Em 3 de setembro de 1260, uma das batalhas fatídicas da história mundial ocorreu na Palestina, perto da cidade de Ain Jalut. O exército egípcio sob a liderança do sultão Kutuz e do emir Baybars derrotou o exército tártaro-mongol, comandado pelo comandante naiman Kitbuka (Kitbuga). Os mongóis sofreram uma derrota esmagadora pela primeira vez, impedindo a sua expansão no Médio Oriente. Ao longo do meio século anterior, venceram todas as grandes batalhas com todos os seus adversários - os chineses, persas, árabes, cumanos, búlgaros, russos e cavaleiros europeus, graças aos quais conseguiram conquistar quase toda a Eurásia, da Indochina à Hungria e Polônia. Havia lendas sobre a invencibilidade dos tártaros-mongóis, mas os mamelucos egípcios, talvez por sua ignorância, não tinham medo de um inimigo tão formidável.

Curiosamente, Kitbuka era cristão. Os cristãos constituíam uma parte significativa do seu exército, o que não o impediu de agir com a crueldade típica da Horda. Em 1258, Kitbuka foi liderado por um dos tumens que capturou Bagdá, destruiu-a e massacrou toda a população da cidade. De acordo com várias estimativas, os mongóis mataram de 90 a 200 mil pessoas. Depois disso, o “diamante cintilante da Mesopotâmia” ficou despovoado por muito tempo e nunca mais conseguiu recuperar a sua antiga grandeza.
Em 1259 foi a vez da Síria. Um exército de 70.000 homens liderado por Khan Hulagu invadiu-o pelo nordeste e capturou Damasco, Aleppo, Baalbek e Sidon. Com os habitantes de Aleppo, que se defenderam obstinadamente, os mongóis fizeram o mesmo que com os bagdaditas, deixando vivo apenas um joalheiro habilidoso. Parecia que o mesmo destino aguardaria em breve o resto das cidades da Síria e da Palestina, mas em junho de 1260, a notícia da morte repentina de Mongke, o Grande Khan do Império Mongol, chegou a Hulagu. Hulagu com a maior parte do exército partiu às pressas para o leste para participar da luta pelo trono, deixando 20 mil soldados na Síria sob o comando de Kitbuki. Ele logo teve que pagar caro por tamanha arrogância e subestimação do inimigo.
No entanto, Kitbuka foi inicialmente bem-sucedido: invadiu Samaria, capturando facilmente Nablus e depois Gaza. Confiante em suas habilidades, ele enviou um mensageiro ao Sultão Kutuz do Cairo com o seguinte ultimato:
O Grande Senhor escolheu Genghis Khan e sua família e nos concedeu todos os países do planeta. Todos sabem que todos os que se recusaram a nos obedecer deixaram de existir junto com suas esposas, filhos, parentes e escravos. O boato sobre nosso poder ilimitado se espalhou como as histórias de Rustem e Isfendiyar. Então, se você é submisso a nós, mande homenagem, apareça você mesmo e peça para mandar nosso governador até você, e se não, prepare-se para a guerra.
Kutuz, que não havia se comunicado anteriormente com os mongóis, ficou furioso com tal atrevimento inédito. A primeira vítima da ira do sultão foi um mensageiro inocente, a quem Kutuz ordenou que fosse executado. Depois anunciou a mobilização no Egito. Não se sabe quantos guerreiros ele conseguiu reunir; vários cronistas e historiadores fornecem números diferentes, mas em qualquer caso, o exército egípcio, ao qual se juntaram os curdos que fugiram dos mongóis, aparentemente acabou não sendo menor, mas sim maior que o do Kitbuki.
Inesperadamente, os cruzados, que ainda ocupavam várias cidades fortificadas na Palestina, unidas por uma estreita faixa da costa do Mediterrâneo, saíram em apoio aos seus inimigos jurados de longa data - os muçulmanos. O rei de Jerusalém, Conrad Hohenstaufen, expressou sua disposição de deixar livremente os egípcios passarem por suas terras até a retaguarda dos tártaros-mongóis, bem como de fornecê-los com alimentos e forragem.
Esta ação é compreensível: embora Kitbuka e muitos dos seus guerreiros se considerassem cristãos, isso dificilmente teria salvado os cruzados de serem conquistados e saqueados. Além disso, os mongóis pertenciam ao ramo oriental, nestoriano, do cristianismo, o que significa que, segundo os católicos, eram hereges desprezíveis.
A batalha de Ain Jalut começou com um ataque da cavalaria mongol ao centro do exército egípcio. Após uma curta luta, os cavaleiros egípcios fugiram e os mongóis começaram a persegui-los. Levados pela perseguição, perceberam tarde demais que estavam sendo envolvidos em ambos os flancos pelas lavas a cavalo dos egípcios, até então escondidas atrás das colinas. Os mongóis caíram na armadilha da retirada fingida, que eles próprios organizaram repetidamente para seus oponentes. O seu exército estava confuso, apanhado num “movimento de pinça”, e os mamelucos egípcios atacaram-nos de ambos os lados. O centro em fuga também virou seus cavalos e entrou na batalha novamente.
Como resultado do massacre furioso, o exército cercado de Kitbuki foi completamente destruído e quase ninguém conseguiu escapar. Ele próprio foi capturado e decapitado no mesmo dia. Logo os egípcios, um após o outro, recapturaram as cidades capturadas pelos mongóis, nas quais restavam pequenas guarnições, e restauraram completamente o controle sobre a Síria, Samaria e Galiléia.
Os mongóis invadiram a Síria mais de uma vez, mas nunca conseguiram se firmar lá. A Batalha de Ain Jalut teve grande significado psicológico, dissipando o mito da invencibilidade da Horda. Havia outro ponto importante: segundo diversas fontes árabes, nesta batalha os egípcios utilizaram pela primeira vez um determinado protótipo de arma de fogo, porém, não há detalhes, nem imagens dessas armas.

O exército mongol está em marcha.

Arqueiro mongol e cavaleiro fortemente armado.

Exército muçulmano egípcio tendo como pano de fundo as pirâmides.

Guerreiros egípcios a cavalo e a pé dos séculos 13 a 14

Cavalaria egípcia das guerras árabe-mongóis.

