Hoje, 21 de abril, é aniversário do grande inventor russo, o mecânico Ivan Petrovich Kulibin. Convidamos você a relembrar o que nosso famoso compatriota inventou e construiu.

Ivan Petrovich, nascido no assentamento de Podnovye, perto de Nizhny Novgorod, em 1735, era uma pessoa incrivelmente talentosa. Mecânica, engenharia, relojoaria, construção naval - tudo foi desenvolvido nas mãos hábeis do autodidata russo. Ele teve sucesso e era próximo da imperatriz, mas nenhum de seus projetos, que poderiam facilitar a vida das pessoas comuns e promover o progresso, foi devidamente financiado ou implementado pelo Estado. Enquanto os mecanismos de entretenimento - autômatos engraçados, relógios palacianos, canhões automotores - eram financiados com grande alegria.

No final do século 18, o método mais comum de içar carga em navios contra a corrente era o trabalho em barcaças - difícil, mas relativamente barato. Também havia alternativas: por exemplo, navios-máquina movidos por bois. O desenho da embarcação motorizada era o seguinte: possuía duas âncoras, cujas cordas eram presas a um eixo especial. Uma das âncoras em um barco ou ao longo da costa foi entregue 800-1000 m à frente e fixada. Os bois que trabalhavam no navio giravam o eixo e enrolavam a corda da âncora, puxando o navio em direção à âncora contra a corrente. Ao mesmo tempo, outro barco carregou a segunda âncora - o que garantiu a continuidade do movimento.

Kulibin teve a ideia de como viver sem bois. Sua ideia era usar duas rodas com lâminas. A corrente, girando as rodas, transferiu energia para o eixo - a corda da âncora foi enrolada, e o navio puxou-se para a âncora usando a energia da água. Durante seu trabalho, Kulibin foi constantemente distraído com pedidos de brinquedos para os descendentes reais, mas conseguiu financiamento para a fabricação e instalação de seu sistema em um pequeno navio. Em 1782, carregado com quase 65 toneladas (!) de areia, revelou-se fiável e muito mais rápido que um navio puxado por bois ou burlats.

Em 1804, em Nizhny Novgorod, Kulibin construiu uma segunda hidrovia, que era duas vezes mais rápida que a Barca Burlatsky. No entanto, o Departamento de Comunicações Hídricas de Alexandre I rejeitou a ideia e proibiu o financiamento - o transporte de água nunca se generalizou. Muito mais tarde, surgiram cabrestantes na Europa e nos EUA - navios que se ancoravam usando a energia de uma máquina a vapor.

Elevador de parafuso

O sistema de elevador mais comum hoje é uma cabine montada em guincho. Os elevadores de guincho foram criados muito antes das patentes de Otis em meados do século 19 - estruturas semelhantes estavam em operação no Egito Antigo, eram movidas por animais de tração ou por força escrava.

Em meados da década de 1790, a idosa e com sobrepeso Catarina II encarregou Kulibin de desenvolver um elevador conveniente para movimentação entre os andares do Palácio de Inverno. Ela definitivamente queria uma cadeira elevatória, e Kulibin se deparou com um problema técnico interessante. Era impossível prender um guincho nesse elevador, que era aberto na parte superior, e se você “pegasse” a cadeira com um guincho por baixo, isso causaria transtorno ao passageiro. Kulibin resolveu o problema engenhosamente: a base da cadeira foi presa a um longo parafuso de eixo e movida ao longo dele como uma porca. Catarina sentou-se em seu trono móvel, o criado girou a manivela, a rotação foi transmitida ao eixo e elevou a cadeira para a galeria do segundo andar. O elevador helicoidal Kulibin foi concluído em 1793, mas o segundo mecanismo desse tipo na história foi construído por Elisha Otis em Nova York apenas em 1859. Após a morte de Catarina, o elevador foi usado pelos cortesãos para entretenimento e foi então emparedado. Até o momento, os desenhos e restos do mecanismo de elevação foram preservados.

Teoria e prática da construção de pontes

Da década de 1770 até o início de 1800, Kulibin trabalhou na criação de uma ponte permanente de vão único sobre o Neva. Ele fez um modelo de trabalho, no qual calculou as forças e tensões em várias partes da ponte - apesar de a teoria da construção da ponte ainda não existir naquela época! Através da experiência, Kulibin previu e formulou uma série de leis de força, que foram confirmadas muito mais tarde. A princípio, o inventor desenvolveu a ponte às suas próprias custas, mas o conde Potemkin deu-lhe dinheiro para o layout final. O modelo em escala 1:10 atingiu um comprimento de 30 m.

Todos os cálculos da ponte foram apresentados à Academia de Ciências e verificados pelo famoso matemático Leonhard Euler. Descobriu-se que os cálculos estavam corretos e os testes do modelo mostraram que a ponte tem uma enorme margem de segurança; sua altura permitia a passagem de navios à vela sem quaisquer operações especiais. Apesar da aprovação da Academia, o governo nunca destinou fundos para a construção da ponte. Kulibin foi premiado com uma medalha e recebeu um prêmio: em 1804, o terceiro modelo estava completamente apodrecido, e a primeira ponte permanente sobre o Neva (Blagoveshchensky) foi construída apenas em 1850.

Em 1936, um cálculo experimental da ponte Kulibin foi realizado usando métodos modernos, e descobriu-se que o russo autodidata não cometeu um único erro, embora em sua época a maioria das leis da força da força fossem desconhecidas. O método de fazer um modelo e testá-lo para fins de cálculos de força da estrutura da ponte tornou-se posteriormente difundido; vários engenheiros chegaram a ele de forma independente em momentos diferentes. Kulibin também foi o primeiro a propor o uso de treliças no projeto da ponte - 30 anos antes do arquiteto americano Itiel Town, que patenteou esse sistema.

Na década de 1810, Kulibin desenvolvia pontes de ferro. Diante de nós está o projeto de uma ponte de três arcos sobre o Neva com uma estrada suspensa (1814). Mais tarde, o inventor criou um projeto para uma ponte mais complexa de quatro arcos.

Carrinho de passeio autônomo e outras histórias

Muitas vezes, Kulibin, além dos projetos que realmente inventou, é creditado com muitos outros, que ele realmente melhorou, mas não foi o primeiro. Por exemplo, Kulibin é frequentemente creditado com a invenção da scooter a pedal (o protótipo do velomóvel), enquanto tal sistema foi criado 40 anos antes por outro engenheiro russo autodidata, e Kulibin foi o segundo. Vejamos alguns dos equívocos comuns.

Assim, em 1791, Kulibin construiu e apresentou à Academia de Ciências uma carruagem autopropulsada, uma “carruagem autopropulsada”, que foi essencialmente a antecessora do velomóvel. Ele foi projetado para um passageiro, e o carro era dirigido por um criado que ficava nas costas e pressionava os pedais alternadamente. A carruagem autônoma serviu por algum tempo como atração para a nobreza, e depois se perdeu na história; Apenas seus desenhos sobreviveram.

Kulibin não foi o inventor do velomóvel - 40 anos antes dele, um carrinho automotor de design semelhante foi construído em São Petersburgo por outro inventor autodidata Leonty Shamshurenkov (conhecido em particular pelo desenvolvimento do sistema de elevação Tsar Bell, que nunca foi usado para o fim a que se destina). O projeto de Shamshurenkov era de dois lugares: em desenhos posteriores, o inventor planejou construir um trenó autopropelido com um verstomer (um protótipo de velocímetro), mas, infelizmente, não recebeu o financiamento adequado. Assim como a scooter de Kulibin, a scooter de Shamshurenkov não sobreviveu até hoje.

Prótese de perna

Na virada dos séculos XVIII para XIX, Kulibin apresentou à Academia Médico-Cirúrgica de São Petersburgo vários projetos de “pernas mecânicas” - próteses de membros inferiores muito avançadas para aquela época, capazes de simular uma perna perdida acima do joelho (!) . O “testador” da primeira versão da prótese, feita em 1791, foi Sergei Vasilyevich Nepeitsyn, na época tenente que perdeu a perna durante o ataque a Ochakov.

Posteriormente, Nepeitsyn ascendeu ao posto de major-general e recebeu dos soldados o apelido de Perna de Ferro; ele levou uma vida plena e nem todos sabiam por que o general mancava ligeiramente. A prótese do sistema Kulibin, apesar das críticas favoráveis ​​​​dos médicos de São Petersburgo liderados pelo professor Ivan Fedorovich Bush, foi rejeitada pelo departamento militar, e a produção em massa de próteses mecânicas imitando o formato de uma perna começou mais tarde na França.

Holofote

Em 1779, Kulibin, que gostava de instrumentos ópticos, apresentou ao público de São Petersburgo sua invenção - um holofote. Antes dele existiam sistemas de espelhos refletores (em particular, eram usados ​​​​em faróis), mas o design de Kulibin estava muito mais próximo de um holofote moderno: uma única vela, refletida em refletores de espelho colocados em um hemisfério côncavo, fornecia um fluxo forte e direcional de luz.

A “Lanterna Maravilhosa” foi recebida positivamente pela Academia de Ciências, elogiada pela imprensa, aprovada pela Imperatriz, mas continuou sendo apenas entretenimento e não servia para iluminar ruas, como Kulibin inicialmente acreditava. O próprio comandante posteriormente produziu uma série de holofotes para encomendas individuais de armadores, e também fez uma lanterna compacta para uma carruagem baseada no mesmo sistema - o que lhe rendeu alguma renda. O mestre ficou decepcionado com a falta de proteção de direitos autorais - outros artesãos começaram a fabricar em massa “lanternas Kulibino” de carruagens, o que desvalorizou muito a invenção.

O que mais Kulibin fez?

• Ele estabeleceu o trabalho de oficinas na Academia de Ciências de São Petersburgo, onde se dedicou à fabricação de microscópios, barômetros, termômetros, telescópios, balanças, telescópios e muitos outros instrumentos de laboratório.
• Renovou o planetário da Academia de Ciências de São Petersburgo.
• Ele criou um sistema original para lançar navios.
• Criou o primeiro telégrafo óptico da Rússia (1794), enviado à Câmara Kunst como curiosidade.
• Ele desenvolveu o primeiro projeto de ponte de ferro na Rússia (através do Volga).
• Ele projetou uma semeadora em linha que garante uma semeadura uniforme (não foi construída).
• Ele organizou fogos de artifício, criou brinquedos mecânicos e autômatos para entretenimento da nobreza.
• Reparei e montei de forma independente muitos relógios de diferentes layouts - parede, piso, torre.

Horário de funcionamento do Kulibin:

Na fábrica dos Urais, Kulibin era natural de Nizhny Novgorod, cidade que então desempenhava papel de destaque na economia do país.

Vários ofícios foram desenvolvidos em Nizhny há muito tempo - ferraria, carpintaria, sapataria, confecção de chapéus, alfaiataria e muitos outros. Havia fábricas de âncoras, fábricas de cordas, curtumes e fábricas de cerveja.

Localizada na confluência do Oka e do Volga, Nizhny era um dos principais portos do Volga. Havia extensos armazéns de sal, grãos, couro e outros produtos. Não muito longe da cidade acontecia a famosa feira Makaryevskaya (no século 19 foi transferida para Nizhny e posteriormente chamada de Nizhny Novgorod). Mercadorias russas e estrangeiras foram trazidas para a feira Makaryevskaya de toda a região do Volga, de Moscou e São Petersburgo, da Ucrânia e do Norte, da Sibéria, etc. Por sua vez, a “bagagem Makaryevskaya” ao longo do Volga e seus afluentes e outros rotas foram enviadas para todas essas áreas próximas e remotas do país.

Ivan Petrovich Kulibin nasceu em 10 de abril de 1735 na família de um pobre comerciante de farinha. Em alguns documentos posteriores, Kulibin é chamado de “Nizhny Novgorod Posad”.

