O início do século 20 foi uma época em que o mundo estava desmoronando e se remodelando diante de nossos olhos - às vezes de forma bastante bizarra.

Por exemplo, em julho de 1934, um oficial emigrante russo Boris Skosyrev chegou ao pequeno principado europeu de Andorra e, seguindo o exemplo de Ostap Bender, enganou tanto os membros do Conselho Geral local que o reconheceram unanimemente como rei BorisEU. O reinado deste soberano não durou muito - apenas o suficiente para se tornar um incidente internacional. Uma semana depois, brigou com o pastor espiritual de Andorra Bispo de Urgell e declarou guerra a ele. Um equipamento da gendarmaria italiana chegou à capital do reino recém-criado, que estrangulou radicalmente o brilhante reinado do monarca azarado.

No entanto, a história também conhece casos mais bem-sucedidos de ascensão ao trono de pessoas de origem completamente não real. A frase "brigada cossaca persa" soa ridícula, mas tal unidade militar realmente existia, e o bravo cossaco Reza Khan lutou nela.

Aprenda com o inimigo

Por mais de um século, os persas continuaram lutando com os cossacos russos no Cáucaso, sofrendo enormes perdas e sem sucesso. Finalmente, em 1878, o xá persa Nasser al-Din Shah da dinastia Qajar, impressionado com a destreza dos cossacos Terek, voltou-se para o governador do Cáucaso, o grão-duque Mikhail Nikolaevich com um pedido para destacar oficiais para o dispositivo em suas posses de uma unidade militar similar. Em São Petersburgo, eles não resistiram por muito tempo - foi uma chance de fortalecer seriamente a posição da Rússia na Pérsia e começar a expulsar os britânicos de lá, com quem o Império Russo teve uma guerra não declarada prolongada.

Oficiais e recrutas foram enviados para Teerã. Oficialmente, a brigada estava subordinada ao Ministro da Guerra persa (e depois ao próprio Xá), mas na realidade era liderada por um enviado russo, especialmente porque o pagamento por esta unidade militar vinha do tesouro russo. O comandante direto da brigada foi modestamente listado como o "chefe de treinamento da cavalaria persa" (lembro-me dos "especialistas militares" soviéticos na Coréia, Vietnã e países africanos). A brigada foi recrutada principalmente de caucasianos, que uma vez fugiram para a Pérsia das tropas russas. Agora eles ou seus próprios descendentes tinham que servir sob o comando de oficiais russos. A tarefa diante da brigada cossaca foi responsável - a proteção do próprio soberano, seus familiares, as primeiras pessoas do estado e membros do corpo diplomático. No início do século 20, a brigada foi justamente reverenciada como a parte mais organizada e pronta para o combate do exército persa.

Garoto capaz

Foi nessa época que um "cossaco" de quatorze anos se juntou às fileiras da brigada. Reza Khan Savadkuhi. A origem do recruta era bastante comum para esta unidade militar. Ele nasceu e foi criado na pequena aldeia de Alasht, no norte da Pérsia. Ele tinha talentos indiscutíveis, sabia vários idiomas, mas praticamente não tinha educação e escrevia com dificuldade. Seus ancestrais militantes já viveram no Cáucaso, seu avô já era major do exército persa, seu pai um coronel. No entanto, Reza Khan mal se lembrava dele - ele morreu quando o futuro cossaco ainda era criança. Filho de uma esposa mais jovem, ele tinha chances cada vez menores de uma herança pobre, mas distinguia-se pelo excelente desenvolvimento físico e uma aparência representativa. O serviço em uma parte privilegiada deu-lhe uma posição relativamente boa e a oportunidade de avançar para o posto de oficial. Naquela época, este era o ápice dos sonhos de Reza.

O serviço foi fácil para ele, um cavaleiro natural e grunhido rapidamente atraiu a atenção dos comandantes. Em 1900, ele finalmente recebeu seu primeiro posto de oficial. Três anos depois, ele foi encarregado de uma missão responsável - a proteção do cônsul holandês. Em geral Fritz Knebel, cujo guarda-costas era o belo e jovem Reza Khan, apreciou o oficial inteligente e curioso. Graças ao holandês, ele dominou os fundamentos da diplomacia com alfabetização política e recebeu um conhecimento profundo da ciência militar européia. Em 1910, Reza já havia se tornado o capitão da brigada cossaca persa - não apenas um cavaleiro arrojado, mas também um oficial muito experiente. Devo dizer que tal elevação nesta brigada foi mais a exceção do que a norma, o pessoal de comando aqui era predominantemente russo. Mas então o capitão Reza Khan teve sorte: em 1916, no auge da Primeira Guerra Mundial, decidiu-se desdobrar a brigada em uma divisão.

Entre dois fogos

Em contraste com os cossacos persas, a Grã-Bretanha, como se fosse aliada da Rússia na Entente, formou unidades de fuzileiros persas do sul no modelo dos sipaios indianos para proteger seus interesses na Pérsia. A Rússia não aguentou e aumentou sua presença em uma região estrategicamente importante (Baku ficava perto, que na época fornecia a maior parte do petróleo para o mercado mundial). Os oficiais precisavam de muito mais do que antes, e especialistas militares russos eram necessários nas frentes da guerra com a Alemanha, Áustria-Hungria e Turquia. É aqui que Reza Khan se torna coronel e comandante de um destacamento Kazvin separado. Quando criança, olhando para os bravos cossacos em casacos circassianos - com gazyrs, em chapéus felpudos, com damas decoradas e punhais em seus cintos - ele só podia sonhar com tal carreira. Na realidade, porém, sua ascensão estava apenas começando.

A revolução na Rússia colocou em movimento mecanismos até então desconhecidos da política mundial. A maioria dos oficiais da divisão cossaca estava do lado dos brancos, mas os bolcheviques também olhavam para as terras persas com considerável interesse: a revolução deve ser mundial! Em 1920, um destacamento de marinheiros sob o comando de um antigo guarda-marinha da frota imperial Fiodor Ilin (Raskólnikov), comandante da flotilha Astrakhan-Caspian, desembarcou no porto persa de Anzeli, supostamente para devolver os navios roubados pelos Guardas Brancos. Mas logo a força de desembarque foi cercada por cossacos patrulhando a costa do Cáspio e lançada ao mar. Os heróis desta batalha foram oficiais cossacos russos que permaneceram a serviço do xá. Eles foram liderados por Reza Khan. No entanto, uma manifestação tão vívida de prontidão e lealdade para o combate não agradou tanto aos fracos Ahmad Shah o quanto isso assustou a missão militar britânica, que planejava tomar os campos de petróleo de Baku. Os britânicos começaram a pressionar ativamente o xá e seu primeiro-ministro, exigindo a dissolução da divisão cossaca. Como, após o colapso do Império Russo, o financiamento da unidade militar “aliada” agora estava sobre seus ombros, não foi difícil “cortar o oxigênio”.

Sardar Sepah

Foi aí que as lições aprendidas com o cônsul holandês foram úteis para o coronel Reza Khan. Na noite de 20 para 21 de fevereiro de 1921, seus cossacos apoiaram o golpe na capital. O novo primeiro-ministro aprovou o líder militar da revolta como comandante da divisão cossaca revivida e concedeu-lhe o posto de general (com o alto título de "Sardar Sepah"). Logo Reza Khan tornou-se o governador militar da capital, o comandante em chefe e o ministro militar da Pérsia. Uma das primeiras ações do novo governo em 26 de fevereiro de 1921 foi a assinatura de um tratado de amizade com o governo soviético. Os britânicos podiam morder os cotovelos, mas o acesso ao petróleo de Baku estava bloqueado para eles.

Alguns anos depois, o próprio Reza Khan tornou-se primeiro-ministro da Pérsia, e dois anos depois o incrível aconteceu: em 31 de outubro de 1925, o Majlis (parlamento) anunciou a deposição de Ahmad Shah e toda a dinastia Qajar, e em dezembro 12, o arrojado cossaco Reza foi declarado Xá da Pérsia Khan, que ficou conhecido como Reza Pahlavi. O novo Shahinshah não tinha nada a ver com a antiga dinastia parta Karen-Pahlavid, mas seu nome soava muito mais magnífico do que antes.

Foi aqui que uma série de detalhes foram revelados que não haviam sido focados anteriormente. Considerado um muçulmano xiita, o novo xá acabou se revelando um zoroastrista e introduziu uma série de inovações que transformaram a antiquada Pérsia em uma potência secular em rápido desenvolvimento. Leis sem precedentes para esses lugares foram adotadas, incluindo um código civil, uma lei contra a apreensão violenta de terras, um imposto alfandegário autônomo foi introduzido ... , praticamente eliminou o analfabetismo no país, deu às mulheres o direito ao voto. Foi sob ele, em 1935, que foi emitido um decreto sobre a remoção do véu! No mesmo ano, o antigo nome do país - Pérsia - foi alterado para Irã, ou seja, país ariano.

Não para aquele cavalo

O tema ariano era geralmente popular na década de 30 do século passado, e principalmente na Alemanha, que tinha a mesma relação com esse povo antigo que Shah Reza tinha com os partos (traduzido por Pahlavi significa "parta"). Isso determinou o interesse dos "verdadeiros arianos" pelos verdadeiros iranianos e provavelmente determinou o destino do mais progressista dos governantes orientais daquela época. Ele viu no Reich nazista um contrapeso à URSS e à Grã-Bretanha, da qual o Irã tomou um gole de arrojado e manteve contatos diplomáticos ativos com os alemães.

Em 1941, a União Soviética e a Grã-Bretanha, temendo a implantação de bases alemãs na costa do Cáspio, exigiram que o xá permitisse que tropas aliadas entrassem em seu território. Reza Pahlavi declarou sua neutralidade e recusou. Então, em 25 de agosto, tropas soviéticas e britânicas do norte e do sul começaram a se mover para o interior, uma em direção à outra. Não querendo derramamento de sangue sem sentido, Reza Pahlavi abdicou em favor de seu filho e deixou o país. Ele morreu em Joanesburgo (África do Sul) em 1944. Após o fim da guerra, seus restos mortais foram devolvidos à sua terra natal e, em 1949, os Mejlis concederam ao falecido soberano o título de "Grande". Assim terminou o longo e glorioso épico do cossaco russo-persa - o pai do Irã.

A brigada cossaca persa (doravante referida como PKB; o nome oficial é brigada cossaca de Sua Majestade Xá) é uma unidade militar única do exército persa que existiu sob a liderança de instrutores russos desde o momento em que o primeiro regimento foi formado em 1879 até 1920 (em 1916 foi reorganizado em divisão). Sua criação foi iniciada pelo enviado russo em Teerã I.A. Zinoviev. Foi em estreita conexão com a conquista de Akhal-Teke pelos russos e a luta com a Grã-Bretanha nesta ocasião, bem como pela influência na corte do Xá [Khidoyatov G.A., 1969, p. 348-423]. Apesar das publicações existentes [Gokov O.A., 2003; Gokov O.A., 2008; Krasnyak O.A.; Krasnyak O.A., 2007; Ter-Oganov N.K., 2010; Ter-Oganov N.K., 2012; Rabi U., Ter-Oganov N., 2009], alguns fragmentos de sua história requerem um estudo mais detalhado. Um deles é o período de 1882 a 1885, quando Pyotr Vladimirovich Charkovsky era o comandante do PKB, ou o Chefe de Treinamento da Cavalaria Persa (doravante referido como o Chefe), como seu cargo era oficialmente chamado. Até agora, suas atividades no Irã foram descritas de forma mais holística no estudo de N.K. Ter-Oganov [Ter-Oganov N.K., 2012, p. 62-67]. Mas os problemas internos e o estado real do PKB são mal cobertos por ele. Em nosso artigo, tentaremos fazer uma análise possivelmente completa das atividades de P.V. Charkovsky e a posição da brigada no período em análise.