Os mongóis perseguem os árabes, os árabes perseguem os mongóis. Desenhos de um manuscrito medieval da Europa Ocidental.

Khan Hulagu com sua comitiva, antiga miniatura persa.

Esquerda: Um general de alto escalão do exército mongol. À direita: uma página da Bíblia Nestoriana Siríaca, que, curiosamente, mostra Khan Hulagu e sua esposa Doktuz-Khatun.

Cronologia

• 1123 Batalha dos Russos e Cumanos com os Mongóis no Rio Kalka
• 1237 - 1240 Conquista da Rus' pelos mongóis
• 1240 A derrota dos cavaleiros suecos no rio Neva pelo Príncipe Alexander Yaroslavovich (Batalha do Neva)
• 1242 A derrota dos cruzados no Lago Peipsi pelo Príncipe Alexander Yaroslavovich Nevsky (Batalha no Gelo)
• 1380 Batalha de Kulikovo

O início das conquistas mongóis dos principados russos

No século 13 os povos da Rus' tiveram que suportar uma luta difícil com Conquistadores tártaros-mongóis, que governou as terras russas até o século XV. (século passado de forma mais branda). Direta ou indiretamente, a invasão mongol contribuiu para a queda das instituições políticas do período de Kiev e para a ascensão do absolutismo.

No século XII. Não existia um estado centralizado na Mongólia, a unificação das tribos foi alcançada no final do século XII. Temuchin, o líder de um dos clãs. Na assembleia geral (“kurultai”) de representantes de todos os clãs em 1206 ele foi proclamado grande cã com o nome Gêngis(“poder ilimitado”).

Uma vez criado o império, iniciou sua expansão. A organização do exército mongol baseava-se no princípio decimal - 10, 100, 1000, etc. Foi criada uma guarda imperial que controlava todo o exército. Antes do advento das armas de fogo Cavalaria mongol prevaleceu nas guerras das estepes. Ela estava melhor organizado e treinado do que qualquer exército de nômades do passado. A razão do sucesso não foi apenas o aperfeiçoamento da organização militar dos mongóis, mas também o despreparo de seus rivais.

No início do século XIII, tendo conquistado parte da Sibéria, os mongóis começaram a conquistar a China em 1215. Eles conseguiram capturar toda a sua parte norte. Da China, os mongóis trouxeram os mais modernos equipamentos militares e especialistas da época. Além disso, receberam um quadro de funcionários competentes e experientes dentre os chineses. Em 1219, as tropas de Genghis Khan invadiram a Ásia Central. Seguindo a Ásia Central houve Norte do Irã capturado, após o que as tropas de Genghis Khan fizeram uma campanha predatória na Transcaucásia. Do sul, eles chegaram às estepes polovtsianas e derrotaram os polovtsianos.

O pedido dos polovtsianos para ajudá-los contra um inimigo perigoso foi aceito pelos príncipes russos. A batalha entre as tropas russo-polovtsianas e mongóis ocorreu em 31 de maio de 1223 no rio Kalka, na região de Azov. Nem todos os príncipes russos que prometeram participar da batalha enviaram suas tropas. A batalha terminou com a derrota das tropas russo-polovtsianas, muitos príncipes e guerreiros morreram.

Em 1227, Genghis Khan morreu. Ögedei, seu terceiro filho, foi eleito Grande Khan. Em 1235, os Kurultai se reuniram na capital mongol, Kara-korum, onde foi decidido iniciar a conquista das terras ocidentais. Esta intenção representava uma terrível ameaça às terras russas. À frente da nova campanha estava o sobrinho de Ogedei, Batu (Batu).

Em 1236, as tropas de Batu iniciaram uma campanha contra as terras russas. Depois de derrotar o Volga, Bulgária, eles partiram para conquistar o principado de Ryazan. Os príncipes Ryazan, seus esquadrões e habitantes da cidade tiveram que lutar sozinhos contra os invasores. A cidade foi queimada e saqueada. Após a captura de Ryazan, as tropas mongóis mudaram-se para Kolomna. Na batalha perto de Kolomna, muitos soldados russos morreram, e a própria batalha terminou em derrota para eles. Em 3 de fevereiro de 1238, os mongóis abordaram Vladimir. Depois de sitiar a cidade, os invasores enviaram um destacamento a Suzdal, que a tomou e queimou. Os mongóis pararam apenas em frente a Novgorod, virando para o sul devido às estradas lamacentas.

Em 1240, a ofensiva mongol foi retomada. Chernigov e Kiev foram capturados e destruídos. A partir daqui, as tropas mongóis mudaram-se para a Galiza-Volyn Rus'. Tendo capturado Vladimir-Volynsky, Galich em 1241 Batu invadiu a Polônia, a Hungria, a República Tcheca, a Morávia e depois em 1242 alcançou a Croácia e a Dalmácia. No entanto, as tropas mongóis entraram na Europa Ocidental significativamente enfraquecidas pela poderosa resistência que encontraram na Rus'. Isto explica em grande parte o facto de que se os mongóis conseguiram estabelecer o seu jugo na Rus', a Europa Ocidental apenas sofreu uma invasão e depois em menor escala. Este é o papel histórico da heróica resistência do povo russo à invasão mongol.

O resultado da grandiosa campanha de Batu foi a conquista de um vasto território - as estepes do sul da Rússia e as florestas do norte da Rússia, a região do Baixo Danúbio (Bulgária e Moldávia). O Império Mongol agora incluía todo o continente euro-asiático, do Oceano Pacífico aos Bálcãs.

Após a morte de Ogedei em 1241, a maioria apoiou a candidatura do filho de Ogedei, Hayuk. Batu tornou-se o chefe do canato regional mais forte. Ele fundou sua capital em Sarai (ao norte de Astrakhan). Seu poder se estendeu ao Cazaquistão, Khorezm, Sibéria Ocidental, Volga, Norte do Cáucaso, Rus'. Gradualmente, a parte ocidental deste ulus tornou-se conhecida como Horda Dourada.

