10 de agosto, forneceram as coordenadas para a recepção de um oficial soviético em Varsóvia 77 . Nos dias 11 e 12 de agosto, o embaixador britânico em Moscou transmitiu ao lado soviético os pedidos de ajuda que vinham de Varsóvia para Londres. No mesmo dia, Churchill informou a Stalin que os poloneses “imploravam por metralhadoras e munição. Pode dar-lhes mais ajuda, já que a distância da Itália é muito grande” (Doc. n. 116). Em 13 de agosto, Mikolajczyk recorreu a Stalin com um pedido de ajuda na revolta em Varsóvia (Doc. No. 117).

Para o presidente dos EUA F.D. Roosevelt, os problemas poloneses do verão-outono de 1944 não eram uma prioridade. Políticos americanos, referindo-se ao fato de que "Varsóvia está na esfera de ações tático-militares da Rússia e sem o seu consentimento eles não podem fazer nada", tornaram sua posição em relação à Polônia dependente dos acordos entre o governo polonês e a URSS sobre o assunto da fronteira e restabelecimento das relações diplomáticas relações 78 .

Por sua vez, para Stalin, a participação americana na resolução da “questão” polonesa foi extremamente importante, mas não tanto em relação à Revolta de Varsóvia, mas para dar legitimidade ao PKNO. Em Moscou, eles tentaram obter pelo menos um consentimento americano indireto para sua existência. Para isso, foi elaborada a opção de usar a figura de O. Lange, socialista polonês, conhecido professor de economia da Universidade de Chicago, que visitou a URSS e conversou repetidamente com Stalin na primavera de 1944. Lange aceitou a versão soviética da resolução das contradições soviético-polonesas e em junho de 1944 atuou como intermediário na organização do contato entre Moscou e Mikolajczyk 79 .

Em 8 de agosto, a liderança do PKNO, por iniciativa própria, dirigiu-se ao presidente americano com um pedido para permitir que o cidadão americano O. Lange viajasse para a Polônia para se juntar ao PKNO e chefiar o Departamento de Relações Exteriores , se necessário, cancelar o status de cidadão americano 80 .

Em 9 de agosto, em mensagem a Roosevelt, Stalin informou o presidente americano sobre as reuniões com o primeiro-ministro polonês em Moscou, detendo-se em detalhes sobre as conversas deste último com representantes do PKNO, e concluiu que “tanto o Comitê Nacional Polonês quanto Mikolajczyk expressam um desejo de trabalhar juntos e buscar soluções práticas nesse sentido, oportunidades” (Doc. n. 89). O sentido político das informações contidas na mensagem foi concluído em seu último parágrafo, onde Stalin apoiou o pedido do PCWL para Lang e manifestou a esperança de que o Presidente não recusasse "o apoio necessário neste assunto, que é de tão grande importância para a causa dos Aliados" 81 .

A resposta de Roosevelt foi recebida em Moscou em 12 de agosto. Ele era afiado o suficiente. Depois de estipular que “Você entende, tenho certeza de que é difícil para o governo dos Estados Unidos nesta fase [uma referência à próxima eleição presidencial dos EUA] tomar uma ação formal contra Lange. Como pessoa física, ele, é claro, tem, de acordo com a lei, todo o direito de fazer o que considera certo”, Roosevelt na verdade negou seu pedido a Stalin: “... na situação atual, e especialmente até o final das negociações entre o Primeiro Ministro Mikolajczyk, o Governo que ainda continuamos a reconhecer oficialmente, e o Comité Polaco, o Governo dos Estados Unidos não deseja ser envolvido na questão do pedido do Comité Polaco para que o Professor Lange se junte a ele como chefe dos Negócios Estrangeiros departamento, para expressar qualquer opinião em relação a este pedido." 82 O lado soviético provavelmente considerou tal recusa como uma violação da cooperação soviético-americana. Mas recentemente, o presidente norte-americano assegurou que "não pretende de forma alguma impor sua opinião sobre questões que são de especial importância para Stalin e seu país" 83 .

A reação de Moscou foi a Declaração da TASS publicada em 13 de agosto, que formulava a dura opinião da URSS sobre o levante em Varsóvia: esta não lhes forneceu a assistência adequada. A TASS está autorizada a declarar que essas declarações e alusões na imprensa estrangeira são fruto de um mal-entendido ou uma manifestação de calúnia contra o comando soviético. A TASS sabe que os círculos poloneses de Londres responsáveis ​​pelo que está acontecendo em Varsóvia não fizeram tentativas anteriores de notificar e coordenar com o comando militar soviético quaisquer manifestações em Varsóvia. Em vista disso, a responsabilidade pelo que está acontecendo em Varsóvia recai exclusivamente sobre os círculos de emigrados poloneses em Londres” (Doc. n. 118).

Após a publicação desta declaração, Moscou considerou a questão da assistência soviética a Varsóvia removida da agenda. As avaliações da revolta nas mensagens de Stalin a Churchill e Mikolajczyk, e na correspondência que se seguiu entre o Ministério das Relações Exteriores da URSS e os embaixadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos em Moscou, tornaram-se cada vez mais duras.

Na nova situação, os aliados ocidentais tentaram suavizar a posição do lado soviético. Em 13 de agosto, o Estado-Maior do Exército Vermelho recebeu informações da missão militar britânica sobre a preparação de uma operação americana para entregar armas alemãs capturadas a Varsóvia “de bases na Rússia” (doc. n. 122). Em 14 de agosto, V.M. Molotov recebeu uma mensagem do embaixador americano A. Harriman de que "há uma intenção de enviar bombardeiros americanos para Varsóvia". Ao mesmo tempo, o embaixador britânico informou sobre o apelo polonês aos aliados para reconhecer o AK como um exército lutando contra a Alemanha e, assim, garantir aos seus soldados o status de prisioneiro de guerra em caso de derrota do levante, e perguntou sobre a atitude de Molotov em relação a essa ideia (doc. No. 123).

O Comissário do Povo evitou uma resposta direta, referindo-se ao fato de que os destacamentos do AK estão lutando em duas frentes - contra a Alemanha e contra a URSS. No mesmo dia, Molotov recebeu um pedido de Harriman sobre a possibilidade de pousar em território soviético aviões americanos fazendo vôos de vaivém da Grã-Bretanha para entregar suprimentos aos insurgentes de Varsóvia. O embaixador acreditava que "podemos fornecer a assistência mais eficaz por meio de voos diurnos de bombardeiros americanos para as bases soviéticas" (Doc. No. 124).

A recusa foi enviada a Harriman pelo vice-comissário do povo A. Ya. Vyshinsky na manhã de 15 de agosto e repetida no mesmo dia a dois embaixadores que o visitaram com um pedido de reconsideração dessa decisão. A recusa foi motivada pelo fato de que a aceitação de aeronaves americanas ou britânicas em território soviético significaria a participação da URSS na "aventura em Varsóvia", da qual a liderança soviética se dissociou. “Não é de todo uma questão”, disse Vyshinsky, “impedir os americanos ou qualquer outra pessoa de tais tentativas, que estamos falando de uma avaliação dos eventos de Varsóvia, que são aventureiros, o que determina nossa atitude em relação à questão de abandonar armas em Varsóvia” (Doc No. 129). Em 16 de agosto, Vyshinsky, recebendo Harriman, repetiu esta declaração (Doc. No. 136).

Em 16 de agosto, em mensagem a Churchill, Stalin escreveu que “A ação de Varsóvia é uma aventura imprudente e terrível, custando grandes sacrifícios à população... a aventura de Varsóvia, uma vez que não pode ter nenhuma responsabilidade direta ou indireta pela ação de Varsóvia”. Fazendo uma avaliação dura dos acontecimentos em Varsóvia, Stalin argumentou que “isso não teria acontecido se o comando soviético tivesse sido informado antes do início da ação de Varsóvia e se os poloneses tivessem mantido contato com este último” (Doc. nº 132). ). No mesmo dia, em carta a Mikołajczyk, Stalin definiu o plano de insurreição como “uma aventura frívola causando baixas inúteis da população” e chamou a atenção do primeiro-ministro polonês para “uma campanha caluniosa da imprensa polonesa com indícios de que o comando soviético falhou com o povo de Varsóvia” (Doc. No. 133).

Em 17 de agosto, os embaixadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha foram novamente recebidos por Molotov. Travou-se uma longa conversa, começando com um pedido para ser recebido por Stalin e terminando com a declaração do Comissário do Povo de que "o governo soviético não mudará de posição", inclusive sobre a questão do uso de aeródromos soviéticos por aviões americanos que voam para Varsóvia . Seguiu-se um alerta sobre a intenção do governo soviético de se recusar a usar os aeródromos fornecidos pela aviação norte-americana para operações de ônibus espaciais contra a Alemanha (doc. nº 141).

A liderança soviética deu repetidamente uma resposta negativa à dada, a partir de meados de agosto de 1944, pelos embaixadores da Grã-Bretanha e dos EUA na URSS A. Clark Kerr e A. Harriman, bem como St. Mikolajczyk, a questão do envolvimento soviético no início do levante, que teria sido levantada “sob a influência de repetidos apelos soviéticos para agir mais ativamente” (documentos nº 136, nº 137, nº 133, nº 141,
Nº 143, Nº 146, Nº 164). Cartas de resposta do lado britânico datadas de 18 e 20 de agosto, A.Ya. Vyshinsky negou categoricamente a informação de Varsóvia de que uma das razões para a ação dos poloneses em Varsóvia foram os apelos soviéticos para uma revolta em Varsóvia: O comando soviético, nem qualquer ou outro órgão soviético jamais convocou os poloneses a se revoltarem em Varsóvia 84 . O governo soviético não tem dúvidas de que esta ordem foi dada pelo governo polonês no exílio...” (Doc. nº 164).

Em meados de agosto de 1944, os Estados Unidos desenvolveram uma operação aérea para ajudar Varsóvia. Poderia ocorrer com a condição de que os aeródromos soviéticos fossem usados ​​para desembarcar bombardeiros americanos e aeronaves de ataque depois que os ataques fossem realizados nos aeródromos alemães ao redor de Varsóvia e lançamentos de carga para os rebeldes. No entanto, ao recusar o pedido de Stalin de enviar O. Lange a Lublin, Roosevelt se viu em uma situação em que não poderia, sem o consentimento de Moscou, fornecer assistência americana ao governo polonês que ele reconhecia.

Os insatisfeitos com a posição de Moscou em Washington consideraram alarmante a situação entre os principais aliados. A. Harriman admitiu que a recusa soviética aos americanos "foi ditada por fortes motivos políticos" 85 . A liderança dos EUA concluiu que as operações de transporte de aeronaves dos EUA "não devem ser interrompidas" devido à assistência insuficiente à revolta em Varsóvia. Essa opinião também foi compartilhada em Londres. O resultado de ponderar a resposta a Moscou foi, segundo a definição de pesquisadores russos, a "lenta mensagem conjunta" de Roosevelt e Churchill em 20 de agosto, que "não teve efeito sobre Stalin" 86 .

Em 22 de agosto, respondendo à pergunta feita pelos aliados: “... você concordaria em ajudar nossos aviões” a desembarcar em Varsóvia, Stalin introduziu um motivo militar em seu argumento: o fortalecimento do grupo alemão perto de Varsóvia em conexão com o revolta "é muito inútil tanto para o Exército Vermelho, como para os poloneses", e as tropas soviéticas "estão fazendo todo o possível para quebrar esses contra-ataques dos nazistas e seguir para uma nova ampla ofensiva perto de Varsóvia ... e libertar Varsóvia para os polos. Esta será a melhor e verdadeira ajuda aos poloneses antinazistas” (Doc. nº 159).

Os aliados se abstiveram de responder a esta mensagem de Stalin. Uma pressão adicional sobre Moscou sobre a questão polonesa foi reconhecida em Londres e Washington como inútil "do ponto de vista, segundo Roosevelt, das perspectivas de longo prazo para a guerra como um todo" 87 . A correspondência ativa dos líderes dos "Três Grandes" sobre a questão polonesa foi temporariamente suspensa.

Assim, em resposta à recusa de Roosevelt em relação a O. Lange e ao PKNO, Moscou se recusou a ajudar a planejada operação aérea anglo-americana sobre Varsóvia, que não poderia decidir o destino da cidade e garantir a vitória dos rebeldes. A liderança soviética deixou claro aos aliados que Varsóvia e Polônia eram uma zona de operações militares do Exército Vermelho e, de acordo com os acordos em Teerã, uma esfera de interesses nacionais da URSS. A confirmação pode ser considerada a ordem do chefe de gabinete da 1ª Frente Bielorrussa, Coronel-General M.S. Malinin datou 23 de agosto ao comando dos exércitos e tropas da retaguarda da frente: “Tome medidas decisivas para evitar que até os menores grupos do Exército da Pátria cruzem o rio Vístula. Interceptar e desarmar grupos de Kraevites [membros do AK] de acordo com a diretriz do Quartel-General do Comandante Supremo” de 14 de julho. Esta foi uma reação à ordem do comando do AK para seus destacamentos “por qualquer meio para romper o rio. Vístula e saída nas proximidades de Varsóvia” (Doc. n.º 167).

A reação dos aliados às ações da liderança soviética ainda se seguiu. Em 29 de agosto, o Exército da Pátria, constituído estritamente por destacamentos partidários de vários tamanhos e armados com armas de mão, foi reconhecido pelos governos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos como um exército que "constitui uma força militar que faz parte integrante do as forças armadas polonesas." O Exército da Pátria "de acordo com as leis e costumes da guerra" foi reconhecido como o estatuto internacional dos combatentes na luta contra a Alemanha 88 (Doc. n.º 174). Esta decisão dos aliados ocidentais teve um significado político puramente seletivo. Deve-se notar que logo os aliados se recusaram a reconhecer o status de combatentes aos exércitos regulares da Romênia e da Bulgária, que passaram para o lado da coalizão anti-Hitler. O texto das declarações de Londres e Washington foi enviado à liderança soviética, que decidiu “não responder” às notificações recebidas (Doc. nº 181).

No final de agosto de 1944, a situação dos rebeldes e dos habitantes da cidade tornou-se crítica: não havia armas, munições, remédios, alimentos suficientes, não havia água e luz na cidade. Cada vez mais, os rebeldes e a população da capital percebiam a inevitável derrota do levante, “a esperança de um fim bem sucedido do levante lentamente enfraqueceu”, foram feitos julgamentos sobre a insensatez do levante e os sacrifícios feitos em vão, acusações foram feitas contra os aliados ocidentais de inação, exigências para a renúncia do governo em Londres (doc. No. 161, 162, 171).

A desesperança da resistência dos poloneses também foi levada em consideração pelo comando alemão, que procurou se livrar desse foco de hostilidades o mais rápido possível. De acordo com uma mensagem de Varsóvia para a Londres “polonesa” em 22 de agosto, propostas de capitulação e unidade na luta contra os soviéticos foram recebidas repetidamente: “Em caso de recusa, eles ameaçam arrasar a cidade. Pela última vez, os parlamentares trouxeram uma carta do comandante da Frente de Varsóvia com uma proposta de capitulação e uma promessa de que o Exército Craiova seria libertado com honras e armas, e a população seria deportada para o oeste” (doc No. . 161). Em 25 de agosto, o comando alemão dirigiu-se à população, oferecendo-se para deixar a cidade (doc. n.º 172).

Mas o comando do AK no início de setembro não estava pronto para reconhecer a derrota político-militar e a capitulação. Pelo contrário, em 2 de setembro, Bur-Komorowski comunicou ao quartel-general do Comandante-em-Chefe Supremo a decisão de “defender Varsóvia até o limite das possibilidades” e admitiu que “a capacidade de resistir não depende apenas de nossa resistência, mas também na assistência material [material] de vocês ou em rápidos sucessos das tropas soviéticas em nosso setor” (documento nº 188). Em 3 de setembro, Mikołajczyk notificou Bur-Komorowski que a "proposta polonesa de enviar uma expedição em grande escala da Força Aérea Real foi mais uma vez considerada" pelos Aliados, mas "depois de considerar todas as possibilidades, isso foi considerado impossível" (Doc. Nº 189).

Incerto para o destino da revolta em Varsóvia considerou a situação na frente soviético-alemã e o embaixador polonês nos Estados Unidos J. Chekhanovsky.
Em 4 de setembro, ele teve uma longa conversa com o chefe do Estado-Maior do Comando Supremo dos EUA sob o presidente Roosevelt, almirante D. Legi. O embaixador analisou a possibilidade de assistência americana aos rebeldes, mas recebeu uma recusa virtual. O almirante duvidou que fosse tecnicamente possível realizar uma grande operação "sem a participação e assistência soviética, ou pelo menos sem o apoio do lado soviético", mas prometeu "considerar a questão da maneira mais favorável" e "reportar ao Presidente amanhã." Segundo Chekhanovsky, a estratégia soviética se resumia ao fato de que “hoje é mais importante para Stalin agir o mais rápido possível através da Romênia nos Bálcãs para se antecipar às ações dos aliados na Bulgária e na Iugoslávia, e também trazer as suas forças para a Hungria o mais cedo possível, pela única estrada consagrada na tradição, nomeadamente através das “portas de ferro” 89 , evitando assim as batalhas pesadas e prolongadas na cordilheira dos Cárpatos. Os motivos políticos de Stalin na península balcânica podem ser muito mais importantes do que a entrada imediata de tropas na Alemanha através da Polônia” (doc. nº 192).

No entanto, o embaixador Chekhanovsky, em suas suposições, não acompanhou o desenvolvimento dos eventos. Em setembro de 1944, os eventos em torno de Varsóvia se desenvolveram no contexto dos sérios sucessos do Exército Vermelho nos Bálcãs e na Finlândia.
Em 5 de setembro, a URSS declarou guerra à Bulgária. Em 8 de setembro, as tropas soviéticas entraram em seu território. Em 9 de setembro, as hostilidades cessaram aqui. Em 12 de setembro, a URSS, os EUA e a Grã-Bretanha assinaram um armistício com a Romênia e, em 19 de setembro, a URSS e a Grã-Bretanha assinaram um armistício com a Finlândia. Assim, o processo de formação de um governo não hostil à União Soviética teve início nos países situados ao longo das fronteiras soviéticas no noroeste e sudoeste do continente, o que correspondia aos interesses de garantir a segurança das fronteiras ocidentais do continente. URSS.

No final de agosto de 1944, o comando soviético entrou na defensiva na maior parte do setor central da frente soviético-alemã, mas os combates nos arredores de Varsóvia e na direção do curso inferior do rio. Narew continuou. Em 30 de agosto, as tropas soviéticas ocuparam Radzymin novamente, e
5 de setembro - Volomin. No mesmo dia, cabeças de ponte no rio Narev perto de Ruzhany e Serotsk foram capturadas pelas tropas soviéticas 90 . Em 4 de setembro, o comandante das tropas da 1ª Frente Bielorrussa, marechal K.K. Rokossovsky ordenou ao comandante do 1º Exército polonês, general Z.
A 1ª Divisão de Infantaria polonesa em subordinação operacional ao comandante do 47º Exército para um ataque ao subúrbio da margem direita de Varsóvia - Praga (doca nº 193).

Após algum silêncio dos Aliados sobre os assuntos poloneses, o embaixador britânico Clark Kerr entregou a Molotov uma mensagem em 5 de setembro, afirmando que em Varsóvia "os poloneses que lutam lá contra os alemães estão em desesperada angústia" e pedindo ao governo soviético que "forneça toda a assistência possível, o que possa estar em seu poder e, entre outras coisas, permitir que aeronaves dos Estados Unidos pousem para esse fim em seus aeródromos. O documento contém a resolução de Molotov: "Nossa resposta é urgente" (documento nº 191).

O comissário do povo soviético respondeu aos britânicos em 9 de setembro, afirmando desde o início que: "O governo soviético gostaria que uma comissão imparcial fosse organizada para descobrir exatamente por ordem de quem a revolta em Varsóvia começou e quem é o culpado pela fato de que o comando militar soviético não estava ciente disso notificado com antecedência." Molotov insistiu que “nenhum comando no mundo, seja inglês ou americano, pode suportar o fato de que diante da frente de suas tropas uma insurreição foi organizada em uma grande cidade sem o conhecimento desse comando e contrariando seus planos operacionais. . É claro que o comando soviético não deve ser uma exceção. No entanto, ele anunciou o acordo soviético para ajudar os rebeldes (Doc. No. 199).