O primeiro chefe foi o tenente-coronel (mais tarde - coronel) do Estado-Maior General (doravante - Estado Maior) Alexei Ivanovich Domontovich, que esteve na Pérsia de 1879 a 1882. e apreciado por Shah Nasreddin [Krasnyak O.A., 2007, p. 72–78; Ter-Oganov N.K., 2012, p. 52-62]. Em 1882, ao final do contrato, A.I. Domontovich, apesar dos pedidos do xá, não foi deixado em sua posição. A razão para isso foi o conflito com o enviado [Kosogovsky V.A., 1923, p. 392]. Por ordem do Ministro da Guerra, desde março de 1882, as autoridades caucasianas estavam preocupadas com a busca de um novo candidato ao cargo de Chefe. Por iniciativa do Chefe do Estado Maior do Distrito Militar do Cáucaso, Tenente-General do Estado-Maior P.P. Pavlov, aprovado pelo General de Cavalaria A.M. Dondukov-Korsakov, em vez de A.I. Domontovich, foi decidido enviar o Coronel P.V. Charkovsky.

O novo chefe veio de nobres de São Petersburgo. Ele nasceu em 15 de abril de 1845, formou-se no Corpo de Cadetes Pavlovsky, na Escola de Artilharia Mikhailovsky e na Academia Nikolaev do Estado-Maior. Entrou no serviço em 29 de setembro de 1861. Serviu na Brigada de Artilharia a Cavalo dos Guardas da Vida. No posto de capitão, ele participou da guerra russo-turca de 1877-1878. Durante o primeiro ano da guerra, ele foi premiado com as Ordens de Vladimir 4ª classe com espadas e arco, St. Stanislaus 2ª classe e St. Anna 2ª classe com espadas. Após graduar-se no curso acelerado da Academia do Estado-Maior, foi liberado para o Estado-Maior. Em março de 1878 foi renomeado tenente-coronel do Estado-Maior General e em agosto foi promovido a coronel por distinção. Em 1879 ele foi premiado com uma arma de ouro para a campanha. De março de 1878 a janeiro de 1879 P.V. Charkovsky era o comandante de uma divisão de brigada de artilharia de cavalaria e serviu como chefe de gabinete da 1ª divisão cossaca caucasiana. De janeiro de 1879 a outubro de 1882, ele foi listado apenas como chefe de gabinete [Glinoetsky N.P., 1882, p. 174; Lista de generais por antiguidade, 1891, p. 840; Lista de generais por antiguidade, 1896, p. 659]. Ao mesmo tempo, ele era um participante ativo da inteligência militar no Cáucaso. Estando nesta posição, P.V. Charkovsky foi nomeado para o cargo de secretário do consulado de Trebizond [RGVIA, f. 446, d. 44, l. dezenove]. No Ministério da Guerra, nem o chefe do Estado-Maior nem o chefe do departamento levantaram objeções à candidatura, que foi relatada ao enviado em Teerã [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 8-9].

Em 5 de junho de 1882, o imperador Alexandre III permitiu a nomeação do Coronel do Estado Maior P.V. Charkovsky para o cargo de Chefe de Treinamento da Cavalaria Persa [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 19–20] . O Ministério das Relações Exteriores foi informado sobre isso. Como o xá insistia na rápida chegada do novo chefe [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 16], nomeado em 28 de março de 1882 pelo Ministro das Relações Exteriores N.K. Girs telegrafou ao encarregado de negócios em Teerã (IA Zinoviev estava de férias na Rússia) para iniciar urgentemente as negociações sobre a renovação "na base anterior do contrato para nosso instrutor" [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 27]. Em 16 de julho, o encarregado de negócios russo em Teerã K.M. Argiropulo assinou um novo contrato de três anos com o governo do Xá [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 52–53] .

Os termos do contrato basicamente repetiam o texto do acordo de 1879 [Krasnyak O.A. , 2007, pág. 79; RGVIA, f. 446, d. 44, l. 52, 57-59; Ter-Oganov N.K., 2012, p. 63-64; Browne E.G., 1910, p. 228-232]. Foi escrito em francês e persa e consistia em onze artigos. O primeiro deles indicou que P.V. Charkovsky, é nomeado pelas autoridades caucasianas para substituir A.I. Domontovich por três anos como instrutor militar dos "cossacos" persas. Seu dever era preparar e treinar unidades de cavalaria, determinadas pelo Ministério da Guerra persa, de acordo com o modelo russo. O segundo artigo estipulava que 3 oficiais e 5 oficiais fossem nomeados para ajudar o coronel pela administração caucasiana. Salientou-se que os nomes dos membros da missão militar, o coronel devem informar o enviado em Teerã, e ele - ao governo iraniano. O terceiro artigo foi dedicado às questões de apoio material e financeiro. O gerente deveria receber 2.400 nevoeiros (24.000 francos franceses) por ano, pagos trimestralmente, e ração diária para cinco cavalos. Os chefes ficaram com um salário, como no caso de A.I. Domontovich, ou seja, cada um cerca de 5.000 nevoeiros (12.000 francos franceses). A manutenção dos oficiais era de 20 nevoeiros por mês ou 240 nevoeiros por pessoa por ano. O artigo quinto estabelecia que esse dinheiro deveria ser pago a partir da data de assinatura deste contrato. O artigo sexto determinava que 400 nevoeiros (4.006 francos) - um adiantamento de dois meses - deveriam ser entregues ao coronel no dia da assinatura do contrato. De acordo com o quarto artigo, os instrutores deveriam receber do governo persa 100, 75 e 24 semi-imperiais, respectivamente, para pagar a viagem. De acordo com o Artigo Dez, ao final do contrato, o governo persa se comprometeu a pagar aos oficiais o mesmo valor das despesas de viagem para retornar à Rússia. Ao mesmo tempo, os membros da missão militar mantiveram o direito a eles se "o acordo for cancelado a pedido do governo persa antes do final do período especificado". O sétimo artigo afirmava que em todos os assuntos relacionados ao serviço, o coronel deve agir de acordo com as instruções do Ministério da Guerra da Pérsia, ao qual está subordinado. O mesmo ministério foi obrigado a pagar-lhe um salário. No oitavo parágrafo, o governo iraniano se comprometeu a compensar P.V. Charkovsky todas as despesas de viagem feitas pelo coronel sob suas ordens. O artigo nono fixava que o coronel não poderia cancelar ou alterar as disposições do contrato, não poderia deixar o serviço do governo persa antes do final do prazo de três anos. A exceção foi a doença, pela qual P.V. Charkovsky não teria sido capaz de cumprir seus deveres. O coronel foi autorizado a sair por um período não superior a três meses, "se sua saúde ou assuntos particulares o exigirem". Mas, neste caso, o oficial do Estado-Maior não tinha o direito de receber nenhum pagamento (incluindo salários) do governo de Teerã. Condições semelhantes foram registradas para outros membros da missão militar. De acordo com o último décimo primeiro artigo, os instrutores deveriam chegar a Teerã dentro de dois meses e meio a partir do momento em que receberam o valor das despesas de viagem através da missão diplomática russa.

Ao mesmo tempo, ocorreu o processo de inscrição do coronel em um novo cargo. Como observado, desde 1879 era secretário do consulado de Trebizonda, sendo um agente militar não oficial. Por tradição, antes de ser nomeado para este cargo, P.V. Charkovsky foi demitido do serviço militar com a manutenção de um cargo em tempo integral, mas sem manutenção, o direito de ser promovido ao próximo posto, etc. . Portanto, ao enviá-lo para a Pérsia, foi necessário o procedimento inverso. Isso exigia acordos entre o Departamento de Guerra e o Ministério das Relações Exteriores. Eles foram concluídos no início de julho. Pela ordem máxima de 16 de julho, P.V. Charkovsky foi devolvido ao serviço militar e renomeado como coronel do Estado-Maior [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 43]. E em 18 de julho, P.P. Pavlov recebeu uma ordem assinada pelo Chefe do Estado Maior N.N. Obruchev chama P.V. Charkovsky de Trebizonda a Tíflis. Ao chegar, o coronel recebeu licença de oito dias [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 45-46]. Sua viagem ao Irã foi adiada, porque um dos novos instrutores era esperado em Tíflis - cornet Denisov, destacado pelo Estado-Maior Geral [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 46-47]. Finalmente, em agosto, os membros da missão partiram para Teerã. Junto com a mudança do chefe, houve também uma mudança de instrutores russos. Esaul E.A. Makovkin foi deixado pelas autoridades caucasianas para um segundo mandato. Além dele, Yesaul Menyaev e o cornet Denisov foram nomeados oficiais do exército cossaco de Kuban [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 53]. Quanto aos diretores, alguns foram substituídos e outros permaneceram para um segundo mandato [RGVIA, f. 446, d. 44, l. 27].

O novo comandante obviamente não tinha a iniciativa em assuntos políticos que seu antecessor, mas conhecia bem seu trabalho e tentou fazê-lo da mesma forma. Durante seu comando do PKB P.V. Charkovsky elevou o número de pessoas na brigada para 900 ao incluir 300 Muhajirs nela. Mukhajirs eram pessoas da Transcaucásia (regiões de Erivan e Baku), que a deixaram após a assinatura do Tratado de Paz Turkmanchai de 1828 e se estabeleceram na Pérsia [Kolyubakin, 1883, p. 61-62; Mamontov N.P., 1909, p. 91]. IA Domontovich recebeu 400 pessoas da cavalaria irregular dos Muhajir, que se distinguiam por uma disciplina extremamente fraca [Kosogovsky V.A., 1923, p. 391]. V.A. Kosogovsky escreveu que “sob Charkovsky, eles conseguiram convencer os restantes 300 muhajirs de Teerã, que, durante a formação inicial da brigada, não queriam se tornar cossacos e sentaram-se nos melhores, a se juntar à brigada nas mesmas condições em que o primeiros quatrocentos foram aceitos, isto é, com a preservação de seu conteúdo tribal ou hereditário” [Kosogovsky V.A., 1923, p. 392]. Seguindo V. A. Kosogovsky, pesquisadores modernos também argumentam que a parte dos Muhajirs que não concordou em servir na brigada, através dos esforços de P.V. Charkovsky foi inscrito na brigada nas mesmas condições que seus compatriotas [Krasnyak O.A., 2007, p. 79; Ter-Oganov N.K., 2012, p. 64].