A luta do povo russo contra a agressão ocidental

Quando os mongóis ocuparam as cidades russas, os suecos, ameaçando Novgorod, apareceram na foz do Neva. Eles foram derrotados em julho de 1240 pelo jovem príncipe Alexandre, que recebeu o nome de Nevsky por sua vitória.

Ao mesmo tempo, a Igreja Romana fez aquisições nos países do Mar Báltico. No século 12, a cavalaria alemã começou a confiscar terras pertencentes aos eslavos além do Oder e na Pomerânia Báltica. Ao mesmo tempo, foi realizado um ataque às terras dos povos bálticos. A invasão das terras bálticas e do noroeste da Rússia pelos cruzados foi sancionada pelo Papa e pelo imperador alemão Frederico II. Cavaleiros alemães, dinamarqueses, noruegueses e tropas de outros países do norte da Europa também participaram da cruzada. O ataque às terras russas fazia parte da doutrina do “Drang nach Osten” (pressão para o leste).

Estados Bálticos no século XIII.

Juntamente com seu esquadrão, Alexandre libertou Pskov, Izboursk e outras cidades capturadas com um golpe repentino. Ao receber a notícia de que as principais forças da Ordem vinham em sua direção, Alexandre Nevsky bloqueou o caminho dos cavaleiros, colocando suas tropas no gelo do Lago Peipsi. O príncipe russo mostrou-se um comandante notável. O cronista escreveu sobre ele: “Vencemos em todos os lugares, mas não venceremos de jeito nenhum”. Alexandre colocou suas tropas sob a cobertura de uma margem íngreme no gelo do lago, eliminando a possibilidade de reconhecimento inimigo de suas forças e privando o inimigo da liberdade de manobra. Considerando a formação dos cavaleiros em “porco” (em forma de trapézio com uma cunha afiada na frente, que era composta por uma cavalaria fortemente armada), Alexander Nevsky organizou seus regimentos em forma de triângulo, com a ponta descansando na costa. Antes da batalha, alguns soldados russos estavam equipados com ganchos especiais para puxar os cavaleiros dos cavalos.

Em 5 de abril de 1242, ocorreu uma batalha no gelo do Lago Peipsi, que ficou conhecida como Batalha do Gelo. A cunha do cavaleiro perfurou o centro da posição russa e enterrou-se na costa. Os ataques de flanco dos regimentos russos decidiram o resultado da batalha: como pinças, eles esmagaram o “porco” cavaleiro. Os cavaleiros, incapazes de resistir ao golpe, fugiram em pânico. Os russos perseguiram o inimigo, “açoitados, correndo atrás dele como se estivessem no ar”, escreveu o cronista. De acordo com o Novgorod Chronicle, na batalha “400 alemães e 50 foram capturados”

Resistindo persistentemente aos inimigos ocidentais, Alexandre foi extremamente paciente em relação ao ataque oriental. O reconhecimento da soberania do Khan liberou suas mãos para repelir a Cruzada Teutônica.

Jugo tártaro-mongol

Resistindo persistentemente aos inimigos ocidentais, Alexandre foi extremamente paciente em relação ao ataque oriental. Os mongóis não interferiram nos assuntos religiosos dos seus súditos, enquanto os alemães tentaram impor a sua fé aos povos conquistados. Eles seguiram uma política agressiva sob o lema “Quem não quiser ser batizado deve morrer!” O reconhecimento da soberania do Khan liberou forças para repelir a Cruzada Teutônica. Mas descobriu-se que não é fácil livrar-se da “inundação mongol”. RAs terras russas, devastadas pelos mongóis, foram forçadas a reconhecer a dependência vassala da Horda Dourada.

Durante o primeiro período do domínio mongol, a arrecadação de impostos e a mobilização dos russos para as tropas mongóis foram realizadas por ordem do Grande Khan. Tanto dinheiro quanto recrutas foram enviados para a capital. Sob Gauk, os príncipes russos foram para a Mongólia para receber um título para reinar. Mais tarde, uma viagem a Sarai foi suficiente.

A luta contínua travada pelo povo russo contra os invasores forçou os mongóis-tártaros a abandonar a criação das suas próprias autoridades administrativas na Rus'. Rus' manteve sua condição de Estado. Isso foi facilitado pela presença na Rússia de sua própria administração e organização eclesial.

Para controlar as terras russas, foi criada a instituição dos governadores Baskaq - líderes de destacamentos militares dos tártaros mongóis que monitoravam as atividades dos príncipes russos. A denúncia dos Baskaks à Horda terminou inevitavelmente com a convocação do príncipe para Sarai (muitas vezes ele foi privado de seu rótulo, ou mesmo de sua vida), ou com uma campanha punitiva na terra rebelde. Basta dizer que apenas no último quartel do século XIII. 14 campanhas semelhantes foram organizadas em terras russas.

Em 1257, os tártaros mongóis realizaram um censo populacional - “registrando o número”. Besermen (comerciantes muçulmanos) foram enviados às cidades, encarregados de arrecadar tributos. O tamanho do tributo (“produção”) era muito grande, apenas o “tributo do czar”, ou seja, o tributo a favor do cã, arrecadado primeiro em espécie e depois em dinheiro, chegava a 1.300 kg de prata por ano. O tributo constante foi complementado por “pedidos” - exações únicas em favor do cã. Além disso, as deduções de direitos comerciais, impostos para “alimentar” os funcionários do cã, etc., foram para o tesouro do cã. No total foram 14 tipos de homenagens a favor dos tártaros.

O jugo da Horda retardou o desenvolvimento económico da Rússia durante muito tempo, destruiu a sua agricultura e minou a sua cultura. A invasão mongol levou a um declínio no papel das cidades na vida política e económica da Rússia, a construção urbana parou e as artes plásticas e aplicadas entraram em decadência. Uma consequência grave do jugo foi o aprofundamento da desunião da Rus' e o isolamento das suas partes individuais. O país enfraquecido foi incapaz de defender uma série de regiões ocidentais e meridionais, que mais tarde foram capturadas pelos senhores feudais lituanos e polacos. As relações comerciais entre a Rússia e o Ocidente sofreram um golpe: apenas Novgorod, Pskov, Polotsk, Vitebsk e Smolensk mantiveram relações comerciais com países estrangeiros.

