Edgar Allan Poe grande escritor e poeta americano. Foi também editor, crítico e criador do gênero de ficção policial na literatura. Representante do Romantismo Americano.

Edgar Allan Poe nascido em 19 de janeiro de 1809 em Boston, EUA. Seus pais, atores de uma trupe itinerante, morreram quando Edgar tinha apenas dois anos. A mãe de Edgar, era uma inglesa, o pai de Edgar, David Poe- Irlandês americano. O menino foi adotado e adotado por um rico comerciante da Virgínia, John Allan.

Infância

A infância de Edgar passou em um ambiente bastante rico. Os Allans não pouparam despesas para sua educação, e embora às vezes seus negócios não fossem bem-sucedidos (às vezes até ameaçados de falência), o menino não sentia isso: estava vestido “como um príncipe”, tinha seu próprio cavalo, seus próprios cães. Quando Edgar tinha seis anos, os Allans foram para a Inglaterra e enviaram o menino para um internato caro em Londres, onde estudou por cinco anos. Após o retorno dos Allans aos Estados Unidos em 1820, Edgar entrou na faculdade em Richmond, graduando-se em 1826. Edgar foi enviado para terminar seus estudos na Universidade de Richmond, então recém-fundada.

Edgar se desenvolveu cedo: aos cinco anos ele lia, desenhava, escrevia, recitava, montava a cavalo. Na escola, estudou bem, adquiriu um grande estoque de conhecimentos em literatura, especialmente inglês e latim, em história geral, em matemática, em alguns ramos das ciências naturais, como astronomia, física. Fisicamente, Edgar era forte, participava de todas as brincadeiras de seus camaradas e na universidade - em todas as suas folias. O caráter do futuro poeta desde a infância era desigual, apaixonado, impulsivo. Havia muitas coisas estranhas em seu comportamento. Desde tenra idade, Edgar escrevia poesia, gostava de planos fantásticos, adorava fazer experimentos psicológicos em si mesmo e nos outros. Consciente de sua superioridade, ele fez os outros sentirem isso.

A vida na riqueza terminou para Edgar quando ele não tinha nem 17 anos. Ele ficou na universidade por apenas um ano. No outono de 1826 houve uma ruptura entre John Allan e seu filho adotivo. Quem era "culpado" agora é difícil de descobrir. Há evidências desfavoráveis ​​para Edgar. Por exemplo, confirma-se que falsificou notas assinadas por John Allan, que um dia, bêbado, lhe disse coisas grosseiras, acenou-lhe um pau, etc. Por outro lado, não se sabe o que o jovem brilhante sofria do rico patrono (John Allan recebeu uma herança inesperada, que o transformou em milionário), alheio às questões da arte e da poesia. Aparentemente, apenas a sra. Allan amava Edgar sinceramente, e seu marido há muito estava insatisfeito com o excêntrico filho adotivo. O motivo da briga foi que Allan se recusou a pagar as dívidas de jogo de Edgar. O jovem os considerava "dívidas de honra" e não via outra maneira de salvar essa "honra" a não ser deixar a rica casa onde foi criado.

Juventude

Para Edgar Allan Poe começou uma vida errante. Depois de deixar a casa de Allan, ele foi para sua Boston natal, onde, sob o pseudônimo de "Bostonian", publicou uma coleção de poemas "Tamerlane and Other Poems", que nunca foi publicada. Esta edição provavelmente consumiu todas as economias do jovem. Não tendo abrigo, ele decidiu dar um passo drástico - e se juntou ao exército com um nome falso. Ele serviu por cerca de um ano, estava em boas condições com seus superiores e até recebeu a patente de sargento-mor. No início de 1828, o poeta, porém, não resistiu à sua posição e recorreu ao pai adotivo, pedindo ajuda e, provavelmente, expressando remorso. John Allan, talvez a pedido de sua esposa, teve pena do jovem, pagou a contratação de um deputado e garantiu a libertação de Edgar. Mas, ao chegar a Richmond, Edgar não encontrou mais sua padroeira: a sra. Allan havia morrido poucos dias antes (28 de fevereiro de 1829).

Tendo recebido a liberdade, Edgar Allan Poe voltou-se novamente para a poesia. Ele novamente visitou Baltimore e conheceu seus parentes paternos lá - com sua irmã, avó, tio George Poe e seu filho Nelson Poe. Este último poderia apresentar Edgar ao editor do jornal local, William Gwin. Por meio de Gwyn, Edgar conseguiu entrar em contato com o então proeminente escritor de Nova York John Neal. Tanto Gwyn quanto Neil, o poeta novato, apresentaram seus poemas à corte. Review, com todas as ressalvas, foi o mais favorável. O resultado foi que, no final de 1829, uma coleção de poemas de Poe foi republicada em Baltimore sob seu nome, intitulada Al-Aaraaf, Tamerlane, and Lesser Poems. Desta vez o livro chegou às lojas e à redação, mas passou despercebido.

Enquanto isso, John Allan insistiu que Edgar completasse sua educação. Foi decidido que ele iria para a Academia Militar de West Point. Em março de 1830, a pedido de Allan, Edgar foi, no entanto, admitido no número de alunos, embora não se enquadrasse na idade. Seu pai adotivo assinou uma obrigação para ele servir no exército por cinco anos. Edgar relutantemente foi para a academia. Normalmente, ele não podia deixar suas paredes. Com a sua habitual veemência, pôs-se a trabalhar e conseguiu que em março de 1831 fosse expulso. Com isso, o jovem poeta recuperou sua liberdade novamente, mas, claro, ele novamente brigou com John Allan.

De West Point, Poe partiu para Nova York, onde se apressou a publicar uma terceira coletânea de poemas, chamada, porém, de “segunda edição”: “Os Poemas de Edgar A. Poe. Segunda edição". Os fundos para a publicação são arrecadados por assinatura; Muitos camaradas da academia se inscreveram, esperando encontrar no livro aqueles panfletos de versos e epigramas sobre professores pelos quais o aluno Allan Poe ficou conhecido na escola. Mas eles tiveram que se decepcionar. Não havia compradores para o livro, avaliado em dois dólares e meio.

Em 1831, ele teve que recorrer a seu pai adotivo para dar benefícios em dinheiro. Mas eles eram extremamente pequenos.
Poe se casou com sua prima de treze anos, Virginia Clemm. Sua morte precoce influenciou algumas das obras do poeta.

Do outono de 1831 ao outono de 1833 - o período mais difícil para Poe. No verão de 1831, Edgar morava em Baltimore com sua tia Sra. Clemm - a mãe daquela Virgínia, que mais tarde se tornou a esposa do poeta. Desde o outono de 1831, seus rastros se perderam. No final desse período, Edgar Allan Poe caiu em extrema pobreza.

Não há dúvida de que durante esses anos o jovem poeta trabalhou duro. Ele escreveu vários contos - os melhores no período inicial de seu trabalho. No outono de 1833, o semanário de Baltimore anunciou um concurso para a melhor história e o melhor poema. Edgar Allan Poe enviou seis contos e um trecho em verso "O Coliseu". Os membros do júri reconheceram unanimemente tanto a história quanto os poemas de Poe como os melhores. No entanto, não considerando a possibilidade de atribuição de dois prémios à mesma pessoa, apenas foi premiado o conto “O Manuscrito Encontrado numa Garrafa” (eng. MS. Encontrado numa Garrafa), pelo qual o autor recebeu cem dólares. O dinheiro chegou na hora. O autor estava literalmente morrendo de fome.

1830-1840

No período de 1833 a 1840, o autor publicou muitos poemas e contos e trabalhou nas revistas Southern Literary Messenger em Richmond. De 1841-1843 viveu com sua família nos arredores de Filadélfia e trabalhou para a revista de cavalheiros de Burton e a revista de Graham. Na Filadélfia, Poe também pretendia publicar sua própria revista, The Stylus (ou The Penn), mas essa ideia fracassou.

No entanto, um teste sério logo o esperava. Depois de cantar, Virginia rompeu um vaso sanguíneo e estava morrendo (estava doente com tuberculose).

Além disso, em 1846, o New York Broadway Journal, com o qual colaborou, fechou e Poe perdeu seu sustento. A vida miserável recomeçou.

últimos anos de vida

Os últimos anos da vida de Edgar Poe, 1847-1849, foram anos de arremessos, semi-loucura, grandes sucessos, quedas tristes e constantes calúnias dos inimigos. Virginia, morrendo, fez um juramento da Sra. Shew, namorada de Edgar, de nunca deixá-lo. Edgar Allan Poe ainda era cativado pelas mulheres, imaginava que estava apaixonado, falava-se até em casamento. Em vida, ele se comportou de maneira estranha, mas conseguiu publicar vários outros trabalhos brilhantes.

Mas a doença já estava destruindo a vida do poeta; crises de alcoolismo tornaram-se cada vez mais dolorosas, o nervosismo aumentou quase a um transtorno mental. Mrs. Shew, incapaz de compreender o estado mórbido do poeta, achou necessário retirar-se de sua vida. No outono de 1849 chegou o fim. Cheio de projetos quiméricos, acreditando ser um noivo novamente, Edgar Allan Poe deu uma palestra sobre o "Princípio Poético" em Richmond em setembro deste ano com grande sucesso. Poe saiu de Richmond com US$ 1.500 no bolso. O que aconteceu a seguir permanece um mistério. Talvez o poeta tenha caído sob a influência de sua doença; talvez os ladrões o tenham drogado. Edgar Allan Poe foi encontrado inconsciente, roubado. Ele foi levado para Baltimore, onde Poe morreu no hospital em 7 de outubro de 1849.

Uma placa erguida aproximadamente no local em Boston onde Edgar Allan Poe nasceu.

Tendo recebido a liberdade, Edgar Allan Poe voltou-se novamente para a poesia. Ele novamente visitou Baltimore e conheceu seus parentes paternos lá - com sua irmã, avó, tio George Poe e seu filho Nelson Poe. Este último poderia apresentar Edgar ao editor do jornal local, William Gwin. Por meio de Gwyn, Edgar conseguiu entrar em contato com o então proeminente escritor de Nova York John Neal. Tanto Gwyn quanto Neil, o poeta novato, apresentaram seus poemas à corte. Review, com todas as ressalvas, foi o mais favorável. O resultado foi que, no final de 1829, uma coleção de poemas de Poe foi republicada em Baltimore sob seu nome, intitulada " Al-Aaraaf, Tamerlão e pequenos poemas". Desta vez o livro chegou às lojas e à redação, mas passou despercebido.

Enquanto isso, John Allan insistiu que Edgar completasse sua educação. Foi decidido que ele iria para a Academia Militar de West Point. Em março de 1830, a pedido de Allan, Edgar foi, no entanto, admitido no número de alunos, embora não se enquadrasse na idade. Seu pai adotivo assinou uma obrigação para ele servir no exército por cinco anos. Edgar relutantemente foi para a academia. Normalmente, ele não podia deixar suas paredes. Com a sua habitual veemência, pôs-se a trabalhar e conseguiu que em março de 1831 fosse expulso. Com isso, o jovem poeta recuperou sua liberdade novamente, mas, claro, ele novamente brigou com John Allan.

Criatividade literária

Poe iniciou sua atividade literária com poesia, publicando um volume de poemas em Boston em 1827. "Al-Aaraaf, Tamerlane e outros poemas"("Al-Aaraaf, Tamerlane e outros poemas"). Como prosador, Poe falou em 1833, escrevendo "O Manuscrito Encontrado em uma Garrafa" ( "Um manuscrito encontrado em uma garrafa").

A obra de Poe foi influenciada pelo romantismo, que já estava completando sua jornada no Ocidente. “A fantasia sombria, gradualmente desaparecendo da literatura européia, ressurgiu de forma original e brilhante em “histórias assustadoras”. Pois esse foi o epílogo do romantismo” (Fritsche). A obra de Poe foi fortemente influenciada por românticos ingleses e alemães, especialmente Hoffmann (não admira que Poe gostasse de literatura alemã e filosofia idealista); ele se relaciona com o tom sinistro e sombrio das fantasias de Hoffmann, embora se declarasse: "O horror das minhas histórias não vem da Alemanha, mas do coração". As palavras de Hoffmann: “A vida é um pesadelo louco que nos persegue até finalmente nos jogar nos braços da morte” expressam a ideia principal das “histórias terríveis” de Poe - uma ideia que, juntamente com um estilo peculiar de sua expressão, foi já nascido nos primeiros contos de Poe e só aprofundado, processado com grande habilidade em seu trabalho artístico posterior.