Então, em 9 de setembro, outra proposta alemã seguiu ao comando do AK em Varsóvia para depor as armas nos termos do reconhecimento do status internacional dos combatentes para os rebeldes. O comandante do AK considerou a rendição inevitável devido à falta de assistência soviética, e no mesmo dia chegou um despacho de Varsóvia ao governo: “Iniciaram-se negociações secretas sobre a rendição com os alemães” (Doc. n.º 200).

Em 10 de setembro, Bur-Komorowski apresentou os termos de rendição ao comandante das tropas alemãs na região de Varsóvia-Sul, major-general G. Popy. Tratava-se de "garantir os plenos direitos dos combatentes em relação a todos aqueles que lutavam, sem qualquer investigação sobre suas atividades anti-alemãs, incluindo aquelas realizadas no período até 1.8.44". O comandante do AK esperava informações do lado alemão sobre o destino da população civil na cidade, sobre a atitude do comando alemão em relação às autoridades civis criadas durante a revolta e às suas atividades” (doc. n.º 204). As exigências polonesas foram totalmente aceitas pelos alemães, mas condicionadas pela advertência: “Pelo presente exijo pela última vez a rendição até às 16h00 de 10.9.1944. Neste momento, aguardo que os vossos representantes aceitem por escrito a vossa rendição” (Doc. n.º 205).

O comando AK, no entanto, atrasou a rendição. Já em 8 de setembro, o comandante insurgente na região de Zoliborz informou ao chefe de gabinete do comando do AK em Varsóvia, general T. Pelczyński, sobre a chegada de K.K. Rokossovsky dois pára-quedistas soviéticos com um walkie-talkie. Em 10 de setembro, os britânicos notificaram Mikolajczyk do consentimento de Moscou para "realizar uma grande expedição diurna americana", que imediatamente enviou a informação a Varsóvia (Doc. No. 203). No mesmo dia, o lado soviético entregou ao comando do AK em Varsóvia as cifras e um método de comunicação com o comando da 1ª Frente Bielorrussa 91 via Londres. Em 10 e 11 de setembro, a primeira carga foi lançada e a aviação soviética 92 (Doc. No. 208) começou a operar ativamente sobre Praga. Em 11 de setembro, Varsóvia recebeu notícias de Mikolajczyk sobre a possibilidade de cooperação com o lado soviético.
"sobre a questão da ajuda aos combatentes de Varsóvia" 93 . Esta decisão soviética foi influenciada pelos sucessos das tropas entrincheiradas na margem esquerda do Vístula, na área de Magnuszew, e os combates nas proximidades da cidade. O comando do AK associou a este evento a esperança de um ataque antecipado a Varsóvia pelas tropas soviéticas e decidiu continuar a luta na cidade.

De 10 a 14 de setembro, unidades soviéticas e polonesas conseguiram ocupar Praga. Agora, em Moscou, eles consideraram que as condições para a prestação de assistência efetiva e regular a Varsóvia foram criadas pela luta do Exército Vermelho. Na noite de 13 para 14 de setembro, 85 aviões soviéticos lançaram 29 toneladas de alimentos, munições e armas em destinos designados. Dessa surtida até o final do mês, todas as noites o comando soviético prestava todo tipo de assistência aos rebeldes. Aeronaves soviéticas operavam no céu acima da cidade, destruindo aeronaves alemãs, suprimindo pontos de tiro inimigos, descobrindo a situação e a localização dos grupos de batalha rebeldes, transmitindo a eles os dados de inteligência soviéticos necessários sobre a localização e as capacidades dos alemães (doc. . Nº 220). Ressaltamos que cada terceiro voo foi feito por pilotos poloneses do regimento de bombardeiros noturnos do 1º Exército Polonês.

Em 15 de setembro, o Marechal K.K. Rokossovsky, através do Vice-Chefe do Estado-Maior General, General A.I. Antonov atendeu ao pedido de Bur-Komorovsky, que chegou a Moscou através dos britânicos, para trocar sinais de rádio. Mas, no mesmo dia, seguiu-se outra decisão do comando da frente: “Não há comunicação por rádio com os rebeldes e não a restabeleceremos; Também não foi estabelecida comunicação telefónica entre os comandantes (Doc. n.º 222, 243, 244).

A questão de organizar a ajuda soviética sistemática para Praga libertada estava sendo discutida em Moscou naqueles dias. Em 15 de setembro, foram recebidas informações de um membro do Conselho Militar da 1ª Frente Bielorrussa, tenente-general K.F. Telegin, imediatamente enviadas a I.V. Stálin. As informações recebidas provavelmente foram consideradas importantes, e a Telegin foi condenada a fornecer informações detalhadas sobre a situação em Varsóvia duas vezes por dia. Este canal de recebimento de informações sobre Varsóvia funcionou diariamente até os primeiros dias de outubro de 1944. Periodicamente, as informações de Telegin eram recebidas por Stalin, fornecendo à liderança soviética o conhecimento da situação político-militar, as ações do comando rebelde no terreno e o humor da população na cidade
(Doc. No. 229, 236).

Estabelecer contatos e obter informações sobre a situação na cidade de participantes comuns da revolta e oficiais individuais do AK e AL
Em 18 de setembro, dois militares soviéticos foram abandonados em Varsóvia - um oficial de comunicações e um operador de rádio com um walkie-talkie (Doc. No. 247, 248, 255, 257, 258).
A partir de 21 de setembro, o oficial de inteligência soviético capitão I. Kolos (pseudo-Oleg) estava na cidade, que em 24 de setembro estabeleceu comunicações de rádio entre a sede da 1ª Frente Bielorrussa com alguns centros remanescentes da revolta, o que tornou possível receber informações sobre a situação da cidade e as necessidades dos rebeldes e da população civil (Doc nº 353, 363).

Enquanto isso, de 16 a 23 de setembro, unidades do 1º Exército Polonês empreenderam uma operação para forçar o Vístula dentro da cidade e se conectar com os rebeldes (Doc. No. 234, 236, 243, 247, 248, 255, 257, 258, 259, 262, etc.). No entanto, a feroz resistência do inimigo, a fraca actividade dos rebeldes, a lenta acumulação de forças nas cabeças-de-ponte capturadas e as deficiências no comando e controlo de combate das forças de desembarque levaram a que, tendo perdido
87,1% do efetivo dos destacamentos de desembarque, unidades do 1º Exército Polaco, foram obrigados a regressar à margem oriental do rio 94 (doc. n.º 291, 292). Ao norte de Praga, as tropas soviéticas tentaram eliminar a cabeça de ponte alemã no interflúvio do Nareva e do Vístula. Já em 16 de setembro, as tropas da 1ª e 2ª Frentes Bielorrussas chegaram à linha do rio Narev e se entrincheiraram em cabeças de ponte em sua margem ocidental. Depois de repelir uma série de tentativas da Wehrmacht de liquidar essas cabeças de ponte, a frente finalmente se estabilizou em 30 de outubro de 1944 95 . O preço da "posição" das tropas soviéticas e polonesas perto de Varsóvia era alto. A julgar pelos documentos publicados na coleção, as perdas da 1ª Frente Bielorrussa para agosto-setembro ascenderam a 171.665 pessoas, e as perdas do 1º Exército Polonês - 7371 pessoas (doc. n.º 187, 352) 96 .

O humor público dos habitantes de Varsóvia e dos insurgentes mudou gradualmente. Em 17 de setembro, Bur-Komorowski enviou uma mensagem perturbadora ao Comandante Supremo Sosnkovsky de que “a falta de ajuda e apoio visíveis de nossos aliados ocidentais, juntamente com a propaganda soviética cada vez mais popular sobre a insolvência e inatividade das autoridades políticas e militares no solo, bem como o governo polonês em Londres” estabeleceu a opinião pública em favor da URSS e do PKNO (Doc. No. 238, 247).

Em Varsóvia, estavam convencidos de que era possível corrigir essa situação, com grande ajuda dos aliados ocidentais, que preparavam e coordenavam com Moscou uma grande expedição a Varsóvia (Doc. n. 216, 246). Em 18 de setembro, 110 "fortalezas voadoras" da 3ª Divisão de Bombardeiros Americana decolaram em três grupos do território britânico. Cada bombardeiro carregava de 6 a 12 contêineres com armas, granadas, explosivos, alimentos e remédios. Por volta das 14:00 da tarde, 1.170 contêineres foram lançados na cidade em três ondas de uma altura de 4-5 km. No entanto, apenas 288 deles, ou cerca de 25% (cerca de 50 toneladas), foram para os rebeldes, o restante caiu no território controlado por tropas soviéticas ou (principalmente) alemãs 97 .

A operação repercutiu positivamente no clima da cidade: "As pessoas pulavam de alegria". No entanto, a precisão de lançamento da carga para os alvos designados não era alta: “parte [da carga] caiu nas mãos dos alemães, parte na região de Praga - nos soviéticos” (doc. n.º 246). A última vez que os aliados ocidentais lançaram carga para Varsóvia foi em 21 de setembro, quando 3 contêineres foram lançados no território de Kampinoska Puszcz, dos quais apenas 198 foram recebidos pelos rebeldes. Então, segundo o general A. Khrushchel, a situação na cidade era “muito difícil, não havia nada para comer e nada para atirar” (doc. n. 338). Apenas o comando soviético continuou a ajudar Varsóvia com armas, munições, alimentos e remédios. Os aviões Po-2 convertidos lançaram carga sem pára-quedas de alturas de 100-150 m, principalmente nas coordenadas e na "ordem" dos rebeldes. Durante o período de 13 de setembro a 1 de outubro de 1944, pilotos soviéticos e pilotos do 1º Exército Polonês lançaram mais de 150 toneladas de armas e munições, 131 toneladas de alimentos e 515 kg de medicamentos aos insurgentes de Varsóvia (Doc. No. 358) . Durante os dois meses de combate, os aliados ocidentais da Polônia deram aos insurgentes 82,3 toneladas de armas e munições e 21,7 toneladas de alimentos e remédios 99 .

A ajuda do lado soviético e dos aliados ocidentais ao levante foi essencial. Sem dúvida, aliviou a trágica situação dos insurgentes e da população, mas não conseguiu mudar radicalmente a situação militar-operacional em Varsóvia. A derrota militar da revolta se aproximava inevitavelmente. No entanto, a questão de possíveis ações para apoiar os insurgentes e libertar Varsóvia ainda era considerada em Moscou. Enquanto unidades do 1º Exército Polonês estavam lutando em cabeças de ponte na cidade, a sede do Comando Supremo de Toda a Rússia sugeriu que os marechais G.K. Zhukov e K.K. Rokossovsky considerassem possíveis opções de assistência. Já em 20 de setembro, um memorando foi enviado a Moscou sobre a necessidade de cobrir a cidade pelo norte, o que exigia a derrota do inimigo no interflúvio pp. Narew e Vístula. Propôs-se preparar a operação para os dias 4 e 5 de outubro de 100 (Doc. No. 272). Em 21 de setembro, o comando da 1ª Frente Bielorrussa informou a Stalin sobre a situação em Varsóvia e as capacidades de combate dos rebeldes. Os autores do relatório são o Marechal K.K. Rokossovsky e o Coronel General M.S. Malinin escreveu que mais de 4.000 insurgentes com armas fracas, na ausência de uma liderança unificada e unidade política, “não representam nenhuma força real na luta por Varsóvia, e não se pode contar com sua ajuda significativa. Na cidade e nas áreas ocupadas pelos insurgentes, ainda há uma parcela significativa da população que pode, de uma forma ou de outra, participar da luta contra os alemães, mas não está organizada e armada, está sofrendo de uma aguda escassez de alimentos, o que permite contar com o seu envolvimento na luta ativa não é possível neste momento” (Doc. n. 281). No dia seguinte, 22 de setembro de 1944, o representante do Estado-Maior do 1º Exército Polonês, N.M. Molotkov, apresentou-se ao Vice-Comandante Supremo Marechal G.K. Varsóvia (Doc. No. 290). Com tal situação militar-operacional na capital e nos arredores dela, o assalto à cidade ficou sem sentido.

Os sucessos sérios do Exército Vermelho no Báltico e nos Bálcãs não permitiram à Grã-Bretanha impor à liderança soviética a solução da "questão polonesa" de que precisava. Os britânicos só podiam tentar descobrir as intenções de I.V. Stalin. Em 23 de setembro, os embaixadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha visitaram o Kremlin com informações sobre o encontro bilateral entre Roosevelt e Churchill em Quebec, onde foram discutidos os problemas do fim da guerra na Europa e no Extremo Oriente. Cada embaixador perguntou sobre a situação na área de Varsóvia. Stalin chamou a situação de insatisfatória, pois era "muito difícil" tomar Varsóvia por um ataque frontal. Falando sobre os insurgentes, esclareceu: “Os insurgentes em Varsóvia estão espalhados por quatro distritos”, com cerca de 2,5 mil armas, “as armas lançadas de aviões americanos muitas vezes não caem nas mãos dos insurgentes, pois são lançadas de muito alto altitudes... a população de Varsóvia está morrendo de fome” (documento nº 297).

A história polonesa não se desenvolveu durante essa conversa, mas as informações sobre Varsóvia recebidas de Stalin deixaram claro que as tropas soviéticas não seriam capazes de libertar a cidade em um futuro próximo. Isso foi importante, em primeiro lugar, para Churchill - o principal intercessor de Mikolajczyk e a busca de um compromisso na resolução da "questão polonesa" como um todo. Alguns dias depois, o problema "Mikolajczyk - PKNO" continuou.

Enquanto isso, em 25 de setembro, o comandante do corpo de polícia alemão em Varsóvia, von dem Bach, enviou dois oficiais do AK que estavam em cativeiro alemão ao comando polonês com uma proposta ao comando do AK para se render em condições favoráveis ​​para os insurgentes: eles seriam considerados combatentes. Ao mesmo tempo, expressou-se a esperança de que "no futuro, o exército alemão, juntamente com o polonês [exército], lutaria contra os bolcheviques" 101 . O lado alemão estava bem ciente dos objetivos anti-soviéticos dos organizadores do levante.

O lado polonês não aceitou as propostas do comando alemão. Entre os participantes do levante e alguns de seus comandantes, a atitude em relação à entrega de armas foi negativa. Assim, em 27 de setembro, os defensores da região de Zholibozh rejeitaram o ultimato do comando alemão e "durante a noite foram submetidos a terríveis bombardeios" (Doc. nº 326, 327, 329). No entanto, o clima nos círculos mais altos do AK era diferente. O comandante do AK em Varsóvia, general A. Khrushchel, o comandante das unidades do AK na região de Sredmiescie-Sul, tenente-coronel J. Szczurek-Tsergovsky e o tenente-coronel Zygmund 102, realizaram uma reunião em 28 de setembro sobre a próxima rendição com representantes de von dem Bach. Os poloneses foram convidados a depor as armas com a condição de que os rebeldes fossem reconhecidos como prisioneiros de guerra. Neste dia, ordens de cessar-fogo do lado polonês começaram a chegar aos destacamentos do AK (Doc. No. 326, 327, 328, 363). Seguiu-se outra discussão sobre a situação na cidade do comando do AK com o delegado do governo Y. Yankovsky, um defensor ativo do fim da luta. Ele argumentou que “o levante não se propôs a iniciar uma guerra geral com os alemães e não poderia ter o objetivo de derrotar os alemães. A revolta já atingiu seus objetivos políticos e morais. Ao mesmo tempo, T. Bur-Komorovsky relatou a K. Sosnkovsky: “Mais luta em duas caldeiras isoladas pode se tornar impossível. Fome. Se não recebermos assistência efetiva com a ofensiva do Exército Vermelho antes de 1º de outubro, seremos obrigados a interromper a luta ”(doc. n. 336).

Em Londres, soube-se das negociações dos insurgentes de Varsóvia com representantes alemães. Isso fez com que o governo britânico se preocupasse com o destino do aliado polonês após a capitulação da revolta em Varsóvia. Em primeiro lugar, a ansiedade foi causada pelo futuro do governo liderado por Mikolajczyk, a quem Churchill insistiu obstinadamente desde o início de 1944 a aceitar as condições soviéticas para estabelecer relações com a URSS. Novas circunstâncias não podiam deixar de "empurrar" o primeiro-ministro britânico para elaborar opções de ação após a derrota do levante.

Em 27 de setembro, Stalin recebeu uma mensagem de Churchill expressando seu desejo de "ir a Moscou em outubro". Em 30 de setembro, Stalin deu uma resposta positiva: “Saúdo muito seu desejo de vir a Moscou em outubro. Deveríamos ter discutido assuntos militares e outros de grande importância.

Em 29 de setembro, o ministro das Relações Exteriores A. Eden, em uma conversa com o embaixador soviético na Grã-Bretanha F.T. Gusev, o convenceu do desejo de Mikolajczyk de "chegar a um acordo com o governo soviético" (Doc. No. 334). No mesmo dia, Churchill recebeu Mikołajczyk, que não pôde deixar de relatar a ele em 27 de setembro a recusa dos líderes políticos da clandestinidade, que estavam em Varsóvia, "em assumir a negociação [sobre o ajuste das relações com a URSS ]." Eles sugeriram que Mikolajczyk "venha para Varsóvia imediatamente após a entrada das tropas soviéticas" (Doc. No. 310). Tal informação deveria ter alarmado Churchill, que recomendou que o primeiro-ministro polonês escrevesse imediatamente um apelo a Stalin, que chegou à embaixada britânica em Moscou em 30 de setembro e foi entregue a V.M. em 1º de outubro. Molotov.

Mikolajczyk primeiro perguntou a Stalin sobre a tomada de Varsóvia pelas tropas soviéticas (Doc No. 332). Muito provavelmente, o primeiro-ministro contava com o fato de que o assalto à cidade pelas tropas soviéticas era possível e lhe permitiria evitar a capitulação e, portanto, salvar a liderança político-militar da clandestinidade caso as tropas soviéticas entrassem O capital. Isso é confirmado pela carta do embaixador britânico V.M. Molotov datado de 29 de setembro: “... O governo polonês em Londres pediu ao meu governo para trazer urgentemente à atenção do governo soviético as seguintes informações sobre os nomes dos líderes do movimento clandestino polonês, bem como o exército interno polonês 105 , que atuou sob pseudônimos” (doc nº 333). O que se seguiu foi uma lista de nomes de indivíduos.

Para Churchill, o apelo de Mikolajczyk a Stalin era necessário para preparar sua participação em futuras negociações em Moscou. O lado britânico procurou convencer Stalin da inclinação de Mikolajczyk para se comprometer com a URSS, para que ao discutir a questão polonesa ao nível dos "Três Grandes", eles não permitissem a exclusão do governo polonês reconhecido pela Grã-Bretanha do processo de remodelar o poder na Polónia. Naquela época, Stalin também mostrou interesse no primeiro-ministro polonês como participante de futuras negociações com o PKNO, caso contrário Mikolajczyk não teria chegado a Moscou em duas semanas.

Enquanto isso, de acordo com um oficial de inteligência soviético em Varsóvia, “em 30 de setembro começou a primeira saída da população civil” da cidade. O pânico começou entre os soldados e oficiais do AK; vestiram roupas civis e partiram junto com a população civil (Doc. nº 363). Em 1º de outubro, quando Zoliborz caiu, o comando do AK tomou a decisão final de negociar com os alemães as condições para a rendição dos rebeldes e a evacuação da população civil das áreas sitiadas da cidade: “Varsóvia”, Bur- Komorowski escreveu ao governo, “não tem mais chance de se defender... Negociações amanhã” (doc. nº 347).

Na noite de 2 de outubro, o coronel K. Iranek-Osmetsky e o tenente-coronel Z. Dobrovolsky do lado polonês e o general E. von dem Bach do lado alemão assinaram um acordo sobre a cessação das hostilidades a partir das 20h00. Durante as negociações, o comando do Exército Interno recusou-se a satisfazer a demanda dos alemães e deu uma ordem ao Exército Interno em todo o país para interromper a luta contra a Alemanha. A variante do "acordo secreto" sobre esta partitura proposta durante a conversa pessoal de Bur-Komorowski com von dem Bach em 4 de outubro (Doc. No. 404, 408, 411) também não foi aceita. No entanto, o comandante do AK expressou "uma convicção pessoal de que a alta liderança alemã não teria dificuldades particulares do AK, uma vez que a Revolta de Varsóvia foi o culminar das atividades do AK, a coroa de seus esforços" 107 .