O ponto de viragem ocorreu em 1380, quando o exército de milhares de Mamai foi derrotado no Campo de Kulikovo.

Batalha de Kulikovo 1380

A Rus' começou a se fortalecer, sua dependência da Horda enfraqueceu cada vez mais. A libertação final ocorreu em 1480 sob o imperador Ivan III. A essa altura, o período havia terminado, a reunião de terras russas ao redor de Moscou e.

Pré-requisitos para a invasão mongol-tártara

No início do século XIII, o estado mongol foi formado nos vastos territórios da Ásia Central. Em US$ 1.206, o Kurultai, um congresso mongol da mais alta nobreza, deu a Timuchin o nome de Genghis Khan e o proclamou Grande Khan. Ao unir todas as tribos mongóis, Genghis Khan conseguiu criar um poder forte que não poderia existir sem campanhas militares.

Como resultado das campanhas de Genghis Khan, a China, a Ásia Central, o Irã e o Cáucaso foram conquistados. Em $1.223, as tropas mongóis-tártaras invadiram o território da estepe polovtsiana. O Khan polovtsiano pediu ajuda aos príncipes do sul da Rússia, a maioria dos quais respondeu a este pedido. No entanto, as disputas sobre antiguidade iniciadas entre os príncipes os impediram de coordenar ações conjuntas. Como resultado, o exército russo não estava unido e consistia, de fato, em esquadrões principescos díspares que não tinham um comando comum.

$31$ Maio $1223$ Os mongóis derrotaram as forças combinadas dos russos e cumanos no rio Kalka. O príncipe de Kiev, Mstislav Romanovich, não participou da batalha, fortalecendo-se com seu exército em uma colina. Após um cerco de três dias, Mstislav, acreditando na promessa dos mongóis de libertar os soldados russos com honra, depôs voluntariamente as armas. Porém, após a rendição, ele e seus guerreiros foram brutalmente mortos.

Nota 1

A maioria dos historiadores observa vários motivos para a derrota: a fuga das tropas polovtsianas do campo de batalha; subestimação das forças tártaro-mongóis, mas o principal motivo foi a inconsistência das ações dos príncipes e, como consequência, a falta de um comando unificado das tropas russas.

Apenas cerca de um décimo do exército retornou do campo de batalha para Rus'. Os mongóis, tendo alcançado o Dnieper, não ousaram entrar nas fronteiras da Rus' e voltaram. Voltando à estepe, os líderes do exército mongol, que obteve a vitória em Kalka, informaram a Genghis Khan que havia muitas terras ricas no oeste. Mas a morte do Grande Khan atrasou por algum tempo novas conquistas. Os herdeiros do grande conquistador dividiram partes de seu império entre si. Sob os termos desta divisão, o filho mais velho de Genghis Khan, Jochi, recebeu todas as terras a oeste do rio Irtysh, o território de Khorezm e, além disso, a Bulgária do Volga, a Rússia e a Europa, que ainda não haviam sido conquistadas. No entanto, Jochi logo morreu, e suas terras foram herdadas por seu filho mais velho, Batu Khan, que em Rus' começou a ser chamado de Batu.

Invasão da terra Ryazan

Em US$ 1.236, Khan Batu invadiu o território do Volga, Bulgária. E no outono de US$ 1.237, as tropas mongóis entraram em terras russas. Apesar do facto de os príncipes russos estarem bem conscientes do grau da ameaça iminente, a fragmentação feudal e os conflitos internos e a luta que gerou entre os príncipes impediram-nos de unir forças para repelir um inimigo insidioso e poderoso.

Em US$ 1.237, a primeira vítima da invasão mongol foi o Principado de Ryazan. Os príncipes de Vladimir e Chernigov recusaram-se a ajudar o príncipe Ryazan. Durante o cerco de Ryazan, os mongóis enviaram embaixadores aos moradores da cidade, que apresentaram exigências de obediência e um décimo “em tudo”. Isto foi seguido por uma resposta corajosa: “Se todos nós partirmos, então tudo será seu”. Após um cerco de seis dias, a cidade foi tomada de assalto e os defensores sobreviventes da cidade foram mortos.

Exemplo 1

O exemplo da luta altruísta e corajosa dos moradores de Ryazan serviu de base para o surgimento de uma lenda. Segundo o qual, um comerciante Ryazan (de acordo com outra versão, um boiardo) que escapou milagrosamente durante o ataque Evpatiy Kolovrat tendo reunido um pequeno destacamento, ele continuou por muito tempo a luta partidária na retaguarda das tropas mongóis, mas morreu, atingindo o próprio Batu com sua coragem e bravura.

Ryazan sofreu uma devastação sem precedentes e como resultado a cidade nunca mais renasceu em seu antigo lugar. O Ryazan moderno está localizado a US$ 60$ km de sua localização anterior.

A derrota do principado de Vladimir

Em janeiro de 1.238 dólares, as tropas mongóis invadiram o território do principado Vladimir-Suzdal. Um após o outro, durante um mês, os mongóis queimaram e devastaram as cidades, apesar da resistência desesperada dos seus defensores.

$4$ Fevereiro $1238$ Batu abordou Vladimir. Durante três dias os mongóis tentaram, sem sucesso, tomar a cidade. No quarto dia, os invasores conseguiram invadir a cidade pelas brechas da muralha da fortaleza. Os remanescentes do exército, os habitantes da cidade e a família do príncipe Yuri Vsevolodovich de Vladimir refugiaram-se na Catedral da Assunção, onde foram queimados vivos pelos mongóis.

Após a captura de Vladimir, Batu dividiu suas forças e sujeitou todo o Nordeste da Rus' a severa devastação. O príncipe Yuri Vsevolodovich, mesmo antes do cerco de Vladimir, foi ao norte de suas terras para reunir tropas. O exército recrutado às pressas pelo príncipe foi derrotado em 4 de março de 1238 no rio City. O próprio príncipe Yuri de Vladimir morreu nesta batalha.

Caminhada para Novgorod

Após a derrota das tropas russas no rio City, os mongóis dirigiram-se para Novgorod. Ao longo do caminho, Batu decidiu capturar a cidade Torzhok, já que, segundo a inteligência mongol, esta cidade continha grandes reservas de grãos, necessárias para continuar a campanha nas terras inférteis de Veliky Novgorod.