No poema “Ulyalum”, o herói, vagando junto com sua alma Psique pelo terreno misterioso de céus cinzentos e folhas secas, chega à cripta onde há um ano enterrou seu amado Ulyalum. Ele lembra a "noite de outubro sem luz" quando trouxe o "fardo morto" para cá. Mas o principal no poema não é um enredo vago, mas uma música hipnótica, mergulhando o leitor no mundo das sombras, farfalhar, outono eterno, cintilação lunar sinistra. E novamente o refrão soa como um feitiço:

Em The Bells, a escrita sonora de Poe atinge o limite da sofisticação. Em cada uma das quatro partes do poema, o toque de sinos de trenó “prata” para o trenó alegre, sinos de casamento “dourado”, sinos de alarme “cobre” e sinos funerários “ferro” são recriados melodicamente. E cada uma delas corresponde a alguma etapa da vida de uma pessoa: a alegria da infância, a felicidade do amor, o sofrimento do mundo adulto e a morte. O toque dos sinos encarna simbolicamente o trágico destino do homem. O grande compositor russo S.V. Rachmaninov escreveu música para o texto russo do poema - um poema para orquestra, coro e solistas.

(V.G. Prozorov)

Medos da vida

O horror sem esperança da vida, reinando supremo sobre o homem, o mundo como o reino da loucura, morte e decadência como o destino do homem predeterminado por um poder supremo cruel - tal é o conteúdo das "histórias terríveis" de Poe. A morte como manifestação do sobrenatural (a morte de uma bela mulher em um cenário misterioso) é o tema do conto "Ligeia", um dos melhores contos de Poe.

Coloca o problema da superação da morte, a ressurreição milagrosa e misteriosa de Ligeia. Na história "Berenice" (Berenice), o contemplativo eremita Egeu estava imbuído da idéia maníaca de que ele deveria ter os belos dentes de sua noiva moribunda Berenice, e os rompe, cometendo essa blasfêmia sobre o corpo ainda vivo e trêmulo. Em outras histórias, é dado o tema da perda de um ente querido (“Eleonora”, “Morella”, etc.), que surgiu muito antes da morte da amada esposa de Poe - Virginia (d. in).

O problema da luta entre o bem e o mal, a divisão da psique, o desejo de uma pessoa pelo mal é colocado na história sobre o duplo "William Wilson" (William Wilson), o mesmo desejo por crime, mal e destruição caracteriza os heróis das histórias "O Diabrete do perverso" (Demônio da perversidade, ), "Metzingerstein" (Metzingerstein), "O gato preto" (Gato preto), "O coração revelador" (O coração revelador,) e outros. A metampsicose, transmissão de pensamento à distância, é o tema de The Rocky Mountain Tale e um componente essencial de uma das histórias mais impressionantes de Poe, A queda da casa de Usher. Em um castelo antigo e sombrio cheio de uma atmosfera opressiva especial, seu último proprietário vive - Roderick Asher; com uma suscetibilidade dolorosamente nervosa e sofisticada, através do barulho de uma tempestade, ele ouve como sua irmã, que foi enterrada viva por ele na cripta da família, tenta escapar do caixão, mas não consegue ir ajudá-la - ele tem um "medo" maníaco de horror. A irmã aparece em uma mortalha ensanguentada, o horror mata seu irmão, ambos morrem, e o Castelo Asher cai, destruído por uma tempestade.

Roderick é, de fato, o principal e único herói de Poe, repetido de diferentes maneiras em outras histórias: é um contemplador nervoso, dolorosamente receptivo, que adora livros raros, um eremita que tem medo da vida; ele é tão convencional quanto a amada heroína Po - uma bela mulher misteriosa, misteriosamente sábia e desbotada. Heróis de Po - no poder do destino, que predeterminou sua morte; são de vontade fraca, não têm força para protestar contra a vida, sentida como um pesadelo e um mal. Cada um deles é vítima de alguma ideia obsessiva, não são pessoas vivas com sentimentos e paixões reais, mas figuras abstratas, quase esquemas, a que só a habilidade excepcional do artista dá vitalidade.

Poe está tentando superar a falta de vontade de seus heróis: dotando-os do poder do pensamento, ele glorifica a vontade. As palavras de Joseph Glanville: "O homem não teria cedido aos anjos, nem à própria morte, se não fosse pela fraqueza de sua vontade", ele colocou a epígrafe para Ligeia. Mas se o mais antinatural e incompreensível, desenvolvido com estrita sequência lógica nas histórias de Poe, faz o leitor acreditar no incrível, então a habilidade de Poe não ajudou aqui - seus heróis permaneceram com vontade fraca. Mas ele está desatento ao caráter humano médio, à psicologia e à vida de uma pessoa comum, ele está interessado apenas no incomum, no anormal. Desde a primeira linha da obra, todos os elementos de estilo - composição, escolha de palavras, lógica da narração - visam alcançar um certo efeito pré-calculado que atinge o leitor no clímax da história - não é sem razão que momentos tão terríveis como enterro prematuro, emparedamento vivo, etc.

A ciência para Po é apenas um meio de manifestar o incompreensível, ajudando a dar a esse incompreensível (um navio crescendo como um corpo, um abismo absorvendo navios no Pólo Sul, etc.) um maior grau de probabilidade através do uso de dados geográficos precisos, receitas químicas, informações sobre assuntos marítimos etc. A ciência desempenha aqui um papel decorativo, pois Poe busca apenas ser científico e mistificar o leitor, e nas histórias de ficção científica se desdobra o mesmo tema da morte inevitável dos heróis. Poe, sendo o finalista do romantismo em histórias de terror e poesia, influenciou vários escritores da Europa Ocidental no campo da fantasia. Do Besouro Dourado com caças ao tesouro e criptogramas, a literatura chega à Ilha do Tesouro de Stevenson, de Hans Pfall a Viagem à Lua de J. Verne, à decoração geográfica de vários romances etc.

A propensão de Poe para a análise especulativa, para um desdobramento sequencialmente lógico de eventos, mesmo os incríveis, foi claramente manifestada em suas histórias de detetive - "Assassinato na Rua Morgue" ( Os Assassinatos da Rua Morgue, ), "O Segredo de Marie Roger" ( O Mistério de Marie Roget, ) e "A Carta Roubada" ( A carta roubada,). Como na ficção científica, Poe tenta dar a seus romances policiais o caráter de fatos que realmente aconteceram, introduzindo na narrativa boletins policiais, datas exatas, referências a periódicos etc. um sistema harmonioso de análise lógica, diante do qual quaisquer enigmas são impotente. É característico que o motivo da propriedade privada, que é indivisivelmente dominante no gênero policial burguês, não encontre um lugar para si nas histórias de Poe. Além disso, ele não está interessado em questões de moral, a psicologia de um criminoso e de um crime - ele está interessado apenas no lado técnico da questão (uma de suas histórias se chama “A fraude como uma das ciências exatas”), o nó da trama do enigma e conduzindo o leitor ao momento da solução, que desempenha o papel de item culminante “histórias assustadoras”. Em suas histórias de detetive, Poe tentou se aproximar da realidade, mas acabou sendo uma fuga para o reino do pensamento analítico. Seu Dupin é o precursor de Sherlock Holmes de Conan Doyle e do pastor de Chesterton, Brown, e de Nero Wolfe e Hercule Poirot.

Destacando-se na obra de Poe está seu "Eureka" (Eureka), no qual ele deu um sistema místico-panteísta, delineando os fundamentos de sua filosofia. Ao mesmo tempo, é interessante notar que este poema delineou a hipótese do Big Bang, que se tornou uma teoria geralmente aceita apenas no século XX.

Deve-se notar uma série de artigos críticos de Poe, que lutou contra a literatura burguesa do Norte - contra Lowell, Longfellow e outros.

Pontuação de criatividade

A originalidade do estilo de Poe não encontrou seguidores na América. Ao mesmo tempo, a obra de Poe se refletiu na poesia do simbolista francês Baudelaire, que traduz Poe, apresenta-lhe a Europa, e daí começa a influência de Poe na literatura da decadência e do simbolismo - em Villiers de Lisle-Adam, Mallarmé, Maeterlinck, Wilde, Howard Phillips Lovecraft, Evers, etc., até os simbolistas russos.

O poeta francês Charles Baudelaire, alma gêmea de Poe, descreveu a situação assim: “Os Estados Unidos eram para Poe apenas uma enorme prisão, através da qual ele corria febrilmente como uma criatura nascida para respirar em um mundo com ar mais puro – uma enorme curral bárbaro, iluminado a gás”. A. J. B. Shaw colocou desta forma: "Poe não viveu na América, ele morreu lá."

Particularmente muita atenção foi dada aos decadentes russos ("O Corvo", traduzido por D. Merezhkovsky, no "Mensageiro do Norte", Ї 11; "Baladas e Fantasias", "Contos Misteriosos", traduzido por K. Balmont,; " Raven”, traduzido por V Bryusov, em "Questions of Life", , Ї 2). Especialmente popular entre os decadentes era o tamanho do "Corvo" (Balmont, Bryusov, "Althea" de V. Golikov).

• Uma cratera em Mercúrio recebeu o nome de Edgar Allan Poe.
• Todos os anos, no aniversário de Poe, um admirador secreto visita seu túmulo.
• A música dos Beatles, I Am The Walrus (álbum Magical Mystery Tour) menciona Edgar Poe.

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Obras de Edgar Allan Poe

Obras de Edgar Allan Poe
Novela
histórias década de 1830	Metzingerstein (1832) Bon-Bon (1832) Manuscrito Encontrado em uma Garrafa (1833) Berenice (1835) Morella (1835) A Extraordinária Aventura de um Hans Pfaal (1835) Rei Peste (1835) Sombra. Parábola (1835) Hoax (1837) Silêncio. Parábola (1837) Ligeia (1838) Como escrever uma história para Blackwood (1838) Situação trágica. A Foice do Tempo (1838) O Diabo na Torre do Sino (1839) O Homem Que Foi Cortado em Pedaços (1839) A Queda da Casa de Usher (1839) William Wilson (1839)
histórias década de 1840	Empresário (1840) Homem da Multidão (1840) Assassinato na Rue Morgue (1841) Queda no Turbilhão (1841) Ilha das Fadas (1841) Eleanor (1841) Três Domingos em Uma Semana (1841) Retrato Oval ( Na morte está a vida, 1842) A Máscara da Morte Vermelha (1842) O Mistério de Marie Roger (1842) O Poço e o Pêndulo (1842) O Coração Revelador (1843) O Besouro Dourado (1843) O Gato Preto (1843) A Fraude como uma Ciência Exata (1843) ) Óculos (1844) A Tale of Steep Mountains (1844) Enterro Prematuro (1844) Caixa Oblonga (1844)

Por Edgar Allan (1809-1849), escritor americano.

Nascido em 19 de janeiro de 1809 em Boston em uma família de atores itinerantes. Ficou órfão muito cedo: em 1810 o pai de Edgar desapareceu e dois anos depois sua mãe morreu. O menino foi levado pela família do comerciante de Richmond J. Allan.

Em 1815-1820. Poe viveu na Inglaterra, onde foi criado em um internato. Ao retornar para a América, ele frequentou a faculdade. Em 1826, ele ingressou na Universidade da Virgínia, da qual teve que sair um ano depois, pois seu pai adotivo se recusou categoricamente a pagar as dívidas de jogo de seu enteado. Fugindo dos credores, Poe se alistou no exército e, em 1830, tornou-se estudante na academia militar de West Point. No entanto, as dificuldades do serviço militar acabaram sendo insuportáveis ​​para o jovem poeta, que já havia publicado as primeiras coletâneas de poemas. Deixando tudo, foi para Baltimore, onde morava sua tia, e se dedicou inteiramente à atividade literária.

Escreveu contos, poemas, artigos críticos, trabalhou como editor. Em 1835, Poe foi oferecido para chefiar a revista Southern Literary Bulletin. Uma melhora na vida permitiu que ele começasse uma família - em 1836, ele se casou com sua prima de 14 anos, Virginia. No entanto, a felicidade durou apenas 11 anos. A morte de sua esposa por tuberculose em 1847 foi um choque terrível para Poe, do qual ele não conseguiu mais se recuperar. O escritor caiu em depressão, tentou cometer suicídio. Afogando a dor mental, ele se tornou viciado em álcool.

Poe está na vanguarda de vários gêneros: ficção científica (O Conto das Aventuras de Arthur Gordon Pym, 1838); literatura de horror (os dois volumes Grotesques and Arabesques, 1840); detetive ("Assassinato na Rue Morgue", 1841; "Gold Bug", 1843).

