O uso da máquina da morte, chamada de guilhotina, foi proposto pelo médico e membro da Assembleia Nacional, Joseph Guillotin, em 1791. No entanto, este mecanismo não foi invenção do Dr. Guillotin, sabe-se que uma ferramenta semelhante foi usada antes na Escócia e na Irlanda, onde era chamada de A Donzela Escocesa. Desde a primeira execução, em quase 200 anos de uso, a guilhotina já decapitou dezenas de milhares de pessoas que foram executadas com esse terrível aparelho. Convidamos você a conhecer um pouco mais sobre essa máquina de matar e mais uma vez se alegrar por vivermos no mundo moderno.

Criação da guilhotina

A criação da guilhotina é atribuída ao final de 1789, e está associada ao nome de Joseph Guillotin. Sendo um oponente da pena de morte, que era impossível de abolir naqueles dias, Guillotin defendia o uso de métodos de execução mais humanos. Ele ajudou a desenvolver um dispositivo para decapitação rápida (decapitação) em contraste com as espadas e machados anteriores, que eram chamados de "guilhotina".

No futuro, Guillotin fez muitos esforços para que seu nome não fosse associado a essa arma do crime, mas nada aconteceu. Sua família até teve que mudar seu sobrenome.

Falta de sangue

A primeira pessoa a ser executada na guilhotina foi Nicolas-Jacques Pelletier, que foi condenado à morte por roubo e assassinato. Na manhã de 25 de abril de 1792, uma enorme multidão de parisienses curiosos se reuniu para assistir a esse espetáculo. Pelletier subiu no cadafalso, pintado de vermelho-sangue, uma lâmina afiada caiu em seu pescoço, sua cabeça voou para uma cesta de vime. A serragem sangrenta foi varrida.

Tudo aconteceu tão rápido que o público, sedento de sangue, ficou desapontado. Alguns até começaram a gritar: “Devolvam a forca de madeira!”. Mas, apesar de seus protestos, as guilhotinas logo apareceram em todas as cidades. A guilhotina tornou possível transformar as mortes humanas em um verdadeiro gasoduto. Assim, um dos carrascos, Charles-Henri Sanson, executou 300 homens e mulheres em três dias, bem como 12 vítimas em apenas 13 minutos.

Experimentos

Os dispositivos de decapitação eram conhecidos mesmo antes da Revolução Francesa, mas durante esse período foram significativamente aprimorados e a guilhotina apareceu. Anteriormente, sua precisão e eficácia foram testadas em ovelhas e bezerros vivos, bem como em cadáveres humanos. Paralelamente, nesses experimentos, cientistas médicos estudaram a influência do cérebro em várias funções do corpo.

Vietnã

Em 1955, o Vietnã do Sul se separou do Vietnã do Norte e a República do Vietnã foi estabelecida, com Ngo Dinh Diem como seu primeiro presidente. Temendo conspiradores buscando um golpe, ele aprovou a Lei 10/59, que permitia que qualquer pessoa suspeita de ter laços comunistas fosse presa sem julgamento.

Lá, depois de uma tortura horrenda, uma sentença de morte foi finalmente pronunciada. No entanto, para ser vítima de Ngo Dinh Diem, não era necessário ir para a prisão. O governante percorreu as aldeias com uma guilhotina móvel e executou todos os suspeitos de deslealdade. Nos anos seguintes, centenas de milhares de sul-vietnamitas foram executados e suas cabeças penduradas em todos os lugares.

Empreendimento nazista lucrativo

O renascimento da guilhotina ocorreu durante o período do nazismo na Alemanha, quando Hitler ordenou pessoalmente a produção de um grande número deles. Os carrascos tornaram-se pessoas bastante ricas. Um dos mais famosos carrascos da Alemanha nazista, Johan Reichgart, conseguiu comprar uma vila em um rico subúrbio de Munique com o dinheiro que ganhou.

Os nazistas conseguiram até obter lucro adicional das famílias das vítimas decapitadas. Cada família era cobrada por cada dia em que o acusado foi mantido na prisão, e uma conta adicional pela execução da sentença. As guilhotinas foram usadas por quase nove anos e 16.500 pessoas foram executadas durante esse período.