O tratamento dos alemães com os insurgentes rendidos de Varsóvia era fundamentalmente diferente do sistema de terror em massa e repressão característico do regime de ocupação na Polônia, a partir do outono de 1939. Seguindo os aliados ocidentais, o comando alemão reconheceu o status de prisioneiros de guerra tanto para os membros do Exército da Pátria como para todos os outros, subordinou taticamente as unidades militares. O lado alemão concordou em não processar os poloneses “nem por atividades militares ou políticas, tanto durante a revolta em Varsóvia quanto no período anterior”, não punir “por violação de ordens alemãs” e insinuou ao comando do AK a necessidade de reorientar as atividades armadas contra os “soviéticos” 108 .

Assim, após 63 dias da heróica luta dos rebeldes, acompanhada da morte de dezenas de milhares de habitantes e da destruição da capital do país, o comando do AK capitulou. Historiadores poloneses modernos acreditam que de 15 a 18 mil poloneses morreram nas barricadas,
25 mil ficaram feridos. 17.000 akovitas depuseram suas armas 109 . Entre eles estavam os generais T. Bur-Komorovsky, T. Pelchinsky, A. Khrushchel, bem como os chefes de departamentos do Alto Comando do AK - coronéis K. Iranek-Osmetsky, Yu. Shostak, Ya. Zhepetsky, A. Sanoytsa e outros (doc. No. 406).

As vítimas mais numerosas - de 120 a 130-165 mil vidas - durante o levante foram sofridas pelos habitantes de Varsóvia, que, por ordem do Reichsführer SS G. Himmler, foram destruídos por "dezenas de milhares" 110 . Os varshavianos que sobreviveram aos bombardeios e incêndios foram enviados pelos nazistas para campos de concentração em Pruszkow e Ursus, localizados perto de Varsóvia. Segundo dados alemães, em 14 de outubro de 1944, "um total de 350.617 refugiados haviam passado por esses campos". Os nazistas "colocaram" a maioria dos deficientes e doentes nas regiões de Varsóvia, Cracóvia e Radom, cerca de 1 mil pessoas foram enviadas para trabalhar na Alemanha (doc. n. 404). Juntamente com a população civil, parte do comando do AK deixou a cidade, incluindo o novo comandante do AK, general L. Okulitsky.

A própria capital da Polônia tornou-se vítima do plano do comando do AK para uma revolta. Em 9 de outubro, von dem Bach recebeu "uma ordem de Hitler do Reichsführer [Himmler] para destruir completamente Varsóvia" (Doc. No. 387). A ordem foi cumprida. Os nazistas explodiram e queimaram a cidade metodicamente, quarteirão por quarteirão, casa por casa. Quase todos os monumentos da história polonesa e da arquitetura de Varsóvia foram transformados em ruínas. Tal foi o preço material da derrota do levante.

O objetivo político do levante, que o governo polonês e o comando do AK buscavam realizar, permaneceu por cumprir. Destinado a tornar-se o apogeu da ação de Buzha em toda a Polônia pré-guerra, o levante deveria criar condições para o retorno da emigração à capital do governo polonês e demonstrar a capacidade dos poloneses de resolver independentemente, pela força de suas armas, a questão do poder, território, lugar e papel da Polônia na Europa do pós-guerra. No entanto, os cálculos da classe política polonesa pré-guerra revelaram-se incomensuráveis ​​com suas reais capacidades militares e de política externa.

Fracamente apoiado pela Grã-Bretanha e pelos EUA, o levante, dirigido politicamente contra a URSS, não poderia deixar de sofrer uma derrota militar, pois o comando alemão não ia entregar Varsóvia. Por sua vez, o levante tornou-se um prenúncio do colapso do projeto geopolítico criado pelas forças sociopolíticas que dominavam a Polônia pré-guerra. O objetivo deste projeto era tornar-se o líder dos "pequenos" estados da região do Leste Europeu, transformar a Polônia em um importante fator geopolítico para os aliados ocidentais, adquirir um papel fundamental na Europa Oriental para resistir à União Soviética. A errônea da concepção geopolítica do governo polonês, construída sobre o anti-sovietismo, deu origem à convicção de que a URSS poderia enfrentar uma derrota geopolítica, senão militar. A maior aplicação do governo polonês e do comando do AK para a implementação deste projeto foi a revolta em Varsóvia, que terminou em uma trágica derrota. O principal vencedor da guerra na Europa foi a URSS, que tornou esse plano insignificante.

Notas

1. Duraczyński E. Polska. 1939-1945. Warszawa, 1999. S. 136-137; Komorowski K. Armia Krajowa - siły zbrojne Polskiego Państwa Podziemnego // Operacja "Burza" em Powstanie Warszawskie 1944. Warszawa, 2002. S. 30.
2. Salmanowicz St., NeyKrwawicz M., Górski A. Polskie Państwo Podziemne. Warszawa, 1999. S. 11 (do prefácio de E. Shlyasky).
3. As relações entre os governos dos dois países foram interrompidas pelo lado soviético em 25 de abril de 1943. A decisão foi causada pela reação do governo polonês à declaração alemã sobre as execuções de oficiais poloneses pelo lado soviético no outono de 1940 perto de Smolensk (Política externa da União Soviética durante a Guerra Patriótica: Em 3 volumes. Vol. 1: 22 de junho
4. 1941 - 31 de dezembro de 1943 M., 1944. S. 301-303).
5. Veja também: Rzheshevsky O.A. Stalin e Churchill. Encontros. Conversas. Discussões. M., 2004. S. 384-411.
6. O AK era considerado parte das Forças Armadas Polonesas estacionadas na Grã-Bretanha e na Frente Ocidental, o comandante do AK, General T. Bur-Komorowski, era subordinado ao Supremo Comandante-em-Chefe, General K. Sosnkovsky. Todos os que ingressaram no AK foram inscritos no serviço militar ativo com a preservação das patentes militares e recebendo um salário. A folha de pagamento do AK na primavera de 1944 incluía cerca de 390 mil pessoas. O corpo de oficiais, incluindo os subalternos, contava com cerca de 9 mil pessoas. O comando estava nas mãos de generais e oficiais superiores, partidários de J. Pilsudski, ditador que não era controlado pelos órgãos constitucionais do poder estatal, criador do regime de "sanação", cujo principal apoio era o exército. Esse ambiente era dominado por sentimentos nacionalistas e anti-soviéticos de direita (Polônia no século XX. Ensaios sobre história política. M., 2012. P. 169, 212, 227; Kirchmayer E. Powstanie Warszawskie. Warszawa, 1959. S. . 50).
7. Armia Krajowa w dokumentach. 1939-1945. T.III. Wroclaw-Warszawa-Cracóvia, 1991. S. 182-185, 209-213; Salmanowicz St., NeyKrwawicz M., Gorski A. Op. cit. S. 82-84.
8. Moscou tinha informações sobre esses planos. Em 1943, a informação veio por vários canais. Assim, em agosto e outubro de 1943, Stalin foi informado de que o Estado-Maior polonês "com o consentimento do governo e do presidente deu instruções ao representante do governo polonês na Polônia para se preparar para resistir ao Exército Vermelho", que "o polonês as forças armadas devem, em virtude destas instruções, conduzir uma luta impiedosa contra o movimento partidário pró-soviético na Ucrânia Ocidental e na Bielorrússia Ocidental e preparar uma insurreição geral quando o Exército Vermelho entrar lá "para mostrar ao mundo inteiro a falta de vontade do população a aceitar o regime soviético" (Ensaios sobre a história da inteligência estrangeira russa. T. 4. M., 1999. pp. 463-464, 609).
9. NeyKrwawicz M. Koncepcje powstania powszechnego na ziemiach
   polskich // Operacja "Burza" em Powstanie Warszawskie 1944. Warszawa, 2002. S. 93; Duraczyński E. Op. cit. S. 478; Żenczykowski T. Polska Lubelska. Warszawa, 1990. S. 69.
10. Veja também: Motyka G. Na białych Polaków obława. Wojska NKWD w walce z polskim podziemiem. 1944-1953 Warszawa, 2014. S. 81, 85-86; Ciechanowski J. Powstanie Warszawskie. 1944. Pułtusk, 2004. S. 235, 242-243.
11. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 16 (5-4): Sede do Supremo Alto Comando: Documentos e materiais. 1944-1945. M., 1999. S. 61-62; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-2): O Exército Vermelho nos países da Europa Central e do Norte e nos Balcãs: Documentos e materiais. M., 2000. S. 403; Polônia no século 20. Ensaios sobre história política. M., 2012. S. 386-387.
12. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-2): O Exército Vermelho nos países da Europa Central e do Norte e nos Balcãs: Documentos e materiais. M., 2000. S. 403; Armia Krajowa w dokumentach. T.III. S. 411-412.
13. AP RF. F. 3. Op. 50. D. 105. L. 52; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 16 (5-4): Sede do Supremo Alto Comando: Documentos e materiais. 1944-1945. M., 1999. S. 80; Teczka specjalna J.W. Stalina. Reportagem NKWD z Polski. 1944-1946. Warszawa, 1998. S. 210-211.
14. Veja também: Polônia no século 20. Ensaios sobre história política. Moscou, 2012, pp. 321-322, 425-426; Wasilewska W. Wspomnienia // Archiwum ruchu robotniczego. T. VII. Warszawa, 1982. S. 40.
15. A "Linha Curzon" foi proposta no final de 1919 pela Entente como uma fronteira leste polonesa temporária, desenhada em base etnográfica.
16. A pedido da delegação do KRN, foi recebida pelo Embaixador dos Estados Unidos em Moscou A. Harriman (11 de junho) e pelo Embaixador Britânico em Moscou A. Clark Kerr (26, 27 e 29 de junho de 1944), a delegação visitou a Embaixada da Tchecoslováquia e a missão militar da Iugoslávia (Documentos e materiais sobre a história das relações soviético-polonesas, Vol. VIII: janeiro de 1944 - dezembro
    1945 M., 1974. S. 162-174).
17. Polônia no século 20. pp. 391-393; Tebinka J. Polityka brytyjska wobec problemu granicy polsko-radzieckiej. 1939-1945. Warszawa, 1998. S. 347.
18. Correspondência do Presidente do Conselho de Ministros da URSS com os Presidentes dos Estados Unidos e Primeiros Ministros da Grã-Bretanha durante a Grande Guerra Patriótica. 1941-1945: Em 2 volumes T. 2. M., 1989. S. 152-155.
19. Em 20, 22 e 23 de junho de 1944, o embaixador soviético nos governos dos "pequenos" países em Londres, VZ Lebedev, discutiu com Mikolajczyk questões sobre a fronteira e sobre a mudança da composição do governo polonês. O lado soviético condicionou o restabelecimento das relações diplomáticas com a exclusão do gabinete polaco de alguns políticos, cujas posições considerava puramente anti-soviéticas, bem como a reconstrução do gabinete e a admissão de políticos polacos localizados na Polónia, os URSS e os EUA, incluindo comunistas. O embaixador insistiu firmemente no reconhecimento pelo lado polonês da fronteira ao longo da "Linha Curzon". Não se seguiu nenhum acordo e, segundo o historiador polaco contemporâneo J. Tebinka, esta foi a última oportunidade para o governo polaco evitar o surgimento do Comité Polaco de Libertação Nacional (Buhler R. Polska droga do wolności. 1939-1995. Warszawa 1999. S. 66; Tebinka J. Op. cit. S. 349).
20. Armia Krajowa w dokumentach. T.III. S. 498-504.
21. Ibid. S. 504-506.
22. Ibid. S. 546-550.
23. Sob Vilna e Novogrudok, de acordo com dados poloneses, 5,5-6 mil combatentes AK estavam concentrados, de acordo com dados soviéticos - até 25 mil akovitas; aproximar
    Lviv - cerca de 3 mil e no sudeste da Polônia, principalmente na voivodia de Lublin, cerca de 12 mil pessoas i (Friszke F. Polska. Losy Państwa i Narodu. 1939-1989. Warszawa, 2003. S. 89; Varsóvia, Moscou, camarada Beria... "Documentos do NKVD da URSS sobre a resistência polonesa. I 1944-1945. M., 2001. P. 36).
24. Perto de Vilna, em julho de 1944, de acordo com várias fontes, de 6 a 9 mil 1 akovitas foram desarmados. "De Varsóvia. Moscou, camarada Beria...” Documentos do NKVD da URSS sobre a resistência polonesa. 1944-1945 M., 2001. S. 42; Teczka specjalna J.W. Stalina. Reportagem i NKWD z Polski. 1944-1946. Warszawa, 1998. S. 40; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 16 (5-4): Sede do Supremo Alto Comando: Documentos e materiais. 1944-1945. M., 1999. S. 111.
25. Armia Krajowa w dokumentach. T.V.S. 9; T.VI. S. 17-18, 27, 29.
26. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 1-2.
27. Lá. S. 3-5.
28. A equipe de comando do AK era composta por oficiais de carreira e generais do exército polonês pré-guerra, como regra, participantes da Primeira Guerra Mundial ou da guerra com a Rússia soviética. No verão de 1944, a composição do Estado-Maior Geral era a seguinte: comandante - General T. Bur-Komorovsky; Vice-Comandante e Chefe do Estado-Maior General - Gen. T. Pelchinsky; Primeiro Vice-Chefe do Estado Maior e Chefe de Operações - Gen. L. Okulitsky (estava na Polônia desde 22 de maio de 1944); segundo vice-chefe de gabinete do serviço comissário, chefe do IV departamento, coronel Z.Milkovsky; Coronel A. Sanoytsa, Vice-Chefe do Estado Maior para Assuntos Organizacionais; Vice-Chefe do Estado-Maior de Controle e Comunicações, Chefe do Regimento da V Divisão. K. Plyuta-Chakhovsky; chefe do 1º departamento organizacional, coronel F. Kaminsky (simultaneamente comandante dos batalhões Khlopsky); chefe do regimento Kediv (equipe de sabotagem). Y. Mazurkevich; Chefe da 2ª Divisão de Reconhecimento K.Iranek-Osmensky; Chefe do III departamento operacional, Cel. Y. Shostak; Chefe do VI Departamento (Bureau of Information and Propaganda) Col. Ya.Zhepetsky; Chefe do VII Departamento (Bureau of Finance and Control), Cel. São Thun; chefe do gabinete militar L. Muzychka. No verão de 1944, novos comandantes distritais foram nomeados: Novogrudok - Regimento. A. Shidlovsky (pseudônimo Poleshuk), depois Major M. Kalenkevich (pseudo-Kotvich); Polissya - Major G. Kraevsky (psev. Tzhaska, Leshchny); Tarnopol - Major B. Zavadsky (pseudônimo Soroka, Yurand); Volyn - K. Bombinsky, então o regimento. Y.Kiversky, Major T. Shtumberk-Rykhter (pseudônimo Zhegota), Coronel Y.Kotovich (pseudo Tvardy); Poznan - atuou como tenente. Ya. Kolodzei (pseudônimo Drval, Blyady); Pomorye - a partir de julho de 1944, Major F. Troyanovsky (pseudônimo Falia, Ryngraf, Torunchyk); Vilna - Regimento. Yu. Kulikovsky (pseud. Vitold, Ryngraf, Drogomir); distrito de Lublin - Regimento F. Jacques; Cracóvia - Cel. E. Godlevsky (pseud. Garda). (Duraczyński E. Op. cit. S. 433). O Lvov obshar do AK era comandado por um regimento. Filipkovsky (pseudônimo Janka) (Mazur G. Obszar Lwów // Operacja "Burza" em Powstanie Warszawskie 1944. Warszawa, 2002. S. 190).
29. Duraczyński E. Op. cit. S. 485-486.
30. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 11-12, 15-17, 24; A revolta de Varsóvia de 1944 nos documentos dos serviços secretos. Moscou-Varsóvia, 2007. S. 586, 742, 788, 924, 1022; Polônia no século 20. págs. 399-400.
31. O PKNO foi criado a partir de representantes do KRN e SPP. Sua composição de coalizão, encabeçada pelo socialista de esquerda E. Osubka-Moravsky, foi acordada e aprovada na noite de 21 para 22 de julho no escritório de Stalin (Arquivo histórico. 1996. No. 4. P. 82; Em uma recepção em Stalin Cadernos (revistas) de registros pessoais aceitos por I. V. Stalin (1924-1953), Moscou, 2008, pp. 437-438).
32. Documentos e materiais sobre a história das relações soviético-polonesas.
    T. 8. S. 129-131; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1): URSS e Polônia. 1941 - 1945. Sobre a história da união militar: Documentos e materiais. M., 1994. S. 316-317.
33. Quero dizer KRN.
34. Em 1º de agosto de 1944, o PKNO foi reconhecido pelo lado soviético como uma representação da coalizão da Polônia (arquivo russo: Grande Guerra Patriótica. Vol. 14 (3–1). P. 198, 316-317; Documentos e materiais sobre o história das relações soviético-polonesas. T VIII, pp. 153-157).
35. Partes do corpo perderam irremediavelmente 75 tanques (arquivo russo: Grande Guerra Patriótica. Vol. 16 (5-4), p. 112).
36. Shtemenko S.M. Estado-Maior durante os anos de guerra: Em 2 livros. Livro. 2. M., 1981. S. 59-63; História da Segunda Guerra Mundial. 1939-1945: Em 12 volumes T. 9. M., 1978. S. 55-56; Enciclopédia militar. Em 8 volumes T. 4. M., 1999. S. 494-495.
37. Veja também: Noskova A.F. Stalin e a criação do Comitê de Libertação Nacional Polonês: um passo forçado na direção certa // Europa Central. Problemas das relações internacionais e interétnicas. séculos XII-XX M., 2009. S. 365-393.
38. Missão de libertação das Forças Armadas Soviéticas na Segunda Guerra Mundial: Documentos e materiais. M., 1985. S. 284-287; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-2). págs. 408-409.
39. Jukov G.K. Memórias e reflexões: Em 3 volumes T. 3. M., 1990. S. 152-153.
40. Shtemenko S.I. Decreto. op. pp. 71-75; Antipenko N. Questões de apoio logístico da operação bielorrussa // Jornal de História Militar. 1964.
    Nº 6. S. 36-51.
41. Operação bielorrussa em números // Jornal Histórico Militar. 1964. Nº 6. S. 82.
42. Tippelskirch K. História da Segunda Guerra Mundial. Por. com ele. M., 1956. S. 451.
43. Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg. bd. 8. Miinchen, 2007. S. 571. Juntamente com a divisão de pára-quedas Hermann Goering que chega da Itália, a 19ª Divisão Panzer de Bialystok, bem como a 4ª Divisão Panzer e a 5ª Divisão Panzer SS foram transferidas para Varsóvia, perto de Varsóvia " Viking" da área de Kleschel.
44. arquivo russo. A Grande Guerra Patriótica. T. 14(3-1). págs. 200-201.
45. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 16 (5-4). págs. 120-121.
46. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1). págs. 202-203.
47. Lá. págs. 212, 213; T. 14 (3-2). págs. 418-419.
48. Revolta de Nazarevich R. Varsóvia. 1944 Por. do polonês. M., 1989. S. 89. De acordo com pesquisadores alemães modernos, em 2 de agosto de 1944, após dois dias de combates, havia 70 tanques e caça-tanques na 19ª Divisão Panzer e 63 tanques na Divisão de Tanques Paraquedistas Hermann Goering e destruidores de tanques, na 5ª Divisão SS Panzer "Viking" - 66 tanques e canhões de assalto, e na 4ª Divisão Panzer - 78 tanques (Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg. Bd. 8. S. 581).
49. Decreto Antipenko H.. op. S. 48.
50. A Revolta de Varsóvia de 1944 em documentos dos arquivos dos serviços secretos.
    págs. 584-596.
51. Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg. bd. 8. S. 646.
52. Operação Bagration. Libertação da Bielorrússia. M., 2004. S. 327-328; A Grande Guerra Patriótica - dia após dia: baseado em materiais de relatórios operacionais desclassificados do Estado-Maior do Exército Vermelho: Em 10 volumes T. 8: Libertação. 1 de junho - 31 de dezembro de 1944. M., 2010. S. 152-153.
53. Para uma descrição da batalha de tanques perto de Varsóvia do lado alemão, veja: Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg. bd. 8. S. 570-587.
54. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1). S. 215, aprox. 2 na página 216, aprox. 4 na pág. 216-217.
55. Shtemenko S.M. Decreto. op. S. 86.
56. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1). págs. 237, 238-239. Relatórios do Estado-Maior do Exército Vermelho sobre as batalhas da 1ª Frente Bielorrussa de 9 a
    30 de agosto de 1944 ver: Operação Bagration. Libertação da Bielorrússia. pp. 361-467; A Grande Guerra Patriótica - dia após dia. T. 8. S. 184-268.
57. Komorowski K. Bitwa sobre estolicę Polskiego Państwa Polskiego // Operacja "Burza" i Powstanie Warszawskie 1944. Warszawa, 2002. S. 552.
58. Ney-Krwawicz M. Komenda Główna Armii Krajowej. 1939-1945. Warszawa, 1990. S. 313, 320-321.
59. Komorowski K. Op. cit. S. 552; Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 31, 32.
60. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14(3-1). pp. 204, 209-210, 212; Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 100.
61. O historiador polonês K. Komorowski observa que, embora a concentração de forças alemãs contra o 2º Exército Panzer soviético “aliviasse a carga” do território coberto pela revolta, “os contra-ataques alemães aprofundaram o atraso da ala direita da 1ª Frente Bielorrussa, desaceleraram para baixo o movimento das tropas de Rokossovsky e adiou seu ataque à cidade. Mas o destino da revolta dependia disso ”(Komorowski K. Op. cit. S. 551).
62. Armia Krajowa w dokumentach. T.V.S. 9-13, T.IV. S. 18-21; Die Zeit. 29/07/1994; Polônia no século 20. S. 401.
63. Komorowski K. Op. cit. S. 548.
64. Varsóvia era a maior cidade da Polônia pré-guerra. No verão de 1944, sua população, incluindo Praga, era de até 1 milhão de pessoas. Durante a guerra, a cidade foi a mais importante estratégica e de transporte, ferrovia e aviação (grandes aeródromos Okecze e Bielany e os pequenos Bornerovo, Sluzhev, Gotslav, Zelenka), um hub, e também teve fortificações poderosas no Warsaw-Modlin-Zegrze triângulo. Um sério obstáculo na ofensiva do leste era o rio largo e profundo. O Vístula, que só podia ser atravessado por barcos (Komorowski K. Op. cit. S. 544-545).
65. Komorowski K. Op. cit. S. 529-534, 542, 551.
66. É possível que o comando do AK não tenha estabelecido tal objetivo para os rebeldes. Os rebeldes tomaram, em primeiro lugar, edifícios governamentais, escritórios administrativos, bancos.
67. Komorowski K. Op. cit. S. 555-557.
68. Um conhecido historiador inglês, ex-participante do levante, definiu seu objetivo da seguinte forma: “O Exército Craiova, tendo capturado Varsóvia, teve que preparar o caminho para uma batalha geral e final com Stalin, que decidiria quem governaria o posto. -guerra na Polônia - o campo de Londres ou o PPR e seus apoiadores. Os autores do levante agiram na crença de que um ponto de virada estava chegando para a Polônia, que estava em uma encruzilhada histórica e seu destino estava sendo decidido novamente” (Ciechanowski J.M. Op. cit. S. 15). A revolta foi o apogeu de todo o plano da Tempestade, mas não pôde decidir o destino do país em nenhum de seus resultados.
69. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 35, 47, 59-63, 72-73, 77-79, 80, 82, etc.
70. Correspondência do Presidente do Conselho de Ministros da URSS com os Presidentes dos Estados Unidos e Primeiros Ministros da Grã-Bretanha durante a Grande Guerra Patriótica. Vol. 2: Correspondência com F. Roosevelt e G. Truman (agosto de 1941 - dezembro de 1945). M., 1986 S. 100.
71. Relações soviético-americanas durante a Grande Guerra Patriótica. 1941-1945 Documentos e materiais em 2 volumes T. 2. M., 1984. S. 174; Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1). págs. 210-211.
72. Refere-se à Craiova Rada de Ministros chefiada pelo Vice-Primeiro Ministro
    Ya. Yankovsky e seus deputados no posto de ministros A. Benem, A. Paidak e St. Yasyukovich.
73. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 41-42, 53-54, 57-58, 70-71, 74-76, 85-86, 93, 99, 100, 112-113, etc.
74. Correspondência do Presidente do Conselho de Ministros da URSS com os Presidentes dos Estados Unidos e Primeiros Ministros da Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial 1941-1945. Vol. 1: Correspondência com W. Churchill e K. Atlee (julho de 1941 - novembro de 1945). M., 1986. S. 291-292.
75. A posição e os cálculos dos organizadores do levante continham, segundo o prof. Duraczyński, um paradoxo que inicialmente descartou seu sucesso político-militar (Duraczyński E. Stalin. Twyrca i dyktator supermocarstwa. Pułtusk - Warszawa, 2012. S. 495). De fato, os políticos poloneses previam a expulsão dos nazistas de Varsóvia pelas forças do Exército Vermelho e, ao mesmo tempo, também esperavam tomar o poder na cidade para combater os planos geopolíticos da liderança soviética em relação à Polônia.
76. Os compiladores não têm registros de conversas em 6 e 7 de agosto de 1944. Gravação soviética de uma conversa em 8 de agosto com V.M. Molotov publicou: O fator soviético na Europa Oriental. 1944-1953. T. 1: 1944-1948. M., 1999. S. 76-83.
77. Fator soviético na Europa Oriental 1944-1953. T. 1. 1944-1948. Os documentos. M., 1999. S. 67-76, 84-87, 76-83; Documentos e materiais sobre a história das relações soviético-polonesas. T. VIII. Doc. Nº 91, nota 1. S. 27.
78. O oficial soviético foi lançado em Varsóvia, mas foi morto, sobre o qual o lado soviético notificou os embaixadores americanos e britânicos em Moscou em 14 e 15 de agosto. Veja doc. Nº 123 e 129.
79. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 65-67; Cytowska-Siegrist E. Stany Zjednoczone a Polska. 1939-1945. Warszawa, 2013. S. 269, 281, 283.
80. Sierocki T. Oskar Lange. Biografia. Warszawa, 1989, pp. 138-156; Noskova A.F. Rumo à criação do PKNO (Arquivos Russos sobre o Papel de Moscou) // Estudos Eslavos. 2008. Nº 3. S. 3-21.; Registro da conversa de Stalin com Lange em 17 de maio de 1944, ver: Stalin and Poland. 1943-1944 anos. De documentos desclassificados de arquivos russos // História nova e recente. 2008. Nº 3. S. 124-137.
81. Pechatnov V.O., Magadeev I.E. Correspondência I.V. Stalin com F. Roosevelt W. Churchill durante a Grande Guerra Patriótica: Pesquisa documental: Em 2 vols. T. 2. M., 2015. S. 236.
82. Correspondência... T. 2. S. 161 - 162.
83. Lá. P. 162. Para Roosevelt, que se preparava para a próxima eleição presidencial, era importante evitar a participação, junto com Stalin, na solução do problema do PKNO e não permitir o apoio às intenções soviéticas, para não perder 6-7 milhões de votos de poloneses "americanos", que eram altamente anti-soviéticos.
84. Cit. Citado de: Cytowska Siegrist E. Op. cit. S. 297.
85. Por ordem de I.V. Stalin, todas as transmissões de rádio soviéticas foram verificadas na véspera da revolta, incluindo as transmissões do SPP que foram realizadas através do Comitê de Rádio. Os resultados do teste foram negativos. 29 de julho de 1944 estação de rádio. Kosciuszko, que estava à disposição do SPP, transmitiu uma variedade de informações a Varsóvia, incluindo um apelo aos poloneses em relação às hostilidades das tropas soviéticas perto de Varsóvia (ver nota nº 81).
86. Cit. por: Pechatnov O.V., Magadeev I.E. Correspondência de I.V. Stalin com F. Roosevelt e W. Churchill durante a Grande Guerra Patriótica: Pesquisa documental: Em 2 vols. T. 2. M., 2015. P. 244.
87. Lá. págs. 247-248.
88. Pechatnov O.V., Magadeev I.E. Decreto. op. T. 2. S. 250-251; Сutowska-Siegrist E. Op. cit. S. 290-293.
89. Os prisioneiros de guerra soviéticos não tinham essa proteção legal internacional contra a repressão alemã.
90. Veja a nota. Nº 92.
91. Missão de Libertação das Forças Armadas Soviéticas na Segunda Guerra Mundial. págs. 292-293.
92. Decreto Nazarevich R.. op. S. 170.
93. Os compiladores não possuem documentos soviéticos de apoio.
94. Armia Krajowa w dokumentach. T.IV. S. 307-308.
95. Arquivo russo: Grande Patriótico. T. 14 (3-1). pp. 242-243, 246, 249-251, 271-272, 274-275, 277-279; T. 14 (3-2). págs. 435-439, 440-441.
96. Decreto Tippelskirch K.. op. S. 453; Shtemenko S.M. Decreto. op. págs. 90-108.
97. Veja também: Classificados removidos: Perdas das Forças Armadas da URSS em guerras, operações de combate e conflitos militares. M., 1993. S. 203; A Grande Guerra Patriótica. T. 14 (3-1). S. 193, aprox. 1 na pág. 244, aprox. 1 na pág. 291; Decreto Nazarevich R.. op. S.167, 179-180.
98. Komorowski K. Op. cit. S. 559-560.
99. Mesmo lugar; Kirchmayer J. Op. cit. S. 503.
100. arquivo russo. A Grande Guerra Patriótica. T. 14 (3-1). pp. 267-268, 270; Komorowski K. Bitwa sobre estolice Polskiego Państwa Podziemnego // Operacja "Burza" i Powstanie Warszawskie. Warszawa, 2004. S. 560 Nazarewicz R. Z problematyki politycznej, powstania Warszawskiego (1944). Warszawa, 1980. S. 221; Kirchmayer J. Op. cit. S. 503-504.
101. Mas a operação para cobrir a cidade pelo norte também não pôde ser realizada, pois de 4 a 10 de outubro as tropas alemãs atacaram e pressionaram as unidades soviéticas na cabeça de ponte ao norte de Serotsk. Somente em 14 a 24 de outubro, as tropas do 65º e 70º exércitos conseguiram expandir 1 cabeça de ponte para 25 km ao longo da frente e 4-5 km de profundidade, ocupando Serotsk em 19 de outubro (IIItemenko S.M. General Staff durante os anos de guerra. Livro 2 pp. 101 - 108).
102. Cit. por: Nazarevich R. Decreto. op. págs. 201-202; Madajczyk Cz. Polityka III Rzeszy w okupowanej Polsce. T.I. Warszawa, 1970. S. 200-201.
103. Provavelmente, o advogado, tenente-coronel Ya. Dobrovolsky (pseudo-Zyngram) se refere.
104. Decreto Nazarevich R.. op. S. 202.
105. Correspondência ... T. 1. S. 299-300, 301. Em 30 de setembro, Mikolajczyk enviou uma carta a Rokossovsky pelo mesmo "canal", contendo informações sobre as fortificações das tropas alemãs perto de Varsóvia.
106. Refiro-me ao Exército da Pátria.
107. Veja também: Noskova A.F. O problema do reconhecimento internacional e das fronteiras da Polônia (agosto de 1944 - agosto de 1945) // Grande Guerra Patriótica. 1945 M., 2015. S. 26-29.
108. Cit. por: Nazarevich R. Decreto. op. págs. 209-210.
109. O texto do acordo em polonês foi enviado ao quartel-general do Alto Comando em 3 de outubro de 1944 (Armia Krajowa w dokumentach. Vol. IV. S. 428-432).
110. Polska. 1939-1945. Straty osobowe i ofiary represji pod dwiema okupacjami. Warszawa, 2009, pp. 183-184.