Este escritor é considerado um mestre insuperável do conto, que, sob sua pena, pode ser trágico, bem-humorado, "terrível" e fantástico.

Poesia inicial de Poe tem as características do romantismo ("Tamerlane and Other Poems", 1827). Na idade adulta, ele tentou com a ajuda da imaginação superar a finitude do tempo, a inevitabilidade da morte ("O Corvo" e outros poemas, 1845). No misticismo, Po busca respostas para perguntas que atormentam a alma.

O "aroma negro" da loucura e da tristeza, que só pode ser sentido pelos eleitos, ou melhor, pelos condenados. Assassinatos brutais cometidos por seres não humanos (seja uma entidade desconhecida ou um orangotango). Belezas misteriosas - mais assustadoras do que atraentes, que retornam do mundo dos mortos apenas para saudar, ou mesmo levar consigo aqueles que, por capricho do destino, permaneceram neste mundo. Todas são imagens dos textos macabros de Edgar Allan Poe.

A fama póstuma de Edgar Allan Poe é enorme: seus personagens encheram o inconsciente coletivo, as tramas tornaram-se vagabundas, suas obras não apenas inspiram muitos seguidores, mas deram origem a tendências inteiras na literatura e no cinema. O corvo do poema mais famoso de Poe abriu suas asas em Hollywood, inspirando diretores a fazerem filmes sombrios com o mesmo nome. A história de um gato preto vingando sua própria morte e o assassinato de sua amante se estabeleceu firmemente em ... Folclore infantil soviético: outubrobristas e pioneiros, que se assustavam com essa história de terror (que adquiriu um sabor completamente moderno entre as crianças ), mal sabiam que estavam recontando a trama, criada no século 19 por um defensor consistente da escravidão negra. E estes são apenas alguns dos muitos exemplos. Um poeta romântico que, como convém a um poeta romântico, usava elegantes trajes pretos e encantava muitas mulheres com sua "loucura poética". O fundador do gênero de detetive, que trouxe para a literatura o detetive particular Dupin, um digno antecessor de Sherlock Holmes (embora, é claro, se você quibble, os elementos da história de detetive e formas incomuns desse gênero para nós - o detetive chinês história, por exemplo - apareceu antes de Edgar Allan Poe). E além de tudo. Edgar Allan Poe é um dos fundadores da ficção científica, fantasia negra, romance de terror, suspense e suspense.

Parece que a vida de tal pessoa deveria estar envolta em um casulo do místico. Essa suposição é tão óbvia que vários roteiristas e escritores "convidaram o falecido escritor para as páginas de suas obras, onde o fantasma de Poe está ansioso para desvendar os terríveis segredos do passado, ou o próprio Edgar, vivo e bem, ajuda o inspetor para encontrar um maníaco que comete crimes sangrentos sob a influência de suas terríveis obras.

Os escritores foram ecoados por biógrafos que esperavam misticismo e mistério da vida. Muitos deles transferiram voluntariamente para as páginas das biografias do escritor suas próprias lembranças de coisas fascinantes e incríveis... que nunca lhe aconteceram na realidade. Entre os crédulos e admiradores estava Charles Baudelaire, que tinha Edgar Allan Poe em alta estima, traduziu suas obras e se inspirou nelas para criar seus próprios textos decadentes e psicodélicos. E também o romântico Konstantin Balmont, que adornou o esboço da vida de Poe com um número inimaginável de imagens poéticas.

Na verdade, havia pouco mistério na vida de Edgar Allan Poe (embora coisas incomuns às vezes acontecessem), na maior parte era a tragédia de um homem que, apesar de seu talento e perseverança, não conseguia contar com as pessoas, ou com circunstâncias, ou mesmo consigo mesmo.

Caminhos dos pais, encruzilhada dos filhos

O favorito da Europa, Edgar Allan Poe nasceu na América, em Boston, em 19 de janeiro de 1809. Relativamente em breve, um dos poucos eventos misteriosos relacionados ao seu destino aconteceu: o pai de Edgar desapareceu sem deixar rastro quando o menino tinha dois anos. Mais tarde, houve rumores de que David Poe morreu (eles até chamaram a provável causa da morte: consumo transitório), interrompido por fofocas de que ele simplesmente deixou sua esposa depois de saber que sua filha mais nova Rosalie não era sua filha. O que aconteceu com David Poe, de fato, não pôde ser descoberto.

Em 27 de setembro de 1849, 38 anos após o desaparecimento de David Poe, o escritor de quarenta anos Edgar Poe partiu em uma curta viagem de negócios (que deveria durar um dia) de Richmond a Nova York. Em 28 de setembro, ele desapareceu de repente. Em 3 de outubro em Baltimore (!), um transeunte de bom coração encontrou um homem inconsciente e o mandou para o hospital, sem saber que ele era um escritor perdido por sua noiva e parentes. Alguns dias depois, Edgar Allan Poe morreu em um quarto de hospital. O que aconteceu com ele naqueles dias “apagado” da vida e de sua memória (quando voltou a si, afirmou que não se lembrava do que aconteceu com ele), ainda é desconhecido.

Uma pequena tragédia de Elizabeth Arnold

Konstantin Balmont escreveu sobre a mãe de Poe que ela era "uma menina sem país": "... ela nasceu no meio do oceano quando sua mãe, cruzando o Atlântico, deixou a Inglaterra para a América. A mãe, tendo-a dado à luz, morreu, a menina não tinha pai, e outra pessoa, com pena da criança, acolheu-a, criou-a e preparou-a para o palco.". A realidade não é tão poética: a mãe de Elizabeth Arnold era uma atriz inglesa viúva que foi tentar a sorte na América. Seguindo a tradição da família, Elizabeth entrou cedo no palco (ela interpretou seu primeiro papel aos dez anos de idade) e atuou com muito sucesso no teatro. Sua curta vida foi difícil e cheia de perdas: a mãe da menina morreu, mais tarde, poucos anos após o casamento, o primeiro marido de Elizabeth, o ator Charles Hopkins, morreu de febre. A jovem viúva casou-se pela segunda vez com David Poe. Este jovem de uma família boa, embora não rica, deixou a advocacia para o palco. De acordo com uma versão, ele fez isso porque se apaixonou por Elizabeth, de acordo com outra, ele sonhava com a fama teatral, de acordo com a terceira, ele não teve sorte em questões legais e esperava se tornar um ator de sucesso. Infelizmente, ele não brilhou no palco e, provavelmente, se tivesse a oportunidade de voltar à advocacia, ele o teria feito - se não por si mesmo, pelo bem de sua esposa, que estava com problemas de saúde, e três crianças pequenas. É possível que um dia isso tivesse acontecido, mas... David Poe desapareceu, e Elizabeth se viu em uma situação completamente angustiada. Os pais de David cuidaram de seu filho mais velho, William Henry, mas os dois mais novos, Edgar e Rosalie, ficaram com a mãe, cuja saúde estava se deteriorando constantemente: ela estava com tuberculose. Tanto quanto podia, Elizabeth Poe subiu ao palco e, quando adoeceu completamente, o público e os colegas tentaram ajudá-la financeiramente. A talentosa atriz morreu aos 23 anos, atormentada além de seu próprio sofrimento pelo medo do futuro de seus filhos. Uma tragédia inimaginável.

família Allan

Duas mulheres de bom coração - irmãs Frances e Anna - visitaram Elizabeth durante sua doença. Anna era solteira e morava com a família de sua irmã, e Frances era esposa de John Allan. Ela sentiu pena de Elizabeth e, de todo o coração, se apegou ao pequeno Edgar. Francis não teve seus próprios filhos, então após a morte de uma jovem, a Sra. Allan levou o menino órfão para ser criado.

A infância de Edgar na casa dos Allan foi feliz. Ele estava bem provido: não importa como as coisas acontecessem na empresa comercial Ellis e Allan (e ao longo dos anos de crescimento no negócio de parceiros houve altos e baixos no negócio de parceiros), isso não afetou a vida do menino , Edgar tinha as melhores roupas, bibelôs e livros, excelentes professores, seu próprio pônei, a oportunidade de convidar grupos de amigos. O menino com pais adotivos e uma tia cruzou o oceano duas vezes, passou cinco anos na Inglaterra e na Escócia, na terra natal de John Allan.

Mas não se tratava apenas de riqueza material. Os pais adotivos inspiraram Edgar que ele era talentoso, capaz de grandes realizações e acostumado a ser condescendente com suas travessuras e caprichos, as mulheres dessa família, talvez, foram longe demais: provavelmente nem mesmo um pedido de desculpas de sua parte.

"Gênio do Mal" de Edgar Allan Poe

Quase todas as biografias de Edgar Allan Poe não poupam cores escuras, retratando o comerciante John Allan como uma pessoa insensível e cruel, quase o gênio maligno do futuro escritor. Na verdade, é difícil dizer quem foi um gênio do mal para quem. John Allan era um órfão da Escócia. Começou sua carreira no comércio por baixo, trabalhando para um tio rico, mas uma diligência invejável e um talento inquestionável permitiram-lhe abrir seu próprio negócio em pé de igualdade com o ex-colega Ellis.

A pena da criança órfã, a opinião pública e, acima de tudo, o grande desejo da esposa e da irmã dela de deixar o bebê com eles o fizeram concordar que Edgar se instalasse na casa deles. Ele se apegou profundamente ao menino, mas ... John Allan, que passou por uma difícil escola de vida (orfandade, trabalho duro, emigração, que o obrigou a deixar sua terra natal e parentes), costumava ser grato pelo relativamente pouco que seus parentes fizeram por ele, e não esperar mais. O menino que morava em sua casa dava como certo tudo o que recebia e não sentia muita gratidão por nada.

O Sr. Allan sabia o valor do dinheiro, e Edgar o gastou de forma imprudente. Com a idade, suas demandas aumentaram, mas enquanto isso ele - um cara bastante adulto - continuou a tratar dólares como uma criança mimada.

John Allan era trabalhador - Edgar não parecia se esforçar para nenhum trabalho, não escondendo particularmente que contava na vida com a herança que um dia receberia de seu pai adotivo (com o tempo, essa quantia tornou-se significativa: o tio rico de Allan inesperadamente deixou seu sobrinho uma parte impressionante de seu estado). Ao mesmo tempo, John tinha dois filhos ilegítimos, a quem ele generosamente ajudou financeiramente toda a sua vida e a quem iria legar (e legar) uma parte significativa de seu dinheiro.

John Allan sabia como lidar com seus sentimentos se necessário, enquanto seu filho adotivo facilmente ficava histérico e podia insultar qualquer um. O Sr. Allan acreditava (e esse era o estado natural das coisas na época) que o jovem menor pelo qual era responsável deveria viver de acordo com suas regras, e Edgar Poe não pensou em apaziguar seu temperamento caprichoso e ajustar-se às exigências do cabeça da família. Note-se que este não foi um século XX relativamente democrático e psicológico, mas um terry XIX - uma época em que a obediência aos mais velhos era considerada uma qualidade absolutamente necessária de um jovem. Além disso, o caso ocorreu no sul da América escravista, com seus costumes bastante patriarcais e cruéis. Até a mais gentil tia Polly no romance de Mark Twain diz sobre seu favorito - o pequeno Tom Sawyer: "Quem fica sem uma vara destrói uma criança", culpando-se do fundo do coração por chicotear seu sobrinho muito raramente e, assim, mimá-lo. Por tais padrões, John Allan realizou milagres de mansidão para com seu filho adotivo.

Acrescente a isso mais uma coisa: ao longo de sua vida, Edgar Allan Poe decepcionou pessoas com quem teve relações comerciais ou pessoais, distinguiu-se por extrema arrogância, gostava de manipular seus vizinhos, sofria de mudanças de humor, deixava a maioria das empresas com um escândalo , culpando parceiros por tudo. , empregadores e "inimigos" misteriosos (em uma palavra, qualquer um, mas não a si mesmo), e poderia caluniar qualquer um, não tendo, ao que parece, nada de sagrado. Por exemplo, logo após a morte de sua amada esposa Virginia, ele escreveu a um amante em potencial que nunca amou sua esposa e se casou com ela apenas para a felicidade dela, negligenciando a dele. Então ele traiu a mulher que amava com um golpe de caneta. Mas as cartas foram preservadas onde ele escreveu que se ele não se casasse com Virginia, então ele não tinha razão para viver. Em uma palavra, Edgar Poe não era, para dizer o mínimo, um presente. Claro, existe a possibilidade de Poe ter adquirido todas essas qualidades pouco atraentes na idade adulta. Mas parece que ele já os desenvolveu em sua juventude, e John Allan assistiu com consternação como o menino nervoso e complexo de ontem se transforma em um jovem bastante desagradável e infantil, olhando para quem o pai adotivo, talvez, se encontrasse cada vez mais aliviado daquela que este jovem não é seu próprio filho.