No entanto, os residentes de Torzhok conseguiram se preparar para a próxima batalha com o inimigo. Eles congelaram uma camada de gelo nas muralhas e portões da cidade, o que deveria tê-los impedido de proteger as escadas de assalto e incendiar a cidade. Durante duas semanas, os defensores da cidade repeliram todos os ataques inimigos. E mesmo depois de capturar Torzhok, os mongóis-tártaros não conseguiram reabastecer os alimentos, porque os moradores atearam fogo aos armazéns onde os grãos eram armazenados. Em março, as tropas mongóis retomaram a campanha contra Veliky Novgorod. Mas o exército de Batu diminuiu visivelmente nas batalhas com as tropas russas; os suprimentos de comida e forragem para cavalos claramente não eram suficientes. Portanto, não tendo chegado a cem quilômetros de Novgorod, Batu parou. A inteligência informou a ele que a cidade tinha fortificações poderosas, e à frente do exército de Novgorod estava o príncipe Alexandre, que já então tinha a reputação de um comandante experiente. Depois de muita deliberação, Batu Khan virou para o sul.

No final Março $ 1238$ os mongóis-tártaros se aproximaram de uma pequena fortaleza Kozelsk.

Exemplo 2

Outro exemplo de coragem e resistência obstinada aos invasores foi a defesa de Kozelsk. O cerco a esta pequena cidade durou US$ 49$ dias. Os defensores da cidade não apenas repeliram ferozmente os ataques, mas também fizeram incursões ousadas. Durante um deles, cerca de trezentos soldados russos conseguiram danificar as máquinas de ataque e destruir mais de US$ 4.000 dos mongóis. Kozelsk foi capturado somente depois que todos os defensores e habitantes da cidade morreram. Os mongóis não tinham prisioneiros. Sem saber em quem descarregar sua raiva, Batu ordenou que as cabeças dos soldados russos mortos fossem cortadas e ordenou que a própria Kozelsk fosse chamada de “cidade do mal” e arrasada.

As tropas de Batu, exaustas pelas batalhas sangrentas, foram para as estepes do Don, onde permaneceram durante todo o verão. No outono do mesmo ano, lançaram ataques a Murom, Nizhny Novgorod e outras cidades do Nordeste da Rússia.

Invasão do sudoeste da Rússia e da Europa Oriental

Em $1.239$ - $1.240$, o sudoeste da Rússia sofreu um golpe devastador dos mongóis. COM $5$ de setembro a $19$ de novembro (de acordo com outras fontes, até $6$ de dezembro) $1240$ o cerco de Kiev continuou, após o qual a cidade foi tomada. Isto foi seguido pela pilhagem das terras do sudoeste da Rus', incluindo o principado Galego-Volyn, pelas tropas de Batu. Embora os mongóis não pudessem tomar algumas cidades bem fortificadas.

Nota 2

Segundo a maioria dos historiadores, como resultado da invasão de Batu, dezenas de cidades russas foram destruídas, principados inteiros foram despovoados e milhares de russos foram levados à escravidão. Além disso, como resultado do estabelecimento do jugo mongol-tártaro, a Rus' foi forçada a pagar tributo aos mongóis-tártaros, que equivalia a um décimo de toda a renda, e os príncipes russos pediram humilhadamente ao cã um rótulo ( um documento escrito dos cãs mongóis) para reinar.

Depois disso, os mongóis seguiram para a Europa. Desferindo um golpe na Polónia, na Hungria e na Alemanha, e depois na Croácia. No entanto, a luta feroz do povo russo minou significativamente as forças dos invasores e forçou-os a abandonar a continuação da campanha na Europa. Além disso, em US$ 1.242, Batu recebeu a notícia da morte de seu tio, o Grande Khan Ogedei, e decidiu voltar atrás.

Escolha a resposta correta.

1. Decreto sobre “verões de aula”:

A) proibiu a livre transição de um proprietário para outro

B) estabeleceu prazo de cinco anos para busca de camponeses fugitivos

B) determinou um período de investigação de quinze anos

D) restaurou o dia de São Jorge

2. O sucesso da fácil ascensão do Falso Dmitry I ao trono russo é explicado por:

A) a esperança do povo por um rei bom e justo

B) apoio do exército polonês

B) reconhecimento de estados estrangeiros

D) apoio de todos os boiardos e nobreza

3. O governo boiardo convidou ao trono russo:

A) filho do rei polonês Vladislav

B) Rei polonês Sigismundo

B) Falso Dmitry II

D) Dmitry Shuisky

^ 4. K Minin e D. Pozharsky tornaram-se famosos na história da Rússia como líderes:

A) revolta camponesa

B) defesa de Smolensk

B) a milícia que libertou Moscou dos invasores

D) conspiração dos boiardos contra o Falso Dmitry I

^ 5. A interferência estrangeira nos assuntos internos da Rússia durante o Tempo das Perturbações foi realizada por:

A) Dinamarca, Noruega

B) Comunidade Polaco-Lituana, Suécia

B) Inglaterra, Suécia

D) Türkiye, Canato da Crimeia

^ 6. Indique as afirmações corretas:

A) com a morte do czar Fedor, a dinastia governante na Rússia foi interrompida

B) nome verdadeiro do Falso Dmitry I Grigory Otrepiev

C) Falso Dmitry consegui permanecer no trono de Moscou por muito tempo

D) a principal força militar do movimento de I. Bolotnikov foram os arqueiros

D) o enfraquecimento do poder central levou às Perturbações

E) o segundo czar eleito ao trono russo foi o príncipe polonês Vladislav

G) após a derrubada de Vasily Shuisky, um interregno começou no país

3) no verão de 1611, a Rússia se viu em uma situação extremamente difícil

I) a Igreja Ortodoxa Russa desempenhou um papel significativo na repulsão dos intervencionistas

K) A primeira milícia conseguiu libertar Moscou, mas não conseguiu manter a capital em mãos por muito tempo

^ 7. Escolha as respostas corretas. Os principais resultados das atividades de política externa de Boris Godunov:

A) conclusão de uma trégua com a Comunidade Polaco-Lituana

B) a entrada do território da Sibéria Ocidental na Rússia

C) a derrota dos tártaros da Crimeia

D) uma guerra bem sucedida com a Suécia pela Rússia

D) obter acesso ao Mar Báltico

E) fortalecimento das fronteiras do sul contra os ataques dos tártaros da Crimeia

G) expansão do comércio exterior

^ 8. Defina a correspondência correta:

1598-1605 a) defesa de Smolensk

1605-1606 b) o período dos “Sete Boyars”

1606-1607 c) reinado de Boris Godunov

1609-1611 d) reinado do Falso Dmitry I

1610-1612 e) revolta liderada por I. Bolotnikov

^ 9. Restaure a sequência de eventos:

A) criação da Primeira Milícia

6) derrota do levante liderado por I. Bolotnikov

B) morte de Fyodor Ivanovich

D) captura de Smolensk pelas tropas polonesas

D) o início do reinado do Falso Dmitry I

E) a ação das tropas russas sob o comando de M. Skopin-Shuisky

^ 10. De quem estamos falando?

“Esta é uma figura trágica no trono russo. O governante que procurou
prestar assistência real ao povo, fortalecer o poder militar do país e
situação de política externa, foi considerado o culpado de todos os infortúnios,
desceu sobre o país e foi odiado pelo povo"

^ 11. Do que estamos falando?

“E nós, senhores, escolheríamos, de acordo com nosso veredicto, o forte, o razoável e o
pessoas reais do nível espiritual - cinco pessoas. Das pessoas da cidade e de
pessoas do condado - vinte pessoas. Dos arqueiros - cinco pessoas... Tendo dado a eles
de mim mesmo uma frase completa e suficiente, quanto a eles sobre o grande caso zemstvo com
Aceitamos conselhos em vez de todos vocês...”

^ 12. Por qual princípio a série é formada?

Voivode P. Lyapunov, Príncipe D. Trubetskoy, Ataman I. Zarubin

O final heróico de Kit Buk se tornou a última canção da grandeza mongol, então hoje que esta canção seja um chamado que desperta a coragem que se desvaneceu em nós, inspira nossas mentes, restaura a fé perdida e desperta a força adormecida em nós.

Por este ensaio histórico, o jornalista e escritor Baasangiin Nominchimid recebeu o Prêmio Baldorj em 2010, concedido na Mongólia aos melhores trabalhos de jornalismo. Pela primeira vez em russo - traduzido por S. Erdambileg especialmente para ARD.

Mas o destino mais cruel aguardava os cristãos de Damasco. Kutuz, entrando na cidade em procissão vitoriosa, celebrou seu triunfo, submetendo-os ao extermínio total. Os valores culturais dos cristãos da Síria foram reduzidos a cinzas, que até os mais fanáticos adeptos do Islã da dinastia árabe omíada e os curdos semi-selvagens dos fatímidas-aiúbidas deixaram intocados. Ele não parou por aí. A perseguição aos cristãos se espalhou por toda a Síria.

Uma testemunha ocular da época escreveu que o sangue derramado pelos cruzados excedeu em muito o sangue derramado pelos muçulmanos durante a invasão de Hulagu Khan. A ganância dos cruzados de Acre, Tiro e Sidon resultou em um fluxo de sangue cristão por toda a Síria, na destruição dos valores culturais e religiosos do Cristianismo. Os cruzados finalmente perderam suas posses na parte sudoeste da Síria.

Todos os sultões que participaram ao lado de Qutuz na Batalha de Ain Jalut receberam propriedades de terra. O sultão Musa, que num momento crítico da batalha abandonou a ala direita das tropas mongóis, que teve uma influência decisiva no resultado da batalha, manteve o direito de possuir as suas terras. Essas terras foram deixadas a ele pelos mongóis porque ele expressou lealdade em servi-las. A dupla traição foi recompensada.

Mas Baybars, o companheiro mais próximo na batalha de Ain Jalut, que obteve sucesso ao perseguir os mongóis por todo o território da Síria e capturou muitas guarnições mongóis em várias cidades até Aleppo, foi privado da misericórdia de Qutuz. Desde os tempos antigos, existe um nó de contradição entre eles.

Kutuz certa vez participou de uma conspiração para assassinar Aktay, o governante do Bahrein. E Baybars era um dos representantes de confiança da Aktai. Suas rixas mútuas diminuíram temporariamente diante da necessidade urgente de se unirem contra um forte inimigo comum - cada um deles tinha contas a acertar com os mongóis. Conforme registrado nas fontes, Baybars esperava que Kutuz o nomeasse Sultão de Aleppo, mas isso não aconteceu. E a velha inimizade ressurgiu, mas tornou-se ainda mais irreconciliável. Um deles terá de ceder; dois sultões não podem sentar-se no mesmo trono. Kutuz estava, com razão, cauteloso em fortalecer os fortes e sedentos de poder Baybars.

As fontes descrevem que após a conclusão de uma campanha bem-sucedida na Síria, Kutuz finalmente decidiu retornar a Misir. Ao longo do caminho me diverti caçando. Uma vez atirei em uma lebre ou em uma raposa com um arco. Quando ele galopou até a presa morta, alguém correu até ele, aparentemente preparado com antecedência por Baybars. Esse homem já havia sido condenado à morte, mas Kutuz o perdoou. Em gratidão por sua salvação, ele jurou ser fiel a ele para sempre e pediu permissão para tocar sua mão direita para receber uma bênção.

Sem suspeitar de nada, Kutuz estendeu a mão para ele, e então Baybars, que estava ao lado dele, tirou um sabre da bainha e cortou a mão. Então ele o cortou completamente. As pessoas próximas a Kutuz que o acompanhavam foram pegas de surpresa e chocadas. Certamente havia apoiadores de Baybars entre os acompanhantes de Kutuz. Ao retornar a Misir, toda a glória da grande vitória sobre os mongóis não foi para Kutuz, mas para Baybars; a multidão o saudou com júbilo no Cairo.