Atualmente, os historiadores poloneses reconheceram como não confiáveis ​​os dados sobre 200-250 mil moradores mortos da cidade, que existiam na literatura científica e na memória nacional dos poloneses por muitas décadas (Polska. 1939-1945. S. 184).

Preparado por Dmitry ZHVANIA

1º de agosto de 1944 é uma das datas mais trágicas da história da Polônia e da Segunda Guerra Mundial. Em 1º de agosto de 1944, começou a Revolta de Varsóvia contra a ocupação alemã. Coincidentemente, no mesmo dia, a Diretoria Principal de Operações da SS emitiu uma ordem para criar, com base no colaboracionista Exército Popular de Libertação da Rússia (RONA), a 29ª Divisão Waffen-Grenadier da SS / Russa No. 1). Os homens russos da SS foram imediatamente lançados pelos alemães para reprimir a revolta polonesa.

"Erro brutal" ou "impulso heróico"

“Precisamente às 5 horas, o tiroteio começou a partir de milhares de janelas abertas. De todos os lados, uma saraivada de balas caiu sobre os alemães que passavam, sobre os prédios por eles ocupados e sobre as formações em marcha. Em um piscar de olhos, os civis restantes na cidade desapareceram das ruas. Nosso povo saiu correndo de suas casas e atacou. Em 15 minutos, toda a cidade com um milhão de habitantes foi engolida pela luta. Todo o transporte parou. Varsóvia deixou de ser um grande centro de comunicações na retaguarda imediata da frente alemã, onde se cruzavam os caminhos do norte, sul, leste e oeste. A batalha pela cidade começou ”, lembrou o líder da revolta, o comandante do Exército da Pátria Tadeusz Komarovsky.

Muito tem sido escrito sobre a Revolta de Varsóvia. Os poloneses se revoltaram na esperança de serem apoiados pelo Exército Vermelho, que desenvolveu com sucesso a ofensiva. Mas as tropas da 1ª Frente Bielorrussa congelaram nos muros da capital polonesa. Por quê? Alguns historiadores acreditam que Stalin não queria a vitória dos representantes do governo polonês no exílio. Outros apontam que as tropas da 1ª Frente Bielorrussa, tendo passado mais de 300 quilômetros antes pelas terras bielorrussas e polonesas, simplesmente perderam o fôlego. Eles não tiveram forças para invadir uma cidade tão grande como Varsóvia.

09 de agosto de 1944 Stalin em uma conversa com membros da delegação do governo polonês chefiada pelo primeiro-ministro do governo polonês no exílio Stanislav Mikolajczyk afirmou que considera a revolta do exército clandestino polonês em Varsóvia uma "coisa irrealista", mas não se recusou a estabelecer contato com os rebeldes e lançar armas para eles. No entanto, até 13 de setembro de 1944, a aviação soviética não lançou armas e munições aos poloneses insurgentes. Mais tarde, em 15 de novembro de 1944, em uma conversa com um dos criadores do Exército Ludova Marian Spychalski Stalin listou as razões pelas quais a 1ª Frente Bielorrussa não pôde apoiar a Revolta de Varsóvia com uma ofensiva: a alta margem esquerda do Vístula e a necessidade de um ataque bem-sucedido para levantar pelo menos 40 divisões, armas e alimentos. “Se nos pedissem, não daríamos conselhos para se rebelar”, disse o líder da URSS.

MAS Marechal soviético Konstantin Rokossovsky, um polonês por nacionalidade, cuja irmã estava em Varsóvia durante o levante, falando em 26 de agosto de 1944 em Lublin, chamou de "erro grosseiro" um levante lançado sem coordenação com a liderança do Exército Vermelho. “Bur-Komorovsky, junto com seus capangas, tropeçou aqui como um ruivo em um circo - como aquele palhaço que aparece na arena no momento mais inoportuno e acaba enrolado em um tapete ... palhaçada, não teria nenhum valor, mas estamos a falar de uma aventura política, e esta aventura custará à Polónia centenas de milhares de vidas. Esta é uma tragédia terrível, e agora eles estão tentando transferir toda a culpa para nós. Dói-me pensar nos milhares e milhares de pessoas que morreram na nossa luta pela libertação da Polónia. Você realmente acha que não teríamos tomado Varsóvia se estivéssemos em condições de fazê-lo? A própria ideia de que, em certo sentido, temos medo do Exército da Pátria é ridícula ao ponto da idiotice ”, argumentou ele, quando ainda aconteciam batalhas ativas em Varsóvia entre o Exército da Pátria e as unidades da SS.

Mas todo esse tempo havia russos em Varsóvia. Só não para ajudar os poloneses, mas vice-versa - para ajudar os alemães a reprimir sua revolta. É sobre os caças RONA. Com a sugestão fácil dos propagandistas do Kremlin e eles cantaram junto do campo "patriótico", agora qualquer desvio da "linha geral" de Putin é chamado de "vlasovismo". "Vlasovshchina" na mente do público é uma espécie de imagem coletiva de traição.

Sem analisar neste texto as causas e os significados do colaboracionismo russo durante a Segunda Guerra Mundial, notamos apenas que até o final de 1944, o ex-major-general do Exército Vermelho Andrey Vlasov não desempenhou o papel de primeiro violino no conjunto colaboracionista russo. Como observam os pesquisadores, ele, tendo ido cooperar com os nazistas, a princípio se engajou mais no trabalho de propaganda do que no combate.

"República Russa" na retaguarda alemã

Konstantin Voskoboynik - o primeiro burgomestre do governo autônomo Lokot

Trabalho de combate, principalmente operações anti-partidárias, desde 1941, foi engajado Bronislav Kaminsky- Comandante RON. Para obter ajuda, vamos ao livro "Russian SS" de Dmitry Zhukov e Ivan Kovtun:

“Bronislav Vladislavovich Kaminsky nasceu em 16 de junho de 1899 na vila de Dobrzhin, distrito de Polotsk, província de Vitebsk. Seu pai era polonês e sua mãe era uma alemã russificada. Em 1917 ingressou no Instituto Politécnico de Petrogrado. No outono de 1918, Kaminsky se ofereceu para se juntar ao Exército Vermelho, onde serviu como um soldado comum do Exército Vermelho na 27ª Divisão de Bandeira Vermelha de Omsk, em homenagem ao Proletariado Italiano.

Em 1921, foi desmobilizado e continuou seus estudos no Instituto de Tecnologia Química de Petrogrado, onde se formou somente depois de 1930, pois trabalhava paralelamente na planta química da Respublika.

Logo após a desmobilização do Exército Vermelho, casou-se e posteriormente tornou-se pai de quatro filhos neste casamento. Até 1937, trabalhou na Fábrica Química de Leningrado como engenheiro-tecnólogo de produção química. Durante esses anos, Kaminsky ingressou nas fileiras do PCUS (b), mas logo se juntou à "oposição de direita" e começou a criticar abertamente o curso de Stalin em direção à coletivização da agricultura e as tendências autoritárias na política da direção do partido. Em 1935, ele foi expulso do partido e, em 1937, foi preso sob a acusação de envolvimento no "caso do grupo contra-revolucionário de Chayanov - o Partido Camponês Trabalhista". Kaminsky foi condenado a 10 anos nos campos. Ele cumpriu seu mandato em Shadrinsk, região de Kurgan. No início de 1941, mudou-se para a vila de Lokot, distrito de Brasovsky, região de Oryol, onde conseguiu um emprego como engenheiro em uma destilaria local. Depois que a área foi ocupada por tropas alemãs, ele se tornou vice-K.P. (Konstantin Pavlovich - aprox. SN) Voskoboinika - chefes da administração colaboracionista local.

No distrito de Lokotsky, Voskoboinik e Kaminsky criaram algo como uma república colaboracionista - "Formação do estado russo - governo autônomo do distrito de Lokotsky" (RGO-LOS). O autogoverno de Lokot foi oficialmente reconhecido pelas autoridades alemãs em 15 de novembro de 1941. Esta "república" incluiu os distritos das regiões de Bryansk, Kursk e Oryol e durou até 1943. Nos tempos czaristas, essas terras faziam parte do volost Komaritskaya e pertenciam à família imperial, e na discreta vila de Lokot havia uma propriedade Grão-Duque Mikhail Alexandrovich Romanov.

Segundo o historiador Sergei Drobyazko, com controle mínimo da administração alemã, o autogoverno Lokot alcançou grandes sucessos na vida socioeconômica do distrito. As fazendas coletivas foram abolidas no território do governo autônomo Lokot, a propriedade privada foi devolvida e uma considerável liberdade de empreendedorismo foi permitida. Durante a existência do governo autônomo, foram restauradas e lançadas em seu território empresas industriais para o processamento de produtos agrícolas, foram abertas igrejas, operados nove hospitais e 37 centros médicos ambulatoriais, operados 345 escolas secundárias e três orfanatos, e na cidade de Lokot, um teatro de arte e drama foi aberto. Teatro com o nome de K. P. Voskoboinik, e números de balé foram encenados no programa do Teatro Municipal de Dmitrov.