Depois que Edgar completou seu ensino médio em Richmond, ele continuou seus estudos na Universidade de Charlottesville. A essa altura, Edgar era um jovem bonito e atlético, um excelente nadador, versado em disciplinas acadêmicas e até compunha poesia.

Na universidade, Edgar estudou brilhantemente, o que não o impediu de fazer grandes dívidas nas lojas (onde tinha crédito ilimitado sob a responsabilidade de seu pai adotivo), nem menos dívidas de jogo e se entregando à folia embriagada. Quando o enfurecido Allan repreendeu Edgar por seu comportamento no final do ano letivo, em vez de um pedido de desculpas, ele recebeu... reprovações. Acontece que ele mesmo é o culpado: afinal, Edgar, segundo ele, jogou apenas porque não tinha dinheiro suficiente. Tendo em conta que a mãe e a tia costumavam dotar generosamente o jovem de dinheiro (ambos os amigos e professores da escola eram sempre surpreendidos com grandes quantias da sua mesada), e tendo também em conta o mesmo crédito ilimitado nas lojas circundantes e os fato de que parte significativa do dinheiro tomado em dívida dos lojistas foi gasto em festas com amigos, a versão auto-embranquecida do jovem não se sustenta. Para completar, descobriu-se que Poe tentou falsificar a assinatura de seu pai adotivo na conta. John Allan pagou os empréstimos do jovem nas lojas, mas recusou-se categoricamente a pagar "dívidas de honra", acreditando que o jovem jogador deveria se livrar.

Não é de surpreender que, no final do ano letivo, John Allan tenha dito que não queria que Edgar continuasse seus estudos na universidade - o jovem libertino já recebeu uma educação bastante boa, muito melhor do que o próprio Allan. Com esse conhecimento, é bem possível ganhar dinheiro e fazer carreira. E se você quiser continuar sua educação, tudo bem: autoeducação para ajudar! Sim, não perdoando, mas não abordagem assustadoramente cruel.

Nos seis meses seguintes, Poe viveu em casa com o dinheiro de seu pai adotivo, fazendo apenas tentativas tímidas de encontrar um emprego para pagar suas enormes dívidas de jogo, e não demonstrando remorso, mas apenas culpando Allan por arruinar sua vida. "sob a influência de um capricho momentâneo."

As travessuras de Edgar, os problemas em que ele se meteu, o ambiente tenso do lar, agravado pelas brigas constantes entre os dois homens, pioraram a saúde já precária de Frances Allan: ela adoeceu (uma doença em que qualquer estresse é fatal). Provavelmente, John pensou mil vezes que se ele tivesse mostrado resistência há 15 anos e se recusasse a aceitar o pequeno Edgar na família, sua esposa teria se preocupado um pouco e se acalmado, mas porque ele, sucumbindo à fraqueza, os deixou entrar no vida desse menino, a mulher amada está fadada a experiências constantes, provavelmente aproximando sua morte.

Elmira Royster - amor perdido

Além de perder a oportunidade de estudar, Edgar vivenciou a perda da namorada. Mesmo antes de ir para a universidade, ele se apaixonou por uma jovem vizinha - Elmira Royster, de quinze anos. O sentimento era mútuo, e os jovens ficaram noivos secretamente de seus pais. Mas o pai da menina não considerou Edgar um par adequado para sua filha, então ele interceptou as cartas de amor que o jovem escreveu para sua noiva da universidade, fazendo Elmira acreditar que Edgar havia se esquecido dela. Ao mesmo tempo, ele preparou sistematicamente o terreno para o casamento de sua filha com outro jovem, Alexander Shelton - rico, independente e equilibrado. O plano de Royster funcionou: ele separou o jovem casal. Elmira casou-se com outro.

Edgar, ao saber que a garota que amava o havia deixado, ficou inconsolável. Além disso, para ele já era a segunda perda de sua amada: muito jovem, quase um adolescente, estava apaixonado pela mãe de sua colega de classe, Jane Stanard. Nesse sentimento havia muito filial com um pouco de romântico, mas muitas vezes esses relacionamentos, embora permanecendo platônicos, crescem em amizade com um toque de flerte. Mas esta história teve um final verdadeiramente triste: a infeliz mulher, que Edgar chamou poeticamente em seus poemas e notas de “Helen” (por analogia com a bela Rainha de Tróia), enlouqueceu e morreu de uma doença desconhecida um ano depois de se conhecerem. . E agora ele perdeu Elmira, acreditando, além disso, que ela o deixou por vontade própria. ... Curiosamente, alguns biógrafos (por exemplo, Hervey Allen) conseguem culpar John Allan por este trágico evento. Digamos, se ele dissesse a Royster que deixaria uma boa herança para seu filho adotivo, o pai da garota concordaria com o casamento de Edgar e Elmira. Primeiro, não um fato. Além do dinheiro, havia também um fator de caráter: Royster pode ter sido bastante observador para tirar suas próprias conclusões sobre o jovem Edgar. Em segundo lugar, Edgar nunca pediu a John Allan para ajudar em seu casamento com Elmira, nem mesmo informou ao pai adotivo que havia proposto a menina.

Finalmente, Hervey Allen não leva em conta que facilitar esse casamento poderia ser contrário às convicções sinceras de John Allan: ele viu muito bem que seu filho adotivo era um jovem pouco confiável, com maus hábitos emergentes e um caráter difícil, não inclinado a se arrepender de seus erros ou aprender com eles. Talvez esse homem responsável e vivido simplesmente não quisesse um marido assim para uma garota muito jovem e inexperiente, filha de seu bom amigo. Então, por que John Allan deveria ir contra sua consciência em tal caso? A propósito, se Allan foi guiado precisamente por essas considerações, ele estava absolutamente certo: a futura esposa de Edgar Allan Poe provou plenamente no casamento tanto sua irresponsabilidade quanto sua embriaguez e suas travessuras ruins. Além disso, a história com Elmira Royster não era uma situação em que os pais simplesmente permitem que os jovens cometam seus próprios erros - inicialmente esse casamento só poderia acontecer se John Allan realmente assinasse que pagaria pelos erros de Edgar Poe. Afinal, o próprio Edgar não ganhava dinheiro (como mostrava a prática, e no futuro não poderia sustentar adequadamente sua família por muito tempo, e muitas vezes bebia o que ganhava), portanto, era possível defender a possibilidade de seu casamento com Elmira, apenas provendo (e continuando provendo, já que ele já a tinha) a futura família de Poe financeiramente.

"Um Bostoniano"

Depois de outra briga com seu pai adotivo, Poe saiu de casa. John finalmente fez a pergunta à queima-roupa: ou você vive de acordo com minhas regras, encontra um emprego, paga suas dívidas ou vai embora.

Em carta enviada no dia seguinte, o jovem anunciou que não estava agindo por impulso, mas em uma longa e madura reflexão e não queria ter nada a ver com Allan. Ele também pediu... para enviar dinheiro e um baú com suas roupas. John deixou a carta sem resposta. Dois dias depois, Edgar voltou a pedir dinheiro, dizendo que estava na pobreza e passando fome. John Allan o lembrou que não fazia uma semana desde que Po tinha rompido com ele "para sempre" recusando-se a viver de acordo com as leis de sua casa.

Por algum tempo, Edgar viveu do dinheiro que sua mãe e sua tia lhe deram e depois foi tentar a sorte longe de sua cidade natal. Primeiro ele foi para Boston, onde publicou um livro de poemas sob o pseudônimo de "One Bostonian" - era uma coleção de seus primeiros trabalhos, ainda não muito maduros, alguns dos quais, no entanto, eram bastante figurativos e interessantes na forma.

Por algum tempo ele viveu na família de parentes de David Poe e depois, não tendo alcançado sucesso em outros campos (não foi possível encontrar um emprego, o livro não era popular: como se viu, não foi suficiente impresso, também era necessário anunciar, e para isso não havia conexões, nem oportunidades materiais), entrou no exército.

Poe serviu sob um nome falso e foi bem-sucedido: ele foi transferido para o quartel-general, recebeu listras de suboficial. Seu contrato foi assinado por 5 anos, mas depois de 2 anos ele escreveu para John Allan pedindo que o ajudasse a deixar a guarnição. Edgar só poderia fazer isso informando aos superiores que havia se reconciliado com os parentes e também pagando a pessoa que deveria substituí-lo no serviço. Depois de muita hesitação (parecia a John que o exército poderia "fazer um homem" de um menino mimado - um ponto de vista comum, que às vezes até se justifica), o pai adotivo concordou em intervir na situação. É verdade que havia um problema: o pagamento ao colega substituto geralmente era de 12 dólares, e Poe pagava seus ... 75. Caso contrário, era necessário esperar e ele estava com pressa para deixar o serviço. Essa surpresa não foi, é claro, desastrosa para o rico Allan, mas evocou lembranças não muito agradáveis ​​dos gastos injustificados e das maquinações de Edgar que haviam ocorrido no passado. A propósito, as suspeitas de Allan eram justificadas: Poe contraiu dívidas de jogo no exército e seus credores recorreram a Allan nos anos seguintes. A ambiguidade da situação não melhorou a relação entre pai e filho. Edgar afirmou que queria entrar na academia militar, e seu pai adotivo, com a ajuda de cartas de recomendação e despesas regulares, o ajudou a fazer isso.

Durante seus estudos, Edgar experimentou uma perda terrível pela segunda vez: sua segunda mãe, Frances Allan, a mulher que lhe deu toda a plenitude do amor materno, morreu de tuberculose, como a primeira. É assustador imaginar como isso afetou o jovem: não é à toa que os textos de Poe contêm tantas vezes a imagem de uma mulher moribunda ou morta, destruindo a vida e/ou a mente do herói lírico com sua morte; não é à toa que o tema da morte assustadora e todo-poderosa, que conquista a vida, o amor e a esperança, é tão forte em seus textos. A vida para Poe sempre perde para a decadência e, dada sua vida e experiência moral, isso não é de todo surpreendente.

Poe estava apenas um dia atrasado em Richmond antes de poder ver Frances antes de morrer. A dor comum amenizou brevemente os dois homens: John recebeu Edgar calorosamente em casa, atualizou completamente seu guarda-roupa secular, ponderou como poderia ajudar o jovem na vida, e até mesmo Edgar começou a chamar John de “pa” em cartas, o que não havia acontecido por muito tempo.

A West Point Military Academy era uma instituição educacional de qualidade: os cadetes foram ensinados por 4 anos em ciências, química, matemática avançada, engenharia, balística, redação, direito, línguas estrangeiras e filosofia. Edgar esperava que, graças às suas brilhantes habilidades, pudesse concluir seus estudos em pouco tempo (em qualquer outro lugar, provavelmente teria conseguido). Mas descobriu-se que isso era simplesmente impossível: além da teoria, havia também a prática militar, projetada para todo o período de treinamento. Poe não estava pronto para isso e um ano depois começou a exigir que Allan o tirasse da academia.

Dizer que John ficou desapontado é um eufemismo. Esperava que Edgar tivesse finalmente caído em si, se interessado por alguma coisa. Não vamos esquecer que foi muito difícil colocar Poe na academia: a competição ultrapassou 10 pessoas por lugar, e tivemos que esperar mais de um ano. Além disso, nesta época, John Allan recebeu várias exigências para pagar as próximas "dívidas de honra" que Edgar fez no exército, e também recebeu uma carta de Edgar, na qual ele descreveu Allan como uma pessoa que "raramente é sóbrio" - essa mentira era tão ridícula quanto sem sentido. Ofendido nas profundezas de sua alma, John Allan parou de responder às cartas de Edgar.

Ele, não tendo recebido o apoio de seu pai adotivo, abandonou deliberadamente seus estudos para ser expulso da academia. E ele conseguiu. Se Edgar Allan Poe tivesse sucesso tanto na criação quanto na destruição, ele seria o segundo Mark Twain em termos de riqueza e sucesso.

Sra. Clemm

Uma curta estada em Nova York (sem amigos, sem certezas, mas grandes problemas de saúde: uma otite média fria e severa) terminou com o lançamento do segundo livro do autor, simplesmente chamado "Os Poemas de Edgar A. Poe" e até causou algumas boas críticas, mas não trouxe dinheiro.