A vida após a execução...

Os olhos do executado vêem alguma coisa naqueles segundos em que sua cabeça, cortada do corpo, voa para dentro da cesta? Ele ainda tem a capacidade de pensar? É bem possível, já que o próprio cérebro não está lesionado, por algum tempo continua a desempenhar suas funções. E somente quando seu suprimento de oxigênio para, ocorre perda de consciência e morte.

Isto é apoiado pelo testemunho de testemunhas oculares e experimentos em animais. Assim, o rei Carlos I da Inglaterra e a rainha Ana Bolena, após cortarem suas cabeças, moveram os lábios, como se estivessem tentando dizer algo. E o médico Boryo observa em suas anotações que, dirigindo-se duas vezes ao criminoso executado Henri Longueville pelo nome, 25-30 segundos após a execução, ele percebeu que abriu os olhos e olhou para ele.

Guilhotina na América do Norte

Na América do Norte, a guilhotina foi usada apenas uma vez na ilha de St. Pierre para executar um pescador que matou seu companheiro de bebida enquanto bebia. Embora a guilhotina nunca mais tenha sido usada lá, os legisladores muitas vezes defendiam seu retorno, alguns citando o fato de que o uso da guilhotina tornaria a doação de órgãos mais acessível.

E embora as propostas para o uso da guilhotina tenham sido rejeitadas, a pena de morte foi amplamente utilizada. De 1735 a 1924, mais de 500 sentenças de morte foram executadas no estado da Geórgia. A princípio estava pendurada, depois substituída por uma cadeira elétrica. Em uma das prisões estaduais, uma espécie de “recorde” foi estabelecido - foram necessários apenas 81 minutos para executar seis homens na cadeira elétrica.

Tradições familiares

A profissão de carrasco era desprezada na França, eles eram evitados pela sociedade e os mercadores muitas vezes se recusavam a servi-los. Eles tiveram que viver com suas famílias fora da cidade. Por causa da reputação prejudicada, havia dificuldades com casamentos, de modo que os carrascos e membros de suas famílias foram legalmente autorizados a se casar com seus próprios primos.

O carrasco mais famoso da história foi Charles-Henri Sanson, que começou a executar sentenças de morte aos 15 anos, e sua vítima mais famosa foi o rei Luís XVI em 1793. Mais tarde, a tradição familiar foi continuada por seu filho Henri, que decapitou a esposa do rei, Maria Antonieta. Seu outro filho, Gabriel, também decidiu seguir os passos do pai. No entanto, após a primeira decapitação, Gabriel escorregou no cadafalso ensanguentado, caiu e morreu.

Eugene Weidman

Eugene Weidman foi condenado à morte em 1937 por uma série de assassinatos em Paris. Em 17 de junho de 1939, uma guilhotina foi preparada para ele do lado de fora da prisão, espectadores curiosos se reuniram. A multidão sanguinária não conseguiu se acalmar por muito tempo, por causa disso, a execução teve que ser adiada. E depois da decapitação, pessoas com lenços correram para o cadafalso ensanguentado para levar os lenços com o sangue de Weidmann para casa como lembranças.

Depois disso, as autoridades, na pessoa do presidente francês Albert Lebrun, proibiram as execuções públicas, acreditando que elas despertam instintos repugnantes nas pessoas do que servem como dissuasão para criminosos. Assim, Eugene Weidman se tornou a última pessoa na França a ser decapitada publicamente.

Suicídio

Apesar da queda da popularidade da guilhotina, ela continuou a ser usada por aqueles que decidiram cometer suicídio. Em 2003, Boyd Taylor, de 36 anos, da Inglaterra, passou várias semanas construindo uma guilhotina em seu quarto que deveria acender à noite enquanto ele dormia. O corpo sem cabeça do filho foi descoberto por seu pai, que foi acordado por um barulho semelhante ao som de uma chaminé caindo do telhado.

Em 2007, o corpo de um homem foi descoberto em Michigan, que morreu na floresta por causa de um mecanismo que ele construiu. Mas o mais terrível foi a morte de David Moore. Em 2006, Moore construiu uma guilhotina com tubos de metal e uma lâmina de serra. No entanto, o dispositivo inicialmente não funcionou, Moore ficou apenas gravemente ferido. Ele teve que ir para o quarto, onde tinha 10 coquetéis molotov guardados. Moore os explodiu, mas também não funcionaram como planejado.