As autoridades alemãs preferiram não interferir nos assuntos internos do governo autônomo Lokot, que era responsável por coletar impostos, garantir a carga alemã em seu território e fornecer alimentos para as tropas alemãs. Ao mesmo tempo, apenas o rublo soviético foi usado como meio de pagamento na República Lokot.

No entanto, a principal tarefa do autogoverno Lokot não era a organização da vida pacífica, mas a luta contra o movimento partidário, que, como você sabe, era muito ativo nessas áreas (todos sabemos da escola sobre os partidários do Floresta de Bryansk). A princípio, um destacamento de autodefesa local estava envolvido nisso e, após a morte de Konstantin Voskoboinik em 7 de janeiro de 1942, Bronislav Kaminsky começou a criar o Exército Popular de Libertação da Rússia. Suas fileiras eram formadas por ex-soldados do Exército Vermelho, desertores de destacamentos partidários, bem como a população local mobilizada (Kaminsky realizou três mobilizações de caras de 17 a 20 anos).

No final de dezembro de 1942, o RONA incluía 14 batalhões de fuzileiros, uma divisão blindada e uma companhia de caças motorizados com um total de 10 mil pessoas, estava equipado com canhões, morteiros e metralhadoras, principalmente soviéticas. No início de 1943, o RONA consistia em 15 batalhões, seu número total era de 12 a 15 mil combatentes e, em meados de 1943 - 20 mil, naquela época o RONA incluía um batalhão de tanques, uma divisão de artilharia, cinco regimentos de infantaria , um batalhão de sapadores e um batalhão de segurança.

“As unidades do Exército Popular de Libertação da Rússia, infelizmente, lutaram com bastante eficácia contra os vingadores do povo”, observam os pesquisadores Zhukov e Kovtun. O "Kamintsy" não apenas lutou contra os guerrilheiros, mas também aterrorizou a população local, suspeita de estar ligada aos vingadores do povo. “Esses métodos usados ​​por eles (os partisans - SN) em escala ilimitada nos obrigam a responder às suas execuções e terror com terror impiedoso de todo o nosso povo, sedento de tranquilidade, paz e trabalho livre”, disse Kaminsky no texto de seu despacho de 8 de maio de 1942.

A onda de terror resultou, segundo dados de arquivo, em um grande número de vítimas. “Para lutar contra os mesmos guerrilheiros, as aldeias de Krasnaya Sloboda, Terebushka, Chern, Gavrilova Guta, Kokorevka, Kokushkino, Chukhrai, Smiliz, Igritskoye, Dobrovolsky, Altukhovo, Shushuyevo foram completamente queimadas e seus habitantes foram despejados à força para outros áreas. De acordo com a Comissão Extraordinária do Estado, que conduziu investigações sobre as atividades do RONA, seus punidores executaram 10.000 pessoas durante a existência da república, e mais de duzentas foram queimadas vivas ”, diz Pavel Sutulin, respondendo ao pedido de desculpas da "República Lokot" realizado por um jornalista Sergei Veryovkin. Somente do distrito de Brasovsky, na região de Bryansk, 7.000 pessoas foram levadas para a Alemanha para trabalhos forçados.

A deserção do RONA era punível com prisão por um período de três anos, com confisco total obrigatório dos bens. E por graves violações de disciplina, por exemplo, assassinatos motivados por embriaguez, eles foram baleados na República Lokot. O carrasco do distrito de Lokotsky, Antonina Makarova ("Tonka, a metralhadora") executou as sentenças de morte. Ela atirou em cerca de 1.500 pessoas, incluindo guerrilheiros, membros de suas famílias, mulheres e adolescentes (ela foi exposta pela KGB apenas no final dos anos 70 e condenada à morte, baleada em 1978).

“Os soldados do RONA tiveram que participar diretamente das batalhas com o Exército Vermelho. Os primeiros confrontos de combate entre os "kaminianos" e os últimos ocorreram durante o chamado "invasão Sevsky", ou a operação ofensiva Dmitriev-Sevskaya, que ocorreu no final de fevereiro - março de 1943. Por ordem do comando alemão, algumas partes do RONA foram pelotão e companhia fundidas nas unidades alemãs e húngaras, e oficiais alemães foram enviados para cada batalhão dos “Kaminians”, ”, dizem Zhukov e Kovtun.

Após o fracasso da operação alemã "Citadel", RONA deixou o distrito de Lokotsky. “Em 5 de agosto de 1943, Kaminsky emitiu a ordem nº 233 sobre a evacuação das estruturas militares e civis do distrito de Lokotsky, bem como da população local, que “não quer viver no inferno bolchevique”, para a Bielorrússia. Ao custo de enormes esforços, essa tarefa foi concluída e, em 26 de agosto de 1943, unidades do RONA (até 7.000 pessoas) com equipamentos, a administração civil, membros de suas famílias, bem como civis anti-soviéticos (cerca de 30 mil pessoas) foram carregados e evacuados por trem para o distrito da cidade bielorrussa de Lepel ”, lemos no estudo de Zhukov e Kovtun. Na Bielorrússia, os "Kamins" fizeram o mesmo que nas regiões de Bryansk, Oryol e Kursk, e as fileiras do RONA foram reabastecidas, inclusive por policiais bielorrussos. Em Lepel, a unidade Kaminsky mudou seu nome e ficou conhecida como Brigada do Exército Popular Kaminsky (Volksheer-Brigada Kaminski).

Por ações bem-sucedidas na luta contra os "bandidos da floresta", Kaminsky em janeiro de 1944 recebeu várias medalhas para os "povos orientais" e em 27 de janeiro os alemães o concederam a Cruz de Ferro de 2ª classe e, depois da derrota do partidária "1ª Brigada Anti-Fascista" (que consistia em "duplos desertores" - de ex-soldados da 1ª brigada SS nacional russa "Druzhina") e a Cruz de Ferro de 1ª classe.

30 de julho de 1944 Kaminsky chegou a Rastenburg para se encontrar com Heinrich Himmler. O chefe da "Ordem Negra" agradeceu a Kaminsky pelas ações bem-sucedidas da brigada e concedeu-lhe pessoalmente a Cruz de Ferro do 1º grau, além de lhe conceder o posto de Waffen Brigadeführer. Em 1º de agosto, a Diretoria Operacional Principal da SS emitiu uma ordem para criar a 29ª Divisão SS Waffen-Grenadier / Russian No. 1 / (29. Waffen-Grenadier-Division der SS / Russische Nr. 1) com base no RONA. Logo os alemães atraíram os "Kaminians" para suprimir a Revolta de Varsóvia.

Russos em Varsóvia

SS-Obergruppenführer Erich von dem Bach - carrasco de Varsóvia

Na literatura jornalística há uma afirmação de que os colaboradores russos se tornaram quase a força principal dessa operação nazista. No entanto, não é. Zhukov e Kovtun contam em detalhes sobre a participação do RONA na repressão da Revolta de Varsóvia:

“O fato de os soldados do RONA estarem envolvidos na repressão do levante de Varsóvia, Kaminsky aprendeu em Berlim. Ele, escreve o historiador Konstantin Semyonov, recebeu o telegrama de Himmler com o seguinte conteúdo: "Aguardo sua ajuda neste assunto".

Ao chegar à formação, Kaminsky realizou uma reunião, que contou com a presença do chefe de gabinete da divisão I.N.th, 2º e 5º regimentos I.F. Frolov, Golyakov e Romanov, comandante de um batalhão de guardas separado Burygin. Kaminsky disse que a unidade foi rebatizada de divisão das tropas alemãs da SS e atribuída a ela nº 29; foi promovido ao posto de major-general e ordenado a enviar parte da divisão para Varsóvia. Cada comandante de regimento deve alocar 400 pessoas (“de acordo com o batalhão de pessoas confiáveis”). Era necessário formar um regimento combinado sob o comando do Waffen-Obersturmbannführer SS I. D. Frolov (Chefe do Estado-Maior do Waffen-Hauptsturmführer SS Nochevkin) e se preparar para a transferência para a antiga capital polonesa.

O regimento consolidado era formado por militares da família e solteiros e consistia em quatro batalhões de fuzileiros, quatro tanques T-34, Su-76 e dois obuses de 122 mm. O número do regimento, de acordo com documentos alemães, era de 1.700 pessoas, de acordo com o testemunho dos oficiais da divisão I. D. Frolov e P. R. Mayorov - de 1.500 a 1.600 pessoas.

Na madrugada do dia 3 de agosto, o pessoal embarcou nos veículos e se deslocou para a área designada. Em 8 de agosto, o regimento chegou à vila de Rakov, localizada quatro quilômetros a sudoeste de Varsóvia. No dia seguinte, Kaminsky chegou à unidade com uma ordem do comando alemão para avançar.

O regimento de Frolov foi incluído no grupo de batalha do SS Gruppenführer e do tenente-general das tropas SS e da polícia, Heinz Reinefarth - foi ele quem von dem Bach instruiu a reprimir a revolta. O grupo de combate Reinefart foi dividido em várias formações operacionais que realizaram a limpeza de Varsóvia - eram os grupos de combate Rek, Rohr, Dirlewanger, Schmidt, o grupo de cobertura Sarnov etc. Cada grupo recebeu um local, dividido em setores.

Em 9 de agosto, os subordinados de Frolov e Nochevkin se tornaram parte do grupo de batalha do major-general Günther Rohr. Partes desta última operavam no setor “Sul”, setor “D”. Além dos Kaminians, o grupo Ror (número total de 6.161 pessoas, segundo R. Michaelis - 12.700 pessoas) incluía o 627º batalhão de engenheiros, a companhia de engenharia nº 500, o 80º regimento antiaéreo, a III divisão da artilharia regimento 5- ª Divisão SS Panzer "Viking", unidades de polícia de segurança do Coronel V. Rodewald e equipe SD "Birknet". A unidade foi encarregada de limpar os quartéis dos rebeldes nas áreas de Volya, Okhota, Oketsie e Mokotov.

"Kamintsy" lutou contra os rebeldes, entrincheirados na região de Okhota. Os postos de tiro dos poloneses foram suprimidos com a ajuda da artilharia. Os participantes dessas batalhas lembraram como Frolov disparou pessoalmente de um obus de 122 mm em casas, de onde os combatentes do AK ofereciam resistência.

As batalhas pelos bairros residenciais foram caracterizadas por grande crueldade, ambos os lados não fizeram prisioneiros. Já no primeiro dia, quando a ofensiva foi lançada de Rakov a Okhota, os “kaminianos” tiveram que ficar na defensiva, pois as perdas do fogo dos insurgentes foram significativas (50 pessoas foram mortas e feridas). Mas, tendo se acostumado, os soldados do RONA começaram a empurrar os poloneses, limpando rua após rua.

Em 11 de agosto, os Kaminianos tentaram tomar uma fábrica nos subúrbios de Varsóvia. Depois de algum tempo, um dos comandantes do batalhão chegou ao quartel-general do regimento e informou a Frolov que era impossível tomar a fábrica pela força da infantaria. Frolov relatou isso a Kaminsky. Então Kaminsky assumiu pessoalmente o controle da batalha. Em 12 de agosto, após uma batalha de duas horas, a fábrica foi tomada. O regimento perdeu cerca de 70 homens. Para esta batalha, Kaminsky e Shavykin foram apresentados pelo comando alemão para prêmios, que receberam em 18 de agosto.

Em 16 de agosto, os soldados do RONA continuaram lutando nas ruas. Depois de limpar vários quarteirões, os grupos de assalto pararam. Três tanques alemães que apoiavam a SS com fogo foram queimados. Nesta batalha, os Kaminians perderam mais 40 pessoas mortas e feridas. Posteriormente, o regimento perdeu diariamente de 5 a 20 pessoas.

Em 19 de agosto, a região de Okhota estava mais da metade livre dos rebeldes, mas os “Kamins” em 10 dias não conseguiram completar a tarefa até o fim - chegar ao rio Vístula em sua área. Tendo aceitado a proposta de Kaminsky, o comando alemão decidiu mudar o regimento. Frolov recebeu uma ordem para avançar para uma área localizada de 25 a 30 km a noroeste de Varsóvia e vasculhar as florestas onde os guerrilheiros poloneses se tornaram mais ativos.

Os historiadores às vezes explicam a retirada do regimento de Varsóvia pelo fato de que a disciplina entre os “kaminianos” caiu seriamente, eles mataram vários alemães e roubaram a população. Alguns fatos desse tipo realmente aconteceram. Mas deve-se lembrar que os próprios alemães deram carta branca às ações de saqueadores. Os combatentes do RONA apreenderam as coisas da população civil, mas não em números como outras partes da SS e da Wehrmacht. Somente nos primeiros dez dias da revolta, os alemães tiraram cerca de 7.000 vagões ferroviários com várias propriedades. Os homens da SS de Dirlewanger eram os líderes absolutos nesse assunto.

É impossível falar sobre o papel decisivo dos Kaminianos na repressão da Revolta de Varsóvia, mesmo apenas com base em números. Hitler enviou 16.696 combatentes da SS para reprimir a Revolta de Varsóvia, dos quais apenas 1.700 eram kaminianos. Isso, é claro, não branqueia os "kaminianos" de forma alguma. Eles se comportaram em Varsóvia como verdadeiros ocupantes. No entanto, declarações sobre o papel decisivo dos colaboradores russos na repressão da Revolta de Varsóvia não simplificam as já difíceis relações entre os povos polonês e russo.

Revolta de Varsóvia do povo polonês contra os invasores nazistas eclodiu na capital polonesa em 1º de agosto de 1944 e terminou em 2 de outubro do mesmo ano com a derrota dos rebeldes e sua assinatura do ato de rendição. Esta trágica data é celebrada anualmente na Polônia há 70 anos. Até hoje, é justamente em torno da história desse evento que se travam acirradas discussões políticas e científicas. Questões controversas, por exemplo, incluem alegações de que a liderança soviética, quando a revolta começou, não quis ajudá-la, suspendeu deliberadamente a ofensiva das tropas soviéticas, esperando que os nazistas reprimissem o povo de Varsóvia e eliminassem a liderança de o levante, que era indesejável para a URSS, representando os interesses do governo polonês no exílio.

Os fatores-chave a serem levados em consideração ao considerar a posição da URSS em relação aos eventos em Varsóvia são as duas circunstâncias a seguir. Em primeiro lugar, com nenhum dos países que seriam libertados pelo Exército Vermelho durante as hostilidades de 1944-1945. e sendo aliados no quadro da coligação anti-Hitler, a URSS não teve relações tão difíceis como com a Polónia. O principal "ponto de dor" nas relações entre os dois estados era o problema da fronteira soviético-polonesa. A questão das fronteiras estava intimamente ligada ao problema de manter no poder na Polónia as forças políticas que defendiam intransigentemente a inviolabilidade das fronteiras pré-guerra de 1939, a entrada da Bielorrússia Ocidental e da Ucrânia Ocidental na Polónia e, consequentemente, a preservação do antigo regime político do pré-guerra com seus conceitos de política externa. Após a derrota da Polônia pela Alemanha em setembro de 1939, um governo polonês no exílio foi formado na França (mais tarde em Londres), chefiado pelo general V. Sikorsky. Até o início da Grande Guerra Patriótica, assumiu uma posição hostil em relação à URSS, com base no conceito de "dois inimigos históricos da Polônia": Alemanha e Rússia. Em 30 de julho de 1941, foi assinado um acordo entre o governo da URSS e o governo da Polônia no exílio sobre a restauração das relações diplomáticas e a criação de um exército polonês no território da URSS. A questão da fronteira soviético-polonesa entre os dois países permaneceu em aberto.

Em segundo lugar, a situação política interna na Polónia foi caracterizada por uma falta de unidade nas fileiras do movimento de resistência polaco, representado principalmente por duas correntes políticas: uma - liderada pelo governo exilado em Londres e seus representantes no país, a outra - baseado em organizações antifascistas e clandestinas de esquerda lideradas pelo Partido dos Trabalhadores Poloneses (PPR), formado em janeiro de 1942. As Forças Armadas, o Exército Craiova (AK), criado no território da Polônia ocupado pelos alemães em fevereiro de 1942 com base na União de Luta Armada, estavam subordinados ao governo de Londres, que reunia um número significativo de grupos e organizações em suas fileiras. Sob as condições de ocupação, uma extensa estrutura administrativa e política foi criada em território polonês, subordinada ao governo emigrante polonês e chamada de "estado subterrâneo". O objetivo do governo polonês no exílio e do comando do AK no território polonês era recriar o estado polonês dentro das fronteiras anteriores a 1939.

No final de 1943, quando a iminente entrada das tropas soviéticas na Polônia se tornou óbvia, o comando do AK, de acordo com as diretrizes do governo no exílio, desenvolveu um plano sob o nome conspiratório de "Buzha" ("Tempestade"). Previa a ocupação pelo Exército da Pátria das cidades deixadas pelos nazistas e o estabelecimento da autoridade do governo emigrado nelas antes que as tropas soviéticas se aproximassem delas. A implementação do plano deveria envolver 70-80 mil soldados e oficiais do AK, estacionados principalmente nas regiões leste e sudeste da Polônia, bem como nos territórios da Lituânia, Ucrânia Ocidental e Bielorrússia Ocidental. Sob certas condições (por exemplo, durante a rápida retirada do inimigo da Polônia), um levante armado não foi descartado.

Em 25 de abril de 1943, a URSS cortou relações diplomáticas com o governo de Sikorsky (após sua morte em julho de 1943, o gabinete foi chefiado por S. Mikolajczyk). O motivo da ruptura das relações foi o apoio do governo no exílio à campanha de propaganda anti-soviética lançada pelos nazistas sobre o "caso Katyn". 4. Stalin culpou o governo polonês pela ruptura das relações, acusando-o de cumplicidade com os fascistas nazistas.

Com a aproximação das tropas soviéticas às fronteiras da Polônia, o objetivo militar do AK passou a ser a implementação do já mencionado plano “Tempestade”, de modo que o avanço das tropas soviéticas e aliadas polonesas criadas no território da URSS já encontrasse o já formado aparato de poder subordinado ao governo emigrante no território libertado. Além disso, o AK tinha que estar pronto para a ação contra as forças políticas polonesas que se opunham ao governo no exílio e eram militar-politicamente orientadas para a URSS. O cálculo principal foi feito no fato de que, independentemente do sucesso da Operação Tempestade, a questão polonesa se tornaria objeto de discussão na Inglaterra, nos EUA e na URSS, o que obrigaria Moscou a fazer concessões.

Os historiadores ainda não foram capazes de determinar com precisão o tamanho do Exército da Pátria. Seja como for, na primavera de 1944, segundo várias estimativas, havia de 300 mil a 380 mil membros do exército em suas fileiras. , acúmulo de armas, reconhecimento, etc. o governo de emigrantes de Londres através de seu órgão de imprensa "Information Bulletin" constantemente se opôs à luta partidária na Polônia, declarando apelos para combater os invasores "agitação prejudicial do Comintern", "sabotagem soviética". No entanto, muitos comandantes e soldados comuns do AK procuraram contribuir para a libertação da Polônia do fascismo. Juntamente com grupos de sabotagem, eles atacaram transportes, comunicações e ferrovias. objetos. Em 1944, mais de 60 pontes e 5.000 veículos foram destruídos, 130 grandes armazéns e instalações militares foram queimados e um grande número de atos de sabotagem foi realizado.

Para consolidar as forças de esquerda e unir o povo polonês, com base na plataforma política do Partido dos Trabalhadores Poloneses e por sua iniciativa, em 1º de janeiro de 1944, foi formada a Craiova Rada Narodova (KRN) - o órgão supremo do frente democrática nacional. Ao mesmo tempo, decidiu-se unir todos os grupos partidários, destacamentos armados e formações militares das forças de esquerda no Exército Popular (AL). No entanto, no verão de 1944, o AL contava apenas com 60 mil pessoas em suas fileiras e não representava uma força militar real. O apoio soviético ao KRN fortaleceu o novo sistema de poder criado pelos comunistas poloneses. Em maio de 1944, o KRN foi realmente reconhecido pela URSS.