Em busca de abrigo, Edgar mudou-se para Baltimore, para a casa de sua tia, a irmã mais nova de David Poe, Sra. Clemm. Maria Clemm era uma viúva com dois filhos que, sozinha, puxou uma grande família infeliz: a avó Poe viveu seus últimos anos, deitada em paralisia, o sobrinho mais velho de Mary, o irmão de Edgar Henry William, estava morrendo de tuberculose e alcoolismo, o filho de Mrs. Clemm Henry bebia amargo, e a filha mais nova Virginia ainda era uma garotinha de nove anos.

Edgar passou os anos seguintes praticamente dependente dessa mulher corajosa com um instinto maternal altamente desenvolvido. As mães de Edgar tiveram uma sorte excepcional: tendo-o aceitado na família, Maria tornou-se seu bom gênio até o fim de seus dias. A Sra. Clemm administrava a casa perfeitamente, sabia economizar cada centavo, cozinhava "do nada" perfeitamente, era muito arrumada, amava sua família e nunca desanimava. Infelizmente, todas essas qualidades maravilhosas não forneciam meios de subsistência. Na menor oportunidade, ela ganhava dinheiro costurando e, quando isso não ajudava, a sra. Clemm tinha que mendigar comida de parentes e conhecidos. Ela fez isso sem perder a dignidade e foi ajudada. Com essas esmolas de comida e os raros ganhos de Henry, a família vivia.

Eventos dolorosos - mortes - salvos de bocas desnecessárias: a velha avó Poe estava exausta, o consumo familiar tirou a vida do irmão Edgar. O filho da Sra. Clemm conseguiu um emprego como marinheiro em um navio, deixou a casa do pai e, com grande probabilidade, morreu em terras estrangeiras.

Enquanto isso, a sorte brilhou para Edgar Poe: ele enviou sua história "Metzingerstein" para um concurso literário, não recebeu o primeiro lugar, mas foi notado. Tornou-se jornalista em várias publicações, suas histórias começaram a ser impressas. Um pouco mais tarde, sua obra "Manuscrito Encontrado em uma Garrafa" ganhou o mesmo primeiro lugar em outra competição literária, e Poe ganhou cem dólares, o que realmente salvou a família da fome.

Semeie caráter, colha destino...

Após a morte de Francis, John Allan decidiu se casar com a irmã de sua falecida esposa. Era um homem idoso, não contava com paixões loucas e um casamento calmo e cheio de afeto de parentesco com uma mulher que conhecia há muito tempo (se davam bem, estudavam os hábitos um do outro morando sob o mesmo teto) parecia-lhe um porto seguro bem-vindo.

Este suposto casamento foi destruído por... Edgar Allan Poe. Favorito de sua tia, ele insistiu ardentemente para que ela não concordasse com uma aliança com Allan, lembrou todos os pecados de seu pai adotivo, insistiu que casar-se apenas um ano após a morte de Francis era um crime. Anna recusou John Allan.

Alguns anos depois, descobriu-se que Edgar Poe se superou: visitando amigos, John Allan conheceu Louise Patterson, de trinta anos, se apaixonou por ela e fez uma oferta. O sentimento era mútuo, Miss Patterson disse que sim, casou-se com Allan e deu-lhe dois filhos.

Tia Anna defenderia os interesses de Edgar até a última gota de seu sangue, e Louise Allan não tinha obrigações para com o estranho Poe.

Ao longo dos anos, Poe recebeu dinheiro de John Allan várias vezes, embora tenha concordado em ajudar apenas nas situações mais críticas - por exemplo, quando Edgar foi ameaçado de prisão por dívidas.

Decidido a fazer as pazes com seu pai adotivo e pedir uma mesada permanente, Edgar voltou para Richmond, mas... brigou com a segunda esposa de John. Surgiu uma cena feia em que Edgar Poe parecia jogar todas as cartas necessárias para perder: ele declarou que Louise Allan não tinha o direito de transformar seu quarto em quarto de hóspedes (isto é, de se desfazer da própria casa), acusou-a de casar com Jonah, apenas por motivos mercenários (do "não mercenário" Po, que sonhava com o dinheiro de seu pai adotivo, era especialmente nojento ouvir isso), ele lhe disse coisas desagradáveis ​​sobre ela e seus filhos, nem mesmo poupando o bebê no berço. E ele nem teve coragem de esperar por John Allan, a quem sua família ligou do escritório com um bilhete, ele apenas fugiu covardemente, insultando a mulher. A reconciliação falhou.

A última vez que Edgar foi ao já gravemente doente John Allan, que ordenou que não deixasse seu ex-aluno ir: o velho queria poupar seus nervos. Mas Edgar invadiu a casa para... outra cena feia que terminou com John Allan chutando-o com um pau. Após este episódio difícil, a condição do paciente deteriorou-se acentuadamente e, em pouco tempo, John Allan morreu, proporcionando à esposa, filhos legítimos e ilegítimos, e nada deixando para Edgar Poe.

Um livro que Edgar Allan Poe nunca poderia ter escrito foi Como fazer amigos e influenciar pessoas. A menos, é claro, que estejamos falando de um impacto positivo.

Poeta, escritor, jornalista

Sem parar a criatividade poética, Poe começou a se desenvolver como jornalista e prosador. Seus romances e contos aparecem em jornais, ele publica resenhas de livros e artigos. Em 1835, ele recebeu uma oferta de cooperação permanente da revista Southern Literary Messenger, uma pequena publicação que tinha apenas 700 assinantes, e mudou-se para Richmond. O editor-chefe, Sr. White, está infinitamente satisfeito com o novo funcionário: Po é inestimável. Ele é talentoso, trabalhador e seu trabalho atrai cada vez mais leitores e assinantes. Desenvolve-se como crítico (somente no primeiro ano de seu trabalho na revista, 37 de suas resenhas foram publicadas) e como escritor prolífico. Nos poucos anos em que trabalhou no Southern Literary Messenger, o número de assinantes subiu para 3.500 pessoas!

Mas tudo isso é verdade apenas para aqueles períodos em que Poe está sóbrio. Sua farra risca tudo. Infelizmente, esse era o estilo de trabalho permanente de Poe. A crítica de Poe foi interessante, original, lindamente escrita e... infalivelmente perversa. Durante seu longo trabalho neste campo, ele falou bem de poucas pessoas, e a extrema acrimônia com que ele costumava escrever sobre os textos de suas vítimas traiu uma inveja completamente indisfarçável do sucesso de outra pessoa.

Suas habilidades como escritor estão se expandindo: ele também publica o livro clássico "The First Book of the Conchiologist" - um guia ilustrado para conchas de moluscos (a propósito, resistiu a 4 reimpressões) e muitas histórias extraordinárias - de "Melzel's Chess Machine", onde Poe descreveu cientificamente de forma confiável um jogador de xadrez mecânico que viajou pela América com seu criador e sempre derrotando jogadores de xadrez humanos, até o místico-romântico "Ligeia", "The Fall of the House of Usher".

Virgínia - Lady Ligeia

Edgar Poe e Virginia Clemm se casaram em segredo quando o primo do escritor completou 13 anos. Edgar Poe estava apaixonado por Virgínia, a jovem retribuía e o admirava. Maria Clemm amava "querido Eddie" como um filho.

A princípio, decidiu-se adiar o casamento por vários anos, mas o irmão de Mary, Nelson Poe, inesperadamente, quis levar a sobrinha para a família para ajudar sua irmã, que vive na pobreza.

Edgar, assustado com outra perda de sua amada, bem como com a perda de uma família que lhe dava tanto amor e perdão quanto Francis e Anna, insistiu em um casamento imediato como uma espécie de garantia de sua posição. Muito provavelmente, Edgar e Virginia não tiveram um relacionamento sexual até Virginia ter 15 anos. Então eles tiveram outro casamento - era mais fácil do que explicar a parentes e amigos em casa que eles haviam sido enganados nos dois anos anteriores. Além disso, o irmão da Sra. Klemm ajudou financeiramente a irmã dela, mas uma coisa é ajudar duas mulheres solteiras e outra é sustentar a esposa e a sogra de Edgar Allan Poe. A noiva de quinze anos é jovem demais para nossos padrões, mas a mãe de Poe tinha a mesma idade quando se casou. Era bastante cedo, mas uma idade bastante aceitável para o casamento naquela época.

Virginia Poe era uma garota gentil, mansa e trabalhadora: ela ajudava sua mãe a cuidar da casa e salvar a família costurando quando os tempos difíceis chegavam. Ela adorava tocar música, tocar harpa e cravo, alegrava-se quando Edgar lia em voz alta para ela e adorava plantar flores.

Enquanto isso, a vida jogava Po de cidade em cidade. Ele conseguiu trabalho nas revistas de Richmond, Filadélfia, Baltimore, viajou para dar palestras nos estados do norte. Seu trabalho ficou mais forte, no contexto de constantes sucessos literários, surgiram verdadeiras obras-primas. O único problema era que o dinheiro era tão ruim quase o tempo todo.

Escrever como tal na América naquela época não poderia ser uma fonte de subsistência. Como regra, os escritores tinham alguma outra fonte de renda - o dote de uma esposa, um cargo no estado ou serviço jornalístico. Pó não foi exceção. Ele publicou várias coleções, o poema "The Raven" gozou de popularidade excepcional e selvagem, mas todos esses sucessos praticamente não trouxeram dinheiro. O jornalismo abriu os braços para Poe, mas a história de sua primeira revista se repetiu com algumas variações ao longo de sua vida: ele foi um excelente funcionário, que foi demitido durante uma farra (ou depois de uma série de farras que esgotaram sua paciência), ou ele partiu por conta própria, cheio de vontade de publicar sua própria revista (essas tentativas nunca foram coroadas com sucesso significativo).

A família Pau-Clemm, no entanto, manteve-se à tona - até que, em 1842, a harpa e cantora Virginia de repente sangrou em sua garganta. A menina foi rapidamente colocada na cama, o médico foi chamado (que não sabia a quem ajudar primeiro - uma menina tossindo sangue ou um homem quase transtornado de horror). O pesadelo de Edgar Allan Poe se repetiu... pela enésima vez. Em 1848, Poe escreveria a um amigo: Você pergunta se eu posso "pelo menos dar uma dica para você entender" qual foi a "terrível desgraça" que causou esses "comportamentos estranhos" que eu lamento profundamente. Sim, eu posso te responder, e não apenas com uma dica. Este "infortúnio" foi o mais terrível daqueles que podem compreender uma pessoa. Seis anos atrás, minha esposa, a quem eu amava de uma maneira que nenhum mortal jamais amou, machucou um vaso sanguíneo interno enquanto cantava. Sua condição foi considerada desesperadora. Tendo me despedido dela para sempre, experimentei todos os tormentos que sua morte me trouxe. No entanto, ela melhorou e a esperança voltou para mim. Um ano depois, seu navio estourou novamente. Tudo aconteceu de novo para mim. Então, de novo, de novo, de novo e de novo - em intervalos diferentes. E cada vez que a morte se aproximava dela, eu era atormentado pelos mesmos tormentos. A cada nova exacerbação da doença, eu amava minha esposa com mais ternura e cada vez mais desesperadamente me agarrava à sua vida. Mas, sendo por natureza uma pessoa sensível e invulgarmente nervosa, às vezes caí na loucura, seguida por longos períodos de terrível iluminação. Nesses estados de completa inconsciência eu bebia — só Deus sabe quanto e com que frequência. É claro que meus inimigos atribuíam a loucura ao abuso do vinho, mas não o contrário. E, de fato, eu já havia abandonado toda esperança de cura quando a encontrei na morte de minha esposa. Consegui encontrar a morte dela, como convém a um homem. Terríveis e intermináveis ​​flutuações entre esperança e desespero - isso é o que eu não poderia suportar sem perder completamente a cabeça. Com a morte do que era a minha vida, renasci para uma nova, mas — Deus misericordioso! - que vida triste».

Esta carta amarga é uma breve sinopse de uma longa e terrível tragédia. Poe estava loucamente apaixonado por Virginia e se agarrou a ela como sua única salvação. Infelizmente, em vez de amparo em seu próprio sofrimento, ela recebeu apenas todo o abismo de seu desespero. Po tinha bebido antes, e arruinou seu bem-estar e sua vida comum antes. Mas agora os períodos de embriaguez e quase insanidade começaram a se tornar mais frequentes: Poe desapareceu de casa por muito tempo, voltou alguns dias depois, nem sempre sóbrio. Ele foi visto vagando pelas ruas com um ar distante. Às vezes, ele aparecia com conhecidos ou pessoas que haviam se esquecido dele há muito tempo (por exemplo, com a ex-noiva Mary Devereux) e organizava brigas e provações repentinas (por exemplo, ele assegurou a Mary, casada há muito tempo, que ela não amava o marido, mas só o amava sozinho). Ao longo dos anos, ele teve várias amantes platônicas - geralmente damas e poetisas literárias, relações com as quais às vezes também levavam a escândalos.