Kulibin não recebeu educação escolar, pois seu pai pretendia que ele se dedicasse ao comércio e, portanto, acreditava que bastaria que seu filho aprendesse a ler e escrever com um sacristão. No entanto, vender farinha na loja de seu pai não satisfez o jovem Kulibin. Ele estava mais interessado em todos os tipos de mecanismos, que começou a fabricar desde muito jovem.

Construiu pequenas multidões, moinhos e outros brinquedos autopropelidos, e um dia esse fato atraiu sua atenção. No jardim dos Kulibins havia um lago onde a água não corria e por isso os peixes morriam nele. O jovem Kulibin descobriu uma maneira de usar um dispositivo hidráulico especial para levar água a uma piscina especial e de lá para a lagoa. O excesso de água foi drenado da lagoa. Desde então, os peixes do lago começaram a se multiplicar.

De todos os mecanismos, Kulibin estava mais interessado em relógios, e isso não é coincidência. O século XVIII foi uma época de fascínio pelas metralhadoras na Rússia e em toda a Europa. O relógio foi o primeiro dispositivo automático criado para fins práticos. Nos séculos 17 a 18, cientistas e inventores notáveis, tanto na Rússia quanto no exterior, fizeram uma variedade de relógios: de parede, de mesa, de bolso, de torre, muitas vezes conectados a complexas máquinas automáticas decorativas. No século 18, o trabalho na construção de relógios deu aos inventores a ideia de usar bobinadeiras na produção. Os projetistas transferiram o princípio de funcionamento do mecanismo do relógio para outros dispositivos.

Kulibin, quando estava em Nizhny Novgorod, queria entender a estrutura do relógio da torre da Catedral Stroganov. Para isso, subiu repetidamente à torre sineira da catedral e observou o funcionamento deste relógio.

Na casa do comerciante Mikulin de Nizhny Novgorod, Kulibin viu um relógio cuco. Ele tentou fazer o mesmo relógio de madeira. Isso exigia ferramentas que não podiam ser obtidas em Nizhny Novgorod. Quando Kulibin foi enviado a Moscou a negócios, ele teve a sorte de conseguir as ferramentas necessárias por um preço baixo do relojoeiro Lobkov de Moscou. Este mestre tratou Kulibin com muito cuidado. Ele não só o ajudou a adquirir ferramentas, mas também compartilhou com ele seu conhecimento e experiência em relojoaria.

Ao retornar de Moscou, Kulibin montou uma oficina e começou a produzir relógios de vários sistemas complexos. Após a morte de seu pai, Kulibin, então com 28 anos, deixou o comércio e se dedicou inteiramente ao seu negócio preferido - a mecânica.

Da produção de relógios de parede, Kulibin passa a estudar relógio de bolso e em pouco tempo se torna o relojoeiro mais popular de Nizhny Novgorod. Porém, mesmo naquela época ele não era apenas um artesão experiente. Por meio da autoeducação, Kulibin buscou constantemente ampliar seus conhecimentos. Nas horas vagas, estudava física, matemática e desenho.

Kulibin também estudou artigos de G.-V. Kraft (autor de “Um breve guia para o conhecimento de máquinas simples e complexas”), publicado em “Adições ao Diário de São Petersburgo”, e outros manuais sobre ciências exatas e aplicadas que conseguiu obter em Nizhny Novgorod. E já havia muitos desses benefícios. É interessante notar que os artigos de Kraft, que Kulibin conheceu, foram publicados em tradução por M.V. Lomonosov.

A arte de Kulibin como relojoeiro continuou a melhorar. De 1764 a 1769 trabalhou na produção "relógio figura ovo"- uma máquina em miniatura altamente complexa do tamanho de um ovo de ganso, surpreendente pela sutileza e elegância de decoração. Esses relógios não apenas tocavam cantatas compostas por Kulibin, mas também abrigavam um teatro automático onde pequenos atores-bonecos encenavam uma peça de mistério. Atualmente, este relógio está guardado no Museu Estatal Hermitage, em São Petersburgo.

Relógio com figura de ovo

Embora Kulibin tenha terceirizado algumas das operações de fabricação de relógios e outros mecanismos, Kulibin teve que realizar ele mesmo uma parte significativa das operações com a ajuda de apenas um aluno, Pyaterikov. Assim, ele deveria ser carpinteiro, mecânico, torneiro de metais e ao mesmo tempo mestre em mecânica de precisão.

Enquanto fabricava sua complexa metralhadora, Kulibin não conseguia dedicar tempo suficiente ao trabalho para os clientes e seus negócios financeiros começaram a se deteriorar. Mas ele teve que se alimentar com sua família e um assistente, o relojoeiro Alexei Pyaterikov. Os dias de extrema necessidade chegaram.

Inesperadamente, o mecânico recebeu apoio de seu amigo comerciante Kostromin. Este comerciante ajudou Kulibin com dinheiro, esperando que as invenções do talentoso mecânico fossem apreciadas pelo governo e parte da fama de Kulibin se espalhasse para ele, Kostromin, amigo e patrono do mecânico. Kostromin esperava especialmente que o “relógio em formato de ovo” fosse mostrado à própria Catarina II, cuja chegada era esperada em Nizhny Novgorod na primavera de 1767.

Quase simultaneamente à produção deste relógio, Kulibin fez um microscópio, um telescópio, uma luneta e uma máquina elétrica. Ao mesmo tempo, ele teve que resolver de forma independente os problemas mais complexos da tecnologia óptica, desenvolver formulações de ligas para espelhos mecânicos, polir vidro, etc.

Em maio de 1767, Catarina, que fazia uma de suas viagens pelo país em busca de popularidade, chegou a Nizhny Novgorod, acompanhada por uma comitiva brilhante. Entre estes últimos estava o diretor da Academia de Ciências de São Petersburgo, V.G. Orlov.

Kostromin garantiu que Kulibin pudesse ver Catherine. O inventor mostrou à rainha seu relógio automático e alguns outros dispositivos.

A este respeito, levantou-se a questão sobre a conveniência de transferir um fabricante de instrumentos tão notável para as oficinas da Academia de Ciências. Orlov apoiou esta proposta e Catarina prometeu convocar Kulibin a São Petersburgo. No entanto, o cumprimento desta promessa teve de esperar dois anos, durante os quais o mecânico continuou a trabalhar no “relógio com figura de ovo” e a construir outros dispositivos. No início de 1769, Kulibin e Kostromin foram para São Petersburgo, onde esperaram muito para serem aceitos no serviço acadêmico.

Somente em 23 de dezembro de 1769, a diretoria da Academia de Ciências de São Petersburgo emitiu uma resolução: “Para melhor sucesso nas artes e habilidades que dependem da Academia de Ciências na Casa Valkov, aceite no serviço acadêmico, sob as condições [condições] associadas a isso, o cidadão de Nizhny Novgorod, Ivan Kulibin, que já mostrou seus experimentos artísticos, e empossá-lo.” Kulibin foi nomeado chefe das oficinas mecânicas da Academia de Ciências e mudou-se para a capital. Assim começou a longa e frutífera atividade de Ivan Petrovich Kulibin em São Petersburgo.

O mecânico teve a oportunidade de consultar sobre todos os assuntos de seu interesse cientistas de destaque da época, incluindo os alunos diretos de Lomonosov e L. Euler. A comunicação com este último deu muito a Kulibin. Ele poderia manter-se atualizado com a literatura científica mais recente publicada não apenas na Rússia, mas em parte também no exterior (em traduções russas - o próprio Kulibin não falava línguas estrangeiras).

Kulibin também teve ligações através de seu trabalho com D. Bernoulli, com o astrônomo S.Ya. Rumovsky, físico L.Yu. Kraft, adjunto da Academia M.E. Golovin e outros.

Workshops acadêmicos liderados por Kulibin, e depois de M.V. Lomonosov continuou sendo o maior centro para o desenvolvimento da fabricação de instrumentos nacionais. Produziam instrumentos de navegação, astronômicos e ópticos, máquinas eletrostáticas, etc. As oficinas contavam com vários departamentos - instrumental, óptico, barométrico, torneamento e carpintaria. A “visualização direta” das câmaras foi realizada pelo mestre P.D. de César Além disso, fabricantes de instrumentos como Ivan Belyaev e outros trabalharam com Kulibin.

Como chefe das oficinas, Kulibin não apenas organizou o trabalho, mas também inventou vários novos mecanismos, dispositivos e ferramentas. Suas conquistas são especialmente significativas na área de produção de instrumentos ópticos e outros, inclusive originais, fabricados pela primeira vez em oficinas acadêmicas.

No campo do desenvolvimento da fabricação de instrumentos nacionais, Kulibin foi o sucessor direto do trabalho de A.K. Nartov e M.V. Lomonosov. Kulibin desenvolveu as tradições notáveis ​​​​de seus antecessores: atualizou o equipamento de suas oficinas; reabasteceu sua equipe com jovens mestres que estudaram com ele, “artistas” experientes que trabalharam com Lomonosov.

Nos workshops acadêmicos, continuou a colaboração frutífera entre designers e cientistas teóricos, que começou com Nartov e Lomonosov.

Cientistas de destaque participaram dos trabalhos das oficinas. Assim, por exemplo, o primeiro microscópio acromático segundo cálculos de L. Euler (este é o nome de um microscópio com uma lente que permite evitar distorções do objeto em questão). O trabalho foi realizado sob a liderança de Kulibin e seu assistente I.G. Shersnevsky e mestre I. I. Belyaev. Mas aparentemente, por algum motivo, o trabalho não foi concluído.

Com base na pesquisa de cientistas sobre eletricidade (após os trabalhos de M.V. Lomonosov e G.-V. Richman, o estudo da eletricidade atmosférica e estática tornou-se um tópico constante de estudo para vários físicos acadêmicos de São Petersburgo, incluindo L. Euler .F.-U.-T Epinus, L.Yu. Kraft e outros), Kulibin desenvolveu desenhos de vários dispositivos elétricos.

Lembremos que já no século XVIII surgiram os primeiros tipos de máquinas eletrostáticas, ou seja, dispositivos utilizados para converter energia mecânica em energia elétrica de condutores carregados a partir da eletrificação por fricção.

O atrito foi realizado girando uma bola de vidro. Em 1744, foi proposta a utilização de almofadas de couro revestidas de amálgama, pressionadas contra o vidro por molas, para esfregar a bola. Na maioria dos casos, os desenhos de Kulibin retratam máquinas eletrostáticas desse tipo. Mais tarde, a bola foi substituída por um cilindro de vidro (Kulibin construiu outros semelhantes) e depois por um disco de vidro. Máquinas eletrostáticas só poderia servir para experimentos e demonstrações de efeitos elétricos. Na década de 40 do século XVIII, o primeiro tipo de capacitor de carga elétrica, denominado “jarra de Leyden”, foi inventado na Europa Ocidental. Os desenhos de Kulibin de tais “latas” junto com máquinas eletrostáticas foram preservados (Kulibin construiu a primeira máquina eletrostática enquanto estava em Nizhny Novgorod), bem como suas instruções detalhadas sobre “como manter máquinas elétricas com resistência decente”.

Junto com máquinas eletrostáticas de tamanho considerável, Kulibin e seus assistentes produziram máquinas em miniatura para fins de demonstração ao ministrar palestras sobre física.

Kulibin construiu instrumentos novos na época para o trabalho dos físicos acadêmicos - eletróforos. Esse foi o nome dado aos dispositivos que operam a partir da excitação de cargas elétricas por indução eletrostática. Na Rússia, a ideia dos eletróforos foi implementada pela primeira vez pelo Acadêmico Epinus (na literatura estrangeira, a prioridade na invenção dos eletróforos é geralmente atribuída injustificadamente a A. Volt). O eletróforo consistia em um disco de resina e um disco de metal equipado com cabo isolante. O disco de resina foi friccionado com pêlo e sobre ele foi colocado um disco de metal, aterrando a superfície externa deste com o toque da mão. Uma carga elétrica apareceu no disco de metal por indução. Segurando o disco pela alça, foi possível transferir essa carga para algum condutor.