A guilhotina está em uso há mais de duzentos anos e já custou a vida de dezenas de milhares de pessoas. Alguns deles eram criminosos desesperados, enquanto outros eram simplesmente revolucionários. Entre as vítimas estão aristocratas, reis e rainhas. Mais do que uma máquina de matar eficiente, a "guilhotina sagrada" serviu como símbolo da Revolução Francesa. Do século XVIII ao XX, ela aterrorizou a todos. Mas também há fatos que poucas pessoas conhecem.

As raízes da invenção remontam à Idade Média

O nome "guilhotina" está associado à última década do século XVIII, mas na verdade a história começa muito antes - essas máquinas de execução existem há muitos séculos. Por exemplo, um dispositivo de decapitação chamado "tábua" foi usado na Alemanha e na Flandres na Idade Média, e na Inglaterra havia um machado deslizante que era usado para cortar cabeças na antiguidade. É provável que a guilhotina francesa tenha sido inspirada em dois dispositivos - a mannaia renascentista italiana e a famosa "donzela escocesa" que ceifou a vida de cento e vinte pessoas entre os séculos XVI e XVIII. As evidências também mostram que as guilhotinas primitivas estavam em uso muito antes da Revolução Francesa.

Foi originalmente desenvolvido como um método de execução mais humano.

A origem da guilhotina francesa remonta ao final de 1789, quando o Dr. Joseph Ignatius Guillotin sugeriu que o governo francês adotasse um método de execução mais humano. A guilhotina era geralmente contra a pena de morte, mas como sua abolição não era sequer considerada naquela época, ele decidiu propor um método de decapitação rápida, que seria mais humano em comparação com a decapitação com espada ou machado, que muitas vezes era adiada. Ele ajudou a desenvolver o primeiro protótipo, uma máquina concebida pelo médico francês Antoine Louis e construída pelo engenheiro alemão Tobias Schmidt. Pela primeira vez o aparelho foi usado em abril de 1792 e imediatamente adquiriu o nome de "guilhotina" entre o povo, para horror do criador. Guilhotine tentou, sem sucesso, distanciar-se da invenção durante as execuções em massa da última década do século XVIII. No início do século XIX, membros de sua família chegaram a fazer petições ao governo, mas também sem sucesso.

As execuções eram um espetáculo público

Durante o Terror, milhares de inimigos da Revolução Francesa foram mortos com a lâmina da guilhotina. Alguns espectadores reclamaram que a máquina era muito rápida e precisa, mas as execuções logo passaram a ser consideradas um ótimo entretenimento. As pessoas vinham à Praça da Revolução para ver o trabalho da guilhotina, seu dispositivo era cantado em canções, piadas e poemas. Os espectadores podiam comprar lembranças, um programa com os nomes das vítimas, ou até comer em um restaurante próximo chamado Guillotine Cabaret. Alguns vinham todos os dias, especialmente um grupo de mulheres que vinha a cada execução e tricotava nos intervalos se tornava famoso. Até o teatro perdeu popularidade em meio às execuções. Muitas pessoas fizeram seus discursos no leito de morte, algumas dançaram no caminho para o cadafalso. O entusiasmo pela guilhotina desapareceu no final do século XVIII, mas esse método de execução permaneceu em uso até 1939.

Era um brinquedo infantil popular.

Muitas vezes, as crianças também eram levadas para execuções, e algumas brincavam com guilhotinas em miniatura em casa. Na última década do século XVIII, uma guilhotina de meio metro de altura, com imitação de lâmina, era um brinquedo popular. As crianças executavam bonecas e, às vezes, roedores, razão pela qual em algumas cidades foi decidido proibir tal entretenimento por medo de ter um efeito negativo na psique da criança. Até aquele momento, as guilhotinas já se espalhavam pelas mesas das classes altas, onde cortavam pão e legumes.