Tudo isso teve um efeito deplorável sobre os ganhos de Poe, a atitude das pessoas em relação a ele, seu trabalho. Mas, mais importante, tudo estava matando Virginia. Nem mesmo a paciência da Sra. Clemm aguentou às vezes, e ela - sempre extremamente leal ao "querido Eddie", sempre o justificando e exaltando - disse várias vezes aos amigos da família que Edgar estava matando sua filha.

No entanto, ao mesmo tempo, Po tentou negar tudo a si mesmo para que sua esposa tivesse comida e remédios. Um amigo da família, o escritor Gove Nichols, deixou uma comovente e triste lembrança da doente Virginia: “ Não havia capa no colchão de palha, apenas uma colcha e lençóis brancos como a neve. O tempo estava frio e o paciente tremia com o terrível calafrio que geralmente acompanha a febre tuberculosa. Ela estava deitada enrolada no casaco do marido e segurando um grande gato heterogêneo contra o peito. O animal maravilhoso parecia entender os benefícios que traz. O casaco e o gato só deram calor à coitada, exceto pelo fato de que seu marido aqueceu suas mãos nas palmas e sua mãe aqueceu suas pernas.».

Em 1847, Virgínia se foi. Edgar Allan Poe sobreviveu a ela por dois anos. Pouco antes de sua morte, correndo de uma mulher para outra, enlouquecendo e quase completamente deprimido, ele conheceu seu amor juvenil Elmira Royster (agora Shelton). Ela, como ele, era viúva. Agora não havia nada para impedi-los de ficar noivos. Elmira era rica, sentimentos esquecidos rapidamente ganharam vida em ambos, parecia que a juventude havia voltado para eles. A Sra. Clemm estava feliz por seu Eddie, e ele não escondeu da noiva que a mãe de sua falecida esposa estaria sempre com ele, e a Sra. Shelton concordou com isso. O noivado oficial ocorreria após o retorno de Edgar de uma curta viagem. Em um dia de outono, um navio a vapor levava um escritor famoso...

Edgar Allan Poe. Nasceu em 19 de janeiro de 1809 em Boston, EUA - faleceu em 7 de outubro de 1849 em Baltimore, EUA. Escritor, poeta, ensaísta, crítico literário e editor americano, representante do romantismo americano. Criador da forma do detetive moderno e do gênero da prosa psicológica.

Algumas das obras de Edgar Poe contribuíram para a formação e desenvolvimento da ficção científica, e características de seu trabalho como irracionalidade, misticismo, desgraça, estados anômalos retratados, literatura decadente antecipada.

Edgar Poe foi um dos primeiros escritores americanos a fazer do conto a forma principal de sua obra. Ele tentou ganhar dinheiro exclusivamente com a atividade literária, pelo que sua vida e carreira estavam repletas de graves dificuldades financeiras, complicadas por um problema com o álcool.

Ao longo de vinte anos de atividade criativa, Edgar Poe escreveu dois contos, dois poemas, uma peça, cerca de setenta contos, cinquenta poemas e dez ensaios, publicados em revistas e almanaques, e depois reunidos em coletâneas.

Apesar do fato de que durante sua vida Edgar Allan Poe era conhecido principalmente como crítico literário, mais tarde suas obras de arte tiveram um impacto significativo na literatura mundial, bem como na cosmologia e na criptografia. Ele foi um dos primeiros escritores americanos cuja fama em sua terra natal era significativamente inferior à Europa. Particular atenção foi dada ao seu trabalho pelos simbolistas, que extraíram de sua poesia as ideias de sua própria estética.

Edgar Allan Poe foi elogiado por Arthur Conan Doyle, Howard Phillips Lovecraft, reconhecendo seu papel como pioneiro nos gêneros que popularizaram.

Edgar Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809 em Boston., na família dos atores Elizabeth Arnold Hopkins Poe e David Poe, Jr. Elizabeth Poe nasceu no Reino Unido. No início de 1796, junto com sua mãe, também atriz, mudou-se para os Estados Unidos, onde começou a se apresentar no palco desde cedo.

O pai de Poe nasceu na Irlanda, filho de David Poe Sr., que emigrou para a América com seu filho. O avô de Edgar Poe tinha a patente de major, apoiou ativamente o movimento revolucionário nos Estados Unidos e foi participante direto da Guerra da Independência. David Poe Jr. deveria se tornar advogado, mas contra a vontade de seu pai, escolheu a profissão de ator.

Edgar era o filho do meio da família, ele tinha um irmão mais velho, William Henry Leonard, e uma irmã mais nova, Rosalie.

A vida dos atores em turnê envolvia mudanças constantes, o que era difícil de realizar com uma criança nos braços, então o pequeno Edgar foi deixado temporariamente com seu avô em Baltimore. Lá ele passou os primeiros meses de sua vida. Um ano após o nascimento de Edgar, seu pai deixou a família. Nada se sabe com certeza sobre seu destino posterior. Em 8 de dezembro de 1811, a mãe de Poe morreu de tuberculose.

O menino, deixado sem cuidados parentais, gostava da esposa de John Allan, um rico comerciante de Richmond, e logo a família sem filhos o acolheu. A irmã Rosalie veio para a família Mackenzie, que eram vizinhos e amigos dos Allans, enquanto o irmão Henry morava com os parentes de seu pai em Baltimore.

A família adotiva de Poe estava entre os ricos e respeitados em Richmond. John Allan era co-proprietário de uma empresa que comercializava tabaco, algodão e outros produtos. Os Allans não tinham filhos, então o menino foi fácil e felizmente aceito na família. Edgar Poe cresceu em uma atmosfera de bem-estar, compraram-lhe roupas, brinquedos, livros, um professor certificado estudou com ele em casa.

Em 1815, a família (assim como Ann Valentine - a irmã mais velha de Francis, esposa de John Allan) foi para a Grã-Bretanha. John Allan, cujo negócio passava por algumas dificuldades associadas ao declínio da economia após as Guerras Napoleónicas, procurou melhorar as relações comerciais com a Europa. Chegando a Liverpool, a família foi morar com os parentes de Allan na Escócia, nas cidades de Erwin e Kilmarnock. Algumas semanas depois, outra mudança ocorreu - para Londres, onde Poe se formou na escola primária de Madame Dubois.

Em 1817, os estudos continuaram na Escola Reverendo John Bransby em Stoke Newington, um subúrbio da capital. Memórias de Edgar Allan Poe sobre esse período da vida são refletidas na história "William Wilson".

Edgar terminou seu último ano acadêmico antes do previsto. A razão para isso foi uma viagem de volta apressada aos Estados Unidos - os assuntos de John Allan na Inglaterra não deram certo, sérias dificuldades financeiras se seguiram, sua esposa Francis estava gravemente doente. O comerciante ainda teve que pedir dinheiro emprestado a um companheiro para a viagem de volta. No verão de 1820, ocorreu uma viagem marítima transatlântica e já em 2 de agosto a família chegou a Richmond.

Em 14 de fevereiro de 1826, Edgar Allan Poe partiu para Charlottesville, onde se matriculou na recém-inaugurada Universidade da Virgínia. A mensalidade na instituição fundada por Thomas Jefferson era cara (em uma carta ao padrasto, Poe calculou o custo total e indicou o valor de US$ 350 por ano), então os alunos da universidade eram filhos de famílias ricas do estado.

Na admissão, Poe escolheu dois cursos para estudo (de três possíveis): filologia clássica (latim e grego) e línguas modernas (francês, italiano, espanhol). O poeta de dezessete anos, que deixou a casa paterna, foi deixado sozinho pela primeira vez em muito tempo.

O dia de aula de Edgar Poe terminava às 9h30, o resto do tempo deveria ser dedicado à leitura de literatura educacional e à preparação de trabalhos de casa, mas os filhos de pais ricos, criados no "verdadeiro espírito" de cavalheirismo, não resistiram à tentação de jogos de cartas "eternamente na moda" no ambiente mais alto e vinho . Edgar Allan Poe, educado em Londres e criado em uma família respeitável, sem dúvida se considerava um cavalheiro. O desejo de confirmar este estatuto, e mais tarde a necessidade de subsistência, levou-o à mesa de jogo. Ao mesmo tempo Edgar Allan Poe começou a beber.

No final do ano letivo, as dívidas totais de Poe eram de US$ 2.500 (cerca de US$ 2.000, dos quais eram dívidas de cartão). Tendo recebido cartas exigindo pagamento por eles, John Allan partiu imediatamente para Charlottesville, onde ocorreu uma explicação tempestuosa com seu enteado. Como resultado, Allan pagou apenas um décimo do total (pagamento de livros e serviços), recusando-se a reconhecer as dívidas de jogo de Edgar.

Apesar do óbvio progresso de Poe em seus estudos e aprovação nos exames, ele não pôde mais permanecer na universidade e após o final do ano acadêmico, em 21 de dezembro de 1826, deixou Charlottesville.

Voltando para casa em Richmond, Poe não tinha ideia de suas perspectivas futuras. As relações com John Allan estavam seriamente danificadas, ele não queria aturar o enteado "descuidado". Nessa época, Poe estava intensamente engajado na criatividade. Provavelmente, foi na casa de Allan que muitos dos poemas que mais tarde foram incluídos na primeira coleção do poeta iniciante foram escritos. Poe também tentou encontrar um emprego, mas seu padrasto não apenas não contribuiu para isso, mas também impediu seu emprego de todas as maneiras possíveis como medidas educacionais.

Em março de 1827, o conflito "silencioso" se transformou em uma briga séria, e Allan expulsou seu filho adotivo de casa. Poe se instalou na taverna do Tribunal, de onde escreveu cartas a Allan acusando-o de injustiça e desculpas, continuando a resolver as coisas em forma epistolar. Mais tarde, essas cartas são substituídas por outras - com pedidos de dinheiro, que o pai adotivo ignorou. Depois de ficar em uma taverna por vários dias, em 23 de março, Poe partiu para Norfolk e depois para Boston.

Em sua cidade natal, Edgar conheceu um jovem editor e tipógrafo, Calvin Thomas, por acaso, e concordou em imprimir sua primeira coleção de poemas.

"Tamerlão e outros poemas" escrito sob um pseudônimo "Bostoniano", saiu em junho de 1827. Foram impressos 50 exemplares, compostos por 40 páginas, vendidos a 12,5 cêntimos cada.

Em 2009, um colecionador desconhecido comprou uma das cópias sobreviventes da coleção de estreia de Edgar Poe em um leilão, pagando por ela um valor recorde pela literatura americana - US$ 662.500.

Em sua primeira coleção de poesia, Edgar Allan Poe incluiu o poema "Tamerlane" (que ele posteriormente editaria e refinaria várias vezes), os poemas "K ***", "Dreams", "Spirits of Death", "Evening Star" , "Imitação", " Estâncias", "Sonho", "Dia Mais Feliz", "Lago". No prefácio da publicação, o autor desculpou-se pela possível baixa qualidade da poesia, justificando-a dizendo que a maior parte dos poemas foi escrita em 1820-1821, quando "ainda não tinha catorze anos". Muito provavelmente, isso é um exagero - Poe, é claro, começou a escrever cedo, mas ele realmente se voltou para a poesia durante seus estudos na universidade e depois.

Como esperado, a coleção não atraiu a atenção do leitor e da crítica. Apenas duas publicações escreveram sobre sua libertação, sem lhe dar qualquer avaliação crítica.

Em 26 de maio de 1827, Edgar Allan Poe, precisando urgentemente de dinheiro, assinou um contrato com o exército por um período de cinco anos e tornou-se soldado do Primeiro Regimento de Artilharia do Exército dos EUA. O posto de serviço de Poe era o Forte Moultrie, na Ilha Sullivan, localizado na entrada da Baía de Charleston, o mesmo forte que há 50 anos provou ser inexpugnável para o exército britânico. A natureza da ilha em que o escritor passou um ano foi posteriormente refletida na história. "Inseto Dourado".

Poe serviu no quartel-general, estava ocupado com a papelada, o que não é surpreendente para um homem que era alfabetizado (um fenômeno bastante raro para o exército da época) e tinha uma caligrafia elegante. E a origem do "cavalheiro", a boa educação e a diligência garantiram a simpatia dos oficiais.