A “Descrição da ação dos eletróforos” de Kulibin, datada da década de 70 do século XVIII, foi preservada.

No verão de 1776, um pequeno eletróforo foi trazido de Viena para São Petersburgo. Depois de estudá-lo, Kulibin, por ordem da Imperatriz Catarina II, fez então sua própria cópia, que foi descrita nos trabalhos da Academia de Ciências um ano depois. O acadêmico I. Georgi destacou que “o eletróforo oval feito... pelo Sr. Kulibin é, talvez, o maior de todos os feitos até agora”. D. Bernoulli também mencionou este dispositivo. Consistia em duas placas de metal em forma de ovais ou retângulos com cantos arredondados. As dimensões da placa inferior são 2,7 por 1,4 metros. Para preenchê-lo (para obter um dielétrico) foram utilizados 74 kg de resina e 33 kg de lacre. O superior, suspenso por cordas de seda, teve que ser levantado e abaixado com blocos. O eletróforo foi instalado no palácio da Imperatriz em Czarskoe Selo, sendo posteriormente transportado para o gabinete de física da Academia de Ciências, onde permaneceu até ao início do século XIX (o futuro destino é desconhecido). O quão formidável era esse eletróforo pode ser avaliado pelo menos pelo fato de que era possível matar pequenos animais com uma descarga de eletróforos muito menores.

O maravilhoso mestre continuou a trabalhar com eletróforos no futuro. Assim, na lista de obras previstas que datam da década de 80, decretou “um eletróforo com 6 círculos de cera, num eixo”. Excelentes instrumentos Kulibin ajudaram os acadêmicos de São Petersburgo em pesquisas futuras. Assim, o físico L.Yu. Kraft, no artigo “Uma experiência na teoria dos eletróforos” (1777), escreveu: “Meus numerosos experimentos... vieram em auxílio de outra máquina, enorme em tamanho e ação, construída... pelo mais habilidoso mestre russo, Sr. ... Kulibin, que me deu a oportunidade desejada de estudar a natureza e as causas desta força elétrica especial e os fenômenos associados a ela.”

Kulibin (como Nartov em sua época) esteve envolvido em vários exames técnicos, participou de comissões examinadoras, etc.

Oficinas acadêmicas sob a liderança de Kulibin produziram máquinas elétricas, telescópios E telescópios, microscópios, termômetros, barômetros, pirômetros, bombas de ar, balanças de precisão, relógios de vários sistemas.

Naquela época, a Academia de Ciências organizou diversas expedições científicas. Estas expedições, que funcionaram de 1768 a 1774, exploraram vastas áreas da Bielorrússia, Moldávia e Bessarábia à Sibéria Oriental (região do Baikal) e da costa do Oceano Ártico à Transcaucásia, às regiões fronteiriças da Pérsia e à costa sul do Mar Cáspio. . Essas expedições contribuíram para a familiarização do mundo inteiro com a Rússia. Eles coletaram muitos materiais sobre etnografia, arqueologia, botânica, zoologia e geografia.

Para as expedições foi necessária a produção de um grande número de instrumentos científicos. Uma parte significativa desses instrumentos, que funcionaram bem em condições difíceis de expedição, foi fabricada em oficinas acadêmicas sob a liderança de Kulibin.

O mecânico dedicou muito tempo treinando jovens fabricantes de instrumentos. E, ao mesmo tempo, imediatamente após sua chegada a São Petersburgo, começaram a distraí-lo da maneira mais sem cerimônia de seu intenso trabalho de design na academia para decorar várias festividades na corte e nas casas dos nobres de Catarina.

Kulibin, é claro, não poderia recusar. Afinal, o governo considerava Kulibin principalmente como um construtor máquinas caça-níqueis engraçadas E máquinas de teatro, organizador iluminações e efeitos de iluminação. Mas mesmo neste assunto, Kulibin mostrou seu talento, desenvoltura e inteligência excepcionais. Nas notas de trabalho de Kulibin e nas memórias de contemporâneos, apenas uma pequena parte dos dados sobre essas atividades de Kulibin foi preservada. Mas mesmo essas poucas informações mostram o quão talentoso e inventivo Kulibin era em todos os assuntos que empreendeu.

Por exemplo, Kulibin encontrou uma maneira de iluminar um corredor escuro com mais de 100 m de comprimento no semi-subsolo do Palácio Tsarskoye Selo. Kulibin colocou um espelho do lado de fora, de onde a luz do dia incidia sobre um sistema de espelhos colocados no interior do prédio e, refletindo repetidamente, iluminou o corredor.

As apostilas de Kulibin contêm descrições de várias invenções para o dispositivo fogos de artifício e efeitos de iluminação. Menciona luzes multicoloridas, foguetes em forma de cauda de pavão, rodas giratórias, foguetes “espigão”, “cobra”, “solta”, reflexos espelhados em movimento na forma de figuras, contornos luminosos e tremeluzentes de edifícios, etc. as iluminações criaram a impressão de uma extravagância brilhante e surpreenderam com a vivacidade da imaginação.

Kulibin atuou como um verdadeiro poeta e artista, capturando imagens de contos de fadas não com palavras ou pincéis, mas com uma combinação de efeitos de iluminação e luzes multicoloridas.

Ao organizar essas férias, Kulibin teve que visitar a corte e as casas da mais alta nobreza de São Petersburgo.

Não lhe foi difícil obter um título civil ou académico, dando-lhe o direito ao uso de uniforme e ao acesso formal ao tribunal. Mas Kulibin rejeitou repetidas ofertas de qualquer “categoria de classe”. Ele não queria trocar o cafetã de um citadino por um uniforme ou terno de corte europeu, nem queria raspar a barba.

Ele tinha o senso peculiar de autodignidade de um cidadão hereditário que não queria adquirir a aparência de oficial ou nobre. Como não queria se adaptar às exigências do “mundo”, teve que procurar uma saída. Na primavera de 1778, Catarina ordenou que uma grande medalha de ouro com uma fita de Santo André fosse feita especialmente para Kulibin (é claramente visível no retrato do inventor dado neste artigo). A medalha (e não a ordem) também poderia ser concedida a representantes das classes “mais baixas” contribuintes. A fita de Santo André parecia apresentar Kulibin à “alta sociedade”. Ao mesmo tempo, Catherine não perdeu a oportunidade de lembrar a sua iluminação. Na frente da medalha havia um retrato de Catarina, e no verso imagens simbólicas da Ciência e da Arte, coroando o nome de Kulibin com uma coroa de louros. As inscrições na medalha diziam: “Ao digno”, bem como “Academia de Ciências ao mecânico Kulibin”.

No início de 1787, Kulibin recorreu ao diretor da Academia de Ciências E.R. Dashkova com um pedido para liberá-lo da gestão das oficinas. Ele queria concentrar todos os seus esforços em atividades inventivas (pois isso era permitido pelas constantes ordens do departamento do palácio).

Uma das primeiras invenções importantes feitas por um mecânico quando estava encarregado de oficinas acadêmicas foi a famosa "Lanterna Kulibino"- um dos primeiros destaques a receber aplicação prática. O poeta G. R. Derzhavin dedicou poemas à lanterna Kulibin:

Você vê, nos pilares à noite, como às vezes

E uma faixa clara

Nas carruagens, nas ruas e nos barcos do rio

Eu brilho ao longe.

Eu ilumino todo o palácio comigo mesmo,

Como uma lua cheia...

Lanterna Kulibinsky com reflexo espelhado

Kulibin foi ajudado por seu excelente conhecimento das leis da óptica para inventar tal holofote, que operava com sucesso usando fontes de luz muito fracas, comuns na época. A “Gazeta de São Petersburgo” datada de 19 de fevereiro de 1779 dizia sobre esta invenção: “O mecânico da Academia de São Petersburgo, Ivan Petrovich Kulibin, inventou a arte de fazer um espelho composto de muitas partes com alguma linha côncava especial, que, quando apenas uma uma vela é colocada na frente dela, produz um efeito surpreendente, multiplicando a luz 500 vezes contra a luz de uma vela comum e mais, dependendo do número de partículas do espelho...”

"Lanterna Kulibino"

A Academia de Ciências apreciou muito a invenção de Kulibin. O próprio mecânico utilizou essas luzes em faróis, navios, prédios públicos, etc.

Um dos biógrafos de Kulibin relata um caso interessante de uso de uma lanterna Kulibin pelo navegador G.I. Shelikhov durante uma de suas viagens à costa do Alasca:

Os residentes da Ilha Kyktaka eram hostis a Shelikhov. Querendo evitar derramamento de sangue, ele decidiu induzi-los a “respeitá-lo como uma pessoa extraordinária”. Sabendo que os ilhéus adoravam o Sol, Shelikhov disse-lhes que poderia invocar o Sol à vontade.

Depois disso, ordenou aos moradores de Kyktak que se reunissem na costa à noite e esperassem, e entretanto, tendo previamente ordenado a que horas acender a lanterna no mastro do navio, que estava localizado a uma grande distância do costa, ele começou a chamar o Sol. Quando os ilhéus viram a luz forte da lanterna Kulibin, eles “caíram no chão com um grito e uma excitação terrível”, oferecendo orações ao Sol, que tão milagrosamente revelou sua face à noite, a pedido de Shelikhov. Eles reconheceram este último como um grande feiticeiro e lhe prestaram todo tipo de honras.

Na década de 80, Kulibin aprimorou o design de suas lanternas e os métodos de sua fabricação. Produziu lanternas com vários refletores de diferentes tamanhos e intensidades luminosas para iluminar carruagens, entradas de edifícios residenciais, fábricas, palácios, ruas, praças, etc.

Kulibin também deu uma contribuição notável para o desenvolvimento da construção de pontes. Kulibinsk tornou-se amplamente conhecido na Rússia e no exterior. projeto(feito em três versões) ponte em arco de vão único sobre o Neva cerca de 300 m de comprimento com treliças de madeira. Para aquela época era um sistema de construção de pontes original e novo.

O mecânico começou a trabalhar no projecto de uma ponte de vão único em 1769, ou seja, a partir da sua chegada à capital, quando se convenceu da grande necessidade de estabelecer uma ligação permanente através do Neva. As pontes flutuantes que existiam naquela época nas barcaças foram erguidas durante a deriva do gelo e durante a inundação do Neva.

A confiança de Kulibin de que estava no caminho certo no desenvolvimento do projeto da ponte foi ainda mais fortalecida depois que foi anunciado no St. Petersburg Gazette de 1772 que a Royal Society of London (Academia Inglesa de Ciências) havia anunciado um concurso para o projeto da ponte através o Tâmisa, “que consistiria em um arco ou abóbada sem estacas, e seria estabelecido com suas extremidades nas margens do rio”.

G.A. Potemkin recebeu 1.000 rublos do Gabinete. para experimentos relacionados ao desenvolvimento do projeto Kulibin. Com esses recursos, o mecânico começou a construir, de acordo com sua terceira versão do projeto, uma maquete da ponte com um décimo de seu tamanho natural. O modelo foi testado no final de 1776 por uma comissão especial, que incluía Leonhard Euler e seu filho Johann Albrecht, S.Ya. Rumovsky, N.I. Fuss, L.Yu. Kraft, M. E. Golovin, S.K. Kotelnikov e outros.

Alguns académicos não acreditavam que o modelo de Kulibin passaria no teste e fizeram todo o tipo de piadas sobre isto, tais como que Kulibin em breve nos faria uma escada para o céu.