Os carrascos eram famosos em todo o país

Quanto mais popular tal execução se tornou, mais famosos os carrascos se tornaram. Durante a Revolução Francesa, todo carrasco era uma pessoa famosa. As pessoas discutiam quão bem o carrasco lidou com a execução em massa. O trabalho era um assunto de família. Por exemplo, a família Sanson teve várias gerações de carrascos - membros da família trabalharam em cargos de 1792 a 1847, e entre suas vítimas estavam o rei Luís XVI e Maria Antonieta. Do século XIX ao XX, os mais famosos foram Louis e Anatole Deibler, pai e filho, que realizaram o procedimento em conjunto de 1879 a 1939. Os nomes dos carrascos eram frequentemente cantados nas ruas, e seu uniforme de trabalho tornou-se moda traje.

Cientistas realizaram experimentos assustadores nas cabeças das vítimas

Desde o início, as pessoas se perguntam se a cabeça mantém a consciência. Os médicos pediram às vítimas que piscassem após a execução para demonstrar que ainda podiam se mover, algumas queimaram a cabeça com o fogo de velas. Em 1880, um dos médicos até tentou bombear sangue em sua cabeça para trazê-la de volta à vida.

A guilhotina foi usada pelos nazistas

A guilhotina estava em uso não apenas durante os anos em que a Revolução Francesa estava em chamas. Durante o Terceiro Reich, por ordem de Hitler, dezesseis mil e quinhentos mil pessoas foram guilhotinadas.

A última vez que foi usado foi na década de setenta do século XX.

A guilhotina não foi abolida até o final do século XX. O último a ser executado foi o assassino Hamid Dzhandubi, que foi condenado em 1977, e em 1981 foi emitida uma proibição estatal de tal punição.

Há exatos 75 anos na França, na rua, com uma confluência de curiosos, ocorreu a última execução na guilhotina - a execução de Eugene Weidmann, um famoso serial killer.

Como se viu mais tarde, o que estava acontecendo foi filmado com uma câmera escondida, então hoje ainda temos a oportunidade de assistir ao vídeo original da execução na guilhotina.

O último terráqueo executado publicamente nasceu na Alemanha em Frankfurt am Main em setembro de 1908. O pai de Eugene Weidmann era um empresário - ele teve bastante sucesso na exportação. O futuro assassino passou sua infância em sua cidade natal e estudou aqui. No entanto, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, ele foi enviado para morar com seus avós. Acontece que, ao mesmo tempo, Eugene começou a se envolver em roubo.

Crescendo, ele se esquivou do serviço militar, razão pela qual foi primeiro para Paris e depois para o Canadá. Na América do Norte, Weidman teve que passar um ano atrás das grades - ele foi pego em um assalto; Após a conclusão, ele foi deportado para sua terra natal.

Na Alemanha, Eugene continuou a cometer crimes (o que mais tarde o levaria a um triste resultado - seria ele quem se tornaria a pessoa morta durante a última execução pública na guilhotina), desta vez ele foi condenado a 5 anos de prisão por roubo. Em uma cela de prisão em Saarbrücken, ele fez novos conhecidos - foi aqui que ele encontrou dois cúmplices em suas futuras atrocidades. Eles eram Roger Millon e Jean Blanc.

Após cumprir pena, o trio decidiu "cooperar". Como forma de ganhar a vida, eles optaram por extorquir resgates de turistas franceses ricos que haviam sequestrado. A empresa criminosa alugou uma vila perto da capital da França na pitoresca cidade de Saint-Cloud - lá eles pretendiam esconder as infelizes vítimas.

Mas a primeira experiência de abdução falhou - o turista que eles atacaram opôs forte resistência e conseguiu escapar. Mas a segunda tentativa foi bem sucedida.

No meio do verão de 1937, Eugene Weidmann conhece uma dançarina e professora de balé de Nova York, Jean de Coven, que veio visitar sua tia. Eles se conheceram em uma das exposições em Paris, onde Weidman trabalhou como tradutor. Bonito, vestido na última moda, Jean imediatamente chamou a atenção de um criminoso endurecido que se chamava Siegfried.

Durante um encontro romântico na vila, Weidman estrangulou a garota. Juntamente com os cúmplices Millon e Blanc, o corpo da mulher assassinada foi enterrado no jardim da vila, levando várias centenas de dólares e francos pertencentes a ela.