No final de fevereiro de 1829, a condição de Francis Allan piorou. A doença, que se fez sentir na Inglaterra, só progrediu. Na noite de 28 de fevereiro, quando a condição de sua esposa se tornou crítica, John Allan escreveu uma pequena carta pedindo ao filho adotivo que viesse imediatamente. Frances Allan morreu naquela manhã. Edgar Allan Poe só conseguiu chegar a Richmond no dia 2 de março, nem mesmo tendo tempo para o funeral de sua mãe adotiva, que ele amava muito.

Ficando em casa pelo resto de sua dispensa, Poe voltou-se para Allan novamente, e desta vez eles chegaram a um entendimento. Tendo recebido os documentos necessários de seu pai adotivo, Poe voltou ao exército, onde começou imediatamente o processo de liberá-lo do serviço. A ordem foi assinada e, em 15 de abril de 1829, ele foi dispensado do exército.

Depois de voltar de Washington, onde viajou para passar os papéis e recomendações necessários para a admissão em West Point, Poe foi para Baltimore, onde moravam seus parentes: irmão Henry Leonard, tia Maria Clemm, seus filhos Henry e Virginia, e também Elizabeth Poe é a viúva idosa de David Poe Sr. Não tendo dinheiro suficiente para alugar sua própria casa, o poeta, com a permissão de Maria Klemm, instalou-se na casa deles.

O tempo gasto na espera de uma resposta de Washington passou em cortejar seu irmão tuberculoso (que agravou a doença com o alcoolismo) e preparar a publicação de uma segunda coletânea de poesias. Poe editou o material disponível, manteve uma correspondência ativa com revistas e editoras. E os esforços não foram em vão - no final de dezembro de 1829, a coleção foi publicada. 250 cópias "Al-Aaraaf", "Tamerlão" e pequenos poemas" foram publicados pela editora de Baltimore Hatch and Dunning.

Perto do Natal, Poe voltou para casa em Richmond, onde em maio de 1830 recebeu a confirmação de sua matrícula em West Point. No mesmo mês, ocorreu uma briga fatal entre ele e seu pai adotivo. A razão para isso era uma carta que não se destinava a John Allan e não deveria estar em suas mãos. Nele, Edgar Allan Poe falou imparcialmente sobre seu tutor, acusando-o inequivocamente de embriaguez. O irascível Allan não aguentou e pela segunda e última vez expulsou Edgar Allan Poe de casa. Eles ainda se correspondiam após esse rompimento, mas nunca mais se viram. Logo John Allan se casou pela segunda vez.

No final de junho de 1830, Poe tornou-se cadete na Academia Militar do Exército dos EUA. O treinamento não foi fácil (especialmente nos primeiros 2 meses de vida no acampamento), mas a experiência do exército ajudou o poeta a se acostumar rapidamente. Apesar da dura rotina diária e do emprego quase diário, Edgar Allan Poe encontrou tempo para a criatividade.

Entre os cadetes, panfletos e paródias satíricas de mentores de oficiais e da vida dentro dos muros da academia eram especialmente populares. A terceira coleção de poemas estava sendo preparada para publicação. Os estudos foram bem sucedidos, o cadete Poe estava em boas condições e não tinha queixas dos oficiais, mas em janeiro ele escreveu uma carta a John Allan, pedindo sua ajuda para deixar West Point. Provavelmente, o motivo de uma decisão tão dura foi a notícia do casamento do tutor, que privou Edgar Allan Poe das chances mais ilusórias de ser adotado oficialmente e herdar algo.

E sem esperar resposta, Edgar Allan Poe decidiu agir por conta própria. Em janeiro de 1831, passou a ignorar verificações e aulas, não saiu de guarda e sabotou formações. O resultado foi a prisão e posterior julgamento, no qual foi acusado de "violação grosseira dos deveres oficiais" e "ignorar ordens". Em 8 de fevereiro de 1831, Poe foi demitido do serviço dos Estados Unidos e já em 18 de fevereiro deixou West Point.

Poe foi para Nova York, onde em abril de 1831 foi publicado o terceiro livro do poeta - uma coletânea "Poemas", que, além das reimpressões "Tamerlão" e "Al-Aaraafa", incluiu novas obras: "Israfel", "Paan", "A Cidade Condenada", "Para Helen", "Sleeping". Também nas páginas da coleção, Poe se voltou primeiro para a teoria literária, escrevendo "Carta para ..." - um ensaio no qual o autor discutia os princípios da poesia e os problemas da literatura nacional. "Poems" continha uma dedicatória ao "Corpo de Cadetes do Exército dos EUA". 1.000 cópias do livro foram impressas às custas dos cadetes de West Point que se inscreveram na coleção em antecipação às paródias e versos satíricos usuais com os quais foram entretidos por um colega de classe.

Sem meios de subsistência, Poe mudou-se para parentes em Baltimore, onde fez tentativas inúteis de encontrar trabalho. A falta desesperada de dinheiro levou o poeta a recorrer à prosa - ele decidiu participar do concurso para o melhor conto de um autor americano com um prêmio de $ 100.

Edgar Poe abordou o assunto em detalhes: ele estudou revistas e várias publicações da época para determinar os princípios (estilísticos, enredo, composição) da escrita de prosa curta, que era popular entre os leitores. O resultado do estudo foi "Metzingerstein", "Duke de L" Omelete", "On the Walls of Jerusalem", "Significant Loss" e "Failed Deal" - histórias que o prosador iniciante submeteu à competição. que foram decepcionantes para seu autor, foram resumidos em 31 de dezembro de 1831 do ano - Edgar Allan Poe não ganhou. Ao longo do ano seguinte, essas histórias sem atribuição (essas eram as condições) foram publicadas no jornal que organizou o concurso.

O fracasso não forçou Poe a abandonar a forma de prosa curta em sua obra. Pelo contrário, continuou a aprimorar suas habilidades, escrever histórias, das quais no final de 1832 formou uma coleção que nunca foi publicada. "Histórias do Clube Fólio".

Em junho de 1833, foi realizado outro concurso literário, no qual os prêmios eram de US$ 50 para o melhor conto e US$ 25 para o melhor poema. Sabia-se que o júri incluía pessoas competentes - escritores conhecidos da época, John Pendleton Kennedy e John Latrobe.

Edgar Allan Poe participou em ambas as nomeações, submetendo 6 contos e o poema "Coliseum" ao concurso. Em 12 de outubro, os resultados foram anunciados: Manuscrito de Edgar Poe encontrado em uma garrafa ganhou o prêmio de Melhor Conto, o melhor poema - "Canção dos Ventos" Henry Wilton (esse pseudônimo era o editor-chefe do jornal que organizou a competição).

Posteriormente, John Latrobe confirmou que Edgar Poe também era o autor do melhor poema. O júri elogiou muito o trabalho do jovem escritor, observando que era extremamente difícil para eles escolher uma melhor história entre suas seis. Na verdade, este foi o primeiro reconhecimento oficial do talento de Poe.

Apesar de vencer a competição, a situação financeira de Poe em 1833-1835 permaneceu extremamente difícil. Não houve recebimentos regulares de dinheiro, o escritor continuou as tentativas frustradas de encontrar um emprego relacionado à literatura. A única fonte de renda da família era a pensão da viúva paralisada David Poe Sr. - US$ 240 por ano, que era paga irregularmente.

Em agosto de 1834, o impressor de Richmond, Thomas White, começou a publicar uma nova revista mensal, a Southern Literary Messenger, para colaborar com escritores famosos da época, incluindo John F. Kennedy. Ele, por sua vez, recomendou Edgar Allan Poe como um escritor talentoso e promissor para White, iniciando sua colaboração.

Já em março de 1835, a história "Berenice" apareceu nas páginas do mensal, e em junho apareceu a primeira farsa da caneta de Poe - "A extraordinária aventura de um certo Hans Pfaal".

Em 16 de maio de 1836, Poe se casou com Virginia Clemm. Ela era sua prima e, na época do casamento, tinha apenas 13 anos. O casal passou a lua de mel em Petersburg, Virgínia. Nessa época, Poe começou a escrever seu maior texto em prosa - "Um Conto das Aventuras de Arthur Gordon Pym". A decisão de escrever uma obra volumosa foi ditada pelas preferências do leitor: muitas editoras se recusaram a publicar suas histórias, referindo-se ao fato de que o formato de prosa pequena não era popular.

Em maio de 1837, uma crise econômica eclodiu nos Estados Unidos. Ele também tocou na esfera editorial: jornais e revistas foram fechados, houve demissões em massa de funcionários. Edgar Poe também estava em uma situação difícil, tendo ficado sem emprego por muito tempo. Mas a ociosidade forçada não foi em vão - ele finalmente pôde se concentrar na criatividade.

No período de Nova York, as histórias "Ligeia", "The Devil in the Bell Tower", "The Fall of the House of Usher", "William Wilson" saíram da caneta do escritor, o trabalho continuou em "Arthur Gordon Pym" . Os direitos da história foram vendidos para a conceituada editora de Nova York Harper and Brothers, onde foi publicada em 30 de julho de 1838. No entanto, o primeiro trabalho em prosa volumoso de Poe não foi um sucesso comercial.

No início de dezembro de 1839, Lea & Blanchard publicou Grotesques and Arabesques, uma coleção de dois volumes de 25 contos que Poe havia escrito até aquele momento.

Em abril de 1841, uma história foi publicada na Graham's Magazine, que mais tarde trouxe fama mundial ao fundador do gênero detetive - "Assassinato na Rua Morgue". No mesmo local, em maio, foi impresso "A derrubada no Maelström".

Em janeiro de 1842, a jovem esposa de Poe sofreu o primeiro ataque grave de tuberculose, acompanhado de sangramento na garganta. Virginia ficou acamada por muito tempo, e o escritor novamente perdeu a compostura e a capacidade de trabalhar. O estado deprimido foi acompanhado por farras frequentes e prolongadas.

Durante todo o tempo subsequente, a condição da esposa de Poe teve um enorme impacto em sua saúde mental, extremamente suscetível à menor deterioração da situação. A segunda exacerbação da doença de Virginia ocorreu no verão do mesmo ano, e novamente os sentimentos profundos e a angústia mental do escritor foram refletidos em seu trabalho - eles estão saturados com as histórias "O poço e o pêndulo" e "O coração revelador ” escrito logo após o incidente. Poe encontrou a salvação escrevendo.

Em novembro de 1842, a história das investigações de Auguste Dupin continuou. A revista Snowden "s Ladies" Companion publicou a história "O Segredo de Marie Roger", baseada em um assassinato real ocorrido em Nova York em 1841. Usando todos os materiais disponíveis para a investigação, ele conduziu sua própria investigação nas páginas da história (mudando a ação para Paris e mudando os nomes) e apontou para o assassino. Pouco tempo depois, o caso foi resolvido, e a veracidade das conclusões do escritor foi confirmada.

Vale a pena notar que durante o difícil período de 1842, Poe conseguiu se encontrar pessoalmente, cujo trabalho ele apreciava muito. Discutiram questões quase literárias e trocaram opiniões durante a curta visita deste último à Filadélfia. Dickens prometeu ajudar na publicação das obras de Poe na Inglaterra. Mesmo que nada tenha acontecido, Dickens observou que Poe era "o único escritor que ele queria ajudar com a publicação".

Encontrando-se sem emprego e, portanto, sem meios de subsistência, Edgar Allan Poe, por meio de um amigo em comum, recorreu ao filho do presidente Tyler com um pedido para ajudá-lo a conseguir um emprego na alfândega da Filadélfia. A necessidade era grande, pois o escritor passou a procurar outro trabalho além do literário, o que lhe trouxe uma renda instável. Poe não conseguiu o cargo porque não compareceu à reunião, explicando isso por sua doença, embora haja uma versão de que a bebida foi o motivo da ausência. A família, que se encontrava em situação difícil, teve que mudar de residência várias vezes, pois havia uma catastrófica falta de dinheiro, as dívidas cresciam. Um caso foi aberto contra o escritor e, em 13 de janeiro de 1843, o Tribunal Distrital da Filadélfia declarou a falência de Edgar Allan Poe, mas a pena de prisão foi evitada.

Apesar da difícil situação financeira e do declínio do espírito associado à doença de sua esposa, a fama literária de Poe cresceu de forma constante. Suas obras foram publicadas em diversas publicações em todo o país, dedicadas a resenhas críticas, muitas das quais notaram o extraordinário talento do autor e o poder de sua imaginação. Críticas elogiosas foram escritas até por inimigos literários, tornando-as ainda mais valiosas.