No entanto, parece-nos que essa inscrição ocorreu não apenas por insistência do coronel, mas a pedido dos próprios Muhajirs e do Xá. Inicialmente, os Muhajirs reagiram negativamente às tentativas de inscrevê-los no PCB durante sua formação. Seu chefe francamente prejudicou A.I. Domontovich, não querendo perder sua posição. No entanto, com o tempo, a situação mudou. Central para essa mudança foi o apoio financeiro e o status alcançado para a brigada por seu primeiro comandante. Em condições em que o subsídio financeiro dos Muhajirs piorava de ano para ano, a posição estável de seus companheiros de tribo que estavam no PKB não podia deixar de atrair. Ao mesmo tempo, a inclusão dos Muhajirs restantes nas fileiras do Design Bureau foi temporariamente resolvida pela tarefa definida pelo Coronel do Estado-Maior A.I. Domontovich. Em 1880 ele escreveu para I.A. Zinoviev que a posição dos Muhajirs, que não foram incluídos na brigada, atua de forma corruptora em seus companheiros de tribo - "Cossacos" [Krasnyak O.A., 2007, p. 132-133]. Em particular, o primeiro Head prestou atenção ao fato de que, sem realizar nenhum serviço, eles moram em Teerã e usam seu conteúdo. “Fatos desse tipo”, escreveu ele, “têm um efeito muito desfavorável sobre os “cossacos” que realizam um serviço bastante difícil, forçando-os a evitá-lo com todas as suas forças” [Krasnyak O.A., 2007, p. 132-133].

Em 1883 P. V. Charkovsky formou o terceiro regimento e esquadrão "Kadam" de Muhajirs de diferentes sexos e idades, ou seja, veteranos (neste caso, idosos), e mulheres e crianças foram matriculadas como pensionistas, que continuaram a receber o salário hereditário dos Muhajirs na forma de pensões. Além disso, o coronel transformou o semi-esquadrão da Guarda em esquadrão e formou um coro de músicos [Kosogovsky V.A., 1923, p. 393]. Em outubro do mesmo ano, 4 canhões do modelo de 1877 e 532 cargas para eles foram entregues como um presente do imperador russo Alexandre III ao Design Bureau [Kublitsky, 1884]. Com base nessas armas em 1884, P.V. Charkovsky formou uma bateria de cavalos no Design Bureau [Ter-Oganov N.K., 2012, p. 65]. Parece que essas mudanças também estavam relacionadas com os planos de política externa da Rússia no Oriente Médio. Em 1881-1885 houve uma conquista das terras turcomanas pelo império, à qual a Pérsia reivindicou parcialmente. O avanço da Rússia provocou uma resposta dos britânicos, que buscavam criar um bloco anti-russo no Oriente Médio [Davletov J., Ilyasov A., 1972; Adesão do Turcomenistão à Rússia, 1960, p. 549-797]. Portanto, manter relações pacíficas com o Irã, atraindo o favor do xá para a Rússia, estava entre as tarefas mais importantes da diplomacia russa. A P. V. Charkovsky e o PKB atuaram como elementos de influência na política externa.

A estrutura da brigada começou a ter a seguinte aparência. Foi chefiado por um coronel do Estado-Maior russo - o chefe do treinamento da cavalaria persa; Oficiais e sargentos russos eram considerados seus assistentes - naibs. O PCB consistia em três regimentos: dois dos Muhajirs, um dos voluntários. “Quando formado, de acordo com o estado, cada regimento deveria ter quatro esquadrões, e no terceiro - apenas pessoal para quatro esquadrões” [RGVIA, f. 401, op. 5, d. 481, l. 5]. De acordo com as listas, o número de regimentos da brigada era de 800 pessoas. “Há 300 homens no 1º e 2º regimentos, cerca de 150 no terceiro e cerca de 50 na bateria”, escreveu Misl-Rustem [Misl-Rustem, 1897, p. 146]. Além deles, havia um esquadrão de guardas, um esquadrão "Kadam" e um coral musical. À frente de cada regimento estava um general iraniano com a patente de sarkhang (coronel) ou sartip (general). Ele, no entanto, geralmente era subordinado a um oficial-instrutor russo júnior. Esses oficiais russos eram os comandantes reais dos regimentos. Em cada regimento, um oficial russo tinha um sargento à sua disposição, com cuja ajuda treinava o regimento [Misl-Rustem, 1897, p. 148]. “Eles são muito estimados pelos oficiais persas”, escreveu o autor, escondido sob o pseudônimo de Misl-Rustem, “que lhes apertam as mãos e os obedecem em tudo. Isso vem do fato de que os oficiais russos são muito mais educados e sabem como se comportar mais importante com os escalões inferiores” [Misl-Rustem, 1897, p. 148]. O regimento ou foudzh foi dividido em 4 esquadrões (centenas), comandados por oficiais iranianos. De acordo com Misl-Rustem, que observou o PKB, este último “está tentando recrutar o maior número possível de pessoas de seus 'nukers' para seus esquadrões, ou seja, servos ou camponeses de suas aldeias e aldeias relacionadas. Com tais armas nucleares, eles estão em melhor situação, obtêm mais lucro e é mais fácil lidar com eles” [Misl-Rustem, 1897, p. 148]. Cada esquadrão foi dividido em 4 deste (pelotões). Cada regimento tinha uma bandeira com o brasão persa. Eles foram mantidos no apartamento do coronel ou na sala de serviço.

A brigada tinha à sua disposição quartéis, estábulos, despensas para forragem. Havia também pequenas oficinas (nas quais os próprios "cossacos" consertavam armas e equipamentos), arsenais, uma ferraria e uma enfermaria. Tudo isso estava localizado na parte central de Teerã. Os oficiais do PKB, incluindo o Chefe, viviam em casas situadas em frente ao quartel [Misl-Rustem, 1897, p. 142-146]. Quanto aos "cossacos", aqueles que não estavam de férias viviam em parte nos quartéis, em parte em várias partes de Teerã em apartamentos [RGVIA, f. 401, op., 5, expediente 515, fol. 204]. P.V. Charkovsky procurou equipar a unidade a ele confiada no modelo dos exércitos europeus. Através de seus esforços, a aparência das instalações (especialmente a enfermaria, cozinha e quartel) foi mantida limpa e arrumada. Em 1883, por ordem do coronel, foi feita uma sala de serviço [Misl-Rustem, 1897, p. 143].

A aparência dos "cossacos" foi o mais próximo possível dos russos. Eles usavam o uniforme dos cossacos caucasianos. O primeiro regimento estava vestido com o uniforme do exército cossaco de Kuban com beshmets vermelhos e tops papais. O segundo regimento usava o uniforme do exército cossaco Terek com beshmets azuis e tops papais. O terceiro foi distinguido por beshmets verdes e tops de papa. Nas alças dos "cossacos" estavam bordadas as "iniciais" do regimento ao qual pertenciam. Os uniformes dos bateristas copiaram os dos "Kubans" russos. O esquadrão de Guardas foi equipado com o uniforme do Regimento Cossaco de Guardas da Vida da Rússia. Em ocasiões solenes, seus soldados e oficiais usavam uniformes vermelhos e na vida cotidiana - azuis, enfeitados com galões e circassianos. O armamento consistia em um punhal e verificador caucasianos, bem como um rifle do sistema Berdan No. 2. Estes últimos, no entanto, foram distribuídos apenas durante os exercícios [Misl-Rustem, 1897, p. 141]. Deve-se notar que os instrutores russos acompanharam o aparecimento dos "cossacos", a partir da criação da unidade. Isso foi explicado pelo impacto psicológico que os cavaleiros bem equipados tiveram não apenas no Xá, sua comitiva, mas também nos habitantes do Irã em geral (elevando assim o status da Rússia aos seus olhos), mas também nos observadores estrangeiros [Medvedik I.S., 2009, pág. 120].

Inicialmente, o PKB era formado exclusivamente por cavaleiros. “Aqueles que queriam se juntar à brigada trouxeram um cavalo com sela”, escreveu Misl-Rustem [Misl-Rustem, 1897, p. 141]. D. N. Curzon relatou que “os escalões inferiores deveriam ter seus próprios cavalos, mas para mantê-los em ordem e substituí-los por novos em caso de perda ou dano, cada pessoa recebe 100 guindastes além do prescrito anualmente” [Kurzon G ., 1893, pág. 134]. Na realidade, o tesouro economizou nessas "férias". A composição do cavalo consistiu em garanhões. Apenas no esquadrão de guardas eles eram de uma certa cor - cinza. O PKB tinha cavalos estatais. Eles eram usados ​​para as necessidades internas da brigada, um destacamento de músicos os montava, uma bateria era transportada [RGVIA, f. 401, op. 5, d. 481, l. 6].

O PKB foi treinado de acordo com os regulamentos militares russos abreviados, que foram traduzidos para o persa. As aulas ocorreram no campo de treinamento Meydan-e Meshk, localizado próximo ao quartel da brigada. Primeiro, cada "cossaco" foi treinado separadamente, depois foram realizados exercícios de esquadrão, regimento e brigada. Além disso, praticavam equitação e equitação.

Uma certa ideia da preparação da brigada é dada pelo depoimento do oficial russo A.M. Alikhanov-Avarsky. Ele viajou para a Pérsia em meados de 1883 e observou o esquadrão de Guardas do PKB, que constituía a guarda pessoal de Nasreddin Shah. “Poucos minutos depois, pelotão por pelotão, com música à frente, admiravelmente vestidos com casacos circassianos vermelhos, o esquadrão de escolta do xá passou por nós”, disse A.M. Impressões de Alikhanov-Avarsky da revisão das tropas que acompanharam Nasreddin Shah em sua viagem a Budzhnurt. - Era uma cópia exata do nosso comboio de São Petersburgo até o último detalhe (estamos falando do Regimento Cossaco de Guardas da Vida de Sua Majestade, cujos cossacos compunham o comboio do imperador russo - O.G.); até os oficiais usavam dragonas russas” [Alikhanov-Avarsky M., 1898, p. 157]. “Até onde se pode julgar por uma passagem”, observou o observador russo, “a imitação parece ter dado certo desta vez não apenas na aparência ... o esquadrão nos impressionou tanto (os oficiais que assistiram à revisão - O.G. ) que parecia, ele pode, sem qualquer exagero, com dignidade entrar no ambiente de qualquer exército europeu" [Alikhanov-Avarsky M., 1898, p. 157-158].

Sob P.V. O Charkovsky Design Bureau também recebeu seu primeiro batismo de fogo. Em 1882, 100 "cossacos" estavam "entre outras tropas" enviadas pelo governo persa à região de Astrabad "para conter os turcomenos". Então, em 1884, 300 pessoas foram enviadas, e em 1885, 100 pessoas [RGVIA, F. 401, op. 5, d. 61, L. 20]. Infelizmente, a única coisa conhecida sobre os detalhes das expedições é que entre os "Cossacos" 28 fuzis foram mortos e perdidos [RGVIA, F. 401, op. 5, d. 61, L. 20]. O seguinte foi relatado sobre a última expedição contra os turcomenos Yomud na coleção do Ministério Militar da Rússia: “Em 1885, um destacamento expedicionário foi equipado para o rio Atrek para pacificar os turcomenos Yomud. Durante o discurso, era composto por 1.600 infantes, 200 cossacos e 200 cavaleiros irregulares, totalizando 2.000 pessoas. 600 pessoas chegaram a Atrek, o resto desertou pelo caminho” [Coleção das últimas informações sobre as forças armadas dos estados europeus e asiáticos, 1894, p.804].