Para testar a resistência do modelo, primeiro foram colocados três mil quilos de carga, que foi considerada a carga máxima pelos cálculos feitos, e depois foram acrescentados mais de 500 quilos. Com essa carga, o modelo ficou 28 dias sem sofrer danos, após os quais foi exposto ao público no pátio da Academia (em 1777, foi comemorado em São Petersburgo o quinquagésimo aniversário da Academia de Ciências. Em conexão com na comemoração desta data, também foi exibido o modelo Kulibin).

Os testes não apenas confirmaram a correção dos cálculos de Kulibin, mas também contribuíram para as pesquisas teóricas realizadas por Euler e outros acadêmicos.

Em carta datada de 7 de junho de 1777, Daniel Bernoulli escreveu ao secretário da Academia N.I. Ressaltou o profundo respeito que tinha por Kulibin e seu conhecimento, e pediu a Kulibin que expressasse sua opinião sobre alguns assuntos (sobre a resistência da madeira como material de construção) que Bernoulli vinha estudando há muito tempo.

Em 18 de março de 1778, Bernoulli escreveu ao mesmo Fuss: “Euler realizou pesquisas aprofundadas sobre a resistência de vigas usadas de várias maneiras, especialmente pilares verticais... Você poderia instruir o Sr. Kulibin a confirmar a teoria de Euler com experimentos semelhantes , sem o qual sua teoria só permanecerá verdadeira hipoteticamente."

No entanto, a construção da ponte nunca se concretizou. A maquete foi transferida para o jardim de Potemkin e serviu para fins decorativos. Se for possível explicar de alguma forma a recusa em construir uma ponte de arco único (a vida útil da madeira era limitada, e o próprio Kulibin, como veremos mais tarde, chegou à conclusão de que era preferível construir pontes de ferro), então a atitude desdenhosa em relação ao modelo não tem justificação. Afinal, era de grande interesse científico.

Posteriormente, o notável engenheiro construtor de pontes D.I. Zhuravsky escreveu sobre o modelo da ponte Kulibinsky: “Ela traz a marca do gênio; é construído segundo um sistema reconhecido pela ciência moderna como o mais racional; a ponte é sustentada por um arco, sua flexão é evitada por um sistema de contraventamento, que só é chamado de americano devido ao desconhecimento do que está sendo feito na Rússia.”

Kulibin fez uma série de invenções no campo do transporte terrestre e aquático. Isto é muito característico do período de fabricação. Naquela época, numerosos projetos de navios “contracorrentes sem velas” e “scooters” foram apresentados em toda a Europa.

Desde a década de 80 do século XVIII, Kulibin estuda a questão dos navios autopropelidos, mas não porque imitou alguém em suas invenções, mas foi motivado a sua busca pelas condições da realidade russa. Desde cedo, o mecânico de Nizhny Novgorod viu fotos do uso cruel e inútil do trabalho em barcaças no Volga.

Onde a condição das margens impossibilitava a tração convencional por cabo de reboque, foi utilizada tração importada ou tração de “alimentação”. Este antigo método de transporte foi descrito no século XVI. Uma âncora com uma corda amarrada foi trazida do navio em um barco especial. A âncora era lançada ao fundo e fixada, enquanto os transportadores das barcaças, parados no convés do navio, puxavam um guincho ou, mais frequentemente, simplesmente uma corda trazida com alças, puxando o navio até a âncora. Ao se aproximarem da âncora, receberam a ponta da corda dessa âncora, trazida para frente nesse momento, e a primeira foi retirada. Dessa forma, o navio avançou a uma velocidade de 5 a 10 km por dia. Normalmente, os transportadores de barcaças também não percorrem mais do que 10 km por dia.

Há muito que se expressa a ideia de que a força muscular das pessoas que puxam uma corda trazida para a frente pode ser substituída pela força dos animais (cavalos, touros) ou pela força do próprio fluxo da água. Afinal, se um eixo horizontal equipado com rodas de pás nas extremidades for puxado através do navio (através dele), e a extremidade livre da corda conectada à âncora trazida for fixada neste eixo, então a corrente, girando o remo rodas, ele próprio enrolará a corda no eixo, o que significa puxar o navio em direção à âncora entregue. Essas embarcações foram chamadas de navegáveis.

No século 18, na Rússia, eram utilizados os chamados navios “motores”, onde o portão que puxava o navio até a âncora trazida para frente era girado por touros ou cavalos. Kulibin estava empenhado tanto na melhoria dos mais recentes tipos de embarcações como na criação de embarcações navegáveis. Assim como o mecânico, ele buscava facilitar o trabalho árduo dos trabalhadores, no caso os transportadores de barcaças, e ao mesmo tempo também se preocupava com o benefício do Estado.

Inventado por Kulibin, foi realizado em 8 de novembro de 1782 às margens do rio. Neva por uma comissão autorizada composta por especialistas em questões de navegação. No dia marcado para isso, muitas pessoas reuniram-se nas margens do Neva. Todos estavam curiosos para ver como um navio sem velas nem remos iria contra a corrente. Imagine a surpresa dos presentes quando, na hora marcada, o navio, carregado com 4.000 libras de lastro, começou a se mover facilmente contra o vento forte e as ondas altas! O navio era capitaneado pelo próprio Kulibin.

Os resultados do ensaio foram muito favoráveis. Mas o governo rapidamente deixou de estar interessado nas experiências de Kulibin, e o Volga e outros armadores preferiram utilizar a energia barata dos transportadores de barcaças em vez de investir em “navios movidos a motor”.

Nas décadas de 80 e 90, Kulibin se dedicou à construção de “scooters” movidas pela força muscular dos próprios pilotos. Experimentos semelhantes foram realizados em toda a Europa durante os séculos XV e XVIII.

Figuras famosas da Renascença - Leonardo da Vinci, Albrecht Durer e alguns de seus contemporâneos (por exemplo, G. Fontana) desenharam designs para essas carroças. Em alguns deles, servos em ternos exuberantes, sentados em carruagens autopropelidas junto com os passageiros, giram os acionamentos manuais, em outros movimentam as rodas motrizes com os pés, em outros pisam em pedais localizados na parte traseira dos vagões. No final do século XVII, uma scooter deste tipo foi construída na França por Richard. A scooter de Richard era dirigida por um lacaio que ficava na traseira e pressionava os pedais. Em 1748, uma scooter com motor musculoso foi construída na França por J. Vaucanson, e em 1769 na Inglaterra por J. Vivers.

Projetos de carrinhos mecânicos também surgem cedo. Alguns designers (por exemplo, o mecânico alemão do século XVII I. Hauch) propuseram um mecanismo de relógio como motor (no entanto, o carrinho realmente construído por Hauch em 1649 era movido por força muscular). O grande cientista inglês Newton apresentou pela primeira vez (em 1663) a ideia de aplicar a energia a vapor em carruagens autopropulsadas. De acordo com seu plano, uma corrente de vapor que escapava para trás de uma caldeira montada em um carrinho de quatro rodas deveria empurrar o carrinho para frente pela força de recuo.

Esta ideia, antecipando os meios de transporte a jato posteriores, ficou sem consequências - estava muito à frente do nível de tecnologia do século XVIII. Mas então, após a invenção das máquinas a vapor, foram feitas repetidas tentativas de construir uma carruagem com máquina a vapor (Cugnot na França, Symington e Murdoch na Inglaterra, etc.).

No entanto, as carruagens a vapor, projetadas e parcialmente construídas por designers do século XVIII, não tiveram uso prático. Portanto, o trabalho na criação de muscle carts continuou em vários países. Os clientes eram geralmente pessoas ricas e nobres, que esperavam que seus empregados operassem tais scooters.

E na Rússia, Kulibin teve antecessores na área de criação de scooters. Entre eles estava, por exemplo, o camponês do distrito de Yaransky, Leonty Shamshurenkov, que inventou um “carrinho de passeio autônomo” movido pela força muscular de duas pessoas. Naquela época, ele estava preso em uma prisão de Nizhny Novgorod como suspeito no caso de outra pessoa. Shamshurenkov, convocado à capital em 1752, construiu uma carruagem, mas foi mandado de volta para a prisão. Sua invenção não foi usada.

Lambreta De acordo com o projeto, Kulibina era uma bicicleta de três rodas. Tinha que ser conduzido por um trabalhador apoiado nos calcanhares e usando pedais. A scooter estava equipada com complexos dispositivos de transmissão que permitiam alterar a velocidade do movimento, a direção e o mecanismo de freio. Esses dispositivos foram desenvolvidos em carruagens mecânicas. A scooter poderia transportar um ou dois passageiros.

Além de duas versões de uma scooter de três rodas, Kulibin também desenvolveu projetos para um carrinho de quatro rodas com dispositivo semelhante. No entanto, os carrinhos projetados por Kulibin também não foram usados, como o carrinho autônomo de Shamshurenkov.

Kulibin prestou muita atenção ao design de vários motores. Como muitos de seus antecessores, ele estava principalmente preocupado em melhorar as instalações movidas a água.

Então, nos anos 80-90, Kulibin projetou flutuante instalações de atuação de água em barcaças (“moinhos sem barragens”). A construção de barragens era muito cara e muitas vezes ruíam, especialmente durante as cheias. Por fim, por serem construídos sobre rios navegáveis, bloquearam a hidrovia.

Kulibin propôs a construção de instalações hidráulicas sem barragens, em barcaças, e o trabalho das rodas deveria ser transferido para a costa e utilizado para uma ou outra finalidade de produção.

Em 1797-1801, ele escreveu uma nota sobre a melhoria do projeto de rodas d'água na Alexander Manufactory em São Petersburgo. Mas junto com o aprimoramento dos tipos anteriores de motores, Kulibin também levantou a questão do uso de uma máquina a vapor na indústria e nos transportes.

Nas décadas de 80-90 do século XVIII, quando Kulibin estudava diligentemente a questão da escolha do melhor tipo de motor, a máquina universal do inglês Watt estava apenas começando a ser utilizada (quase exclusivamente na Inglaterra) no campo da indústria. O uso da energia a vapor nos transportes ainda não saiu da fase de projetos e experimentos malsucedidos.

A Academia Russa de Ciências estava interessada na questão das máquinas a vapor. Em 1783, ela apresentou aos cientistas a tarefa de “explicar a teoria das máquinas movidas pela força do fogo ou do vapor”. Porém, falando sobre o uso de máquinas, a Academia ainda as considerava principalmente como bombas de vapor. “...Essas máquinas”, disse o acadêmico Izvestia, “são usadas com particular benefício para levantar água, para despejá-la de canais, para limpar locais inundados por enchentes de rios, de água estagnada em locais baixos, também em minas e minas de carvão [para bombear água] e para outras ações hidráulicas e mecânicas.” O tipo de “ações mecânicas” que se referiam não foi especificado aqui. Em 1791, uma máquina a vapor, aparentemente do sistema Watt, construída nas fábricas de Olonets, foi instalada na mina Voitsky, perto da cidade de Kemi. Novamente, foi usado apenas para bombear água.

Pode-se sugerir que suas conversas com L.F. desempenharam um certo papel na familiarização de Kulibin com os mais recentes designs de motores a vapor da época. Sabakin. Natural da província de Tver, o mecânico Lev Fedorovich Sabakin (1746-1813) foi um inventor versátil. Ele trabalhou extensivamente e com sucesso na fabricação de instrumentos, produzindo instrumentos e instrumentos de navegação e outros de precisão, e construindo relógios complexos de seu próprio projeto. Ele conheceu Kulibin, aparentemente em conexão com seu trabalho com relógios.

Em meados dos anos 80, Sabakin visitou a Inglaterra e conheceu pessoalmente Watt e o fabricante Bolton, em cuja fábrica no Soho estavam sendo construídos motores a vapor avançados.

Os proprietários de fábricas ingleses estavam muito relutantes em permitir visitantes às suas empresas - a Inglaterra naquela época tinha o monopólio na produção de muitos tipos de máquinas.