Após a suspensão das relações diplomáticas soviético-polonesas, a URSS demonstrou sua disposição para se comprometer e retomar o diálogo com os líderes do governo polonês no exílio. As condições políticas para o início das negociações, apresentadas pelo lado soviético, foram a rejeição da política anti-soviética pelo governo emigrante, o estabelecimento de suas relações com o campo democrático polonês e o reconhecimento da fronteira polaco-soviética ao longo da chamada Linha Curzon. Essas condições foram estabelecidas na Declaração do governo soviético de 11 de janeiro de 1944. O governo de Londres rejeitou essas propostas, por sua vez, exigindo o estabelecimento de uma linha de demarcação a leste de Vilnius e Lvov e a transferência do controle no leste dele para a administração soviética sob o controle dos aliados ocidentais.

Assim, o governo de Londres e os políticos que lideravam o "Estado Subterrâneo" e o Exército da Pátria no território polonês continuaram a aderir teimosamente à orientação para a assistência dos Aliados Ocidentais em manter a Polônia dentro das fronteiras pré-guerra. Tal atitude ideológica levou inevitavelmente ao conflito com o lado soviético. Assim, o Exército Craiova e aquela parte da população que o apoiava tornaram-se reféns deste conceito, longe do realismo político e tendo em conta as circunstâncias históricas específicas associadas à inevitabilidade da libertação da Polónia pelo Exército Vermelho.

W. Churchill e F. Roosevelt eram realistas na avaliação da situação político-militar e não viam nenhuma força real que pudesse impedir a URSS de aproveitar os resultados das operações ofensivas do Exército Vermelho na Polônia. Mais importante ainda, os aliados ocidentais entenderam claramente que a URSS inevitavelmente alcançaria uma solução para a questão das fronteiras orientais da Polônia por meios militares. As tentativas de Churchill de persuadir o primeiro-ministro S. Mikolajczyk a reconhecer a "Linha Curzon" são bem conhecidas. Ao discutir o problema polonês em Quebec (setembro de 1944), Churchill, em conversa com Roosevelt, tentou dissociar-se da política pouco ponderada, limitada e egoísta do governo polonês no exílio, para mostrar sua não participação nela. Em 22 de fevereiro de 1944, Churchill, falando na Câmara dos Comuns, declarou que "somente os exércitos russos podem libertar a Polônia no momento, que perdeu milhões de pessoas destruindo a máquina militar alemã".

À medida que as tropas do Exército Vermelho avançavam pelo território da Ucrânia Ocidental, Bielorrússia Ocidental e Lituânia, o comando do AK proibiu os combatentes de se juntarem às unidades polonesas do Exército polonês formadas na URSS. Tudo isso lançou as bases para a desconfiança entre o AK e as tropas soviéticas, bem como entre várias forças políticas polonesas e formações militares. Já durante as batalhas por Kovel em março de 1944, ficou claro que as diretrizes políticas do comando do AK contrariam não apenas a situação no front, mas também os interesses da libertação da Polônia. A liderança soviética decidiu interromper qualquer interação de combate com as forças do Exército da Pátria. Em 7 de julho de 1944, destacamentos do AK tentaram capturar Vilnius antes que as tropas do Exército Vermelho entrassem, perdendo cerca de 500 soldados no processo. No final, Vilnius foi libertado em 13 de julho pelas ceras da 3ª Frente Bielorrussa. Tentando estabelecer a sua autoridade administrativa neste território e recusando-se a obedecer ao comando do 1º Exército Polaco, o comando do AK colocou as suas unidades em situação de conflito com as tropas do Exército Vermelho, o que levou a casos pontuais de confrontos armados e, como como resultado, ao desarmamento das unidades polonesas. Em 23 de julho, os combatentes do AK fizeram uma tentativa frustrada de atacar Lvov por conta própria. Lviv foi libertada em 27 de julho pelas tropas da 1ª Frente Ucraniana. As tentativas do comando local do AK de estabelecer sua própria administração apenas agravaram a situação. Em 14 de julho de 1944, a Sede do Comando Supremo da URSS emitiu uma diretriz aos comandantes das tropas das três frentes bielorrussas e da 1ª frente ucraniana sobre o desarmamento dos destacamentos armados poloneses subordinados ao governo polonês no exílio.

É bastante óbvio que não poderia haver questão da libertação da Polônia sem a liquidação dos poderosos agrupamentos da Wehrmacht, que no verão de 1944 tinham mais de 170 divisões na direção central. Foi no território polonês que funcionou em 1944-1945. a principal direção estratégica na qual o resultado da guerra foi amplamente decidido. Mais da metade do exército ativo soviético - cinco frentes - participou de batalhas em solo polonês, embora o comprimento da linha de frente na Polônia não chegasse a mais de 25% de toda a frente soviético-alemã.

A Revolta de Varsóvia foi precedida por uma série de eventos interligados de natureza militar, política e diplomática.

Em 6 de julho de 1944, uma delegação do Craiova Rada Narodova chegou a Moscou de Varsóvia, atravessando a linha de frente. A delegação assumiu a autoridade de regular as relações interestaduais entre os dois países. De acordo com as memórias do marechal, foi nessa época, em 8 de julho de 1944, em uma dacha perto de Moscou, que foram discutidas questões sobre a possibilidade de uma saída das tropas soviéticas para o Vístula. Esses objetivos foram previstos pelo plano da operação ofensiva de Kovel. Depois de romper as defesas inimigas, o golpe principal deveria ser desferido na direção geral de Deblin e mais adiante ao longo da margem leste do rio. O Vístula para Praga (um subúrbio de Varsóvia) e o 47º Exército com um tanque e um corpo de cavalaria - através de Parchev, Lukov - para Sedlec. O plano de operação foi aprovado ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, juntamente com representantes do Craiova Rada Narodova B. Bierut, E. Osubka-Moravsky, M. Rola-Zhymersky, foi decidido que Lublin seria a primeira cidade onde o KRN desenvolveria suas atividades.

Na diretriz do Quartel-General do Supremo Alto Comando de 21 de julho de 1944, foi ordenado que a cidade de Lublin fosse tomada o mais tardar de 26 a 27 de julho. Ao mesmo tempo, foi enfatizado que "isso é urgentemente exigido pela situação política e pelos interesses de uma Polônia democrática independente". Em 22 de junho de 1944, em uma reunião com a delegação polonesa do KRN no Kremlin, I.V. Stalin enfatizou que a travessia da linha Bug pelo Exército Vermelho era uma questão de futuro próximo, e era do interesse da Polônia se preparar para assumir o controle do território libertado em suas próprias mãos. A delegação de representantes do KRN, que se reuniu repetidamente com a liderança soviética, estava se preparando para criar o Comitê Polonês de Libertação Nacional (PKNO), proclamado na cidade polonesa libertada de Chelm em 21 de julho de 1944.

No período de 17 a 20 de julho, tropas soviéticas, juntamente com unidades do 1º Exército Polonês, criado na URSS, entraram no território da Polônia. Em 24 de julho de 1944, Lublin foi libertada.

Após a entrada das tropas soviéticas no território polonês, bem como a conclusão, em 26 e 27 de julho de 1944, de um acordo com o PKNO sobre a fronteira soviético-polonesa ao longo da Linha Curzon e sobre a relação entre o comandante em exército soviético chefe e a administração polonesa, o PKNO foi de fato reconhecido como a única autoridade no território libertado, e o exército polonês é a única força militar na Polônia reconhecida pela URSS. “Nenhuma outra autoridade, incluindo as do “governo” emigrante polonês em Londres, exceto o Comitê Polonês de Libertação Nacional, deve ser reconhecida”, afirmou o Decreto do Comitê de Defesa do Estado da URSS de 31 de julho de 1944.

O comando da 1ª Frente Bielorrussa imediatamente antes do levante, de acordo com a diretriz do Quartel-General do Supremo Alto Comando de 27 de julho de 1944, planejava ir ao Vístula e tomar cabeças de ponte, e o mais tardar de 5 a 8 de agosto, capturar os subúrbios de Varsóvia - Praga. A diretriz do Quartel-General do Alto Comando Supremo de 29.7.44 afirmava que "os combatentes e comandantes que se distinguiram no arrombamento do Vístula receberão condecorações especiais com ordens até o título de Herói da União Soviética".

Ao mesmo tempo, como testemunham os documentos de arquivo, essa tarefa não era realista. As tropas percorreram centenas de quilômetros em combate, sofreram pesadas baixas, ampliaram as comunicações, o que dificultou o abastecimento logístico das frentes. Na noite de 31.7 para 1.8, unidades do 1º Exército do Exército Polonês fizeram uma tentativa frustrada de cruzar o Vístula imediatamente, sem a devida preparação.

Quase no momento em que as tropas soviéticas entraram no território polonês, o comandante do Exército da Pátria, general T. Bur-Komorowski, em 21 de julho de 1944, emitiu uma ordem sobre o estado de prontidão para aguardar um sinal para uma revolta de um em na manhã de 25 de julho. Esta decisão foi aprovada de 23 a 24 de julho pela Comissão Principal da Rada da Unidade Narodova (um órgão clandestino do estado polonês, criado por representantes de partidários do governo polonês no exílio). A questão do levante em Varsóvia foi discutida em uma reunião do governo no exílio em Londres em 25 de julho de 1944, então foi decidido dar ao mais alto representante político do governo polonês na Polônia ocupada o direito de iniciar um levante em qualquer momento que ele escolheu. O objetivo do levante era capturar Varsóvia antes que fosse ocupada por unidades do Exército Vermelho e colocar ali um governo de emigrantes chefiado por S. Mikolajczyk.

O plano de insurreição desenvolvido pelo quartel-general do AK partiu do fato de que em um futuro próximo o próprio exército alemão deixaria a capital polonesa. O conceito da revolta foi baseado na possibilidade de uma luta curta (máximo de 2-3 dias) e relativamente sem derramamento de sangue contra as tropas alemãs em retirada. Além disso, para não atrasar sua retirada para o oeste, não foi planejado tomar as comunicações de transporte mais importantes, incluindo as pontes estrategicamente importantes sobre o Vístula.

A ordem para iniciar a revolta foi dada por Bur-Komorovsky em 31 de julho. A base para esta decisão foram informações não verificadas sobre a aproximação de tanques soviéticos à margem direita de Varsóvia - Praga.

O governo polonês no exílio e o comando do Exército da Pátria prepararam planos para uma insurreição em segredo da liderança soviética, sem seu consentimento, claramente não contando com sua ajuda e não planejando ações conjuntas com as tropas soviéticas para libertar Varsóvia. Pelo contrário, esses planos previam apenas a ajuda dos aliados ocidentais. Em 27 de julho, às vésperas do levante, representantes do governo londrino se voltaram para o lado britânico com pedidos de assistência ativa em relação ao plano de levante e receberam a resposta de que o governo britânico não poderia atender a nenhum desses pedidos. Poucos dias depois, o chefe do Estado-Maior do Ministério da Defesa britânico, general G. Ismay, disse que a ajuda era impossível, seja bombardeio ou a transferência da aviação polonesa e uma brigada de pára-quedas para a Polônia. Ao mesmo tempo, foi explicitamente declarado que o território da Polônia estava incluído na zona de operações das tropas soviéticas: “Os Aliados não podem realizar tais ações se não forem coordenadas com a ofensiva russa, pois devem ser consideradas ações realizadas fora na zona de interesses táticos russos.” Apesar disso, a liderança do Exército da Pátria decidiu se revoltar.

Vale ressaltar que, quando foi dada a ordem para iniciar a revolta em Varsóvia, o chefe do governo polonês no exílio, S. Mikolajczyk, estava em Moscou.

Gravações de I.V. Stalin e S. Mikołajczyk de 3 e 9 de agosto de 1944 testemunham que o primeiro-ministro polonês do governo no exílio não se dirigiu a Stalin com um pedido para fornecer ao Exército Vermelho assistência aos rebeldes realizando ataques de fora ou para coordenar forças militares operações entre os rebeldes e as tropas soviéticas. Mikolajczyk levantou a questão apenas de fornecer assistência ao lançar armas e alimentos de aeronaves. Stalin prometeu fornecer assistência com armas e enviar um oficial de ligação soviético. Ao mesmo tempo, em 3 de agosto, ele declarou duramente a posição política soviética, em particular que “O governo soviético não reconhece o governo polonês de Londres, que rompeu relações com ele. Ao mesmo tempo, o governo soviético tem relações e acordos reais com o PKNO. Stalin falou a favor do fato de que antes de negociar com Mikolajczyk, como chefe do governo polonês, era necessário chegar a um acordo com o PKNO sobre a união de forças e a criação de um governo provisório.

As negociações que ocorreram em 8 de agosto entre Mikolajczyk e os líderes do PKNO terminaram inconclusivamente. E então o primeiro-ministro polonês do governo no exílio não aproveitou a chance para tentar realmente ajudar os rebeldes em Varsóvia. Em 8 de agosto, Stalin escreveu a Churchill: "A conversa com Mikolajczyk me convenceu de que ele tem informações insatisfatórias sobre os assuntos na Polônia".

O lado britânico, sabendo dos preparativos para o levante, somente em 2 de agosto de 1944, por meio de uma missão militar em Moscou, informou ao comando soviético que o governo polonês exilado em Londres havia recebido telegramas sobre o início de um levante armado em Varsóvia e com um pedido "que os russos ajudem com um ataque imediato de fora". Em 5 de agosto, Stalin enviou uma mensagem bastante dura a W. Churchill, na qual destacou que “é impossível imaginar como vários destacamentos poloneses do chamado Exército da Pátria, que não tem artilharia, nem aviação, nem tanques, pode tomar Varsóvia, enquanto os alemães colocam quatro divisões de tanques para a defesa de Varsóvia. A mesma posição do governo soviético foi declarada em 13 de agosto de 1944 na Declaração da TASS, que afirmou que o governo polonês no exílio não fez nenhuma tentativa de notificar o comando militar soviético com antecedência e coordenar com eles qualquer ofensiva em Varsóvia.

Desde o início, Stalin reagiu negativamente ao levante em Varsóvia, que não foi coordenado com a liderança e o comando militar soviéticos, que ele considerou uma manifestação política dirigida a Moscou. Isso é confirmado pela correspondência do líder soviético com W. Churchill e F. Roosevelt em agosto de 1944, e especialmente a carta de Stalin a Churchill datada de 16 de agosto. Em particular, ele escreveu: “Depois de uma conversa com o Sr. Mikolajczyk, ordenei que o Comando do Exército Vermelho lançasse armas intensivamente na região de Varsóvia. Também foi dispensado um paraquedista de ligação, que, conforme relata o comando, não atingiu seu objetivo, pois foi morto pelos alemães. Mais tarde, tendo me tornado mais familiarizado com o caso de Varsóvia, fiquei convencido de que a ação de Varsóvia era uma aventura imprudente e terrível que custaria ao povo de Varsóvia grandes e desnecessários sacrifícios. Isso não teria acontecido se o comando soviético tivesse sido informado antes do início do levante e se os poloneses tivessem mantido contato com este último. Na situação que havia surgido, o comando soviético chegou à conclusão de que deveria se dissociar da aventura de Varsóvia, pois não podia assumir responsabilidade direta ou indireta pela ação de Varsóvia..

Para o comando alemão, os planos da liderança do AK quanto ao levante e o momento de seu início não eram segredo. A polícia alemã recebeu informações confiáveis ​​por meio de seus agentes que estavam nas fileiras de várias unidades da Resistência Polonesa, incluindo o AK. Isso é mais uma vez evidenciado pelo depoimento do comandante de Varsóvia, tenente-general da Luftwaffe R. Stagel, que tinha informações de que o levante começaria em 1º de agosto, por volta das 15h30. Assim, o importante momento de brusquidão do início do levante foi perdido.

Naquela época, Hitler havia lançado forças adicionais na defesa de Varsóvia. Já em 26 de julho, divisões alemãs da Romênia, Holanda e Itália começaram a chegar na área da cidade. O pânico em Varsóvia entre o pessoal da administração nazista foi confundido com a prontidão dos alemães em evacuar a capital polonesa. Os rebeldes varsovianos, armados apenas com armas pequenas, não representavam uma força militar séria e estavam sob ameaça de destruição iminente. No início do levante, os rebeldes superavam a guarnição alemã em até 35 mil pessoas - cerca de 20 mil, mas eles tinham apenas 3.500 armas pequenas e munições para dois a três dias de combate. Apenas alguns dos rebeldes tinham alguma experiência de combate.

G. Himmler, em uma ordem datada de 1º de agosto de 1944, seguindo as instruções de Hitler, proibiu a captura de prisioneiros e ordenou que Varsóvia fosse arrasada. A partir de 4 de agosto, os alemães começaram a repressão sistemática da revolta pelas forças da SS, a polícia, os nacionalistas ucranianos e a chamada RONA, ou "brigada de Kaminsky", que consistia em Vlasovites e outros traidores. Ao mesmo tempo, o comando nazista, usando a desunião dos rebeldes, metodicamente, por sua vez, destruiu bolsões de resistência, usando canhões pesados, trens blindados, tanques e lança-chamas.

O principal ponto em torno do qual existem disputas sobre as ações das tropas do Exército Vermelho na direção de Varsóvia é a questão de saber se as tropas soviéticas pararam ou não deliberadamente sua ofensiva. Seria mais correto, em nossa opinião, levantar a questão de saber se o comando soviético em julho de 1944 planejou a libertação de Varsóvia e se a desaceleração do avanço das tropas soviéticas em agosto de 1944 foi intencional? Ressaltamos que a diretriz da Sede do Comando Supremo ao comandante da 1ª Frente Bielorrussa nº 220162 de 27 de julho de 1944 não previa a libertação de Varsóvia, mas fixava a tarefa, após a captura dos assentamentos de Brest e Sedlec , de 5 a 8 de agosto, para capturar Praga e apreender cabeças de ponte na margem ocidental do rio Narew na área de Pultusk e Serock. A ala esquerda da frente deveria capturar uma cabeça de ponte no Vístula na área de Deblin, Zvolen, Solets.

O comando alemão tentou com todas as suas forças deter a ofensiva do Exército Vermelho, manter a frente nas proximidades das fronteiras orientais da Alemanha e, sobretudo, manter as linhas dos rios Nareva e Vístula. Já em 23 de julho, o novo chefe do estado-maior geral das forças terrestres da Wehrmacht, coronel-general G. Guderian, ordenou que a linha dos rios Vístula e Sana fosse mantida por todos os meios. Um papel importante foi atribuído à retenção de Varsóvia - o centro de comunicações e um possível local para cruzar o Vístula com grandes massas de tropas no caso de o Exército Vermelho capturar pontes na cidade. Portanto, o principal agrupamento de tanques do Grupo de Exércitos Centro foi criado nos arredores da cidade.

Deve-se ressaltar que o ritmo da ofensiva das tropas soviéticas, como resultado do avanço de 500 a 600 km, diminuiu em meados de julho de 1944. Se de 5 a 17 de julho, as tropas soviéticas avançaram 120-200 km a uma taxa média de 10 a 16,6 km por dia, na segunda quinzena de julho o avanço das tropas foi de 60 a 120 km com uma taxa média de 4 -12,6 km por dia. A fadiga das tropas e sua separação das bases de abastecimento afetadas. Assim, o 6º Exército Aéreo, que interagiu com as tropas da ala esquerda da 1ª Frente Bielorrussa, ainda não teve tempo de realocar aeronaves para novos aeródromos mais próximos da linha de frente e teve dificuldades no transporte de combustível. Em 29 de julho, na presença de quase 1400 aeronaves, apenas 95 foram feitas e em 30 de julho - 232 missões para operações em diferentes setores da frente.

Até 1º de agosto, ou seja, No início da Revolta de Varsóvia, o inimigo conseguiu concentrar forças significativas, que incluíam cinco divisões de tanques, na direção da ofensiva do 2º Exército Panzer soviético. Essas forças, contando com a região fortificada de Varsóvia, ofereceram resistência obstinada às tropas soviéticas e, em 3 de agosto, partiram para a ofensiva da região de Radzymin em direção a Volomin. Assim, a situação do 2º Exército de Tanques Soviético, privado do apoio de unidades de fuzileiros e cobertura aérea, tornou-se muito grave.

O fato de a situação ter mudado, o comando do 2º Exército Panzer descobriu apenas na manhã de 31 de julho, quando um contra-ataque inimigo atingiu as formações do exército por três lados. A Divisão Panzer "Hermann Göring" e a 19ª Divisão Panzer de Praga, a 4ª Divisão Panzer do norte e a 5ª Divisão Panzer SS "Viking" e a 3ª Divisão Panzer SS "Totenkopf" do leste, atacaram as tropas soviéticas, que foram sob ameaça de cerco.