No entanto, o brilho externo não conseguiu encobrir a deterioração interna. O sistema de relações característico das forças armadas persas e da sociedade como um todo penetrava cada vez mais no PCB. O principal problema continuou sendo financeiro. P.V. Charkovsky foi forçado a recorrer a extensas medidas de austeridade, uma vez que uma grande quantidade de dinheiro foi gasta na manutenção dos aposentados. Além disso, o sistema de financiamento da brigada exigia que o chefe fosse capaz de resolver questões econômicas de forma a evitar tumultos no Design Bureau e, ao mesmo tempo, preservar sua aparência. O último para Nasreddin Shah era mais importante do que a capacidade real de combate.

Como antes, a observação de A.I. Domontovich sobre "emissão imprecisa de dinheiro para a manutenção da brigada", que "impede a condução adequada dos negócios" [Krasnyak O.A., 2007, p. 133]. No exército persa, havia um sistema complexo de emissão de valores para a manutenção de unidades militares individuais [Vrevsky A.B., 1868, p.29; Frankini, 1883, p. 27-28]. Como o PKB fazia parte das forças armadas iranianas, também estava sujeito às normas geralmente aceitas. Todo o sistema de financiamento estava "amarrado" ao Ministro da Guerra, que distribuía o orçamento militar do país. E, no caso do Design Bureau, foi ele o obstáculo mais importante, pois reteve parte dos recursos da brigada em seu favor. Deve-se notar também que uma razão significativa para a turbulência financeira do Design Bureau foi o fato de que inicialmente não foram acordados e assinados documentos de longo prazo que determinassem as alocações orçamentárias, seus gastos e relatórios. De fato, tudo foi feito com base em acordos entre a Missão Russa e o Xá e o Ministro da Guerra cada vez que um novo Chefe era nomeado. Como resultado, P. V. Charkovsky foi constantemente confrontado com a emissão prematura de dinheiro para a manutenção do Design Bureau [RGVIA, f. 401, op. 4, d. 57, l. 4]. Além disso, o dinheiro foi pago à brigada apenas alguns meses após o início do ano [RGVIA, f. 446, d. 46, l. 90]. O orçamento para 1882-1883 foi de 66.536 nevoeiros [Ter-Oganov N.K., 2010, p. 77] e não teve tendência a aumentar. Misl-Rustem descreveu o lado financeiro da vida da brigada dessa maneira. “O coronel recebe uma certa quantia para a brigada, de acordo com o orçamento aprovado pelo xá... - o cobrador de impostos - cobrará juros, pois os cheques são emitidos para receber o dinheiro antes do previsto. Então os coronéis às vezes devem trazer presentes, como verdadeiros persas, para o Ministro da Guerra e até para o Xá ... , metade das pessoas em férias na brigada, enquanto isso, todos estão listados [Misl-Rustem, 1897, p. 150]. Além disso, "o salário do terceiro regimento foi emitido além do coronel russo e foi pago de forma extremamente imprecisa" [RGVIA, f. 446, d. 46, l. 90].

O resultado da redução de custos foi a diminuição da qualidade do treinamento do pessoal da brigada. Tive que economizar em quase tudo. Assim, o autor indicado, que observou o PCB por cerca de 6 anos, relatou que P.V. Charkovsky “vestiu as pessoas com camisas para o verão e escondeu casacos circassianos no arsenal, por um lado, por ocasião do calor e, por outro, para salvar casacos circassianos” [Misl-Rustem, 1897, p. 151]. Há um afastamento gradual dos princípios de gestão estabelecidos pela A.I. Domontovich. Um indicador disso foi o caso quando P.V. Charkovsky decidiu não dar dinheiro parcelado em suas mãos, para que não fosse gasto para outros fins. “Mas ele não teve sucesso por muito tempo”, relatou Misl-Rustem. - houve um murmúrio e a comida não estava mais cozida. “O fato é”, explicou ele, “que o “cossaco” persa consegue alimentar toda a sua família com as porções recebidas, e é impensável fazer isso de um caldeirão” [Misl-Rustem, 1897, p. 145]. Assim, a ideia do primeiro Chefe de que a satisfação das pessoas com a comida não deveria ser entregue nas mãos de cada cavaleiro retrocedeu diante das realidades da vida persa. O resultado de problemas financeiros foi que, ao término do contrato, o coronel deixou de fornecer um "relatório sobre o gasto de valores" a tempo. O enviado russo descreveu isso como um "mal-entendido" [RGVIA, f. 401, op. 4, d. 57, l. 5]. E consistiu no fato de que o Ministro da Guerra Kamran Mirza reteve parte dos pagamentos no valor de 6.000 nevoeiros em seu favor [Kosogovsky V.A., 1923, p.393]. No entanto, a cada novo chefe, o “mal-entendido” crescia e quase levou à liquidação do Design Bureau.

Sob P.V. Charkovsky, um fenômeno pan-persa como a transferência de parte do pessoal da brigada "de licença" está se espalhando. Continuando a ser listados no Design Bureau, os soldados foram mandados para casa para ganhar dinheiro. Isso possibilitou economizar seus salários (nas férias deveria alocar metade do conteúdo para um soldado), mas também gerou críticas ao coronel em um esforço para se enriquecer às custas dos “cossacos” [Misl-Rustem, 1897, pág. 151-152]. No entanto, parece-nos que essas reclamações foram causadas pelas atividades do próximo Chefe. Problemas financeiros levaram ao fato de que, ao deixar a Pérsia em 1885, P.V. Charkovsky foi incapaz de fornecer relatórios oportunos sobre o gasto de valores [RGVIA, f. 401, op. 4, d. 57, l. 5]. No entanto, a história do Design Bureau mostra que este fato não pode ser usado como prova incondicional da falta de escrúpulos financeiros do Chefe. Cada um dos comandantes de brigada no século 19 teve problemas com a apresentação de um relatório financeiro ao enviado. No caso de P. V. Charkovsky, infelizmente, carece de fatos e informações para esclarecer todas as causas dos problemas financeiros.

Externamente, a estrutura e as atividades do PCB pareciam bastante respeitáveis. No entanto, é difícil concordar plenamente com a opinião de A. Rzhevussky (feita, aliás, no início do século 20), que os pesquisadores citam, de que “A brigada cossaca persa ... as forças armadas iranianas e naquela época já era uma boa unidade militar organizada” [Krasnyak O.A., 2007, p. 80; Ter-Oganov N.K., 2012, p. 65]. De fato, pelos padrões persas, o PKB era uma unidade de elite com boa organização e financiamento. Ao mesmo tempo, os indicadores externos não devem obscurecer os processos internos. Conforme declarado no “Relatório sobre questões relativas à situação atual da Brigada Cossaca Persa”, compilado em outubro de 1907, no início de sua existência, o PCB era uma parte “comum, apenas melhor treinada” do exército iraniano [Rybachyonok I.S. , 2012, pág. 452]. Assim, apesar do treinamento relativamente regular dos cossacos (três vezes por semana, cada um não mais de duas horas [Kublitsky, 1884, p. 71]), a principal coisa que o PKB foi ensinado foi equitação e desfiladeiro, ou um cerimonial março [Alikhanov-Avarsky M., 1898, p. 223]. “Todas as pessoas à frente do exército”, explicou um dos oficiais que observaram o PKB em 1883, “incluindo aqui o Ministro da Guerra Naib os-Soltan, não têm idéia sobre assuntos militares e consideram o cúmulo da perfeição se a parte passa aproximadamente exatamente pela marcha cerimonial” [Kublitsky, 1884, p. 71]. “A brigada caminha maravilhosamente em cerimonial”, observou Misl-Rustem [Misl-Rustem, 1897, p. 149]. Uma caracterização extremamente negativa do PKB foi dada pelo oficial russo A.M., que visitou Khorasan em 1883. Alikhanov-Avarsky. Seu número nem sempre chega a 750 pessoas, informou. “Isso, em essência, um regimento de cavalaria policial (Então, no texto - O.G.) é arbitrariamente chamado de brigada, e mais ainda - uma brigada cossaca, porque, além do traje dos montanheses caucasianos, essa parte não tem nada a ver com os cossacos” [Alikhanov-Avarsky M. , 1898, p. 222]. A formação da brigada, do ponto de vista dos militares europeus, estava longe de estar nas melhores condições. A razão interna para isso, muito provavelmente, não foi a relutância do coronel, mas a falta de fundos. P.V. Charkovsky cuidou do Design Bureau, mas foi forçado a se adaptar às condições existentes. Assim, “durante os 6 anos que passei na Pérsia”, escreveu um correspondente anônimo, “a brigada não teve um único exercício de tiro com munição real” [Misl-Rustem, 1897, p. 149]. “Por que desperdiçar munição cara?! - citou a declaração do Ministro da Guerra, terceiro filho de Nasreddin Shah, Kamran Mirza Naib os-Saltane A. M. Alikhanov-Avarsky. - ... Afinal, em tempo de guerra você terá que atirar não em pássaros, nem mesmo em pessoas solteiras, mas nas massas, nas quais nem nossos meninos vão errar! [Alikhanov-Avarsky M., 1898, p. 212-213]. Era necessário economizar cartuchos, pois não havia nada para repor sua perda. “Sei com certeza”, relatou Kublitsky, “que atualmente, na brigada cossaca, todo o conjunto de cartuchos de combate para 600 fuzis Berdan está limitado a dois mil e quinhentos, ou seja, apenas quatro cartuchos por arma” [Kublitsky , 1884, pág. 69]. Ao mesmo tempo, nem sempre foram gastos racionalmente, e não por culpa do Chefe. Assim, devido à má qualidade da pólvora local, cartuchos de fuzis russos foram usados ​​para disparos de festim por ordem do Ministro da Guerra nas manobras do xá da guarnição de Teerã [Kublitsky, 1884, p. 68]. O mesmo acontecia com a artilharia. “Para 1883 a 1898”, o novo comandante do PKB V.A. Kosogovsky, - A bateria cossaca persa, devido à impossibilidade de reabastecer as granadas produzidas, não disparou quase nenhuma granada viva, apenas de vez em quando lançando algumas granadas para diversão do xá. A consequência disso é que, estando bem treinados em combate e ação com canhões, oficiais e servidores em essência não têm noção de disparar projéteis vivos”[RGVIA, f. 401, op. 5, d. 61, l. 38].

A posição do PKB também foi apenas parcialmente privilegiada. Consistia no fato de que os instrutores russos treinavam os "cossacos", a brigada estava sob o patrocínio da missão diplomática russa e o salário era pago regularmente em comparação com outras partes do exército persa. Caso contrário, o PKB era parte integrante das forças armadas iranianas, sujeitas à maioria de suas regras e deficiências. A brigada também fazia parte da guarnição de Teerã. Ao contrário da crença popular [Kalugin S., 2003, p. 364; Rybachenok I.S., 2012, p. 451; Sergeev E.Yu., 2012, p. 175; Strelianov (Kalabukhov) P.N., 2007, p. 215; Shishov A.V., 2012, p. 20], a brigada não era uma escolta pessoal nem a guarda do Xá. As funções de comboio eram desempenhadas apenas por "cossacos" do esquadrão de Guardas, que acompanhavam o xá em viagens pelo país. Sob Nasreddin Shah, os “guardas” e unidades pessoais que guardavam o governante persa eram ghouls [Krasnyak O.A., 2007, p. 57; Frankini, 1883, p. 20-21].