Apesar disso, Sabakin compreendeu as vantagens de uma máquina a vapor de dupla ação e não apenas deu uma imagem de tal máquina em suas “Lectures on Fire Engines” publicadas em 1787, que era um apêndice ao trabalho de Ferguson sobre mecânica aplicada traduzido por Sabakin, mas também propôs sua própria versão de uma máquina a vapor.

Como Kulibin há muito se preocupava com a questão de encontrar o motor universal mais avançado para fins industriais e de transporte, ele estava profundamente interessado nas invenções de Watt.

É por isso que em seus artigos encontramos a imagem da máquina de dupla ação de Watt com capacitor, balanceador e mecanismo planetário que transmite o movimento da biela a um eixo com volante.

Em 1798 e 1801, Kulibin apresentou a ideia de usar uma máquina a vapor em navios, ou seja, propôs construir um navio a vapor. E neste assunto, Kulibin teve vários antecessores e pessoas contemporâneas com ideias semelhantes no exterior.

A ideia da aplicabilidade da máquina a vapor no transporte aquaviário foi apresentada por D. Papin na virada dos séculos XVII e XVIII. O primeiro projeto de navio com motor a vapor foi elaborado pelo inglês J. Halls em 1736.

Kulibin prestou muita atenção à questão da criação de um navio a vapor. Ele ponderou sobre as questões práticas de organização da produção de motores a vapor e propôs a introdução de um novo tipo de máquinas para perfurar os cilindros desses motores (em 1801). Mais tarde (em 1814), Kulibin levantou a questão do uso de uma máquina a vapor na engenharia mecânica, bem como na fabricação de peças de pontes.

Kulibin (depois de 1793) também esteve seriamente envolvido na melhoria das comunicações. Naquela época, surgiu um novo tipo de equipamento de comunicação - o telégrafo óptico (ou semáforo). Tal telégrafo foi proposto pela primeira vez na França revolucionária por Claude Chappe em 1791 e foi sistematicamente utilizado pela Convenção Jacobina.

A essência da invenção foi a seguinte. Entre dois pontos, foram construídas estações a uma certa distância em forma de casas com torres. Nas torres foram instalados mastros com asas (ripas móveis). As posições convencionais destas alas (equipadas com lanternas acesas à noite) deveriam transmitir certos sinais de acordo com o código convencional. A primeira linha telegráfica óptica foi estabelecida entre Paris e Lille em 1794. Uma descrição detalhada do telégrafo óptico em russo apareceu apenas em 1795.

Kulibin começou a projetar um telégrafo óptico sem conhecer os detalhes da invenção de Shapp. Em 1794-1795, ele desenvolveu um esquema telegráfico óptico original e um código telegráfico simples e conveniente. Em 1801, o modelo do telégrafo óptico Kulibin foi demonstrado a Paulo I. No entanto, o governo deixou o projeto Kulibin sem apoio e ele permaneceu sem execução.

É claro que telégrafo óptico (semáforo) manteve seu significado apenas até o advento de um telégrafo elétrico mais avançado. Enquanto isso, na Rússia (onde o telégrafo elétrico foi inventado no início dos anos 30 do século XIX), a primeira linha telegráfica óptica foi instalada em 1835, e o governo de Nicolau I pagou ao designer francês Chateau (aluno de Chappe) 120 mil rublos pelo “segredo” do telégrafo óptico - se houver um circuito mais simples do telégrafo óptico de Kulibin nos arquivos da Academia de Ciências.

O mecânico também possuía muitas outras invenções e melhorias em diversos campos da tecnologia.

Os manuscritos e desenhos de Kulibin indicam que ele, como os mais destacados inventores ocidentais do século XVIII, foi caracterizado por um enciclopedismo que nos surpreende agora, uma amplitude verdadeiramente semelhante à de Lomonosov na gama de questões com as quais ele tratou. Isto, é claro, só foi possível naquela época em que a tecnologia era relativamente elementar, enquanto hoje o nível da tecnologia é tão alto que cada ramo dela exige especialização profissional especial.

No início da década de 90 do século XVIII, um mecânico fez importante melhorias para a produção de grandes espelhos de vidro. Essas inovações foram aplicadas na prática na Fábrica de Vidro de São Petersburgo.

Kulibin estava estudando métodos de lançamento de navios de rampas. Em maio de 1800, ele propôs ao Almirantado seus métodos de lançamento e prevenção de acidentes no processo, mas estes foram ignorados até que o escândalo do lançamento do Grace forçou o Almirantado a pedir ajuda ao mecânico.

Aconteceu assim. No início de agosto de 1800, na presença de Paulo I, na presença de uma grande multidão de pessoas, iniciou-se a descida do navio "Grace", primeiro partindo, mas depois parando repentinamente. Todas as medidas foram tomadas, mas não foi possível movimentar o navio ainda mais.

Indignado, Pavel saiu demonstrativamente. Muitos foram ameaçados com represálias cruéis por parte do czar. Então eles se lembraram de Kulibin. O mecânico fez rapidamente todos os cálculos necessários e no dia seguinte o navio foi lançado sob a liderança de Kulibin.

Neste momento, as atividades de Kulibin na criação de vários relógios continuaram com muito sucesso. Por exemplo, eles fizeram relógio de bolso "planetário", equipado com vários mostradores e sete ponteiros que mostravam a posição das constelações (“signos do zodíaco”) no céu num determinado momento, a época do ano, o nascer e o pôr do Sol e da Lua, os dias da semana, horas, minutos e segundos.

Foi feito por ele e cronômetro de bolso(em 1796-1801), que mostrava o tempo com particular precisão.

O trabalho de Kulibin no desenho de próteses melhoradas é conhecido. O interesse de Kulibin por esse tipo de invenção não é acidental. A segunda metade do século XVIII foi uma época de guerras sangrentas travadas pela Rússia pelo acesso às costas do Mar Negro, pela reunificação das terras ucranianas e bielorrussas, etc. Distinguido por sua humanidade e capacidade de resposta, Kulibin pensou muito sobre como aliviar a situação dos soldados russos que perderam membros na guerra.

Primeiro prótese, feito por Kulibin em 1791 para o oficial Nepeitsin, que perdeu a perna na heróica batalha de Ochakov, era tão perfeito que Nepeitsin logo aprendeu a andar livremente sem bengala.

Kulibin lidou com o mesmo sucesso com várias tarefas complexas, com as quais a corte, tanto sob Catarina quanto sob Paulo, continuou a distraí-lo constantemente de importantes trabalhos de invenção.

Kulibin foi instruído, por exemplo, a corrigir " relógio pavão", adquiridos em 1780 na Inglaterra (agora estão no State Hermitage). O relógio automático era um mecanismo muito complexo. Externamente eles eram assim:

Um pavão estava no topo cortado de um carvalho. Uma gaiola com uma coruja pendurada em um galho de carvalho e um galo no outro. Havia um grande cogumelo debaixo do carvalho. Parte da tampa do cogumelo foi cortada e um mostrador de relógio foi colocado nela. Em certas horas tocavam os sinos, o galo cantava, a coruja piscava os olhos, o pavão abria o rabo e uma libélula saltava sobre um cogumelo. Esta máquina foi danificada e não funcionou por muito tempo. Kulibin corrigiu o relógio, fazendo ele mesmo muitas das peças que faltavam, algumas das quais foram perdidas e outras ficaram inutilizáveis.

Ermida, “relógio pavão”

Kulibin teve que lidar com outra metralhadora igualmente complicada que pertencia a Naryshkin. Esta máquina falava e jogava damas com os visitantes. Teve que ser transferido para outro local, e para isso foi desmontado, mas não foi possível remontá-lo. Apenas Kulibin conseguiu dar conta dessa tarefa.

Certa vez, já no governo de Paulo I, Kulibin foi convocado com urgência porque a torre da Fortaleza de Pedro e Paulo teria sido dobrada durante uma tempestade. Quando isso foi relatado a Pavel, ele ficou muito chateado e ordenou que a torre fosse imediatamente endireitada. Kulibin, apesar da idade avançada, escalou a torre várias vezes. O mecânico arriscou a vida porque teve que subir escadas de arame e a estrutura interna da torre da catedral sem nenhum equipamento. A torre foi cuidadosamente examinada por Kulibin e sondada. Nem a menor curvatura foi detectada.

Então o comandante da fortaleza conduziu Kulibin até uma porta e pediu-lhe que olhasse a torre em relação ao batente da porta. Kulibin olhou e provou ao comandante que não era a torre que estava torta, mas a moldura da porta que estava torta. O comandante estava mortalmente assustado. Ele poderia pagar caro pelo alarme falso que deu. Ele literalmente implorou ao mecânico que informasse a Pavel que a torre estava realmente torta e agora consertada. Kulibin fez exatamente isso, salvando o ativista excessivamente zeloso de problemas.

Após o assassinato de Paulo I em março de 1801 e a ascensão de Alexandre I ao trono, Kulibin dirigiu-se ao novo governo com um pedido de ajuda para continuar o trabalho interrompido na construção de uma embarcação “máquina” (navegável). O próprio nome do projeto anexado à petição do mecânico é característico: “Propostas sobre como é mais conveniente e sem onerar o erário colocar em uso no rio Volga ... navios movidos a motor em benefício do Estado”.

Para continuar os experimentos, Kulibin pediu, em primeiro lugar, que lhe fosse concedido um subsídio de 6 mil rublos para saldar dívidas, “que permaneceram com ele exclusivamente para a produção de experimentos em benefício do tesouro e da sociedade em invenções”, e para novos despesas e, em segundo lugar, para permitir que ele se mudasse para Nizhny Novgorod.

Kulibin foi forçado a pedir demissão da Academia de Ciências, onde trabalhou durante 32 anos, porque a situação na capital se estava a tornar insuportável para ele ou, nas suas próprias palavras, “as circunstâncias estavam a tornar-se cada vez mais apertadas”.

Nos últimos anos do reinado de Catarina e sob Paulo, a Academia esteve em crise. A Academia era dirigida por funcionários rudes e pouco instruídos, como P.P. Bakunin. O trabalho científico diminuiu. A luta de Catarina e Paulo com o “contágio” revolucionário francês interrompeu à força as relações internacionais da Academia, o que teve o impacto mais negativo nas atividades dos cientistas. Kulibin estava distraído com todos os tipos de tarefas que nada tinham a ver com ciência e tecnologia. Para Catarina, o notável inventor era apenas uma vigia da corte, e para Paulo era um artesão plebeu, que não se arrependeria de mandar escalar a torre da catedral - se o velho cair de lá, a perda é pequena. Foi dito sobre Pavel que quando criança ele (e, claro, pelas palavras dos mais velhos, ou seja, os cortesãos de Catarina) declarou descaradamente sobre a morte de Lomonosov: “Por que sentir pena de um tolo - ele apenas arruinou o tesouro e fez nada."

A ascensão ao trono de Alexandre 1, que declarou solenemente que “tudo será como na avó”, despertou entusiasmo nos círculos nobres e encorajou alguns acadêmicos que se voltaram para Alexandre com uma petição para a reforma imediata da Academia e medo de seu colapso.

Mas o retorno dos tempos da “avó” não era um bom presságio para Kulibin. O mecânico de sessenta anos não conseguia combinar atividade inventiva com atribuições judiciais contínuas. Suas invenções foram realizadas com a mesma dificuldade que sob Catarina e Paulo.

A situação financeira de Kulibin e sua família era muito difícil. Por isso Kulibin decidiu regressar à sua terra natal, para que ali, num ambiente mais tranquilo, se pudesse dedicar inteiramente à actividade inventiva.

No outono de 1801, Kulibin e sua família mudaram-se para Nizhny Novgorod. Na mecânica, apesar da idade avançada, havia tanta energia efervescente que logo no primeiro dia de sua chegada foi medir a velocidade do fluxo do Volga, para o qual utilizou um aparelho que havia inventado em São Petersburgo.