Nesta situação, já às 4h10 do dia 1º de agosto, as tropas do 2º Exército Panzer receberam ordem para entrar na defensiva. As tropas soviéticas do 2º Exército Panzer sofreram perdas significativas em mão de obra e equipamentos. Após uma batalha perdida na área de Volomin, o 2º Exército Panzer foi retirado da batalha. A essa altura, 27 tanques e canhões autopropulsados ​​permaneceram nele; 689 tanques e 146 canhões autopropulsados ​​de vários sistemas estavam faltando. Portanto, não há necessidade de falar sobre qualquer natureza deliberada de desacelerar o ritmo da ofensiva neste caso.

Durante agosto de 1944, o 47º Exército da 1ª Frente Bielorrussa travou batalhas prolongadas e teimosas para capturar a região de Praga. No entanto, devido à resistência das divisões de tanques alemãs, falta de munição e combustível, a tarefa de capturar Praga, definida pela diretriz do Quartel General de 27 de julho, não foi concluída. Pelas mesmas razões, a luta pela expansão das cabeças de ponte no Vístula desenvolveu-se de forma extremamente lenta. O comandante do 8º Exército de Guardas informou sobre as dificuldades em forçar este rio, salientando que a ofensiva foi travada por aeronaves inimigas, que “agiram com impunidade” (440 aeronaves). Também havia falta de meios de transporte. Em 7 de agosto, o 8º Exército de Guardas, tendo capturado as cabeças de ponte na margem ocidental do Vístula, passou à defensiva.

Deve-se notar que o comando soviético não ficou indiferente ao destino dos rebeldes. É importante que já em 8 de agosto de 1944, quando Mikolaichik estava negociando ativamente em Moscou, os marechais G.K. Zhukov e foram apresentados "considerações sobre as futuras ações das tropas da 1ª Frente Bielorrussa e o esboço de um plano para conduzir a operação de Varsóvia." Este projeto previa a possibilidade de iniciar a operação de Varsóvia depois que os exércitos da ala direita da 1ª Frente Bielorrussa chegassem à linha do rio. Narew e capturando uma cabeça de ponte em sua margem ocidental na seção Pultusk, Serock. Para auxiliar os 69º, 8º Exércitos de Guardas e outras formações da ala esquerda da 1ª Frente Bielorrussa, foi necessário transferir o 1º Exército Panzer de Katukov da 1ª Frente Ucraniana para a 1ª Frente Bielorrussa. Nas condições mais favoráveis, a operação só poderia começar em 25 de agosto de 1944.

Defesa alemã nos arredores do rio. Narew se mostrou inesperadamente forte, então apenas no início de setembro, as tropas soviéticas conseguiram capturar cabeças de ponte no rio Narew. A situação estratégica geral na direção de ação das 2ª e 3ª frentes bielorrussas também se desenvolveu desfavoravelmente. Fica entre o rio Neman e Varsóvia, o comando nazista conseguiu organizar uma resistência obstinada nos arredores da Prússia Oriental. As tropas da 2ª Frente Bielorrussa só no final de agosto chegaram à linha Augustow, Ostrow-Mazowiecki, e em setembro jogaram o inimigo de volta ao rio. Narew. A estes factos junta-se o facto de também não ter sido realizada a transferência do 1.º Exército de Tanques da 1ª Frente Ucraniana para a 1. De 5 a 22, as tropas da 1ª frente ucraniana travaram batalhas ferozes para repelir a contra-ofensiva das grandes forças inimigas (8 tanques, 14 divisões de infantaria), buscando empurrar as tropas soviéticas para a margem leste do Vístula.

Do que foi dito, segue-se que o início da operação de libertação de Varsóvia em 25 de agosto de acordo com o plano de 8 de agosto estava fora de questão. Além disso, nesse período houve um constante fortalecimento do agrupamento inimigo e o acúmulo de reservas. O número de divisões na reserva do agrupamento inimigo de Varsóvia aumentou de 5 para 12 divisões. Simultaneamente, no setor central da frente, as tropas fascistas alemãs lutavam para eliminar a protuberância das tropas soviéticas na área a nordeste de Varsóvia e a cabeça de ponte na margem ocidental do Vístula na área a sudeste da cidade. Notou-se que um grande número de reforços chegou às divisões de tanques inimigas operando nas direções de Varsóvia e Radom.

Claro, pode-se supor que a Sede do Alto Comando Supremo poderia encontrar reservas estratégicas para apoiar as ações da 1ª Frente Bielorrussa. Mas então os planos estratégicos gerais teriam de ser alterados. De fato, apenas no final de agosto de 1944, as tropas da 2ª e 3ª frentes ucranianas lançaram uma ofensiva na direção dos Balcãs. No final do mês, o marechal Zhukov partiu para a sede da 3ª Frente Ucraniana para preparar uma operação na Bulgária. Em 29 de agosto, começou a Revolta Nacional Eslovaca, cuja assistência também foi incluída nos planos da liderança soviética.

Em 15 de agosto, a liderança soviética se recusou a fornecer aeródromos soviéticos para o desembarque de aeronaves aliadas ocidentais que voavam para Varsóvia, explicando que a revolta em Varsóvia "é um assunto puramente aventureiro" e "O governo soviético não quer se associar direta ou indiretamente com a aventura em Varsóvia".

O desenvolvimento desfavorável da situação militar na direção de Varsóvia não mudou a avaliação de Stalin da revolta como uma "aventura", e durante esse período ele só usou a situação para confirmar isso diante da opinião pública no Ocidente.

Churchill ordenou que mais de 100 bombardeiros fossem enviados a Varsóvia durante as três noites de 13 a 16 de agosto para lançar armas, munições e alimentos para os insurgentes poloneses. Ao mesmo tempo, foi dada uma ordem categórica para soltar a carga de uma altura de 150 a 200 m. Nenhum sinal e frequência foram dados para comunicação com os russos e as coordenadas da localização das unidades soviéticas não foram fornecidas. Os pilotos britânicos cumpriram corajosamente esta ordem, ao mesmo tempo que a chamaram de "suicida e sem sentido", pois, segundo os próprios pilotos, a aviação sofreu perdas significativas, não podendo prestar assistência séria aos rebeldes.

Segundo testemunhas oculares, apenas uma parte insignificante da carga caída caiu nas mãos dos rebeldes. Por exemplo, no relatório de um membro do Conselho Militar da 1ª Frente Bielorrussa, o tenente-general K.F. Telegin datado de 22 de setembro de 1944 observou: “A aviação britânica e americana, lançando carga, na verdade não ajuda os rebeldes, mas abastece os alemães... . O lançamento foi realizado de uma altura de 4.000 metros ... A partir desta altura, é quase impossível contar com o lançamento em áreas ocupadas pelos rebeldes ". Depois de 18 de setembro, nenhuma descarga de carga foi feita pelos Aliados Ocidentais.

Uma avaliação bastante eloquente da "assistência" dos aliados ocidentais foi dada pelo governador do distrito de Varsóvia, Gruppenführer L. Fischer. Em seu relatório após a repressão da revolta no outono de 1944, ele escreveu: “Na esperança dessa ajuda da Grã-Bretanha, os poloneses começaram a lutar. E voltaram a ficar profundamente desapontados, pois durante 63 dias, para ajudar os poloneses de Varsóvia, a Grã-Bretanha e a América usaram apenas uma pequena parte da aeronave que haviam abandonado naquela época para o bombardeio quase diário das cidades alemãs. Esse comportamento é totalmente consistente com o estilo do Reino Unido. A reivindicação da Grã-Bretanha de fornecer garantias à República Polonesa foi pisoteada já em 1939. Durante a revolta, a Polônia foi ainda mais traída ... ".

O comando da 1ª Frente Bielorrussa e do 1º Exército do Exército Polonês não se absteve de ajudar os rebeldes, tanto com artilharia e ataques aéreos, quanto em termos logísticos. Somente no período de 13 de setembro a 1º de outubro de 1944, foram feitas 4.821 missões, incluindo 1.361 para bombardeio e ataque ao inimigo em Varsóvia e 2.435 para lançamento de várias cargas militares.

Durante o mês de agosto, repelindo os ataques dos rebeldes nas pontes, os alemães garantiram que Varsóvia fosse isolada de seus subúrbios de Praga e a revolta fosse reprimida à direita, margem leste do Vístula, a divisão das áreas de revolta ao longo da principal artérias de transporte e, mais tarde, depois que as pontes foram explodidas em 13 de setembro, os rebeldes foram isolados das tropas soviéticas e polonesas. Além da seção central, que incluía Wola, Śródmieście, Powiśle e Staroe Miasto, os insurgentes lutaram separadamente em Zoliborzh, Mokotuv, Chernyakuw e Seltsy.

No final de agosto - início de setembro, Varsóvia, que estava lutando, encontrou-se em uma situação crítica. Tendo capturado as áreas urbanas de Volya e Okhota, os nazistas finalmente ocuparam Staro Miasto em 2 de setembro. Os defensores da Cidade Velha somavam cerca de 7.200 combatentes, graças à coragem e resistência dos quais os ataques do corpo de von dem Bach, quase duas vezes mais numerosos, foram repelidos. As passagens subterrâneas de esgoto conseguiram trazer 1.500 soldados armados e cerca de 3.000 desarmados do AK e AL para a área de Sredmiestie. Em uma batalha desigual, cerca de 3 mil rebeldes morreram. No total, como resultado de hostilidades e bombardeios bárbaros, bem como execuções em massa, cerca de 40 mil habitantes da Cidade Velha foram mortos.

Em 6 de setembro, os nazistas capturaram a área de Powisle até a linha da rua Novy Svyat e, assim, quase completaram o plano para isolar os rebeldes do Vístula. As operações militares das forças alemãs foram acompanhadas de tentativas do comando alemão de persuadir os rebeldes a se renderem com a ajuda de promessas de "bom tratamento". No entanto, apesar dessas promessas, as formações nazistas trataram a população civil e capturaram os rebeldes de forma brutal. Depois de tomar a Cidade Velha, eles lidaram com os rebeldes feridos deixados nos porões do hospital, bem como com velhos doentes e outros civis. A população civil, ajudando heroicamente os rebeldes nas primeiras semanas do levante, não vendo fim ao tormento, perdeu a fé na conveniência da ação, e os casos de deserção tornaram-se mais frequentes. Em 7 de setembro, a Rada da Unidade do Povo decidiu iniciar negociações com os alemães. No mesmo dia, uma delegação da Cruz Vermelha polonesa partiu para as negociações sobre a retirada de parte da população civil dos campos de batalha. Em uma de suas reuniões, a Rada de Ministros Craiova decidiu atribuir a responsabilidade pela derrota da Revolta de Varsóvia principalmente à URSS e usá-la em trabalho de propaganda, capitulação com a delegação da Cruz Vermelha polonesa. Ao mesmo tempo, o lado alemão expressou sua disposição de chegar a um acordo com o comando do AK.

Por sua vez, a liderança de Varsóvia do PPR e da AL na época fez tentativas de persuadir o comando do AK a estabelecer contatos com o comando soviético, no entanto, o comandante do distrito de Varsóvia do AK, Coronel A. Khruszel ("Monter ") afirmou que era pessoalmente contra a rendição, mas não tinha poderes para estabelecer cooperação com o Exército Vermelho.

Em 7 de setembro, a direção do PPR decidiu enviar seus representantes para Lublin na linha de frente. A delegação do PPR, chefiada por H. Yavorskaya, atravessou o Vístula na noite de 12 para 13 de setembro e depois, com a ajuda dos soldados do 47º Exército, chegou a Lublin. Paralelamente, o comando AL em Zoliborz também fez esforços para estabelecer contato com o comando do 1º Exército do Exército Polonês, enviando sua delegação de três pessoas através do Vístula. Chegando ao quartel-general do comandante da 1ª Frente Bielorrussa, Marechal K.K. Rokossovsky, os representantes poloneses informaram o comando soviético e o quartel-general do 1º Exército do Exército polonês sobre a situação em Varsóvia. A partir deles, o comando militar soviético pela primeira vez aprendeu detalhes sobre a revolta, a localização e o estado das forças rebeldes.

A posição posterior do comando do AK sobre a questão da rendição foi influenciada pelas ações bem-sucedidas das tropas soviéticas na margem oriental do Vístula, bem como um radiograma de S. Mikolajczyk com uma mensagem sobre a decisão do governo soviético de dar o consentimento da Inglaterra para ações conjuntas para ajudar Varsóvia, para transportar voos de aeronaves americanas para aeródromos na URSS. Na nova situação, o general Bur-Komorovsky em 11 de setembro, em uma reunião da Craiova Rada de Ministros, se opôs à rendição. Os alemães, por sua vez, marcaram o prazo para a rendição - 11 de setembro às 13h. Quando o prazo terminou, eles espalharam panfletos assinados pelo general von dem Bach, anunciando que, uma vez que "as garantias alemãs sem precedentes na história mundial" haviam sido rejeitadas, eles se esforçariam para acabar com essa luta. O anúncio foi acompanhado por bombardeios pesados ​​e ataques intensificados por tropas alemãs, direcionados principalmente às áreas ao longo do Vístula.

Somente em 14 de setembro de 1944, as tropas da 1ª Frente Bielorrussa conseguiram libertar o subúrbio de Varsóvia - Praga. A partir de 13 de setembro, foi organizada uma transferência massiva regular de mercadorias para os rebeldes. Até 1 de outubro de 1944, a fim de ajudar os insurgentes de Varsóvia, a aviação soviética realizou 4.821 missões, incluindo 2.435 para soltar carga, 100 para suprimir os sistemas de defesa aérea inimigos na cidade de Varsóvia na área de lançamento de carga, para bombardear e atacar o inimigo tropas na cidade de Varsóvia a pedido dos insurgentes - 1361, para cobrir as áreas ocupadas pelos insurgentes e para reconhecimento - 925.

Das memórias de S. M. Shtemenko, sabe-se que em 13 de setembro, Stalin ordenou que o marechal Jukov fosse ao quartel-general da 1ª Frente Bielorrussa e “lidasse com Varsóvia” no local. "Não pode perguntou Stálin. - lá para realizar uma operação privada para forçar o Vístula precisamente pelas tropas de Berling[Z. Berling - Comandante do 1º Exército do Exército Polonês]".

Após a libertação dos subúrbios de Praga em Varsóvia, as possibilidades de prestar assistência aos insurgentes e à população de Varsóvia melhoraram. O governo soviético transmitiu através de Londres ao comando do AK em Varsóvia as cifras e o método de comunicação necessários para estabelecer contatos com a estação de rádio do marechal Rokossovsky, e em 15 de setembro o quartel-general do comandante polonês em Londres entregou à missão soviética os indicativos de chamada e cifras de comunicação com a estação de rádio AK. Ao mesmo tempo, o general Komorowski decidiu enviar oficiais de sinalização aos subúrbios de Praga, que chegaram lá na noite de 19 para 20 de setembro. Na noite de 21 de setembro, o capitão Ivan Kolos, oficial de ligação da 1ª Frente Bielorrussa, desembarcou na área de Srodmiescie em Varsóvia para estabelecer contatos com AK e AL. No entanto, a coordenação das ações operacionais entre a liderança da revolta e o comando soviético não foi realizada, embora a comunicação direta por rádio tenha sido estabelecida em 24 de setembro.

Em 17 de setembro, G.K. Zhukov informou ao Quartel-General do Alto Comando Supremo: “As principais forças do 1º Exército Polonês em um futuro próximo terão a tarefa de capturar a parte sul de Varsóvia, aproximadamente do Beco 3 de maio, Beco de Jerusalém até a área de Henrykow e, tendo conquistado uma posição, liderar a futura operação ao norte, presumivelmente cobrindo a cidade pelo sudoeste. O plano também previa o estabelecimento de contato com o grupo rebelde que ocupa a parte norte da cidade e a organização de um ataque do norte para enfrentar o ataque do sul. Ao mesmo tempo, os 47º e 70º exércitos da 1ª Frente Bielorrussa continuaram suas operações ao norte de Praga.

A partir de 16 de setembro, unidades do 1º Exército polonês começaram a cruzar a margem direita do Vístula, que lutou junto com os rebeldes. No entanto, a operação terminou em fracasso. As perdas do 1º Exército do Exército Polonês de 2.614 pessoas que cruzaram para a margem ocidental do Vístula totalizaram 1.987 pessoas mortas e desaparecidas, e as perdas totais em setembro foram de 4.857 pessoas. Em 23 de setembro, as cabeças de ponte na margem ocidental do Vístula tiveram que ser abandonadas. O fracasso da operação foi causado pela significativa superioridade numérica e de fogo do inimigo na área de desembarque das tropas polonesas.

Após a decisão do comando soviético em 22 de setembro de retirar todas as unidades do 1º Exército polonês da margem ocidental do Vístula para a margem leste, eles tentaram preparar e lançar uma ofensiva em torno de Varsóvia e criar uma ponte para isso entre o Narew e o Bug. A operação estava programada para começar de 4 a 5 de outubro. Mas a essa altura Varsóvia já havia capitulado. Além disso, em 4 de outubro, o inimigo lançou uma ofensiva contra as tropas do 65º Exército na ponte Serotsky. Somente em 19 de outubro as tropas soviéticas conseguiram restaurar sua antiga posição. No final de outubro de 1944, Stalin perdeu a esperança de uma rápida libertação da capital da Polônia. Em 12 de novembro de 1944, as tropas da 1ª Frente Bielorrussa entraram na defensiva.

Os testemunhos do oficial de inteligência soviético Ivan Kolos e dos poloneses que cruzaram a linha de frente após a derrota do levante falam não apenas da resistência heróica dos varsovianos, mas também das ações da liderança do Exército da Pátria, que estava preparando se render quando ainda era possível lutar, e não queria fazer esforços para organizar ações conjuntas com soldados do 1º Exército do Exército Polonês. De acordo com os rebeldes, a autoridade do governo de Londres no exílio e do general Komorowski caiu drasticamente, os participantes da revolta tornaram-se cada vez mais convencidos de seu papel traiçoeiro. Em Varsóvia, disseram sobre o general Komorowski: "O melhor castigo para ele seria entregá-lo nas mãos de mulheres que têm que se esconder em porões". Como as principais forças insurgentes estavam concentradas na parte central de Varsóvia, os alemães conseguiram criar uma frente de defesa na margem ocidental do Vístula, isolar os insurgentes do 47º Exército, criar poderosas barreiras de fogo no próprio rio e tornar extremamente difícil forçar o Vístula a partir de Praga, o que tornou extremamente difícil fornecer tropas soviéticas e polonesas para ajudar os insurgentes. A passividade do comando do AK em relação ao apoio das unidades desembarcadas do 1º Exército do Exército Polonês causou grandes prejuízos ao levante.

Em 25 de setembro, von dem Bach enviou dois oficiais do AK capturados com uma nova oferta de rendição, com a garantia de que os soldados do AK seriam tratados como combatentes. Ao mesmo tempo, ele expressou a esperança de que "no futuro, o exército alemão, junto com o polonês, lutaria contra os bolcheviques".

Em 27 de setembro, após a liquidação das cabeças de ponte na margem ocidental do Vístula, os nazistas dirigiram o principal ataque a Mokotow. No mesmo dia, os restantes defensores da área cessaram a resistência.

Na noite de 1º de outubro de 1944, o delegado-chefe do governo polonês de Londres na Polônia, J. Jankowski, e o comandante do AK, general T. Bur-Komorowski, reconhecendo a situação dos participantes da revolta como desesperadora, decidiram capitular nos termos propostos pelos alemães. Sob os termos da rendição, o próprio comandante do AK, a composição do quartel-general principal, todos os oficiais e soldados do Exército da Pátria que estavam em Varsóvia deveriam se render aos alemães, e a população de Varsóvia foi evacuada. Em 2 de outubro de 1944, o general Komorowski assinou o ato de rendição. No mesmo dia, a resistência na cidade, com exceção de seus centros individuais, cessou. Deve-se enfatizar que o comando soviético propôs à liderança do AK que suas tropas, sob a cobertura da artilharia e da aviação soviéticas, avançassem para a margem direita do Vístula. No entanto, o comandante do AK, general Bur-Komorovsky, preferiu render-se aos alemães, dando ordem a suas tropas subordinadas.