Como já referido, a brigada dispunha de quartéis, cavalariças, despensas para forragens e outras instalações de utilidade pública e residenciais. No entanto, Misl-Rustem, que os observou por dentro, relatou que parte do existente foi finalizado para exibição aos funcionários superiores visitantes, e os edifícios principais não foram atualizados e gradualmente caíram em decadência [Misl-Rustem, 1897, p. 142-146].

Outro fenômeno negativo que "sobrecarregou" o PKB foi a superabundância de oficiais. O fato é que na produção das fileiras o comandante da brigada não era independente e não podia regulá-la. Fazendo parte das forças armadas persas, o PKB também caiu sob sua prática de formar um corpo de comando. “A qualidade dos oficiais também não recebe atenção aqui”, escreveu M.A. Alikhanov-Avarsky. - eles são produzidos não apenas pelo Ministro da Guerra por uma taxa, mas também pelo próprio comandante da brigada indiscriminadamente" [Alikhanov-Avarsky M., 1898, p. 233]. Além disso, o próprio xá fez oficiais para oferendas. Havia uma regra não escrita no exército persa, segundo a qual todas as fileiras do naib (segundo tenente) ao sultão (capitão) se queixavam ao comandante da fouja, do sultão ao sartip (general) - ao ministro da guerra, e no sartip eles se tornaram apenas a mando do xá [Coleção das últimas informações sobre as forças armadas dos estados europeus e asiáticos, 1894, p. 797]. O coronel poderia promover-se às fileiras até o sultão, sem chamar a atenção do governante persa. Tudo o que era necessário era a aprovação do Ministro da Guerra. No entanto, M. A. Alikhanov-Avarsky não estava muito certo ao criticar o comandante da brigada. Na Rússia, os chefes de unidades individuais tinham o direito de serem promovidos a oficiais do quartel-general e premiados [RGVIA, f. 401, op. 5, d. 61, l. 121]. O mesmo foi procurado pelos primeiros Chefes - controle sobre a produção de fileiras. Os comandantes do PKB foram colocados em tal posição que foram forçados a aceitar compromissos "de fora". Do lado de fora, para uma pessoa ignorante, especialmente acostumada ao rígido sistema de promoção a oficiais nos exércitos europeus, parecia que o Chefe era ilegível em sua escolha. Mas, por outro lado, sob as ordens que prevaleceram nas forças armadas e na administração da Pérsia, o chinoproizvodstvo tornou-se um item lucrativo para o produtor. É difícil dizer o quanto os dois primeiros coronéis usaram sua posição para melhorar seus próprios negócios financeiros. Em relação ao P. V. Charkovsky não tem informações diretas desse tipo. É possível que ele tenha adotado a prática de seu antecessor no que diz respeito à produção de nobres "cossacos" como oficiais, já que também teve que lutar contra a posição privilegiada dos antigos moradores do sul do Cáucaso. Por outro lado, pode-se supor que o coronel também promoveu muhajirs a oficiais para obter sua lealdade. Considerando-se descendentes dos nobres Muhajirs, “eles achavam o serviço nas fileiras inferiores da brigada humilhante para si mesmos” [Kosogovsky V.A., 1923, p. 393]. A mesma situação se desenvolveu se Muhajirs ainda não nascidos fossem nomeados comandantes de Muhajirs bem-nascidos. Portanto, o Chefe foi forçado a manobrar para evitar conflitos intra-brigada. Quanto à venda de patentes, Misl-Rustem estendeu seus pensamentos sobre a falta de escrúpulos financeiros dos comandantes de brigada aos três primeiros coronéis em geral [Misl-Rustem, 1897, p. 150], e eles foram baseados principalmente em rumores e ações incompreendidas.

A partir de informações indiretas, pode-se ver que P.V. Charkovsky gozava de grande autoridade entre seus subordinados [Misl-Rustem, 1897, p. 145-146]. Não há dúvida sobre sua competência: ele fez muito para equipar o Design Bureau, desenvolveu o "Guia para o treinamento da artilharia a cavalo cossaco", traduzido para o farsi e publicado em Teerã em 1885 [Ter-Oganov N.K., 2012, p. 65]. Observadores estrangeiros notaram que "a influência de oficiais russos destacados continua a ser perceptível" [Forças Armadas da Pérsia por Löbel Jahresbericht, 1888, p. 129]. Do lado, a brigada realmente impressionou. O médico inglês Wils escreveu: “Há três anos (a tradução russa foi publicada em 1887 - O.G.) o Xá tinha três regimentos cossacos que recebiam o salário correto, com europeus como instrutores. Eu nunca vi uma composição mais bonita de soldados e cavalos" [Wils, 1887, p. 179]. A atividade dos instrutores russos teve um efeito externo. A opinião de Wils foi compartilhada por muitos observadores e, em suas palavras, pelos habitantes desses países. Esses temores se manifestaram claramente nos círculos políticos da Grã-Bretanha [Medvedik I.S., 2009, p. 117; Rotstein F.A., 1960, p. 221]. No entanto, o governo russo durante o período em análise não estava interessado em criar uma força armada organizada na Pérsia [The Most Submissive Report of Tenant General Kuropatkin ..., 1902, p. 60]. Neste contexto, uma questão interessante que ainda permanece em aberto é a atitude do coronel em relação à Missão.

N.K. Ter-Oganov afirma que entre P.V. Charkovsky e A. A. Melnikov em 1885 houve um conflito. A razão para isso, como no caso de A.I. Domontovich, era o desejo do comandante do PKB de alcançar o status de agente militar e maior independência do representante diplomático russo [Ter-Oganov N.K., 2012, p. 109]. Infelizmente, o autor não fornece links para documentos ou detalhes do conflito. As fontes que conhecemos não nos permitem afirmar com certeza que existem fortes contradições entre os representantes do Império Romanov em Teerã. Portanto, se houve algum, eles estão esperando por seu pesquisador. No entanto, esta questão é importante para uma melhor compreensão da história do PKB e requer uma pequena explicação.

IA Domontovich apresentou, segundo o enviado, as mesmas exigências de P.V. Charkovsky, de acordo com N.K. Ter-Oganov. E deve-se notar que do ponto de vista da posição do Chefe e pessoalmente de sua autoria, o primeiro comandante do Gabinete de Design teve motivos para fazer isso. O fato é que até o início da década de 1890. apenas os deveres do Chefe foram definidos por escrito, mas não seus direitos. “Tendo saído da Rússia por ordem das autoridades caucasianas com os oficiais, encontrei-me aqui na posição de empresário”, escreveu A.I. Domontovich. - Os oficiais dependem da decisão da questão monetária, os oficiais recebem o conteúdo acordado do governo persa, e eu nem tenho instruções das autoridades sobre o que eles devem se posicionar em relação a mim. O poder de um comandante de regimento, com todos os seus direitos válidos, dificilmente é suficiente em tais circunstâncias. Aqui, no meio de um povo muçulmano, fanático que não valoriza a vida em nada, somos colocados com a exigência de várias regras tímidas e nem sempre compreendidas por elas. O menor descuido, a lentidão dos oficiais na execução de minhas instruções, pode trazer o mal” [Krasnyak O.A., 2007, p. 130]. 05 de dezembro de 1892 próximo Chefe - Coronel do Estado Maior N.Ya. Shneur - recebeu o destikhat do xá (comando manuscrito), que estabeleceu novas regras para gerenciar a brigada. Nesta ocasião, escreveu aos seus superiores: “esta é a primeira tentativa de estabelecer algum tipo de ordem na brigada e determinar por escrito os direitos do Chefe de Instrução para a cavalaria persa, pois até agora tudo foi feito de acordo com ao costume estabelecido” [RGVIA, f. 446, d. 46, l. 89]. IA Domontovich, chefiando o PKB, foi formalmente listado como oficial de estado-maior para missões do quartel-general do Distrito Militar do Cáucaso, que estava em viagem de negócios. No caso de P. V. Charkovsky, aparentemente, levou em conta essa deficiência - ele recebeu uma nomeação oficial como comandante do Design Bureau. No entanto, foi uma solução paliativa. Formalmente, ele permaneceu apenas um dos muitos comandantes de unidades militares, embora em uma posição um tanto privilegiada. No Irã, onde a posição e o status eram de grande importância, isso interferiu, reduzindo a autoridade do Chefe tanto entre os mais altos dignitários quanto entre os Muhajirs da brigada, especialmente os nobres. Um agente militar (attaché) era o representante oficial do Ministério Militar da Rússia no exterior. Ele foi incluído no corpo diplomático, gozava dos privilégios apropriados e em assuntos políticos era subordinado ao enviado [RGVIA, f. 401, op. 4, d. "Sobre agentes militares e pessoas que ocupam seus cargos"]. Nada disso, com exceção da dependência do chefe do corpo diplomático, nem o primeiro nem o segundo chefes tinham. Os comandantes de brigada eram ao mesmo tempo agentes militares secretos, ou seja, tinham que entregar informações de inteligência ao quartel-general do Distrito Militar do Cáucaso. A condição de adido militar teria contribuído para uma maior atividade dos coronéis nesse sentido. E assim a carga de trabalho dos assuntos da brigada não lhes permitiu desempenhar plenamente as funções de inteligência militar.

Além disso, os coronéis estavam em uma posição delicada. Formalmente, de acordo com o contrato, eles tinham que obedecer ao Ministro da Guerra (e informalmente - o Xá). Como representantes da Rússia, eles eram obrigados a coordenar todas as suas ações com o chefe da Missão. E, como agentes militares secretos, os comandantes do PKB dependiam do comando do Distrito Militar do Cáucaso (embora essa dependência fosse menor que as duas primeiras). Como resultado, os Chefes acabaram sendo, por assim dizer, uma tripla subordinação sobreposta. O principal problema nessa situação era como se comportar em caso de conflito de interesses do lado russo do xá. O não cumprimento dos desejos do governante persa ou do ministro da Guerra acarretava uma deterioração em sua atitude em relação ao chefe e ao escritório de design. Por sua vez, ignorar ou seguir de forma incompleta as instruções da Missão Russa poderia provocar um conflito com ela e uma retirada de Teerã. Com base no exposto, não há nada de surpreendente se P.V. Charkovsky realmente recorreu ao enviado e às autoridades caucasianas com pedidos para fortalecer sua posição. No entanto, os fatos que comprovam isso ainda não são conhecidos. A julgar pelos sinais externos, P.V. Charkovsky, aparentemente, não procurou desempenhar um papel independente, como A.I. Domontovich, e tentou seguir as instruções da missão russa.

Em junho, devido ao término do contrato, V.P. Charkovsky foi para a Rússia [Kosogovsky V.A., 1923, p. 393]. Antes da chegada do novo Chefe, Yesaul E.A. Makovkin. Junto com o coronel da Pérsia, partiram 2 oficiais e 1 oficial da missão. O resto decidiu continuar servindo no PKB.