Assim, a partir do final de 1801 e ao longo dos anos subsequentes de 1802-1804, ele esteve completamente absorvido na construção de um navio movido a máquina no Volga. Kulibin trabalhou nesses navios mais tarde. Em qualquer clima: frio, chuva, calor de verão, ele ia até o rio até o local onde seu navio foi construído e testado. Até a morte de sua esposa (logo após a mudança) - um infortúnio que ele experimentou dolorosamente, de modo que tudo lhe parecia desagradável, não conseguia distraí-lo do que amava,

Após construção e testes "navio movido a motor" Kulibin continuou a melhorá-lo. Mas Kulibin não conseguiu interessar os comerciantes locais em sua invenção e não garantiu que eles colocassem esses navios em uso.

Deve-se notar que no último período de sua vida, Nizhny Novgorod, Kulibin continuou a se interessar por navios a vapor. Ele copiou mensagens da Gazeta de São Petersburgo sobre o teste de um navio a vapor no Tâmisa em 1801; esclareceu os detalhes do projeto do navio. Como Juffour na França e Fich na América, Kulibin pretendia usar no primeiro navio um sistema de propulsão não na forma de rodas de pás, mas na forma de um pente de remos.

Como observado acima, a principal razão que dificultou a mecanização do transporte aquaviário russo e, portanto, impediu a introdução na prática do “navio motorizado” de Kulibin residia nas condições socioeconômicas de vida na Rússia naquela época. .

A presença de barcaças baratas impediu não só a introdução de embarcações puxadas por cavalos e navegáveis, mas também os primeiros navios a vapor.

No final, a embarcação navegável de Kulibin, construída de acordo com o primeiro de seus novos projetos (Kulibin mais tarde desenvolveu mais dois projetos aprimorados), foi vendida para sucata em leilão em novembro de 1808 por 200 rublos.

Escritor famoso V.T. Korolenko, publicando materiais da biografia de Kulibin, escreveu: “Kulibin teve que passar por um episódio que ainda permanece obscuro em suas características mais importantes. Aqui [em Nizhny Novgorod], em 1808, seu navio automotor, que foi entregue à Duma de Nizhny Novgorod em 1807, foi vendido para desmantelamento.”

Korolenko acrescentou que “esta carreira pode fornecer material para uma tragédia, e então o seu ponto culminante deverá ser esta venda para lenha de uma das suas criações mais sérias. E isso aconteceu 12 anos antes de sua morte na mesma cidade onde morava naquela época, ou seja, diante de seus olhos... E o inventor não tinha os 200 rublos que foram pagos no leilão... e que poderiam ter salvou sua criação.”

Pode-se supor que as embarcações navegáveis ​​​​de Kulibin não tiveram sucesso devido à lentidão dos “feeds”, quando o navio era cada vez puxado até a âncora trazida para frente.

Porém, alguns anos depois, outros projetistas tiveram mais sorte, e seus navios, embora não navegáveis, mas puxados por cavalos, nos quais a corda da âncora trazida era enrolada no portão (instalado no navio) pela força de um cavalo, ganhou alguma popularidade no Volga.

É claro que os guias a cavalo continuaram sendo um meio de transporte muito imperfeito e lento. No entanto, é característico do estado geral do transporte russo da época que, junto com os primeiros navios a vapor, também tenham sido utilizados por muito tempo os chamados navios cabrestantes, trabalhando em “feeds” da mesma forma que os navios navegáveis ​​​​e a cavalo. -navios puxados, com a única diferença de que agora o navio tem um portão que o puxa até a âncora trazida, ele era girado não pelo fluxo da água, nem pelos animais, mas por uma máquina a vapor.

As decepções na questão das embarcações navegáveis ​​não quebraram a vontade do inventor.

De particular importância é o desenvolvimento de vários projetos de pontes metálicas. Kulibin estava interessado na questão das pontes metálicas no período de sua vida em São Petersburgo. Por volta de 1811-1812, ele já havia desenvolvido uma série de projetos impressionantes para pontes sobre o Neva com treliças de ferro. Das opções propostas por Kulibin, a principal foi uma ponte em arco de três vãos com treliças de ferro. A ponte deveria ter dois vãos adicionais nas extremidades (perto das margens).

Kulibin deve ser considerado um pioneiro no desenvolvimento na Rússia de projetos e cálculos não apenas de pontes em arco de madeira, mas também de metal com treliças. A perspicácia do mecânico manifestou-se principalmente no fato de ele ter identificado o ferro, e não o ferro fundido, como material de construção para suas pontes.

Na Rússia não havia pontes de ferro; na Europa Ocidental havia apenas algumas delas.

Na construção de pontes metálicas nos países mais desenvolvidos do Ocidente no início do século XIX (o ferro fundido também foi usado como material. Por exemplo, a ponte Southor sobre o Tâmisa do engenheiro Renia, as pontes da estrada Manchester-Liverpool ). O ferro tornou-se o material predominante para tais pontes somente a partir da segunda década do século XIX, ou seja, após a morte de Kulibin. Estas são a ponte suspensa de Menea, no norte do País de Gales, do engenheiro Telford de 1818-1826; A nova ponte de viga de Robert Stephenson 1846-1850; Ponte Suspensa Niágara de Pai e Filho Roebling 1851 - 1855. Na primeira metade do século XIX, eram frequentemente construídas pontes com treliças de madeira, especialmente na América (sistema Gau). Somente a partir da década de 40 do século XIX as pontes de ferro através de treliças de diversos sistemas se difundiram.

Kulibin entendeu que, dada a indústria metalúrgica russa ainda pouco desenvolvida, seria difícil fabricar todos os elementos das treliças em arco de ferro. Portanto, ele propôs construir máquinas especiais para trabalhar metais movidas por uma máquina a vapor.

“E o efeito poderia ser ainda melhor e mais forte, em vez de cavalos [como força motriz] da água ou de uma máquina a vapor, por que deveríamos cancelar completamente a opinião [intenção] sobre uma máquina puxada por cavalos e pensar em uma máquina a vapor ”, escreveu ele em sua apostila de 1814.

Básico projeto de ponte de ferro sobre o Neva foi concluído por Kulibin em 1813. O mecânico recorreu a Alexandre I, que repetidamente afirmava nos seus manifestos e rescritos (mensagens) o seu desejo de “promover”, isto é, promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, com um pedido de apoio ao seu projecto. Não houve resposta.

Kulibin enviou o projeto ao todo-poderoso trabalhador temporário Arakcheev. Ele se recusou a ajudar e devolveu o projeto ao inventor.

O mecânico enviou seu sofrido projeto ao Ministro da Educação Pública A.K. Razumovsky. O projeto se perdeu nos escritórios deste último. Durante muito tempo, Kulibin e aqueles que procuravam ajudá-lo procuravam um projecto que estivesse à frente da prática de construção de pontes tanto da Rússia como da Europa Ocidental. Finalmente, os materiais perdidos foram descobertos, mas caíram nas mãos do sucessor de Razumovsky (desde 1816), o famoso fanático e reacionário A.N. Golitsyn, sob cujo comando o departamento que chefiava, recebeu o nome de “Ministério de Assuntos Espirituais e Educação Pública”.

O departamento de Golitsyn rejeitou o projeto de Kulibin, apresentando o argumento insustentável de que os suportes da ponte não poderiam ser instalados devido às fortes correntes. Para o mecânico, este foi um golpe não menos poderoso do que o colapso de suas tentativas de mecanizar o transporte fluvial.

Kulibin também continuou a trabalhar em muitas outras invenções.

Então, ele trabalhou muito no aprimoramento dos mecanismos utilizados na extração do sal. Depois de estudar cuidadosamente as minas de sal Stroganov, ele projetou um novo movimentação de cavalos para unidade de bombeamento, elevando a solução de salmoura.

A participação da Rússia nas guerras contra a França napoleônica e a confiança da sociedade russa de que batalhas ainda mais sangrentas estavam por vir com um inimigo que sonhava com a dominação mundial levaram Kulibin, em 1808, a retomar os estudos sobre a melhoria das próteses.

Modelos de próteses juntamente com desenhos detalhados e descrições foram enviados por um mecânico para a Academia Médico-Cirúrgica de São Petersburgo. Mas, apesar da revisão favorável do Professor de Cirurgia I.F. Bush, e esta invenção foi ignorada. Enquanto isso, algum tempo depois, um inventor na França apresentou uma invenção semelhante. Ele foi homenageado por Napoleão I e após a Guerra de 1812 iniciou a produção em massa de próteses para oficiais franceses feridos.

Kulibin nem mesmo recebeu reembolso pelos custos de fabricação dos modelos.

Apesar de sua grande pensão de 3.000 rublos por ano, Kulibin estava endividado. Até vinte pessoas diferentes eram seus credores. O dinheiro foi gasto em novos experimentos, construção de modelos, etc.

A situação financeira de Kulibin tornou-se especialmente difícil depois que um infortúnio se abateu sobre ele no outono de 1813 - duas de suas casas de madeira, que constituíam todas as propriedades de Kulibin, pegaram fogo. Após o incêndio, Kulibin morou primeiro com seu antigo aluno e amigo A. Pyaterikov, e depois com sua filha na aldeia de Karpovka.

O mecânico ficou desabrigado e suas dívidas foram aumentando, pois não desistiu de suas atividades inventivas. Em 1815, ele tinha uma dívida de até 7 mil rublos. Kulibin não tinha dinheiro para construir uma casa para si. Ele teve que recorrer às autoridades de “caridade pública”, de onde recebeu um empréstimo de 600 rublos. Com esse dinheiro ele comprou uma casa em ruínas.

A partir de 1817, a saúde do mecânico de 82 anos começou a deteriorar-se rapidamente e em 30 de junho de 1818 ele faleceu. A pobreza era tanta na casa que não havia nada para enterrar o notável inventor russo. Tive que vender o único relógio de parede e Pyaterikov conseguiu algum dinheiro. Um monumento de madeira foi erguido sobre o túmulo do mecânico no Cemitério Pedro e Paulo, em Nizhny Novgorod.

Vimos que a criatividade de Kulibin visava resolver problemas técnicos avançados de sua época: encontrar um motor melhorado para a indústria, tentar mecanizar o transporte aquático e terrestre, criar dispositivos de iluminação poderosos e construir pontes enormes.

Em termos da amplitude enciclopédica de seus interesses, Kulibin foi um representante típico da galáxia Lomonosov. É verdade que algumas das pesquisas de Kulibin apresentavam as “marcas de nascença” do período artesanal e manufatureiro. Isto se aplica principalmente à sua estéril procure por uma “máquina de movimento perpétuo”.

É indicativo, no entanto, por que Kulibin precisava de uma “máquina de movimento perpétuo”. Nisso, o mecânico já era um homem da era das máquinas emergentes. Ele procurava um novo motor universal capaz de substituir os motores anteriores característicos da época de fabricação e, além disso, melhor que os motores a vapor conhecidos por Kulibin. Ele estava confiante, como ele mesmo escreveu mais tarde, de que “tal máquina [a “máquina de movimento perpétuo”] em grande formação pode servir em estradas para transportar cargas pesadas com carroças, escalar montanhas com velocidade variável em movimento e com luz, carroças tipo droshky, e serão especialmente úteis para navegação em grandes rios navegáveis, como o Volga e similares; em locais estacionários podem atuar no lugar das cachoeiras dos rios, dos ventos, dos cavalos, do vapor d’água fervente – à ação de diversos moinhos e outras máquinas.”

Ainda mais característico, Kulibin acreditava na possibilidade de encontrar tal motor porque estava convencido da ilimitação das realizações da mente humana.

Em uma de suas cartas (por volta de 1815), abordando a questão de uma “máquina de movimento perpétuo”, Kulibin enfatizou que espaços desconhecidos estavam se abrindo para a tecnologia: afinal, invenções que “eram reverenciadas no mundo como impossíveis antes de serem descobertas, como armas de fogo, pólvora”, tornou-se realidade., Balões mongóis com viajantes aéreos, efeitos surpreendentes de forças elétricas...”