Dedicando-se inteiramente à prosa, Poe não se voltou para a poesia por três anos (o último poema publicado foi Silence, publicado em 1840). O "silêncio poético" foi quebrado em 1843 com o lançamento de um dos poemas mais sombrios do escritor - "O Verme Vitorioso", no qual toda a angústia mental e desespero dos últimos anos, o colapso das esperanças e ilusões, pareciam estar concentrados.

Em fevereiro de 1843, a edição de Nova York de The Pioneer publicou o famoso "Leenor". Poe voltou à poesia, mas a principal forma de seu trabalho continuou sendo a prosa curta.

Em julho de 1844, o New York Dollar Newspaper organizou um concurso para o melhor conto, com um prêmio de US$ 100 para o primeiro lugar. O vencedor foi "Inseto Dourado" Edgar Poe. A obra, na qual o autor revelou seu talento como criptógrafo, tornou-se propriedade do Dollar Newspaper e posteriormente foi reimpressa várias vezes.

Em 6 de abril de 1844, Edgar e Virginia Poe se mudaram para Nova York. Um mês depois, Maria Klemm se juntou a eles. É difícil superestimar o papel da sogra na vida de Edgar Allan Poe. Sua parcimônia, diligência e cuidado sem fim, com os quais cercava o genro e a filha, foram notados por muitos contemporâneos que conheceram a família pessoalmente. Edgar adorava sua "Muddy" (provavelmente abreviação de "mamãe" ("mamãe") e "papai" ("papai"), como muitas vezes a chamava nas cartas, porque com a aparição em sua vida ela realmente se tornou como uma mãe para ele.

Em 1849, dedicou a ela, cheio de ternura e gratidão, o poema "À minha mãe".

Uma semana após a mudança, Edgar Allan Poe torna-se o herói de uma sensação: uma grande agitação nos círculos de leitura causou "A história do balão" publicado pelo New York Sun em uma edição especial. Originalmente concebida como uma farsa, a história foi estilizada como uma notícia. A ideia da trama foi sugerida sem saber por John Wise, um aeronauta muito conhecido na época, que anunciou em um dos jornais da Filadélfia que faria um voo transatlântico. O escritor conseguiu alcançar o efeito desejado - na manhã seguinte à publicação, o prédio da editora foi literalmente "invadido" pelas pessoas.

Os embustes de Poe, nos quais foi dada grande atenção aos detalhes baseados nas inovações técnicas da época, deram impulso ao desenvolvimento posterior do gênero de ficção científica na literatura.

Algum tempo depois de se reunir com Maria Clemm, a família mudou-se para uma nova moradia: a família Brennan alugou parte de sua mansão localizada fora da cidade para eles. Poe continuou a contribuir para muitas publicações, oferecendo-lhes seus artigos e resenhas críticas. Nesse período, não teve problemas com publicações, mas sua renda ainda era modesta. Na mansão Brennan, Poe escreveu o poema "Dreamland", que refletia a beleza da natureza ao seu redor. Lá, iniciou-se uma obra que se tornou a magnum opus poética do escritor - um poema "Corvo".

Não se sabe se Poe escreveu The Crow com o objetivo de obter o reconhecimento final e incondicional, inspirado no sucesso de The Gold Bug e The Balloon Story, mas não há dúvida de que ele abordou meticulosamente e cuidadosamente o processo de criação desta obra.

Foi um sucesso imediato e retumbante: publicações em todo o país reimprimiram o poema, foi falado nos círculos literários e além, e inúmeras paródias foram escritas sobre ele. Poe tornou-se uma figura nacional e um convidado frequente em eventos sociais, onde foi convidado a recitar o famoso poema. Nas palavras do biógrafo do escritor Arthur Quinn, "The Raven causou uma impressão que talvez nenhuma outra obra poética da literatura americana pudesse superar". Apesar do enorme sucesso de leitores e do amplo reconhecimento do público, o poema pouco fez para melhorar a situação financeira do escritor.

Em 21 de fevereiro de 1845, Poe tornou-se co-proprietário do Broadway Journal., cujo chefe acreditava aumentar as vendas da publicação ao atrair uma nova celebridade para cooperar. De acordo com os termos do contrato, Poe recebeu um terço das vendas da revista, a cooperação prometia ser mutuamente benéfica.

Ao mesmo tempo, Poe começou a lecionar, o que se tornaria uma importante fonte de renda para ele. O primeiro tema das palestras em Nova York e Filadélfia foi "Os Poetas e a Poesia da América".

Em julho de 1845, Poe publicou um conto intitulado "O demônio da contradição". As discussões sobre o tema da natureza humana, contidas em seu preâmbulo, permitem uma boa compreensão da natureza da natureza contraditória do próprio autor. Atormentado por seu próprio "demônio", ele cometeu repetidamente atos imprudentes e ilógicos durante sua vida, o que inevitavelmente o levou ao colapso. Isso aconteceu no auge de sua fama, quando, aparentemente, nada prenunciava problemas.

Nas páginas da revista, da qual se tornou co-proprietário, Poe não publicou nenhum de seus novos trabalhos, apenas reimprimiu os antigos (que foram editados e finalizados a cada vez). A maior parte de seu trabalho naquela época consistia em artigos literários, resenhas e críticas. Não se sabe o que causou isso, mas Poe se tornou mais implacável do que nunca em sua crítica: não apenas os autores, pessoalmente desagradáveis ​​para ele, com quem ele estava em conflito, mas também aqueles que o trataram favoravelmente, entenderam. Como resultado, em um curto período de tempo, os assinantes começaram a recusar o Broadway Journal e os autores se afastaram, a publicação tornou-se inútil. Ambos os companheiros de Poe logo o deixaram, deixando Poe como o único proprietário do diário angustiado.

Poe tentou desesperadamente mantê-lo vivo enviando muitas cartas para seus amigos e parentes pedindo ajuda financeira. A maioria deles não estava satisfeita, e o dinheiro que ele recebeu não foi suficiente. Em 3 de janeiro de 1846, saiu o último número, e Edgar Allan Poe fechou o Broadway Journal.

Em abril de 1846, Poe voltou a beber. Percebendo o papel destrutivo que o álcool desempenhava em sua vida, ele ainda deu um passo fatal. Mais uma vez, chegou o tempo da consciência nublada: as palestras foram interrompidas, surgiram conflitos públicos e a reputação sofreu seriamente. A situação se complicou ainda mais com o lançamento, em maio de 1846, dos primeiros ensaios de Edgar Allan Poe da série "Escritores de Nova York". Neles, Poe deu uma descrição pessoal e criativa de autores famosos - seus contemporâneos, o que na maioria das vezes foi extremamente negativo. A reação seguiu-se imediatamente: os jornais, por sugestão das "vítimas", iniciaram uma guerra contra Poe - denegriram sua reputação, acusando-o de imoralidade e impiedade. A imagem de Poe como um alcoólatra demente sem controle sobre suas ações dominou a imprensa. Eles também se lembraram de seu romance literário com a poetisa Francis Osgood, que terminou em escândalo. Entre os feridos pelas críticas, Thomas English se destacou especialmente. No passado, amigo do escritor, publicou em um dos jornais "Uma resposta ao Sr. Poe", no qual acrescentou a acusação de falsificação à imagem de um pobre alcoólatra sem Deus.

A publicação com a qual Poe colaborou aconselhou-o a ir ao tribunal, o que ele fez. Em 17 de fevereiro de 1846, Poe ganhou um processo de difamação contra a revista Mirror que publicou The Answer e recebeu US $ 225 em danos.

Em maio de 1846, Poe mudou-se para um pequeno chalé em Fordham, um subúrbio de Nova York. A família estava novamente na pobreza, desesperadamente sem dinheiro - no verão e no outono, Poe não escrevia nada. Em uma das cartas, ele se refere à sua doença - "guerras" literárias e escândalos não passaram despercebidos. A condição de Virginia acamada só piorou.

A condição de Virginia se deteriorou seriamente em janeiro de 1847: a febre e a dor se intensificaram, a hemoptise tornou-se mais frequente. Em 29 de janeiro, Poe escreveu uma carta desesperada para Mary Shew, pedindo-lhe que viesse se despedir de Virginia, que se afeiçoara tanto a ela. A Sra. Shew chegou no dia seguinte e a pegou viva. Em 30 de janeiro de 1847, ao cair da noite, Virginia Poe morreu.

Após o funeral de sua esposa, o próprio Edgar Allan Poe se viu acamado - a perda foi pesada demais para uma natureza sutil e experiente.

A obra central dos últimos anos da vida de Poe foi "Eureca". "Um poema em prosa" (como Poe o definiu), que falava de assuntos "físicos, metafísicos, matemáticos", segundo o autor, deveria transformar as ideias das pessoas sobre a natureza do universo.

Às cinco horas da manhã de 7 de outubro de 1849, Poe morreu. De acordo com o Dr. Moran, pouco antes de sua morte, ele pronunciou suas últimas palavras: "Senhor, ajude minha pobre alma".

O modesto funeral de Edgar Allan Poe ocorreu às 16h do dia 8 de outubro de 1849, no Westminster Hall e no cemitério de Burying Ground, que agora faz parte dos terrenos da Faculdade de Direito da Universidade de Maryland. A cerimônia, assistida por apenas algumas pessoas, foi presidida pelo reverendo W. T. D. Clemm, tio de Virginia Poe. Durou apenas três minutos devido ao clima frio e úmido. O salmista George W. Spence escreveu: "Era um dia sombrio e nublado, não havia chuva, mas estava úmido e uma tempestade estava chegando". Poe foi enterrado no canto mais distante do cemitério, ao lado do túmulo de seu avô, David Poe Sr., em um caixão barato, sem alças, placa de identificação, colchas e travesseiros sob a cabeça.

Em 1º de outubro de 1875, os restos mortais de Poe foram enterrados em um novo local, não muito longe da frente da igreja. O novo monumento foi feito e erigido às custas dos moradores de Baltimore e dos admiradores do escritor de outras cidades norte-americanas. O custo total do monumento foi de pouco mais de US$ 1.500. O serviço festivo ocorreu em 17 de novembro de 1875. No 76º aniversário do nascimento de Poe, 19 de janeiro de 1885, os restos mortais de Virginia Poe foram enterrados ao lado do marido.

As circunstâncias que antecederam a morte de Edgar Allan Poe, bem como sua causa imediata, permanecem obscuras até hoje. Todos os prontuários e documentos médicos, inclusive o atestado de óbito, se é que existiam, foram perdidos. Existem várias teorias diferentes sobre a causa da morte de Poe, variando em plausibilidade de hipoglicemia a conspiração para matar.

Há outra teoria, que é distinguida por muitos biógrafos do escritor. As eleições para o Congresso e para a Assembleia Legislativa do Estado de Maryland foram marcadas para 3 de outubro em Baltimore. Naquela época, não havia listas de eleitores, que eram usadas por candidatos da oposição e partidos que formavam grupos especiais de eleitores. Pessoas sob a influência de álcool foram reunidas em lugares especiais e depois forçadas a votar várias vezes. Poe, aparentemente vítima de um esquema criminoso "tipo carrossel", tornou-se inútil devido à sua condição e foi abandonado perto da assembleia de voto do 4º distrito, onde foi encontrado por Joseph Walker. No entanto, essa teoria também tem detratores, que argumentam que Po, como uma pessoa conhecida na cidade, dificilmente participaria de tal esquema.

Todos os anos, desde 1949, uma pessoa desconhecida visitava o túmulo de Poe, prestando homenagem à memória do talento do escritor. Na madrugada de 19 de janeiro, um homem vestido de preto veio ao túmulo de Poe, fez um brinde e deixou uma garrafa de conhaque e três rosas na lápide. Às vezes, notas de vários conteúdos foram encontradas na lápide. Em um deles, abandonado em 1999, foi relatado que o primeiro admirador secreto havia morrido no ano anterior e a obrigação de continuar a tradição foi atribuída ao seu "herdeiro". A tradição continuou por 60 anos até 2009, quando o admirador secreto foi visto pela última vez no túmulo.

Em 15 de agosto de 2007, Sam Porpora, 92 anos, historiador da igreja de Westminster onde Poe está enterrado, disse que foi ele quem iniciou a tradição de visitar o túmulo do escritor todos os anos em seu aniversário. Ele disse que o objetivo de sua ação era arrecadar fundos para as necessidades da igreja e aumentar o interesse por ela. No entanto, sua história não foi confirmada - alguns dos detalhes que ele expressou não se encaixavam nos fatos.

Em 2012, Jeff Jerome, curador do Poe House Museum, que já havia negado rumores de que era fã, anunciou o fim da tradição.