Kutuz terminou de forma inglória, morto a golpes pelas mãos de seu próprio povo. O conquistador dos mongóis não era digno de morrer no campo de batalha. Certa vez, ele derrubou seu sultão Aiúbida, que o criou e lhe confiou o comando do exército mameluco. Tendo derrubado o sultão, Kutuz matou impiedosamente seu filho. Kit Buka Noyon estava certo, não tendo nenhuma dúvida de que, pela vontade de Huh Tengri, a vida do traidor terminaria em uma morte miserável. Traidores são mortos por traidores.

Por que não houve retribuição de Hulagu Khan pela morte de seu comandante

Hulagu Khan ficou muito triste quando foi informado da morte de seu fiel comandante. Mas ele não poderia ir à guerra contra Misir, para vingar a morte de seu nuclear. Khan enfrentou um desafio ainda maior do que a derrota do seu exército separado em Ain Jalut.

Após a morte do Grande Khan Mongke, uma luta pelo trono do cã eclodiu entre os irmãos de Hulagu, Kublai e Arigbukha. No próprio domínio dos mongóis, as chamas da guerra destruidora acenderam-se, os irmãos pegaram em armas uns contra os outros e começaram os massacres mútuos.

Essa rivalidade durou quatro anos. Mas a resistência à política de Khubilai, que transferiu o centro do Império Mongol para a China, continuou em escalas variadas ao longo dos 40 anos seguintes. Khaidu, um descendente de Ogedei Khan, não conseguiu se reconciliar com Kublai.

O filho de Hulagu Khan com seu exército lutou ao lado de Arigbukha, enquanto o próprio Hulagu ficou do lado de Kublai.

Na miniatura - Hulagu Khan.

Após a derrubada de Hulagu pelo Khan de Bagdá - o reduto do mundo islâmico da época - e a execução do califa de Bagdá, que era sua figura mais alta, Berke, Khan da Horda Dourada, herdeiro de Batu Khan, que tornou-se um muçulmano devoto, ficou amargurado contra Hulagu e não escondeu uma ameaça. Ele trocou repetidamente mensageiros com Baybars, concordando em uma ação conjunta contra os ulus do Ilkhan Hulagu.

Além disso, a disputa entre Hulagu e Berke também surgiu sobre as ricas terras caucasianas adjacentes às suas posses. A questão foi agravada pelo fato de que vários príncipes de sangue cã da Horda Dourada, que serviram no exército de Hulagu Khan, foram mortos em circunstâncias misteriosas. Tudo isso levou ao fato de que no final de 1260, perto de Derbent, dois exércitos mongóis se enfrentaram em uma batalha fratricida, derramando impiedosamente o sangue um do outro.

Um número sem precedentes de guerreiros participou desta batalha de ambos os lados. Eles escrevem que uma batalha tão sem precedentes nunca aconteceu, nem em todas as guerras anteriores sob Genghis Khan, nem depois. Aqui, em apenas alguns dias, foi derramado incomparavelmente mais sangue mongol do que aquele que foi derramado durante toda a história das conquistas mongóis.

Junto com isso, os descendentes dos Jaghatai ulus, considerando que foram privados injustamente, começaram a reivindicar as terras da Horda Dourada e as terras dos Ilkhans. Na junção desses estados, nas terras fronteiriças da Ásia Central, eclodiam confrontos armados de vez em quando.

Devido a todas estas circunstâncias difíceis, Hulagu Khan não conseguiu enviar as forças principais do seu exército para a Síria e Misir. Isso permitiu que os mamelucos ganhassem uma posição segura na Síria e depois infligissem outra derrota a um grupo significativo de tropas mongóis em 1281, perto da cidade de Homs.

Pela primeira vez, o fio do sabre mongol foi embotado em Ain Jalut. Mas quase simultaneamente com isso, natural ou acidentalmente, pensamentos e ações cismáticas começaram a se espalhar por todo o Império Mongol como uma doença contagiosa, destruindo impiedosamente sua unidade e poder. Não passou muito tempo antes que o grande Império Mongol se dividisse. A partir dele se formaram: com centro na China, a superpotência asiática - o Império Yuan ou a Horda Azul da Mongólia, na Ásia Central - o Jagatai ulus, no Irã, no Oriente Médio - o Império Ilkhan, da periferia oriental do Da estepe Kipchak ao rio Dniester surgiu a Horda Dourada.

Se os mongóis não tivessem caído em guerras destruidoras, como acreditava Kit Buka, os cascos da cavalaria de Hulagu Khan teriam arrasado a Síria e Misir, e nem o talento militar de Baybars nem o valor dos turcos mamelucos teriam evitado isso. Os próprios historiadores árabes admitem isso.

Naquela época, ninguém foi capaz de resistir à forte pressão dos mongóis, que atingiu o ponto mais alto de seu poder. Ao longo de todo o teatro de guerra – seja na China, na Rússia, na Europa ou no Médio Oriente – não houve uma única força capaz de resistir ao ataque desenfreado da cavalaria mongol. A menos que os próprios mongóis pudessem lutar entre si em igualdade de condições. O que, infelizmente, foi o que aconteceu.

Em qualquer ato histórico há um ponto de partida, um desenvolvimento progressivo, chegando ao ponto mais alto - o apogeu, depois começa o movimento inverso - o declínio, que a humanidade já viu bastante. No século XIII, os feitos dos mongóis atingiram o seu apogeu, depois começou a contagem regressiva, os mamelucos acabaram por ser o ponto de partida deste movimento.

No entanto, nenhuma outra nação conseguiu criar um império tão enorme. Até agora, muitos historiadores se perguntam: por que e como os mongóis eram tão invencíveis.

Naquele momento, o Império Mongol se estendia por um nono de toda a massa terrestre conhecida naquela época, aproximadamente 33 milhões de quilômetros quadrados. Nos séculos XVIII e XIX, as possessões coloniais da Grã-Bretanha, durante o período da sua maior potência, estendiam-se por 33,7 milhões de metros quadrados. km, mas naquela época todas as terras desconhecidas já haviam sido descobertas e, levando isso em conta, seus territórios coloniais representavam menos de um terço de todas as terras da Terra.