Pouco tempo depois, tia Jean recebeu uma carta da gangue exigindo uma recompensa de US$ 500 para poupar a vida de sua sobrinha. A mulher imediatamente entrou em contato com a polícia, mas a busca pelos desaparecidos não deu resultados. Poucos dias depois, o irmão do falecido dançarino Henry chegou à França e apresentou um anúncio no qual oferecia uma recompensa sólida de 10 mil francos por qualquer informação sobre o paradeiro de sua irmã. Mas isso também não funcionou.

Enquanto isso, Weidman matou um homem novamente. Em 1º de setembro de 1937, ele contrata o motorista Joseph Coffey para levá-lo à Riviera Francesa. Em uma estrada na floresta, o assassino atirou em um homem. Desta vez, 2,5 mil francos se tornaram sua presa.

Weidman cometeu seu próximo assassinato dois dias depois. Junto com Million, sob o pretexto de uma oferta de emprego, ele atraiu a enfermeira Jeanine Keller para a floresta. Em uma caverna escondida em Fontainebleau, Weidmann matou uma mulher com um tiro na nuca. O estado dos criminosos foi reabastecido em 1.400 francos, eles também levaram um anel de diamante de sua vítima.

Em meados de outubro do mesmo ano, Eugene Weidmann e Roger Millon planejaram um encontro com o aspirante a produtor de teatro Roger Leblond, prometendo-lhe se tornar patrocinador do espetáculo de seu autor. A reunião do Leblond terminou com um tiro na nuca, e os vilões ficaram com 5 mil francos.

No final de novembro de 1937, a lista de vítimas de Weidmann foi reabastecida com um novo nome. Seu conhecido Fritz Frommer, que Eugene conheceu durante sua última prisão, foi baleado e roubado. O homem foi enterrado no jardim atrás da vila.

Cinco dias depois, Weidman reprimiu Raymond Lesobre, um agente imobiliário que estava mostrando a Eugène, que se fazia passar por um cliente muito rico, uma luxuosa vila em Saint-Claude. Como resultado, o assassino recebeu mais 5 mil francos.

Esta atrocidade foi a última para Weidman. Antes da última execução na guilhotina (cujo vídeo você pode ver abaixo), não havia muito tempo.

O cartão de visita que ele deixou no escritório de Lesobra permitiu que os policiais seguissem seu rastro de sangue.

Um dia, voltando para casa, viu policiais esperando por ele na porta da casa. Veidman os convidou a entrar na casa, abriu as portas e educadamente os deixou entrar. Em seguida, ele disparou três tiros contra os funcionários do departamento de segurança nacional. Por sorte, os ferimentos não foram muito graves, a polícia conseguiu torcer e neutralizar o assassino.

Quando Weidman voltou a si, ele confessou todos os seus crimes. Mas o único assassinato que ele lamentou foi o do dançarino Jean de Coven.

Logo, os cúmplices de Weidman foram detidos e os corpos enterrados no jardim da vila também foram encontrados.

O caso da quadrilha Wedman foi o mais sensacional desde o caso criminal de Henri Landru, apelidado de Barba Azul, ocorrido 18 anos antes.

Weidmann e Millon foram condenados à morte, e Blanc foi condenado a 20 meses de prisão.

Em 16 de junho de 1939, Albert Lebrun, presidente da França, comutou a execução de Million para prisão perpétua e rejeitou o perdão de Weidmann.

Havia muita gente que queria ver a execução do maldito vilão com seus próprios olhos. Em um esforço para ocupar os melhores lugares para visualização, o público vem se reunindo na praça desde a noite. O barulho da enorme multidão chegou até a cela de Weidmann. Era tanta gente que para instalar a guilhotina foi preciso chamar as forças da guarda nacional para ajudar.

Antes da execução, Veidman encenou uma verdadeira performance teatral - na praça em frente à multidão, indicativamente, com histeria, ele orou a Deus por perdão.

Em 17 de junho de 1939, a cabeça de Eugene Weidmann foi cortada por uma guilhotina, aconteceu em Versalhes, na praça próxima à prisão de Saint-Pierre.