Sabe-se que a grande maioria dos soldados do Exército Popular não se rendeu, mas saiu de Varsóvia junto com a população. Alguns chegaram aos destacamentos partidários na Polônia. A operação de evacuação preparada pela 2ª Divisão do 1º Exército do Exército Polonês deveria transportar todo o milésimo agrupamento do Exército da Pátria para Zholibozh além do Vístula, mas seu comandante recusou isso quando recebeu a ordem do general Komorowski para se render aos alemães. A maioria dos soldados do Exército da Pátria se rendeu.

Segundo o comandante de Varsóvia R. Stagel, o curso das batalhas das forças alemãs “A leste do Vístula, a revolta quase não teve efeito. A frente é forte. Tudo o que era necessário de subsídios, a frente encontrada na costa leste. Só que no início às vezes era necessário fazer um desvio por Maudlin. A comunicação com o oeste através da cidade foi interrompida apenas por um curto período de tempo".

Em 9 de outubro, o comandante do 9º Exército alemão, general von Foremann, anunciou que havia recebido a ordem de A. Hitler para a destruição completa de Varsóvia. Durante a revolta, cerca de 200 mil varsovianos morreram, 40% deles eram rebeldes, o restante eram civis. Os nazistas que sobreviveram foram expulsos da cidade, enquanto 68.707 pessoas foram enviadas para campos de concentração, contrariando os termos do acordo de rendição. 87.250 pessoas enviadas para trabalhos forçados na Alemanha. Os nazistas continuaram a destruir metodicamente a cidade por vários meses. Como resultado, a capital da Polônia foi quase completamente destruída e queimada.

De acordo com um relatório de um membro do Conselho Militar da 1ª Frente Bielorrussa, K.F. Telegin, em 8 de outubro, comícios lotados foram realizados nos subúrbios de Varsóvia - Praga, dedicados à memória dos rebeldes que morreram em Varsóvia. Os serviços fúnebres foram realizados em todas as igrejas. Os poloneses que falaram nos comícios condenaram o governo londrino, que provocou prematuramente a revolta da população. "As pessoas falam com ódio e desprezo sobre Bur-Komorowski e outros traidores, expressando seu desejo de vingar as vítimas de Varsóvia."

Sem pretender fazer uma avaliação abrangente da insurreição, note-se que, apesar dos objetivos geopolíticos e outros dos seus dirigentes, longe da realidade, a insurreição adquiriu um caráter patriótico antifascista. Durante 63 dias, destacamentos do distrito de Varsóvia AK, com o apoio do subdistrito de Hallerovo, o grupo Stolpetskaya AK do distrito de Novogrudek, bem como a população civil, lutaram contra as unidades militares e policiais alemãs. A Revolta de Varsóvia durou o dobro da campanha de setembro de 1939, e os alemães perderam aproximadamente o mesmo número de mortos nesta batalha.

Varsóvia foi libertada pelas tropas da 1ª Frente Bielorrussa durante a operação ofensiva do Vístula-Oder em 17 de janeiro de 1945. A honra de ser o primeiro a entrar na capital polonesa foi dada ao 1º Exército do Exército Polonês sob o comando do Tenente General S. Poplavsky.

Em termos militares, as ações das tropas soviéticas na direção de Varsóvia estavam sujeitas à conveniência militar e aos planos estratégicos-militares gerais do comando soviético no verão-outono de 1944. -A coalizão de Hitler e os soldados soviéticos cumpriram seu dever militar. Apenas unidades e formações da 1ª Frente Bielorrussa perderam 166.808 pessoas em agosto e na primeira quinzena de setembro (das quais 19,2% - nas batalhas por Praga), e as tropas da 1ª Frente Ucraniana apenas em agosto - 122.578 pessoas. Essas perdas aumentaram ainda mais na segunda quinzena de setembro e em outubro de 1944 durante a teimosa luta ao norte de Varsóvia para estabelecer e manter as posições iniciais para a ofensiva em janeiro de 1945.

15 de novembro de 1944 em uma reunião com a delegação polonesa chefiada pelo general S. Spychalsky I.V. Stalin explicou por que a ausência de acordos preliminares e interação entre os rebeldes e o Exército Vermelho levou a consequências tão trágicas. Ele afirmou em particular: “Não nos perguntaram… não fomos consultados. Se nos pedissem, não daríamos conselhos para nos rebelarmos. O Exército Vermelho, que capturou mais de uma grande cidade durante a ofensiva, nunca tomou grandes cidades como Varsóvia com um ataque frontal... Varsóvia não podia ser tomada de frente, porque. está localizado na margem esquerda alta do Vístula. Tomar Varsóvia de frente significa destruir a cidade com artilharia e incorrer em sacrifícios desnecessários. Criou-se aqui uma situação semelhante à de Kyiv... Não enfrentamos Kyiv de frente. Nós pegamos o desvio. Também queríamos fazer um desvio em Varsóvia, mas precisávamos de preparativos sérios para tal operação. Era preciso trazer pelo menos 40 divisões, muita munição e comida... Demorou. É por isso que o Exército Vermelho permaneceu temporariamente nas muralhas de Varsóvia..

A luta pela libertação da Polônia continuou desde meados do verão de 1944 até a primavera de 1945. As perdas irrecuperáveis ​​do Exército Vermelho em território polonês (dentro das fronteiras modernas) somaram 600.212 pessoas; as perdas totais durante as operações estratégicas ultrapassaram 2 milhões de pessoas.

Na Conferência da Criméia dos líderes da URSS, Grã-Bretanha e EUA em fevereiro de 1945, foi alcançado um acordo de que a linha Curzon deveria ser a base da fronteira soviético-polonesa.

Após a derrota da Revolta de Varsóvia, a liderança soviética finalmente tomou o Comitê Polonês de Libertação Nacional como base para todas as relações político-militares com a Polônia e realizou cooperação político-militar com ele durante as operações finais para libertar o país.

Em geral, apesar da existência de várias avaliações sobre as questões levantadas, não se pode ignorar que os interesses vitais do povo polonês durante a Segunda Guerra Mundial exigiam a preservação de uma aliança militar com a URSS, em que a sobrevivência do povo polonês e dependia o destino da libertação da Polônia da ocupação nazista.

A revolta de Varsóvia durou 63 dias, mais de 150 mil civis e mais de 15 mil soldados do Exército da Pátria foram mortos, 200 mil moradores de Varsóvia foram enviados para trabalhos forçados no Reich, cerca de 70 mil foram deportados para campos de concentração. As perdas do lado alemão são contraditórias - de acordo com várias fontes, de 2 a 10 mil pessoas foram mortas. Após a capitulação em 2 de outubro, Varsóvia foi fisicamente destruída, 85% da cidade foi completamente destruída. Os rebeldes que se renderam foram enviados para um campo de prisioneiros de guerra. O jornal polonês escrito em alemão fala sobre isso.

Após a derrota da Polônia em 1939, cerca de 85.000 soldados poloneses e muitas figuras políticas deixaram o país. Inicialmente, eles foram para a França, onde já em 30 de setembro o governo polonês no exílio foi formado sob a liderança de Vladislav Sikorsky.

Após a derrota da França em 1940, a maioria dos militares e do governo fugiu para a Grã-Bretanha. A resistência polonesa foi formada em Londres e submetida ao governo Sikorsky, que por sua vez contou com o exército no exílio. O primeiro corpo polonês lutou sob o comando britânico e, mais tarde, um esquadrão polonês foi formado. O governo no exílio também coordenou a partir de Londres as ações do Home Army, que durante seu apogeu 1943-1944 contava com cerca de 350.000 combatentes armados.

O movimento de resistência resultou não só em ações de guerrilha, muitas escolas, universidades, jornais realizaram trabalhos clandestinos. Após a morte de Sikorsky em um acidente de avião em 1943, cujas circunstâncias não são totalmente esclarecidas, o governo no exílio foi chefiado por Stanislav Mikolajczyk, momento em que o governo ficou cada vez mais preocupado com as fronteiras da futura Polônia. A União Soviética causou indignação geral pela execução de oficiais poloneses perto de Katyn. Dois exércitos poloneses foram organizados na URSS. Fundada em 1943, a Divisão de Infantaria Polonesa. Tadeusz Kosciuszko, sob a liderança de Sigmund Bering, lutou na frente oriental. O segundo exército foi liderado, foi formado principalmente por poloneses deportados. Seu caminho da União Soviética passou por Orenburg até o Oriente Médio, depois para o norte da África. Eventualmente, o exército de Anders formou o Segundo Corpo Polonês do Oitavo Exército Britânico. Esses 400.000 soldados poloneses lutaram bravamente perto de Monte Cassino.

Na própria Polônia, o centro da resistência era Varsóvia. O movimento de resistência judaica Żydowska Organizacja Bojowa - ZOB (Organização Judaica de Combate) iniciou uma revolta no gueto judeu, que começou em 19 de abril de 1943 - a tarefa de dissolver o gueto era urgente, porque há muito tempo ficou claro para onde as pessoas eram transportadas do gueto e o que aconteceu com eles depois. Os rebeldes do gueto resistiram até 16 de maio, mas foram derrotados pelas tropas alemãs sob a liderança do general SS Jurgen Stroop, que ordenou que toda a área fosse queimada.

No verão de 1944, o Exército da Pátria pôde ver e ouvir que o Exército Vermelho iniciou um avanço ininterrupto pela Polônia, aparentemente libertando o país pedaço por pedaço da dominação nazista. O chefe do AK na Polônia, Conde Bur-Komarovsky, estava convencido em julho de que o levante planejado começaria muito em breve - se ainda faz sentido - afinal, no verão de 1944, eventos como a tentativa de assassinato de Hitler em 20 de julho e o desembarque dos Aliados na Normandia e seu avanço na frente ocidental. Além disso, em 21 de julho de 1944, o Comitê Comunista Polonês de Libertação Popular (Polski Komitet Wyzwolenia Narodowego) foi fundado em Lublin, cujos membros desempenhavam as tarefas de um governo provisório leal à linha soviética.

Quando o Exército Vermelho chegou à margem oriental do Vístula, o Exército da Pátria - apesar da falta de armas e munições - lançou a Revolta de Varsóvia em 1 de agosto de 1944, que visava, entre outras coisas, libertar a capital polonesa ao Exército Vermelho , e assim demonstrar a força e independência da futura Polónia . Eles queriam dar as boas-vindas ao Exército Vermelho a uma Varsóvia livre.

Mas esses planos não se concretizaram. O Exército Vermelho interrompeu todas as operações no Vístula e parecia observar com interesse o que acontecia do outro lado. Para aeronaves aliadas, Stalin fechou seus aeródromos, para que os britânicos não pudessem ajudar.

Hitler ordenou que Heinrich Himmler, o Reichsfuehrer SS, reprimisse o levante. Himmler imediatamente deu a ordem para matar todos os habitantes de Varsóvia - independentemente de serem rebeldes, crianças, mulheres, velhos - e a própria cidade para ser arrasada. Essa tarefa foi confiada ao SS Gruppenführer Reinefart, sob cuja liderança estava um esquadrão de membros prontos para o combate da guarnição de Varsóvia, a 20ª Divisão de Granadeiros SS-RONA, a brigada de assalto SS Dirlewanger, a unidade especial Bergman, a unidade policial SS e a divisão combinada de pára-quedas-tanque "Hermann Goering". Já nos primeiros dias da revolta, as tropas alemãs mataram de 20 a 50 mil civis poloneses. A fim de realizar sua tarefa o mais rápido possível, eles evitaram batalhas diretas com o Exército da Pátria e suas formações subordinadas, tanto quanto possível. A divisão "Hermann Goering" dirigiu os habitantes de Varsóvia (incluindo crianças e mulheres), usando-os como escudos humanos para tanques e forçando-os a desmantelar as barricadas.

Cerca de 40 mil rebeldes sob a liderança do general Conde Tadeusz Bur-Komarovsky (1895-1966) assumiram o controle de uma parte significativa da cidade nos primeiros dias após os mais difíceis combates de rua, antes em 6 de agosto unidades alemãs sob o comando do general SS Erich von dem Bach-Zelensky (1899-1972) mudou de tática e gradualmente ganhou vantagem. Os Einsatzgruppen especiais foram agora encarregados de realizar execuções em massa. Sob a liderança de Bach, as forças alemãs deram ênfase especial às pontes ferroviárias para controlar as rotas de abastecimento do Nono Exército na frente oriental. Para isso, estavam envolvidos tanques, artilharia e aviação, que, no entanto, não resistiram às ações partidárias dos rebeldes, que travaram batalhas sangrentas com um inimigo superior a eles. Em 21 de agosto, os alemães conseguiram empurrar os caças poloneses de volta ao território de uma pequena área de 1 metro quadrado. km. Naquela época, de 24 a 35 mil habitantes viviam nesta área, todos eles foram deportados para trabalhos forçados. Em 1º de agosto, a Cidade Velha foi completamente ocupada pelos alemães. Como antes durante os combates, os feridos ainda vivos - soldados e civis - foram baleados pelas tropas alemãs.

Restaram apenas alguns fragmentos de Varsóvia para as tropas polonesas - três quarteirões: Zolibozh, Mokotov e parte do centro ao longo da margem ocidental do Vístula, que foi inicialmente ocupada pelos alemães para conter um possível ataque do Exército Vermelho . Bur-Komarovsky, a situação parecia desesperadora e, em 8 de setembro, ele pediu ao governo polonês no exílio permissão para se render. Mas de repente, em 9 de setembro, a força aérea soviética interveio na batalha. Neste dia, o comandante em chefe da Terceira Frente Bielorrussa, general Mikhail Rokossovsky, tomou posse da área urbana de Praga a leste do Vístula e, alguns dias depois, em 14 de setembro, os distritos de Varsóvia situada a leste do Vístula estavam sob seu controle. Em 18 de setembro, o Exército Vermelho finalmente permitiu o desembarque de aeronaves americanas transportando suprimentos para as tropas polonesas. Novamente havia esperança para defender Varsóvia. Ainda antes, em 15 de setembro, o Exército Vermelho permitiu que a divisão polonesa Berlinger cruzasse o Vístula no sul da capital, mas as unidades de combate do próprio Exército Vermelho permaneceram no local. Em 23 de setembro, a divisão Berlinger foi forçada a virar para o leste novamente ... No dia seguinte, os alemães conquistaram Zholibozh e quatro dias depois - Mokotov. Em 1º de outubro, uma trégua foi declarada.

A revolta durou 63 dias, mais de 150 mil civis e mais de 15 mil soldados do Exército da Pátria foram mortos, 200 mil moradores de Varsóvia foram enviados para trabalhos forçados no Reich, cerca de 70 mil foram deportados para campos de concentração. As perdas do lado alemão são contraditórias - de acordo com várias fontes, de 2 a 10 mil pessoas foram mortas. Após a capitulação em 2 de outubro, Varsóvia foi fisicamente destruída, 85% da cidade foi completamente destruída.

Os rebeldes que se renderam não foram mortos (como foi o caso dos guerrilheiros), mas receberam o status de participantes de batalhas militares e foram enviados para um campo de prisioneiros de guerra. Depois que o Exército Vermelho, após um período de reorganização no final do verão de 1944, reuniu suas forças para o golpe final, soltou em Varsóvia cerca de 5.000 pessoas escondidas nas ruínas da cidade.

Tradução de Natalia Kolyagina

Revolta de Varsóvia - uma revolta armada antifascista que ocorreu de 1º de agosto a 2 de outubro de 1944 durante a Segunda Guerra Mundial.

A revolta começou em 1º de agosto de 1944 na capital polonesa ocupada por tropas nazistas sob a liderança do Exército da Pátria (AK) como parte do plano Buzha (Tempestade) desenvolvido pelo governo polonês exilado em Londres.

O plano "Tempestade" previa que durante a retirada das tropas alemãs derrotadas pelo Exército Vermelho e o avanço da frente ao longo do solo polonês para o oeste, os destacamentos conspirados pelo AK seriam usados ​​para atacar as retaguardas do inimigo e libertar assentamentos individuais antes das unidades soviéticas entrarem neles. O poder local neste caso teria passado para os órgãos da delegação do governo emigrante. O plano "Tempestade" também previa a participação do AK em batalhas junto com unidades do Exército Vermelho com base em cooperação temporária.

A decisão de insurreição foi tomada pelo comando do AK, e a ordem para iniciá-la foi dada pelo comandante do AK, general Tadeusz Komorowski, em 31 de julho sem o consentimento do comando do Exército Vermelho e do 1º Exército de o exército polonês.

Em 1º de agosto, às 17h, os rebeldes (cerca de 40 mil pessoas do AK, que tinham apenas 3,5 mil armas pequenas) iniciaram batalhas em Varsóvia. A bem armada guarnição alemã contava com cerca de 15 mil pessoas. Logo foi reforçado pelas SS e unidades policiais e reuniu até 50 mil pessoas.A direção do Partido dos Trabalhadores Poloneses (PPR) tentou impedir uma revolta prematura e despreparada. Quando começou, o Comité Central do PPR convocou todos os membros do partido e destacamentos do Exército Popular (uma organização militar clandestina que operou durante a Segunda Guerra Mundial para conduzir uma luta armada contra os invasores nazis na Polónia) para participar da revolta. Os rebeldes apreenderam vários objetos alemães, capturaram uma parte significativa da cidade, privando os invasores da oportunidade de usar as artérias de trânsito leste-oeste da cidade. No entanto, as forças eram desiguais. A falta de armas e munições limitou a possibilidade de operações ofensivas dos rebeldes e permitiu que as tropas alemãs localizassem os centros de combate em certas áreas da cidade (Staro Miasto, Srudmesce, Zoliborz, Mokotow).

Em 19 de agosto, os nazistas invadiram Staro Miasto e no final do mês, após uma luta feroz, o capturaram. Posteriormente, eles tomaram posse de Srudmesce e várias outras áreas. Depois de 5 de setembro, Czerniakow tornou-se a única região insurgente.

A liderança soviética, apesar da situação muito difícil para as tropas soviéticas na área de Varsóvia (2 de agosto de 1944, as tropas nazistas lançaram um contra-ataque ao 2º Exército Panzer da 1ª Frente Bielorrussa), a fim de ajudar os rebeldes, estabeleceu o tropas da 1ª Frente Bielorrussa a tarefa de repelir o contra-ataque dos nazistas e ir em uma ampla ofensiva, e o 1º Exército do Exército Polonês - para atacar da ponte Magnushevsky em Varsóvia ao longo da margem esquerda do Vístula. No entanto, a divisão de tanques alemã Goering e mais duas divisões de infantaria trazidas para a batalha pelo comando alemão não permitiram expandir a cabeça de ponte e desenvolver a ofensiva.

Em 29 de agosto, por decisão do Quartel-General, a ofensiva da 1ª Frente Bielorrussa, com exceção das tropas da ala direita, foi interrompida. Logo as tropas da frente, incluindo o 1º Exército do Exército polonês, receberam a tarefa de chegar a Praga, um subúrbio de Varsóvia, atravessar o Vístula e se juntar aos rebeldes. Esta tarefa falhou. Seis batalhões poloneses que cruzaram a cabeça de ponte na região de Chernyakuva sofreram pesadas perdas em batalha (3764 mortos e feridos), em 21 de setembro, por ordem do comandante da 1ª Frente Bielorrussa, foram retirados para além do Vístula.

Desde 14 de setembro, o 16º Exército Aéreo da 1ª Frente Bielorrussa e o regimento de bombardeiros noturnos de Cracóvia do Exército polonês estavam envolvidos na assistência aos rebeldes.

Apesar da ajuda, a posição dos rebeldes tornou-se mais difícil. A perda de cabeças de ponte no Vístula, a queda de Mokotow, a falta de munição e comida forçaram o comando do AK a iniciar negociações em 28 de setembro com o comando nazista para a rendição. Em 2 de outubro, o comando AK capitulou. A revolta, que durou 63 dias, foi derrotada. Durante os combates, 18.000 rebeldes foram mortos, 25.000 ficaram feridos e a perda da população civil totalizou mais de 200.000 mortos. As tropas alemãs perderam cerca de 17 mil mortos e desaparecidos e cerca de 9 mil feridos. A margem esquerda de Varsóvia foi quase 90% destruída.

Varsóvia foi libertada pelas tropas soviéticas junto com o 1º Exército do Exército Polonês em 17 de janeiro de 1945.

Em 29 de julho de 2009, o presidente polonês Lech Kaczynski propôs estabelecer um novo feriado no país para comemorar a Revolta de Varsóvia de 1944. O líder polonês propôs considerar 1º de agosto