Assim, durante o comando de P.V. O Charkovsky Design Bureau adquiriu um visual clássico, que formalmente não mudou até o final do século XIX. . Externamente, era uma unidade militar bem organizada, uniformizada e treinada. No entanto, os problemas internos que se manifestaram na brigada desde a sua criação adquirem feições mais pronunciadas no período em análise. Eles permaneceram fora da atenção de observadores externos, mas gradualmente começaram a exercer uma influência cada vez maior sobre o clima interno do PKB e sua posição. Após a mudança de I.A. Domontovich e a transição de I.A. Zinoviev ao cargo de diretor do Departamento Asiático do Ministério das Relações Exteriores, prevaleceu o ponto de vista do Design Bureau como um projeto político (às vezes até publicitário). Seus principais objetivos eram impedir que instrutores ingleses entrassem no exército iraniano e satisfazer as necessidades do xá de ter uma unidade militar bem treinada por mãos russas. O resultado disso foi a ênfase no treinamento da brigada no treinamento externo, quando a eficácia do combate e a integridade interna foram sacrificadas para efeito de ostentação. No futuro, isso desempenhou um papel negativo, colocando na primeira metade da década de 1890. PCB está à beira da liquidação. ">

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Os cossacos foram uma das mais importantes alavancas de influência política e militar da Rússia czarista no Irã, cujo nome oficial até 1935 era Pérsia. A brigada cossaca persa sob a liderança de oficiais russos apareceu no país em 1879 durante o reinado de Nasreddin Shah Qajar. Até o fim da dominação político-militar do Império Russo no Irã, essa unidade era considerada a mais importante força de combate organizado do exército do Xá. Ao longo da existência da brigada, sua liderança máxima foi realizada por oficiais russos.

Contexto

Cossacos vão para Berlim

Rádio Liberdade 28.05.2015

Russos e cossacos são irreconciliáveis

Frankfurter Rundschau 08.05.2015

Onde os cossacos comandam tudo

Der Spiegel 17/12/2014 Os membros do comando da brigada cossaca persa, que foram nomeados diretamente de São Petersburgo, foram guiados em suas ações não tanto pelas ordens do governo iraniano, mas pelos decretos do russo autoridades. Apesar disso, todas as despesas para a manutenção da unidade foram compensadas pelo tesouro do xá, embora os próprios membros do governo iraniano não pudessem determinar seu tamanho e determinar em quais necessidades os fundos alocados foram gastos.

Assim, como o historiador Rahim Namvar escreve em seu livro A Brief Outline of the Constitutional Revolution in Iran, “a brigada cossaca persa era uma força armada modelada no exército russo, e estava realmente sob seu comando, obedecendo às ordens do comando cossaco russo. . O orçamento desta unidade militar foi diretamente para o seu comando através do Banco Russo de Contabilidade e Empréstimos às custas do governo iraniano, mas ele próprio não controlava os cossacos.
Em suas memórias, um conhecido viajante iraniano e participante da Revolução Constitucional, Mohammad Ali Sayah Mahalati, relata que em 1905, o número do Corpo Cossaco na Pérsia era de cerca de mil pessoas, e era a unidade militar mais eficaz no país.

No entanto, apesar do fato de que os cossacos foram fornecidos às custas do governo do xá, eles estavam sob a influência da embaixada russa. Salários, manutenção e outras despesas foram pagas à custa dos direitos aduaneiros nas fronteiras do norte da Pérsia, recebidos pelo Banco de Contabilidade e Empréstimo. Sua liderança, de acordo com as ordens do embaixador russo em Teerã, fez todos os pagamentos necessários, sem sequer informar as autoridades persas sobre isso. Como escreve o historiador soviético Mikhail Pavlovich em sua monografia “Pérsia na luta pela independência”, “os salários e provisões dos oficiais e soldados da brigada cossaca persa dependiam do governo russo. Em questões políticas, seu comandante, que foi nomeado e enviado de São Petersburgo, agiu levando em consideração a posição do embaixador russo em Teerã. O comandante recebeu seu salário do Banco de Contabilidade e Empréstimos e todas as ordens necessárias da missão diplomática russa. Em uma palavra, ele era um agente direto do governo czarista.

Durante o período da Revolução Constitucional no Irã, foram as forças da Brigada Cossaca Persa que em 1908 bombardearam o parlamento nacional da primeira convocação. Aliás, o próprio Banco de Contabilidade e Empréstimo, que apoiou financeiramente os cossacos, atraiu-os principalmente para garantir a segurança de seus fundos e a segurança do pessoal.

Além do fato de que sob a proteção da brigada cossaca persa havia filiais deste banco em Teerã e outras regiões do país, suas funções incluíam escoltar representantes da administração do banco em viagens pelo país e controlar o transporte de seu dinheiro e outros bens. A maior parte dos pesquisadores desse período está inclinada a acreditar que essa formação desempenhou um papel negativo na vida política do Irã naqueles anos. Em particular, informa-se que foi o Banco de Contabilidade e Empréstimo, que paga os fundos para a manutenção da brigada cossaca persa, que determinou seus objetivos, ao mesmo tempo em que defendia os interesses político-militares do Império Russo.

Em suas memórias, o Cônsul Geral da Alemanha em Tabriz, Wilhelm Liten, que trabalhou no Irã antes mesmo da eclosão da Primeira Guerra Mundial, descreveu detalhadamente a Brigada Cossaca Persa, destacando o papel desempenhado pelo Banco de Contabilidade e Empréstimos no fortalecimento dessa força militar. formação. Segundo ele, a Brigada Cossaca Persa foi fundada em 1879, quando era chefiada pelo coronel Alexei Domontovich. Em 1882, o comando passou para o coronel Pyotr Charkovsky, em 1885 ele foi substituído pelo coronel Alexander Kuzmin-Karavaev, e em 1890 o coronel Konstantin Shneur foi nomeado para esta posição. Então, em 1896, a liderança da brigada foi confiada ao coronel Vladimir Kosogovsky, já em 1903 o coronel Vladimir Lyakhov assumiu o seu lugar e, em 1907, o coronel príncipe Nikolai Vadbolsky foi nomeado o novo comandante.

Segundo Liten, a Brigada Cossaca era uma unidade militar persa comandada por oficiais russos e subordinada ao alto comando do exército russo. Anualmente, eram gastos 342 mil nevoeiros na sua manutenção (que era quase 1,2 milhões de marcos à taxa de câmbio da época), mas em 1913 este valor foi aumentado para 900 mil nevoeiros (3,5 milhões de marcos). Esses fundos foram pagos diretamente pelo Banco de Contabilidade e Empréstimos do Irã às custas das receitas das taxas alfandegárias no norte do xá.

O orçamento dessa formação foi feito por seu comandante, que ao mesmo tempo não prestou contas nem ao governo do xá nem ao tesouro. O número da brigada era de 1.600 pessoas, mas em 1913 suas unidades também foram fundadas em outras cidades iranianas - Tabriz, Resht e Hamadan, então o número de funcionários foi aumentado. Inicialmente, foram feitos esforços para usar os cossacos como gendarmes nas estradas na parte norte da Pérsia, mas devido ao desacordo do coronel Vadbolsky, esse plano não pôde ser implementado.

De fato, a Brigada Cossaca Persa era uma formação militar da corte, usada para desfiles e como guarda guardando pessoalmente o Xá e os enviados russos. No entanto, desde o início de sua existência em 1879, nem um único oficial russo morreu no cumprimento do dever e nem foi ferido. Vamos dar uma olhada neste fato para comparação. Oficiais suecos, que em 1911 organizaram um serviço de gendarmerie no Irã, perderam seis pessoas mortas no cumprimento do dever somente em 1914. O posto de comandante da brigada cossaca persa era muito lucrativo para seu proprietário, mas os oficiais subordinados o tratavam sem muito respeito.

Após a derrota do czarismo na Rússia, a Brigada Cossaca Persa, juntamente com outras unidades russas, jurou fidelidade à Grã-Bretanha.

Chegando ao fim, deve-se dizer que os cossacos desempenharam um papel crucial no golpe de 1921. Como em 1908, quando, sob o comando do Coronel Lyakhov, membros da Brigada Cossaca Persa derrubaram o parlamento iraniano, 13 anos depois, tendo participado de outro golpe político, eles desferiram um golpe ainda mais contundente nas conquistas da Constituição Revolução.

A brigada, reorganizada em divisão em 1916, existiu até 1920. Durante esse tempo, a unidade mudou mais de 10 comandantes - mas invariavelmente todos eram oficiais russos e cada um deles trouxe algo novo para a unidade.

Assim, sob o comando do coronel Petr Charkovsky, que substituiu Domontovich, uma semi-bateria de artilharia foi criada como parte da formação. E por iniciativa do terceiro comandante - o coronel Alexander Kuzmin-Karavaev - um paramédico russo apareceu na brigada, que se tornou o primeiro médico militar do exército persa.

Mais tarde, uma equipe de infantaria de treinamento, uma equipe de metralhadoras e até mesmo um corpo de cadetes apareceram na unidade. No entanto, antes disso, a brigada teve que sofrer um declínio. Após a mudança de Kuzmin-Karavaev em 1890, a qualidade do treinamento dos cossacos diminuiu, a unidade simplesmente não recebeu a devida atenção e, o mais importante, financiamento. Como resultado, com uma força nominal de mil pessoas, na verdade havia apenas algumas centenas de combatentes no estado. Chegou mesmo ao ponto em que o xá estava pensando seriamente em transferir o comando da brigada para os britânicos - ele foi impedido apenas por sua relutância em estragar as relações com o Império Russo.

Somente o coronel Vladimir Kosogovsky, que assumiu o comando em 1894, poderia ajudar os cossacos persas a sair da crise. Ele conseguiu aumentar o orçamento da brigada, devolver o favor do xá aos instrutores russos e interromper a prática de transferir patentes de oficiais por herança. O comandante também recebeu permissão para reconstruir o terceiro regimento e formar uma bateria completa.

Mas o mais importante, foi Kosogovsky quem apresentou a ideia de formar um novo exército persa com base na brigada cossaca. Será trazido à vida por seus seguidores.

“Muito rapidamente, o corpo novamente se transformou na melhor e mais prestigiosa unidade persa. Com sua ajuda, muitas formações militares que estavam a serviço das autoridades locais foram dissolvidas”, escreve Oleg Pauller.

Para controlar a ordem de 1910 a 1914, surgiram na unidade uma dezena de destacamentos territoriais, responsáveis ​​por determinadas regiões do país. As autoridades pressionaram por sua criação, incluindo os eventos que se desenrolaram na Pérsia na segunda metade da primeira década do século XX. Durante seis anos, o país estará mergulhado em revoluções e tumultos, com os quais o xeque terá que lutar, inclusive pela força. Ao mesmo tempo, a brigada cossaca também será usada - por exemplo, será notada pelo bombardeio do Majlis em 1908.

A história da unidade chegará ao fim exatamente junto com a história do Império Russo. Após as revoluções de 1917, os assuntos do Oriente Médio ficaram em segundo plano para a nova liderança, e a presença de "sua" conexão na Pérsia perderia seu significado. Já em 1918, os britânicos começaram a financiar a divisão, e os oficiais russos foram substituídos por locais persas. A unidade será finalmente dissolvida em 1920. No entanto, mesmo em uma curta história de 40 anos, a brigada deixou sua marca indelével, lançando as bases para a formação do moderno exército iraniano.