Eugene Weidman nasceu em 1908 na Alemanha. Ele começou a roubar ainda jovem e acabou se tornando um criminoso profissional.

Ele cumpriu cinco anos de prisão por roubo. Enquanto cumpria sua sentença, ele conheceu seus futuros cúmplices - Roger Millen e Jean Blanc. Após serem libertados, eles começaram a trabalhar juntos, sequestrando e roubando turistas nas proximidades de Paris.

O grupo roubou e assassinou uma jovem dançarina de Nova York, um motorista, uma enfermeira, um produtor de teatro, um ativista antinazista e um corretor de imóveis.

Como resultado, a polícia encontrou Weidman. O criminoso conseguiu feri-los com uma pistola, mas mesmo assim foi preso.

21 de dezembro de 1937
Vaidman é levado algemado após ser detido.
Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images

17 de junho de 1938
Eugene Weidman mostra à polícia a caverna na floresta de Fontainebleau onde ele matou Jeanine Keller.
Foto: Horace Abrahams/Getty Images

24 de março de 1939
Foto: Keystone-France/Gamma-Keystone/Getty Images

março de 1939
Weidman em julgamento na França.
Foto: LAPI/Roger Violett/Getty Images

março de 1939

março de 1939
Linhas telefônicas especiais são instaladas no tribunal.
Foto: Keystone-France/Gamma-Keystone/Getty Images

Após um julgamento de alto nível, Weidmann e Millen foram condenados à morte e Blanc a 20 meses de prisão. A sentença de Millen foi então comutada para prisão perpétua.

Na manhã de 17 de junho de 1939, Weidmann foi levado à praça em frente à prisão de Saint-Pierre, onde uma guilhotina e uma multidão barulhenta o esperavam. Entre o público estava o futuro ator lendário Christopher Lee, então ele tinha 17 anos.

Weidmann foi colocado na guilhotina, e o principal carrasco da França, Jules-Henri Defurneau, imediatamente abaixou a lâmina.

A multidão reagiu violentamente. Solenemente jubilosos, muitos tentaram atravessar o corpo decapitado para embeber lenços no sangue de Weidmann como lembrança. A cena foi tão horrível que o presidente Albert Lebrun proibiu execuções públicas. Ele afirmou que em vez de servir como um impedimento ao crime, eles despertaram instintos mais básicos nas pessoas.

A guilhotina foi originalmente concebida como uma maneira rápida e relativamente humana de tirar uma vida. Continuou a ser usado em execuções fechadas até 1977. Em 1981, a pena de morte foi abolida na França.

Em junho de 1939
Weidman no tribunal.
Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images

17 de junho de 1939
Weidmann é levado à guilhotina. Ele passa pelo baú em que seu corpo será levado.
Foto: Keystone-France/Getty Images

17 de junho de 1939
Uma multidão aguardando a execução de Weidmann se reuniu em torno de uma guilhotina perto da prisão de Saint-Pierre.
Foto: AFP/Getty Images

17 de junho de 1939
Weidman na guilhotina um segundo antes da lâmina cair.
Foto: POPPERFOTO/Getty Images.

A última execução pública na guilhotina ocorreu em 17 de julho de 1939. Mas por mais 38 anos, a "Viúva" (como os franceses chamavam familiarmente essa máquina de matar) conscientemente desempenhou suas funções de cortar cabeças. É verdade que o público não tinha mais permissão para tais espetáculos.

Hamid Jandoubi, um cafetão de origem tunisina, foi guilhotinado em uma prisão de Marselha em setembro de 1977. Os crimes que cometeu provocaram uma reação violenta na sociedade e retomaram a discussão interrompida sobre a pena de morte.

Quatro anos depois, François Mitterrand aboliu a pena de morte.