E o que é importante para nós não é que em certos assuntos Kulibin tenha prestado homenagem aos preconceitos do passado. Em geral, o trabalho do notável mecânico foi direcionado para o futuro, e Kulibin atuou não apenas como um designer que captou as novas tendências do desenvolvimento técnico, mas também como um verdadeiro poeta do progresso técnico futuro.

Diante da mente de Kulibin abriram-se as vastas extensões de seu país natal, sobre cujos rios seriam lançadas enormes pontes de ferro; pelas estradas por onde correrão carruagens de “scooter”, lançando feixes de luz de suas lanternas para a noite, “subindo as montanhas mais íngremes e delas descendo sem o menor perigo”. Ele previu o advento das viagens aéreas e o uso da eletricidade a serviço do homem. E nessa capacidade de ver o futuro distante, o mecânico Kulibin também foi seguidor de Lomonosov.

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Nizhny Novgorod "posadsky" Ivan Petrovich Kulibin, após vários anos de trabalho duro e muitas noites sem dormir, construiu um relógio incrível em 1767. “A aparência e o tamanho entre um ovo de ganso e um ovo de pato”, eles estavam encerrados em uma intrincada moldura dourada.O relógio era tão notável que foi aceito como presente pela Imperatriz Catarina II. Eles não apenas mostravam a hora, mas também marcavam as horas, meia e quarto de hora. Além disso, continham um pequeno teatro automático. Ao final de cada hora, as portas se abriam, revelando um palácio dourado onde a performance acontecia automaticamente. No “Santo Sepulcro” estavam soldados com lanças. A porta da frente estava bloqueada com pedras. Meio minuto após a abertura do palácio, um anjo apareceu, a pedra foi removida, as portas se abriram e os guerreiros, tomados de medo, caíram de cara no chão. Meio minuto depois, as “mulheres portadoras de mirra” apareceram, os sinos tocaram e o verso “Cristo ressuscitou” foi cantado três vezes. Tudo se acalmou e as portas fecharam o palácio para que em uma hora toda a ação se repetisse novamente. Ao meio-dia o relógio tocou um hino composto por Kulibin em homenagem à Imperatriz. Depois disso, durante a segunda metade do dia, o relógio cantou uma nova estrofe: “Jesus ressuscitou do túmulo”. Com a ajuda de setas especiais, foi possível acionar a ação do teatro automático a qualquer momento.Criando o mecanismo mais complexo da primeira de suas criações, Kulibin começou a trabalhar justamente na área que era tratada pelos melhores técnicos e cientistas da época, até o grande Lomonosov, que prestou muita atenção ao trabalho de criar os relógios mais precisos.

Relógio de Kulibin, 1767, vista lateral esquerda, vista inferior direita.

Ivan Petrovich Kulibin, notável inventor e mecânico autodidata, nasceu em 21 de abril de 1735, em Nizhny Novgorod, na família de um pequeno comerciante. “Treinamento de sacristão” é sua única educação. O pai esperava fazer do filho um comerciante de farinha, mas o jovem curioso se esforçou para estudar mecânica, onde suas habilidades excepcionais se manifestaram desde muito cedo e de forma variada. A natureza ardente do inventor foi revelada em todos os lugares. Havia um lago podre no jardim da casa do meu pai. O jovem Kulibin inventou um dispositivo hidráulico no qual a água de uma montanha vizinha era coletada em um lago, de lá ia para um lago, e o excesso de água do lago era descarregado para fora, transformando o lago em um lago fluindo onde os peixes podiam ser encontrado.

Kulibin prestou muita atenção ao trabalho no relógio. Eles lhe trouxeram fama. O relojoeiro-inventor e designer de Nizhny Novgorod tornou-se conhecido muito além das fronteiras de sua cidade. Em 1767Kulibinfoi apresentado a Catarina II em Nizhny Novgorod, em 1769 foi nomeado chefe das oficinas da Academia de CiênciasSão Petersburgo. Além do relógio, trouxe consigo uma máquina elétrica, um microscópio e um telescópio. Todas essas criações do “comerciante de Nizhny Novgorod” foram entregues ao Kunstkamera para armazenamento.

Com a mudança para São Petersburgo vieram os melhores anos da vida de Ivan Kulibin. Ficaram para trás muitos anos de vida, cheios de trabalho árduo e discreto. Tivemos que trabalhar em condições de comunicação constante com acadêmicos e outras pessoas de destaque. No entanto, a longa burocracia burocrática para registrar o “Nizhny Novgorod Posad” no cargo só terminou em 2 de janeiro de 1770, quando Kulibin assinou a “condição” - um acordo sobre suas funções no serviço acadêmico.Ele deveria: “ter a supervisão principal da instrumentação, da serralharia, do torneamento e daquele andar onde são feitos os instrumentos ópticos, termômetros e barômetros”. Ele também foi obrigado a: “limpar e consertar relógios astronômicos e outros localizados na Academia, telescópios, lunetas e outros, especialmente instrumentos físicos da Comissão que lhe foram enviados”. A “Condição” continha uma cláusula especial sobre a formação indispensável de Kulibin para trabalhadores de oficinas académicas: “Dar testemunho aberto aos artistas académicos em tudo o que ele próprio é hábil”. Também foi prevista a preparação de meninos designados para Kulibin para treinamento a cem rublos para cada um dos alunos, que “eles próprios, sem a ajuda e o testemunho de um mestre, serão capazes de fazer algum instrumento grande, por exemplo, um telescópio ou um grande tubo astronômico de 15 a 20 pés, gentileza medíocre." Para administrar as oficinas e trabalhar nelas, eles pagavam 350 rublos por ano, dando a Kulibin o direito de trabalhar em suas invenções pessoais à tarde.Kulibin tornou-se o sucessor das notáveis ​​​​obras de Lomonosov.

Ivan Petrovich Kulibin trabalhou na Academia durante trinta anos. Seus trabalhos sempre foram muito apreciados pelos cientistas. Poucos meses após o início do trabalho acadêmico de Kulibin, o acadêmico Rumovsky examinou o “telescópio gregoriano” feito pelo novo mecânico. Segundo relato de Rumovsky, em 13 de agosto de 1770, na ata da conferência acadêmica, escreveram: “... ao considerar as muitas grandes dificuldades que ocorrem na fabricação de tais telescópios, foi um prazer encorajar o artista Kulibin a continuar fazendo tais instrumentos, pois não há dúvida de que ele em breve os trará à perfeição a que são levados na Inglaterra."

Kulibin completou e supervisionou pessoalmente a execução de um grande número de instrumentos para observações e experimentos científicos. Por suas mãos passaram por suas mãos: “instrumentos hidrodinâmicos”, “instrumentos usados ​​para fazer experimentos mecânicos”, instrumentos ópticos e acústicos, conjuntos de preparação, astrolábios, telescópios, lunetas, microscópios, “jarras elétricas”, relógios de sol e outros mostradores, níveis de bolha, balanças de precisão e muitas outras. “Câmaras instrumentais, de torneamento, de metalurgia e barométricas”, que trabalharam sob a liderança de Kulibin, forneceram aos cientistas e a toda a Rússia uma grande variedade de instrumentos.

As numerosas instruções que ele compilou ensinavam como manusear os instrumentos mais complexos e como obter deles leituras mais precisas.Escrito por Kulibin“Uma descrição de como manter uma máquina elétrica com uma resistência decente” é apenas um exemplo de como ele ensinou como conduzir experimentos científicos. A “Descrição” foi compilada para acadêmicos que realizam trabalhos experimentais no estudo de fenômenos elétricos. A “Descrição” é compilada de forma simples, clara e estritamente científica. Kulibin indicou todas as regras básicas para manusear o dispositivo, métodos de solução de problemas e técnicas para garantir a operação mais eficaz do dispositivo.

Ao realizar vários trabalhos, Kulibin cuidou constantemente da educação de seus alunos e assistentes, entre os quais devem ser nomeados seu assistente de Nizhny Novgorod, Sherstnevsky, o oftalmologista Belyaevs, o mecânico Egorov, o associado mais próximo de Cesarev.

Kulibin criou na Academia a produção de instrumentos físicos, exemplares para a época. O modesto mecânico de Nizhny Novgorod tornou-se um dos primeiros lugares no desenvolvimento da tecnologia russa de fabricação de instrumentos.

Projeto de ponte de madeira sobre o rio. Neva, compilado por Kulibin em 1776.

A maquinaria de construção, os transportes, as comunicações, a agricultura e outras indústrias mantêm provas notáveis ​​de criatividadeKulibina. Amplamente conhecidodeleprojetos na área de construção de pontes que estão à frente de tudo o que se conhece na prática mundial.

Kulibin chamou a atenção para os inconvenientes causados ​​pela falta de pontes permanentes sobre o Neva. Após várias propostas preliminares, em 1776 ele desenvolveu um projeto para uma ponte em arco de vão único sobre o Neva.Em 1813, Kulibin concluiu o projeto de uma ponte de ferro sobre o Neva.A construção de uma ponte de três arcos treliçados apoiada em quatro touros exigiu até um milhão de libras de ferro. Para permitir a passagem dos navios, foram previstas aberturas especiais. Tudo estava previsto no projeto, inclusive iluminar a ponte e protegê-la durante a deriva do gelo.A construção da Ponte Kulibin, cujo desenho surpreende até os engenheiros modernos pela sua ousadia, revelou-se além das capacidades da sua época.

O famoso construtor de pontes russo Zhuravsky avalia o modelo da ponte Kulibinsky desta forma: “Ela traz a marca da genialidade; é construída sobre um sistema reconhecido pela ciência mais recente como o mais racional; a ponte é sustentada por um arco, sua curvatura é impedido por um sistema de órteses, que, devido ao desconhecimento do que está sendo feito na Rússia, é chamado de americano." A ponte de madeira Kulibin permanece insuperável no campo da construção de pontes até hoje.

Compreendendo a importância excepcional da comunicação rápida para um país como a Rússia, com suas vastas extensões, Kulibin iniciou em 1794 o desenvolvimento de um projeto telegráfico semáforo. Ele resolveu o problema perfeitamente e, além disso, desenvolveu o código original das transmissões. Mas apenas quarenta anos após a invenção de Kulibin foram instaladas as primeiras linhas telegráficas ópticasna Rússia. Naquela época, o projeto de Kulibin havia sido esquecido, e o governo pagou a Chateau, que instalou o telégrafo menos avançado, cento e vinte mil rublos pelo “segredo” trazido da França.

O destino de outra das grandes ousadias de um notável inovador, que desenvolveu um método para mover navios rio acima usando o próprio fluxo do rio, é igualmente triste. “Vodokhod” era o nome do navio de Kulibin, testado com sucesso em 1782. Em 1804, como resultado do teste de outro “navio de água” Kulibin, seu navio foi oficialmente reconhecido como “promissor de grandes benefícios para o estado”. Mas o assunto não foi além das confissões oficiais: tudo terminou com a venda do navio criado por Kulibin em leilão para desmantelamento.

Os cálculos detalhados de Kulibin o caracterizam como um economista notável.Um patriota maravilhoso que trabalhou com toda paixão pelo seu povo, ele realizou muitas coisas maravilhosas, em cuja lista as seguintes invenções deveriam estar no topo da lista: holofotes, uma “scooter”, ou seja, um carrinho com movimento mecânico, próteses para deficientes , uma semeadora, um moinho flutuante, cadeira elevatória (elevador)...