Até o final do século XIX. os impérios do Oriente Médio declinaram lentamente. Enquanto as potências europeias competiam por possessões coloniais, o Xá da Pérsia nem sequer tinha um exército regular. No caso de um ataque, um exército temporário era montado, cujos soldados eram fornecidos por líderes tribais. Tal exército era mal treinado e não podia oferecer resistência séria.

No vizinho Império Otomano, o sultão convocou instrutores alemães e franceses para reorganizar o exército, enquanto a Inglaterra e o Império Russo defendiam a influência na Pérsia. Historiadores ingleses con. XIX - cedo. Século XX., como Lord Curzon ou Edward Brown, negam a política colonial da Inglaterra na Pérsia. Eles argumentam que a Pérsia era muito mais importante para a Rússia, e a formação da brigada cossaca persa foi a principal evidência da influência russa.

Formação da Brigada Cossaca Persa

O poder militar da Pérsia foi significativamente enfraquecido pelas guerras com a Rússia no início do século XIX. As tentativas do herdeiro de Fath-Ali Shah, Abbas Mirza, de reformar o exército ao longo das linhas europeias com a ajuda de oficiais franceses e britânicos só levaram a mais confusão. Durante o reinado de Muhammad Shah (1834-1848), juntamente com seu primeiro-ministro, o sufi Haja Mirza Agasy, o exército persa perdeu os últimos remanescentes de seu antigo poder. Nasser ed-Din Shah (1848-1896) não fez nenhuma tentativa de remediar a situação. A corrupção generalizada e o declínio geral dificultaram a realização de quaisquer reformas. O exército, que já havia esmagado com sucesso a revolta de Babit no início do reinado do Xá, estava completamente desmoralizado. Apesar de os persas terem conseguido ocupar Herat em 1857 durante a Guerra Anglo-Persa, a intervenção britânica no sul do país mostrou a indefesa da Pérsia perante o Ocidente. Durante as batalhas em Fars e Khuzestan, o exército persa, que superou os britânicos em 10 vezes, fugiu em pânico. Alguns anos depois, a batalha com os turcomenos em Khorasan mostrou que os persas eram ainda mais fracos do que os nômades semi-selvagens da Ásia Central.

Nasser ed-Din Shah foi o primeiro governante persa a visitar os países ocidentais. Ao viajar pela Rússia, Alemanha, Áustria, França e Grã-Bretanha, o Xá e os ministros que o acompanhavam ficaram mais impressionados com o porte militar e os belos uniformes de várias tropas europeias. Voltando para casa, o xá teve a ideia de reformar seu próprio exército. Em sua segunda viagem à Europa em 1878, Nasser ed-Din passou pelo Cáucaso, que foi invadido por tropas russas após a recente guerra com o Império Otomano. O xá foi acompanhado em todos os lugares por um destacamento cossaco. O xá gostou tanto do uniforme elegante e da magnífica equitação que expressou sua intenção de criar na Pérsia um destacamento de cavalaria semelhante ao vice-rei do Cáucaso, o grão-duque Mikhail Nikolayevich. Antes disso, o xá havia pensado em instruir os oficiais austríacos a reorganizar a infantaria e a artilharia, mas não a cavalaria.

O grão-duque Mikhail Nikolaevich informou o czar Alexandre II do desejo do xá e permitiu que ele enviasse vários oficiais ao Irã. O chefe do distrito militar de Tíflis, general Pavlov, escolheu o tenente-coronel Alexei Ivanovich Domontovich, que acabara de voltar da guerra com os turcos. O tenente-coronel recebeu dinheiro, um tradutor e liberdade de ação.

No final de novembro de 1878, Domontovich entrou na Pérsia e, em janeiro de 1879, chegou a Teerã. Ao saber de sua chegada, o xá organizou uma revisão da cavalaria. Os cavaleiros reunidos na planície perto de Eshratabad apresentaram uma visão triste. Quando o xá passou, os cavaleiros se curvaram. Mas assim que ele deu dez passos, eles começaram a conversar. Alguns desmontaram, compraram frutas de mascates próximos ou sentaram no chão e acenderam seus cachimbos. As tropas não conheciam o treinamento. Muitos montaram em cavalos emprestados por um dia dos estábulos da nobre Teerã, já que nem mesmo a guarda pessoal do xá tinha cavalos suficientes. Foi apenas por cortesia que Domontovich teve de admitir que o estado das tropas era bom. Depois disso, o tenente-coronel partiu para a Rússia e retornou em abril de 1879 com três oficiais e cinco sargentos.

Primeiro comandante da brigada coronel Domontovich

Muito se sabe sobre a brigada cossaca, já que muitos dos oficiais deixaram memórias. As memórias dos comandantes de brigada Domontovich e Kosogovsky são muito interessantes, enquanto as memórias de Kalugin são notáveis ​​pela imprecisão. Então, ele cometeu um erro com a data de criação da brigada e nomeou Kosogovsky como o primeiro comandante.

Desde o início, os oficiais russos enfrentaram várias dificuldades. O xá prometeu entregar parte dos cavaleiros da guarda pessoal à brigada cossaca, mas o chefe da guarda, Ala od-Dole, se opôs. Ele estava com medo de perder parte da renda e conseguiu dissuadir o xá. Domontovich passou três meses sem trabalhar. Finalmente, ele recebeu 400 Muhajirs, descendentes de muçulmanos da Transcaucásia que fugiram da Rússia para a Pérsia no início do século XIX. Eles se tornaram a base da brigada cossaca. Domontovich treinou-os intensivamente e, no final do verão de 1879, conseguiu apresentar a brigada para revisão ao xá.

O Xá ficou satisfeito e ordenou aumentar o destacamento para 600 pessoas. Mas, apesar de todos os privilégios dos cossacos, os muhajirs não queriam mais reabastecer as fileiras da brigada. Rumores se espalharam entre eles de que seriam levados para a Rússia e convertidos à força ao cristianismo. Como resultado, o Xá ordenou o recrutamento de 200 voluntários, incluindo representantes de várias minorias religiosas e étnicas.

O comandante da brigada cossaca foi nomeado pelo governo russo no Cáucaso, e não pelo governo persa. O comandante e outros oficiais russos serviram sob o contrato por vários anos, às vezes os termos do contrato mudaram. Na época de Domontovich, havia 9 oficiais russos na brigada, em 1920 seu número chegou a 120 pessoas.

Os persas também foram capazes de subir na brigada, que mais tarde se tornou uma fonte de conflito. Muhajirs, que tinham privilégios oficiais desde a criação da brigada, estavam descontentes que qualquer persa, mesmo de origem humilde, pudesse se tornar um oficial e comandá-los. Até meados da década de 1890. os filhos de oficiais poderiam herdar as patentes de seus pais, não me incomodo com o serviço comum.

Juntamente com a falta de disciplina interna e conflitos entre grupos sociais, a brigada cossaca sofria de falta de abastecimento. Isso se deveu tanto à difícil situação financeira da corte persa quanto às intrigas de certos aristocratas influentes na corte.

Outro problema para a brigada cossaca foi o confronto entre oficiais-comandantes russos e representantes diplomáticos russos em Teerã. Embora às vezes os comandantes e embaixadores agissem em conjunto no interesse da brigada cossaca e nos interesses mais amplos da política russa na Pérsia, mais frequentemente os diplomatas russos frustravam deliberadamente todas as tentativas dos comandantes das brigadas de obter o apoio do governo persa ou de altos escalões. altos funcionários da Rússia. A briga entre a esposa do embaixador russo e a esposa de Domontovich estragou o relacionamento entre o comandante da brigada e a embaixada russa. A embaixada não apenas se recusou a apoiar o coronel, mas também começou a tecer todo tipo de intrigas contra ele. Como outro comandante de brigada, Kosogovsky, observou em suas memórias, o embaixador russo não gostava tanto de Domontovich que até escreveu ao vice-rei do Cáucaso, acusando o comandante da brigada de trair os interesses da Rússia.

Brigada na década de 1880

O contrato de Domontovich terminou em 1881, e o xá o renovou imediatamente. O coronel saiu de férias para a Rússia por quatro meses e nunca mais voltou à Pérsia. Provavelmente, o vice-rei do Cáucaso ouviu a opinião do embaixador russo e, em vez de Domontovich, o coronel Charkovsky foi a Teerã. O governo russo tentou convencer o xá de que Charkovsky era muito melhor que Domontovich, mas este causou uma impressão tão indelével no xá que, após a renúncia de Charkovsky, ele novamente começou a implorar para enviar Domontovich a Teerã. O pedido do xá foi negado, então desde o início a escolha dos comandantes da brigada cossaca persa dependia inteiramente da decisão do departamento militar russo no Cáucaso.

O único mérito de Charkovsky como comandante de brigada foi a aquisição de quatro canhões em 1883. Em 1886 ele foi substituído pelo coronel Kuzmin-Karavaev, que encontrou a brigada em uma situação financeira difícil. Insatisfeito com Charkovsky, o governo persa cortou o financiamento da brigada em 6.000 tumans. No entanto, Kuzmin-Karavaev encontrou apoio na pessoa do embaixador russo em Teerã, o ajudante-geral príncipe Dolgoruky. O comandante da brigada não só conseguiu devolver 6.000 nevoeiros, mas também recebeu, além disso, 4.000 nevoeiros para as necessidades da brigada por ano. Durante seu serviço em Teerã, ele pagou todas as dívidas da brigada, mas não avançou no treinamento militar.

Em 1890, o coronel Shneur foi nomeado comandante da brigada, completamente diferente de seu antecessor. Schneur esperava que os persas aumentassem seu financiamento depois de ficarem impressionados com as marchas militares. No entanto, suas esperanças não foram justificadas, e logo o coronel se viu sem nada para pagar os salários dos cossacos. Shneur aproveitou o antigo costume persa - para não pagar os soldados, ele os enviou em licença indefinida. Epidemia de cólera 1891-1892 desmoralizou ainda mais os cossacos, e muitos deles fugiram de Teerã.

Entre outros problemas, Shneur foi informado de que o xá queria inspecionar a brigada. Para o coronel, isso foi um fracasso - de 600, apenas 450 cossacos estiveram presentes na revista, incluindo oficiais e mercenários. O xá imediatamente cortou o orçamento da brigada em 30.000 nevoeiros - quase um terço. Com a ajuda da embaixada russa, Shneur conseguiu devolver 12.000 nevoeiros. Juntamente com o embaixador, o xá decidiu reduzir a composição da brigada para 200 pessoas, excluindo mercenários, músicos e um pequeno destacamento de infantaria.

Após a partida de Shneur em maio de 1893, o capitão Bellegarde tornou-se o comandante da brigada. Em vez de treinamento sério, na maioria das vezes ele preparava os cossacos para desfiles. A brigada cossaca rapidamente entrou em decadência e cada vez mais se assemelhava ao antigo exército persa. Shah ficou desapontado. Seu filho e ministro da guerra, Kamran Mirza Naib os-Sultane, pressionou para que a brigada fosse dissolvida, deixando apenas 150 cossacos sob um único oficial russo como guarda pessoal do xá. O xá não conseguiu se decidir: por um lado, já havia concordado com o embaixador alemão sobre a chegada de instrutores alemães em vez de russos e, por outro, temia ofender o governo russo. No entanto, os alemães pediram um preço muito alto por seus serviços, e a decisão foi tomada a favor dos russos.