Ele mancou até o local da execução em uma perna. Com os primeiros vislumbres da manhã, 10 de setembro de 1977, Hamid Dzhandubi, 31 anos, um cafetão e assassino, foi arrastado para o cadafalso. Para colocá-lo de joelhos sob a guilhotina, os guardas tiveram que desatar a prótese que ele costumava mancar após um acidente de fábrica que cortou sua perna. No pátio da prisão de Marselha "Beaumet" ele pediu um cigarro. Antes de terminar de fumar, Dzhandubi pediu outro: era um cigarro da marca Gitan, exatamente o que ele preferia. Ele fumava lentamente, em completo silêncio. Mais tarde, seus advogados dirão que após o segundo cigarro ele quis dar mais algumas baforadas, mas foi recusado: “Bem, não! Chega, já fomos indulgentes com você”, resmungou o importante escalão da polícia responsável por realizar a execução. Bem, o que você pode fazer? Jandoubi deitou a cabeça no cepo. A lâmina caiu às 4:40.

Quem lembra do Hamid Djandoubi hoje? No entanto, ele toma seu lugar nos anais da justiça francesa, como a última pessoa condenada à morte, cuja sentença foi cumprida. Condenado por estuprar, torturar e assassinar deliberadamente sua amante de 21 anos, Elisabeth Bousquet, ele se tornou o terceiro homem a ter a cabeça arrancada dos ombros durante os sete anos de presidência de Valéry Giscard d'Estaing. Antes dele, esse destino aconteceu com Christian Ranuzzi (28 de julho de 1976) e Jerome Carrein (23 de junho de 1977). Djandoubi foi a última pessoa que o presidente se recusou a perdoar, dizendo: "Faça-se justiça". A justiça foi surpreendentemente rápida: em 25 de fevereiro de 1977, o júri da cidade de Bouches-du-Rhone considerou seu caso por apenas dois dias e o condenou à morte. E cinco meses depois já estava guilhotinado.

Hamida Jandoubi chegou a Marselha 9 anos antes de sua execução, em 1968. Naquela época ele tinha 22 anos. Pela primeira vez em sua vida, ele viajou para fora de sua terra natal - a Tunísia. Muito rapidamente ele conseguiu um emprego - ele se tornou um armador e facilmente integrou-se à sociedade francesa, que, após os eventos de maio de 1968, de alguma forma imediatamente se tornou mais moderna. Em 1971, como resultado de um acidente, ele não apenas perdeu a perna, mas também quebrou mentalmente: seus amigos disseram que o cara havia se tornado uma pessoa completamente diferente - cruel e agressiva. Com as mulheres, Jandoubi, que antes tinha fama de sedutor, tornou-se rude. Inesperadamente descobrindo em si mesmo o talento de um cafetão, ele conseguiu envolver várias garotas na prostituição, a quem Dzhandubi literalmente aterrorizou. A recusa de Elisabeth Busquet em ceder às exigências de seu amante, que a mandava para a rua pegar clientes, literalmente o enfureceu: ele gritou com ela, bateu nela... Assim que saiu da prisão, onde estava colocado após uma queixa apresentada por Busquet, ele começou a ameaçá-la.

Procurador-Geral: "É o diabo em carne e osso!"

Depois de sair da prisão, na noite de 3 para 4 de julho de 1974, Hamid Dzhandubi sequestra Elisabeth Busquet sob a mira de uma arma. Depois de trazê-la para sua casa, ele a joga no chão e bate nela severamente com uma vara, depois com um cinto. Em seguida, ele a estupra, queima seu peito e genitais com um cigarro: Jandoubi viu massacres semelhantes realizados por líderes de gangues no ambiente criminoso de Marselha. A agonia do infeliz dura horas. O carrasco decide matá-la. Ele a encharca com gasolina e joga um fósforo aceso. Não funciona. Sendo sobrecarregado
determinado a acabar com a vítima, ele literalmente arrasta o corpo dela para sua casa de praia, localizada em Lançon-de-Provence. Lá, na presença de duas meninas menores de idade que moram com ele e que ele força a se prostituir, Dzhandubi estrangula sua vítima. Aos olhos das meninas - horror. Poucos dias após a descoberta do cadáver, uma das prostitutas juvenis o denuncia à polícia.
Dzhandubi não está fugindo por muito tempo: alguns meses depois ele é preso e encarcerado na prisão de Marselha. Na esperança de abrandar os corações dos juízes, ele não nega o que fez e admite todos os fatos; está mesmo disposto a participar na reprodução das circunstâncias do seu crime. A polícia também prende dois cúmplices menores de idade e os prende na seção feminina da prisão de Beaumett. Para eles, isso se torna um verdadeiro alívio - eles têm tanto medo de vingança! “Assim que os vi”, dirá mais tarde um dos advogados, “pensei que encontraria criaturas absolutamente reprimidas. Achei que depois de ler o caso com a descrição da tortura que a vítima sofreu, eles seriam atormentados pelo remorso. Na verdade, eles pareciam completamente diferentes, estavam relaxados, porque a prisão, depois do inferno em que viviam ultimamente, parecia-lhes um verdadeiro paraíso! Em novembro de 1974, o advogado conseguiu obter sua libertação da custódia e, em fevereiro de 1977, eles foram totalmente absolvidos.