Em 1779, Vedomosti de São Petersburgo escreveu sobre o holofote-lanterna Kulibin, que cria um forte efeito de luz usando um sistema especial de espelhos, apesar da fonte de luz fraca (vela). Foi relatado que Kulibin: “inventou a arte de fazer um espelho composto de muitas partes usando uma linha curva especial, que, quando uma vela é colocada na frente dele, produz um efeito surpreendente, multiplicando a luz quinhentas vezes, contra o vela, e mais, dependendo do número de partículas espelhadas nela contidas". O cantor russo Derzhavin, que chamou Kulibin de “Arquimedes dos nossos dias”, escreveu sobre esta lanterna:

Veja, nos pilares à noite, como às vezes sou uma faixa brilhante Nas carruagens, nas ruas e nos barcos do rio Brilho ao longe, ilumino todo o palácio comigo mesmo, Como a lua cheia.

Ivan Kulibin desempenhou um papel significativo na forma como o carro foi inventado. Sua carruagem de três rodas, lançada em 1791, consistia em peças que ainda hoje são encontradas em todos os carros. A caixa de câmbio, rolamentos, volante e freio são mérito do “caseiro” russo. É o ano de 1886 que se considera o ponto de partida que deu origem ao termo “indústria automobilística” e à indústria produtiva como tal.

Na lista de coisas maravilhosas que Kulibina deve fazerInvenções como fogos de artifício sem fumaça (ópticos), máquinas de entretenimento, dispositivos para abrir janelas de palácios e outras invenções feitas para satisfazer as exigências da imperatriz e dos nobres tomaram seu lugar. Epor clienteseram:Catarina II, Potemkin, Dashkova...Cumprindo encomendas de invenções desse tipo, Kulibin atuou como pesquisador. Ele escreveu um tratado completo “Sobre Fogos de Artifício”, contendo seções: “Sobre Fogo Branco”, “Sobre Fogo Verde”, “Sobre Foguetes Explosivos”, “Sobre Flores”, “Sobre Raios de Sol”, “Sobre Estrelas” e outros.Foi dada uma receita original para muitos fogos engraçados, baseada no estudo da influência de várias substâncias na cor do fogo. Muitas novas técnicas técnicas foram propostas, os mais engenhosos tipos de foguetes e combinações de luzes divertidas foram postas em prática.

Nem tudo o que foi escrito por I. P. Kulibin foi preservado, mas o que chegou até nós é muito diversificado e rico. Restaram cerca de dois mil desenhos depois de IP Kulibin.

As melhores pessoas da época valorizavam muito o talento de I. P. Kulibin. O famoso cientista Leonhard Euler o considerou um gênio. Uma história foi preservada sobre o encontro de Suvorov e Kulibin na grande festa de Potemkin:

“Assim que Suvorov viu Kulibin do outro lado do corredor, ele rapidamente se aproximou dele, parou a alguns passos de distância, fez uma reverência e disse:

Tua graça!

Então, dando mais um passo para mais perto de Kulibin, ele curvou-se ainda mais e disse:

Meritíssimo!

Finalmente, aproximando-se completamente de Kulibin, ele curvou-se pela cintura e acrescentou:

Meu respeito à sua sabedoria!

Em seguida, pegou Kulibin pela mão, perguntou-lhe sobre sua saúde e dirigiu-se a toda a reunião:

Deus tenha piedade, muita inteligência! Ele inventará um tapete voador para nós!"

Assim, Suvorov honrou o grande poder criativo do povo russo na pessoa de Ivan Kulibin.

No entanto, a vida pessoal do notável inovador foi repleta de muitas tristezas. Ele foi privado da alegria de ver o bom uso de seu trabalho e foi forçado a gastar uma parte considerável de seu talento no trabalho de vigia e decorador da corte. Dias particularmente amargos vieram para IP Kulibin quando ele se aposentou em 1801 e se estabeleceu em sua cidade natal, Nizhny Novgorod. Na verdade, ele teve que viver no exílio, passando por uma necessidade que crescia cada vez mais, até sua morte, em 12 de julho de 1818. Para o funeral da grande figura, sua esposa teve que vender o relógio de parede e também pedir dinheiro emprestado.

nplit.ru ›books/item/f00/s00/z0000054/st027.shtml

Ivan Petrovich Kulibin. Nasceu em 10 (21) de abril de 1735 em Podnovie, distrito de Nizhny Novgorod - morreu em 30 (11) de julho de 1818 em Nizhny Novgorod. Famoso inventor mecânico russo.

O pai era um pequeno comerciante.

Desde cedo mostrou-se um jovem muito inteligente e capaz. Ele surpreendeu especialmente aqueles ao seu redor com sua habilidade mecânica e capacidade de compreender mecanismos complexos que viu pela primeira vez.

Notando o talento do filho, seu pai o enviou para estudar metalurgia, torneamento e relojoaria, na qual Ivan Kulibin rapidamente alcançou grande habilidade. O jovem talentoso foi notado e convidado para Nizhny Novgorod. Lá ele tinha uma oficina de relógios. Ivan Petrovich dedicou suas horas livres à invenção de vários dispositivos e ao projeto de mecanismos de relógio.

Ao saber que a imperatriz iria visitar a cidade, resolveu surpreendê-la com seu relógio, que na época pertencia apenas a gente rica e era muito caro. Tendo contado com o apoio do amigo de seu pai, o comerciante Mikhail Kostromin, que ajudou sua família e o apoiou de todas as maneiras possíveis, ele começou a trabalhar no relógio da imperatriz. Como o presente foi criado para o augusto, o relógio também assumiu um design único, digno da imperatriz. O trabalho no relógio durou três anos, de 1764 a 1767. A caixa do produto é feita em prata com banho de ouro e tem o formato de um ovo de ganso, dentro do qual existe um mecanismo único composto por 427 peças. O relógio dá corda uma vez por dia. O mostrador do produto está localizado na parte inferior do ovo. Para facilitar o uso, o brilhante mestre projetou um suporte especial para este relógio, que permitia ver os ponteiros do relógio sem virar a caixa. O relógio não só mostra a hora, mas também marca as horas, meia e quarto de hora. Continham também um minúsculo teatro automático com figuras móveis que tocavam diversas melodias.

Kulibin apresentou seu relógio único à Imperatriz, que o nomeou em 1769 chefe da oficina mecânica da Academia de Ciências de São Petersburgo.

Supervisionou a produção de máquinas-ferramentas, instrumentos e instrumentos astronômicos, físicos e de navegação.

Em 1772, Kulibin desenvolveu vários projetos para uma ponte de arco único de 298 metros sobre o Neva, com treliças de madeira. Ele construiu e testou um grande modelo dessa ponte, demonstrando pela primeira vez na construção de pontes a possibilidade de modelar estruturas de pontes.

Nos anos seguintes, Kulibin inventou e fabricou muitos mecanismos, máquinas e aparelhos originais. Entre eles está um holofote com refletor parabólico feito de minúsculos espelhos, um barco fluvial com motor movido a água movendo-se contra a corrente. O desenho da embarcação motorizada era o seguinte: possuía duas âncoras, cujas cordas eram presas a um eixo especial. Uma das âncoras em um barco ou ao longo da costa foi entregue 800-1000 m à frente e fixada. Os bois que trabalhavam no navio giravam o eixo e enrolavam a corda da âncora, puxando o navio em direção à âncora contra a corrente. Ao mesmo tempo, outro barco carregou a segunda âncora - o que garantiu a continuidade do movimento. Kulibin teve a ideia de como viver sem bois. Sua ideia era usar duas rodas com lâminas. A corrente, girando as rodas, transferiu energia para o eixo - a corda da âncora foi enrolada, e o navio puxou-se para a âncora usando a energia da água. Em 1804, em Nizhny Novgorod, Kulibin construiu uma segunda hidrovia, que era duas vezes mais rápida que a Barca Burlatsky. No entanto, o Departamento de Comunicações Hídricas rejeitou a ideia e proibiu o financiamento - as hidrovias nunca ganharam distribuição.

Ele construiu um carro mecânico com acionamento por pedal e melhorou a retificação de vidro para instrumentos ópticos.

Em 1773-1775, Kulibin, juntamente com o oftalmologista Belyaev, projetou o primeiro microscópio acromático de acordo com o projeto Euler-Fuss.

Em 1791 ele fez um carrinho de scooter, no qual usou volante, caixa de câmbio e rolamentos. O carrinho era conduzido por uma pessoa por meio de um mecanismo de pedal.

Ele também desenvolveu o desenho de “pernas mecânicas” - próteses.

Em meados da década de 1790, a idosa Catarina II contratou Kulibin para desenvolver um elevador conveniente para movimentação entre os andares do Palácio de Inverno. Ela definitivamente queria uma cadeira elevatória, e Kulibin se deparou com um problema técnico interessante. Era impossível prender um guincho nesse elevador, que era aberto na parte superior, e se você “pegasse” a cadeira com um guincho por baixo, isso causaria transtorno ao passageiro. Kulibin resolveu o problema engenhosamente: a base da cadeira foi presa a um longo parafuso de eixo e movida ao longo dele como uma porca. Catarina sentou-se em seu trono móvel, o criado girou a manivela, a rotação foi transmitida ao eixo e elevou a cadeira para a galeria do segundo andar. O elevador helicoidal Kulibin foi concluído em 1793, mas o segundo mecanismo desse tipo na história foi construído por Elisha Otis em Nova York apenas em 1859. Após a morte de Catarina, o elevador foi usado pelos cortesãos para entretenimento e foi então emparedado. Até o momento, os desenhos e restos do mecanismo de elevação foram preservados.

Duas vezes, em 1792 e em 1799, Kulibin montou o famoso relógio “Peacock” do mecânico inglês James Cox, que é constantemente exibido no Pavilhão Hall do Pequeno Hermitage.

Em 1801 foi demitido da Academia e retornou a Nizhny Novgorod, onde continuou seu trabalho inventivo.

Ivan Petrovich Kulibin, mesmo na velhice, estava profundamente interessado em inovações técnicas. Isso pode ser confirmado pelo “Trecho de uma carta ao artista russo Gladkov (de Nizhny)”, publicado na edição de janeiro do “Mensageiro Russo” de 1810, onde Kulibin, que conheceu as obras de Alexei Filippovich Gladky, escreve com admiração a um colega inventor: “é uma pena que eu esteja tão velho! caso contrário, eu iria a Moscou abraçar meu irmão”.

A grande maioria das invenções de Kulibin, cuja possibilidade foi confirmada pelo nosso tempo, não foi implementada naquela época. Máquinas estranhas, brinquedos engraçados, fogos de artifício engenhosos para o público nobre - só isso impressionou os contemporâneos. Kulibin tornou-se amplamente conhecido depois que P. Svinin publicou o livro “A Vida do Mecânico Russo Kulibin e Suas Invenções” em 1819.

Seu sobrenome se tornou um nome familiar na língua russa: Kulibins são mestres autodidatas que alcançaram grande sucesso em seu ofício. As ruas de muitas cidades russas têm o nome de Kulibin.

Ivan Petrovich Kulibin

Vida pessoal de Ivan Kulibin:

Foi casado três vezes.

Casou-se pela terceira vez aos 70 anos. A terceira esposa lhe deu três filhas.

No total ele teve 12 filhos – 5 filhos e 7 filhas. Ele educou todos os seus filhos. Seus filhos são conhecidos: Alexander Kulibin (1798-1837; engenheiro de minas russo, historiador local, poeta, historiador das fábricas de Altai), Pyotr Kulibin, Semyon Kulibin.

Na vida doméstica, Kulibin era conservador. Ele nunca fumou tabaco nem jogou cartas. Escreveu poesia. Ele adorava festas, embora só brincasse e brincasse com elas, já que era abstêmio absoluto. Na corte, entre os uniformes bordados de corte ocidental, com seu longo caftan, botas de cano alto e barba espessa, Kulibin parecia um representante de outro mundo. Mas nos bailes ele respondia ao ridículo com uma inteligência inesgotável, tornando-o querido com sua loquacidade bem-humorada e dignidade inata na aparência.