O auge da brigada cossaca sob o comando de Kosogovsky

Neste momento, um novo comandante de brigada, o coronel Vladimir Andreevich Kosogovsky, chegou a Teerã. Muhajirs representou o problema na brigada. Eles se consideravam uma aristocracia militar e honravam os privilégios hereditários. Os cossacos Muhajir frequentemente contratavam servos para cuidar dos cavalos, recusavam-se a fazer qualquer trabalho manual no quartel e eram rudes e desobedientes. Um Muhajir podia sair de férias sem permissão e voltar como se nada tivesse acontecido. O Xá, que via os Muhajirs como "defensores da religião", não apenas não os puniu por tais ações, mas, ao contrário, exigiu uma recompensa por seu retorno. Às queixas de Kosogovsky, o xá geralmente respondia: "Você não os respeita o suficiente, então eles estão fugindo de você".

As tentativas de Kosogovsky de fortalecer a disciplina levaram a uma revolta dos Muhajirs. Em maio de 1895, eles deixaram a brigada, levando consigo 20.000 salários. O governo persa esperava que a brigada se desintegrasse - restava apenas um ano até o final do contrato de Kosogovsky. O Ministro da Guerra persa já havia iniciado negociações com os britânicos. Tendo aprendido sobre isso, o embaixador russo não podia ficar de lado. Um pouco de pressão sobre o xá foi suficiente para que ele decidisse manter a brigada sob o comando de Kosogovsky.

Em maio de 1895, Kosogovsky recebeu uma audiência com o xá. Juntamente com o embaixador russo, o comandante preparou um acordo no qual apresentou as seguintes condições: Muhajirs serviria na brigada em igualdade de condições com o restante do pessoal; os poderes do comandante devem ser ampliados, e ele obedecerá apenas ao xá e seu sadrazam (primeiro-ministro). Sadrazam também assumiu a responsabilidade de financiar a brigada, removendo completamente o Ministro da Guerra de todos os seus assuntos. O Xá e o Sadrazam assinaram imediatamente este tratado. O Ministro da Guerra tentou se opor, mas o Xá o ameaçou com a demissão, e ele também assinou o acordo.

A solução do problema com os Muhajirs levou imediatamente ao fortalecimento da brigada cossaca. A prática da transferência hereditária de patente foi cancelada, e agora, para receber a patente de oficial, um cossaco tinha que subir na carreira, começando de baixo. Logo Kosogovsky recebeu um destacamento bem organizado, treinado e disciplinado.

O assassinato de Shah Nasser ed-Din e a luta pelo poder

Até a primavera de 1896, a brigada demonstrava suas capacidades apenas em desfiles. O assassinato do xá Nasser ed-Din em 1º de maio de 1896 levou a uma crise que deu à brigada a oportunidade de se mostrar. Durante os 48 anos do reinado do xá Nasser ed-Din, a situação na Pérsia só piorou. Ele começou seu reinado matando milhares de súditos bahá'ís, os seguidores do Báb. O Xá mergulhou o país em uma guerra desnecessária que terminou em derrota. Ele entregou a administração dos assuntos internos a estrangeiros para obter dinheiro para seus próprios caprichos. 48 anos de governo de Nasser al-Din levaram ao declínio da moralidade pública, estagnação econômica, empobrecimento geral e fome.

Quando Mirza Reza Kermani, seguidor de Jamal ed-Din Afghani, assassinou o Xá, o país estava à beira do desastre. Em Isfahan, o filho mais velho do xá, Zell os-Sultan, com o apoio de seu exército pessoal, reivindicou o trono, em Teerã - Kamran Mirza, o filho favorito do xá. Como ministro da guerra e governador de Teerã, Kamran Mirza estava em uma posição melhor. O herdeiro do trono, Muzaffar ed-Din Mirza estava em Tabriz. No entanto, ele estava com problemas de saúde, o que inevitavelmente levou a uma luta pelo poder entre os irmãos. O Xá era o único garantidor da lei e da ordem. Se as pessoas soubessem de sua morte, nem a polícia nem o exército fraco e confiável poderia lidar com as revoltas populares.

O assassinato do xá ocorreu pela manhã em um santuário nas proximidades de Teerã. Assim que caiu no chão, Amin os-Sultan, que estava perto do sadrazam, enviou um mensageiro a Kosogovsky com notícias do atentado contra a vida do xá. Sadrazam ordenou que Sardar Akram, comandante de nove regimentos do Azerbaijão, Nezam od-Dole, comandante da artilharia, e o coronel Kosogovsky fossem convocados para evitar distúrbios e espalhar rumores. Em uma nota para Kosogovsky, Sadrazam escreveu que o ferimento não era grave e que à noite o xá retornaria a Teerã. Na verdade, o xá já estava morto, e Amin os-Sultan estava apenas tentando ganhar tempo.

Quando o corpo do xá foi levado a Teerã à noite, Kosogovsky percebeu a gravidade da situação. Agora ele só podia se reportar diretamente ao Sadrazam. Em pouco tempo, o comandante reuniu uma brigada e começou a patrulhar as ruas de Teerã. Rumores sobre o assassinato do xá já começaram a se espalhar pela cidade, mas uma forte agitação foi evitada. O perigo era Kamran Mirza Naib os-Sultan, cujo desejo de tomar o lugar do xá era conhecido tanto pelos russos quanto pelos britânicos. O herdeiro legítimo, Muzaffar ed-Din, estava longe em Tabriz, e Naib os-Sultan, como comandante do exército, poderia tentar tomar o poder em Teerã. Kosogovsky informou ao Ministro da Guerra que os governos russo e britânico reconheciam Muzaffar ed-Din como o governante legítimo, então Naib os-Sultane deveria se submeter imediatamente a seu irmão. Assustado, Kamran Mirza jurou fidelidade ao novo Xá.

Em 7 de junho de 1896, o novo Xá, acompanhado por uma brigada cossaca, entrou em Teerã. A partir desse momento, sua influência começou a aumentar e, nos vinte anos seguintes, a brigada desempenhou um papel importante na política persa, sendo um instrumento de influência russa. A partir de 1896, a brigada assumiu várias funções de segurança interna. Pequenos destacamentos foram enviados para as províncias da Pérsia sob a liderança de governadores locais. Em 1901, os cossacos ajudaram a reprimir uma revolta em Fars. Em 1903, Kosogovsky foi substituído por um incompetente coronel Chernozubov, sob o qual a brigada começou a declinar novamente. Como resultado, o departamento militar russo o chamou de volta antes do previsto e, em 1906, o posto de comandante da brigada cossaca foi ocupado pelo coronel Vladimir Platonovich Lyakhov.

Participação da brigada na Revolução Constitucional sob o comando do Coronel Lyakhov

Muzaffar ed-Din Shah, que estava com problemas de saúde, colocou a maior parte da indústria do país sob o controle de estrangeiros. Assim, na Pérsia, operava o Banco da Inglaterra, que imprimia dinheiro do Estado, não obedecendo completamente ao governo persa. Em 1906, o xá assinou a tão esperada constituição e, 40 dias depois, morreu de ataque cardíaco. A Revolução Constitucional eclodiu no país, que durou de 1906 a 1911. A brigada cossaca desempenhou um papel importante nisso.

Em 1907, o filho de Muzaffar ed-Din Shah Muhammad Ali Shah ascendeu ao trono. Os majles (parlamento) formados de acordo com a Constituição representavam os oponentes do Xá. Em 22 de junho de 1908, o xá nomeou o coronel Lyakhov como governador militar de Teerã. No dia seguinte, o coronel Lyakhov, mais seis oficiais e cossacos com seis canhões invadiram o prédio onde os majdles se reuniam. Durante a dispersão do Parlamento, várias centenas de pessoas foram mortas.

Um trecho da série histórica "Khezar Dastan" com a cena da derrota do parlamento pela brigada cossaca

Em 1909, um destacamento de 400 cossacos tomou parte no cerco de Tabriz, cujos habitantes se opunham ao Xá. No entanto, os cossacos não conseguiram impedir o avanço dos partidários da constituição para Teerã e, em 13 de julho de 1909, os constitucionalistas entraram na cidade. Muhammad Ali Shah com uma escolta de cossacos fugiu dos aposentos de verão da embaixada russa ao norte de Teerã. Quando o parlamento restaurado depôs o xá, sob a proteção dos cossacos e dos sipaios britânicos, seu filho mais novo e herdeiro Ahmad Shah foi levado para Teerã. Ahmad Shah, de 14 anos, não tinha poder real, mas o coronel Lyakhov concordou em servir ao novo regime.

O colapso do Império Russo e da brigada cossaca

A derrubada da monarquia russa em março de 1917 afetou a disciplina e o moral dos cossacos, mas a brigada não se desfez. Os oficiais do exército czarista se opunham aos comunistas. Em 1918, alguns retornaram à Rússia e se juntaram à Guarda Branca, mas muitos permaneceram na brigada cossaca. Eles decidiram apoiar a luta do governo persa contra a revolução e se opor à intervenção soviética no norte da Pérsia. Em 1920, a Grã-Bretanha começou a financiar a brigada cossaca, na esperança de usar os cossacos para suprimir a atividade comunista e as revoltas antigovernamentais no norte da Pérsia.

Durante 1919-1920. Os cossacos lutaram com o Exército Vermelho na costa do Cáspio e no Azerbaijão. Após as primeiras vitórias em Mazendaran, os cossacos foram derrotados em Gilan e foram expulsos para Qazvin. Rumores começaram a se espalhar em Teerã de que os oficiais russos não eram confiáveis ​​e estavam colaborando com os britânicos ou com o exército soviético. No entanto, Ahmad Shah não acreditou nos rumores, pois considerava a brigada cossaca sua arma mais forte. Em outubro de 1920, os britânicos chegaram à conclusão (ou tentaram fazer parecer) que o comandante da brigada, coronel Staroselsky, estava obtendo vitórias fictícias sobre os comunistas. Eles intensificaram a campanha contra os oficiais russos e logo o coronel Staroselsky e quase 120 outros oficiais russos se aposentaram. Assim terminou a influência russa na Pérsia. Após sua partida, Reza Khan, que já havia servido como brigadeiro (mirpanj), tornou-se o comandante da brigada, e oficiais britânicos também entraram na brigada.

Com a ajuda de um destacamento de 1.500-3.000 cossacos em 20-21 de fevereiro, Reza Khan conquistou posições-chave em Teerã. Primeiro, ele assumiu o cargo de comandante do exército e depois o de ministro da guerra. Tendo conquistado o poder sobre o exército persa, Reza Khan iniciou sua centralização ao longo do modelo europeu, enquanto a brigada cossaca, renomeada como divisão, formou a base do novo exército. Em 1925, o novo exército contava com 40 mil pessoas. No verão de 1925, Reza Khan deu um golpe, derrubando Ahmad Shah Qajar e se tornando o primeiro Xá da dinastia Pahlavi.

Assim, a brigada cossaca persa desempenhou um papel importante nos principais eventos políticos na Pérsia. XIX - cedo. Séculos XX Subordinados ao departamento militar russo, oficiais russos em momentos críticos apoiaram os governantes legítimos da Pérsia, impedindo que o país desmoronasse.