Observou-se que, a partir da época de Genghis Khan, os mongóis trataram apenas um povo com particular severidade, perseguindo-os em todos os lugares e tentando suprimi-los. Eram os turcos Kipchak, aparentados de origem com os mongóis, vagando por um vasto território desde o sopé das montanhas Altai até o rio Dnieper, que não eram inferiores aos mongóis em habilidade militar e coragem. Talvez tenha sido precisamente porque os Kipchaks competiam com eles em igualdade de condições que os mongóis os tratavam com tanta intransigência. Subedey-Bogatur encontrou pela primeira vez os Kipchaks enquanto perseguia os remanescentes dos Merkits no rio Chui, e a partir de então a perseguição mongol contra eles continuou até a Hungria, até os magiares. E ainda mais longe - até as fronteiras de Misir (Egito).

A primeira dinastia do estado mameluco, chamada dinastia do Bahrein e que existiu de 1250 a 1382, descendia justamente desses Kipchaks e turcos. Kutuz nasceu em Khorezm e Baybars nasceu na Crimeia ou em Karakhan, no atual Cazaquistão.

Para os cazaques, Baybars é orgulho nacional; eles o reverenciam como seu herói épico. Monumentos foram erguidos em sua homenagem e, em nossa época, um filme em série foi criado sobre ele. A Mesquita Baybars no Cairo e seu mausoléu na Síria foram reconstruídos pelo governo cazaque. (E no Cazaquistão há o mausoléu-túmulo de Jochi Khan. Infelizmente, para não mencionar qualquer reconstrução, nem um único oficial ou delegação da Mongólia visitou este mausoléu-túmulo; em geral, poucas pessoas sabem de sua existência).

A vitória de Baybars em Ain Jalut sobre um tumen dos mongóis trouxe-lhe fama em nada inferior à glória do grande sultão Saladino, que derrotou o exército unido dos cruzados em 1187 na área de Hattin, um pouco mais 60 quilômetros de Ain Jalut.

Em homenagem à vitória em Ain Jalut, os historiadores islâmicos chamaram Baybars de “Leão Islâmico”.

Durante a captura de Khorezm por Genghis Khaan, uma pequena tribo turca que vivia no norte da cidade de Merv mudou-se para o oeste, encontrando temporariamente refúgio na Armênia. Então, fugindo da ofensiva em curso das tropas mongóis no Oriente Médio lideradas por Chormogan e Baychu, esta tribo chegou à Anadolia (Anatólia Moderna). Mais tarde, lançaram as bases para o surgimento do todo-poderoso Império Otomano num território que se estendia da Ásia a metade do continente europeu. Pode-se dizer que este império nasceu nos passos e nas ruínas do império mundial criado pelos mongóis.

Epílogo

A força militar dos mongóis, invencível durante um século, esgotou-se entre as colinas arenosas de Ain Jalut, no deserto do Sinai. Secou - como se uma chuva forte desaparecesse na areia.

A ideia estabelecida e inquestionável tanto no Oriente como no Ocidente sobre a invencibilidade dos conquistadores mongóis - executores do comando de Deus - dissipou-se. Apenas a lenda permanece. Tal destino aguardava essas conquistas.

Todo o mundo árabe-muçulmano viu que os mongóis também poderiam ser derrotados, que eles, como todos os outros, foram criados de carne e osso. E que quando chegar a hora, eles também estarão se equilibrando na linha tênue entre a vitória e a derrota.

O exército mongol que lutou em Ain Jalut era um pequeno grupo, apenas um tumen do Grande Império. Esta foi uma das centenas de suas batalhas. A derrota em Ain Jalut pôs fim a novas conquistas, mas não abalou em nada os alicerces do Império Mongol; a sua grandeza e poder ainda despertavam medo e respeito em todos os lugares.

Ain Jalut, no seu significado, marcou a despedida da ideia de dominação do Grande Império Mongol sobre o resto do mundo. Uma ideia inicialmente irrealizável e fadada ao fracasso inevitável.

Genghis Khan dividiu as pessoas em dois grupos. Nem a aristocracia e os seus servos, nem os ricos e os pobres. E ele os dividiu de acordo com sua devoção à causa que serviam, respeitava a honestidade e a lealdade, desprezava os gananciosos, os bajuladores, odiava os traidores. Genghis Khan, onde quer que conhecesse essas pessoas, as esmagava como répteis rastejantes, piolhos e percevejos.

O enfurecido Genghis Khan executou os associados de Jamukha quando eles, tendo traído seu mestre, o levaram para o cativeiro. Ao mesmo tempo, ele depositou grande confiança em Nayan Batyr, que veio para servi-lo, mas primeiro deu a oportunidade a seu mestre, Targudai Khan, de partir. Posteriormente, Nayan tornou-se um dos líderes militares de Genghis Khan e serviu-o com honra até o fim. Genghis Khan respeitava a coragem e a dedicação de Zurgadai, o cã dos Taichiuts, embora fosse seu inimigo implacável.

Genghis Khan no trono. Miniatura persa medieval.

Por lealdade e valor, Chinggis Khan considerou seus nukers súditos de Khukh Tengri. Esses nukers foram Jebe, Subudai, Nayaa, Mukhulai, Kit Buka e muitos outros. De acordo com a definição de L.N. Gumilyov, estes eram “ pessoas de longa vontade. Eles se destacaram claramente dos demais por seu serviço altruísta à causa e por sua disposição de se sacrificarem em prol da causa comum. Estas qualidades foram amplamente manifestadas entre os mongóis no século XIII. Kit Buka, que morreu em Ain Jalut, e outros guerreiros foram os últimos representantes desta geração.

A imagem do comandante Kit Book do fundo dos séculos está diante de nós, cheio de orgulho e valor, no trágico momento de sua morte, dirigindo-se aos seus descendentes: “Que os meus descendentes não tenham vergonha de mim, não dirão que eu estava salvando minha pele fugindo do inimigo e mostrando-lhes minhas costas.” Ele não tem nada do que se envergonhar diante de seus descendentes, mas seus descendentes têm algo do que se envergonhar diante dele.

O fim heróico de Kit Buk acabou sendo a última canção da grandeza dos mongóis. Que esta canção de hoje seja um chamado que desperte a coragem que se extinguiu em nós, inspire nossas mentes, restaure a fé perdida e desperte a força adormecida dentro de nós.