Toda a França acompanha de perto o julgamento de Jandoubi, e alguns jornais chegam a compará-lo a Adolf Hitler. Como ele enfrenta a pena de morte, várias organizações são acionadas para abolir a pena de morte, esse "método bárbaro e inútil que traz desgraça ao país". Ambos os advogados do réu, um dos quais, Emile Pollack, considerado o melhor de Marselha, estão fazendo o possível para evitar a pena de morte. Eles examinam seu passado, procuram circunstâncias atenuantes, contam a história de um menino que "era gentil, trabalhador, obediente e honesto", mas cuja vida foi quebrada após um acidente. "É o diabo em carne e osso!" - O procurador-geral Shovi responde a eles, que não está nada convencido com os argumentos apresentados pelos advogados. No entanto, eles também não convencem os psiquiatras: na opinião deles, Hamid Dzhandubi "representa um perigo social colossal", embora sua inteligência seja classificada como "acima da média". Essa perícia é fundamental. O veredicto da pena capital, aprovado por unanimidade pelo júri, foi recebido com aplausos.

"A justiça francesa não matará mais ninguém"

Em 16 de março de 1981, durante o programa de televisão "Cards on the Table", François Mitterrand, o candidato presidencial socialista, pronuncia as palavras "contra a pena de morte": "Digo isso diretamente, sem esconder minha opinião", diz ele, embora todas as pesquisas de opinião pública mostrem que os franceses não estão prontos para se separar da guilhotina. Este é um ponto de virada na campanha eleitoral, mas o destino está do lado de Mitterrand. Em 10 de março de 1981, foi eleito presidente. E em 8 de julho, o primeiro-ministro Pierre Mauroy anuncia a abolição da pena de morte. O parlamento, reunido em sessão extraordinária, votou a favor desta decisão em 18 de setembro, depois que o ministro da Justiça Robert Badinter fez seu famoso discurso instantaneamente: “Amanhã, graças a você, não haverá mais esses vergonhosos assassinatos, realizados cedo pela manhã, sob sigilo, nas prisões francesas. Amanhã a página sangrenta de nossa justiça será virada.”

A página, manchada com o sangue de Elisabeth Bousquet, vítima da insanidade mortal de Hamid Djandoubi, “uma perna, que”, como Badinter lembrará aos deputados, “quaisquer que sejam os crimes terríveis que cometeu, mostrou todos os sinais de um transtorno mental , também foi virado, e quem foi arrastado para o andaime, retirado de sua prótese". Em 19 de fevereiro de 2007, durante a presidência de Jacques Chirac, a abolição da pena de morte foi registrada na Constituição. Em Versalhes, onde o parlamento se reuniu para votar a favor desta mudança na lei básica, 26 dos 854 parlamentares votaram contra.

Jacques EXPERT, Elise Carlin

Tradução de Alexander PARKHOMENKO e Vladislav Krivosheev

Na foto: a detenção de Dzhandubi; Jandoubi (sentado) com amigos em Marselha; a casa onde o assassino morava; durante um experimento investigativo; uma carta do procurador da república, que confirma a recusa do presidente em perdoar Jandoubi.

* Os eventos de maio de 1968 - uma crise social na França, resultando em manifestações, tumultos e uma greve geral. Os alunos eram os atiradores. Ele levou, em última análise, a uma mudança de governo, à renúncia do presidente Charles de Gaulle e, mais amplamente, a grandes mudanças na sociedade francesa.