(1741-1811) notável pesquisador, naturalista, viajante, cientista - enciclopedista. Sua erudição sem limites e contribuição significativa para uma série de surpresas da ciência. A. A. Trapeznikov disse sobre ele: "Ainda existe uma piada entre os geólogos que a parte histórica de qualquer relatório geológico deve começar com as palavras: "Pallas também escreveu ...". Mas o mesmo vale para botânicos, zoólogos, geógrafos, etnógrafos e muitos outros especialistas, para não falar dos viajantes. Em todos os lugares "Até Pallas escreveu ..."

Peter Simon Pallas - nasceu na Alemanha, desde os 13 anos já frequentava palestras na Universidade de Berlim, estudou na Inglaterra e Holanda. Desde a infância, ele se distinguiu pela amplitude de seus interesses científicos. Aos 25 anos, Pallas já era um naturalista conhecido na Europa e recebeu um convite da Academia de Ciências de São Petersburgo, onde lhe foi oferecido um cargo de professor. Em 1767, Pallas e sua esposa chegaram a São Petersburgo, aos 26 anos tornou-se membro pleno da Academia Russa de Ciências e dedicou toda a sua vida ao estudo da Rússia, que se tornou sua segunda pátria por 43 anos.

Graças ao material mais rico das expedições de pesquisa que ele liderou, suas descrições da Transbaikalia no leste da Sibéria, a região do Volga e os Urais das expedições de Orenburg, temos uma ideia da vida dos budistas Kalmyk e dos templos budistas Buryat- datsans do século XVIII. Essas descrições são ainda mais valiosas porque todos os complexos de templos e mosteiros budistas - datsans foram destruídos mais tarde, na década de 30 do século XX, trágico para todo o budismo russo, no curso da política anti-religiosa seguida na Rússia.

Por ordem da imperatriz Catarina II, aos 27 anos, Pedro Pallas liderou a famosa expedição acadêmica siberiana, que durou seis anos, cujo objetivo era compilar uma descrição científica do Império Russo em expansão. Em 1772, a expedição liderada por ele atravessou o Baikal e seguiu a rota de Chikoy aos lagos Ivano-Arakhlei, depois de Chita a Aksha, visitou os lagos Torey, Adun Chelon e retornou a Chita, de onde chegou a Moscou por Irkutsk e Krasnoyarsk .

Este material foi publicado por Peter Pallas em artigos científicos e livros. Juntamente com colegas, Pallas compilou o primeiro mapa orográfico da Sibéria Oriental, com uma descrição detalhada do terreno.

Ele partiu para uma expedição ainda muito jovem (tinha apenas 27 anos), e voltou já grisalho aos 33, sofrendo de inflamação nos olhos e escorbuto, que havia perdido a esposa, fiel assistente e companheira em todas as andanças, ela morreu durante a viagem. Mas nada poderia esmagar o cientista infatigável, a vida parecia atraente para ele, cativou-o completamente, ele escreveu "é uma felicidade ver a natureza em seu próprio ser e aprender com ela". Não é por acaso que ele é chamado de cavaleiro da ciência, Pallas realizou muitas façanhas, conquistando informações científicas da taiga selvagem, estepe e espaços montanhosos.
Um de seus melhores trabalhos é dedicado à Sibéria, este é o livro "Viagens em diferentes províncias do Império Russo".

Os resultados científicos das expedições de Pallas superaram todas as expectativas. Material único foi coletado em zoologia, botânica, paleontologia, geologia, geografia física, economia, história e etnografia. Durante uma viagem à Sibéria, foram coletadas coleções que formaram a base das coleções da Kunstkamera acadêmica, muitas delas agora mantidas nos museus da Academia Russa de Ciências, e algumas acabaram na Universidade de Berlim.

Ele é o autor de obras dedicadas à história do povo mongol.
Descrições etnográficas de Pallas pela primeira vez lançam luz sobre os detalhes do modo de vida e cultura dos Kalmyks, que professavam o budismo, e várias outras nacionalidades.

Além disso, ele coletou extensas coleções de ciências naturais, descreveu as regiões da Rússia, seus campos, estepes, florestas, rios, lagos e montanhas, em uma época em que ainda existiam em sua forma original, com pouca ou nenhuma influência humana, e foram habitada por espécies animais, muitas das quais desapareceram em poucas décadas.

Em nome da Imperatriz, Pallas realizou pesquisas e publicou um dicionário comparativo em 2 volumes, no qual apresentou mais de 200 idiomas e dialetos dos povos da Ásia e da Europa.
Além disso, Pallas publicou o jornal "Novas notas do norte sobre a descrição física e geográfica da terra e dos povos, a história da ciência natural e da economia".
Nos últimos anos de sua vida, entre outras coisas, o cientista estava preparando um trabalho fundamental em 3 volumes sobre a fauna da Rússia, no qual foram descritas quase mil espécies diferentes de animais, das quais cerca de 50 novas espécies.
Em termos da vastidão do material e do rigor, versatilidade da descrição dos animais, Pallas não teve igual durante muito tempo. Até o início do século 20, seu livro era a principal fonte de conhecimento sobre a fauna da Rússia.

Em 1810, Peter Pallas foi a Berlim para preparar ilustrações para seu trabalho sobre a fauna russa. Mas não deu tempo de terminar o trabalho,
ele morreu em 1811 e foi enterrado em Berlim, no monumento a inscrição em latim diz: "Peter Simon Pallas, que viajou por muitos países e explorou a natureza do fenômeno, encontrou a paz aqui".

O grande cientista e viajante conseguiu elevar o nível da descrição científica russa a um novo nível, dando um exemplo de precisão sem precedentes no processamento científico dos materiais coletados.
Um vulcão nas Ilhas Curilas, um recife perto da Nova Guiné, assim como muitos animais e plantas têm o seu nome.

Em 10 de setembro de 2012, seu nome foi dado a um pico de montanha único localizado no território do Território Trans-Baikal com coordenadas 52 ° 07,2 latitude norte, 113 ° 01,7 longitude leste e uma altura absoluta de 1236 metros. Esta montanha permaneceu sem nome por muito tempo, embora tenha atraído a atenção dos cientistas: localizada na parte central da cordilheira de Yablonovy, na Transbaikalia, dá origem a rios que pertencem a três bacias hidrográficas - o Amur, o Yenisei e o Lena. A água que desce das encostas da montanha cai em dois oceanos ao mesmo tempo - o Ártico e o Pacífico.

Biblioteca Presidencial: http://www.prlib.ru/history/pages/item.aspx?itemid=934 "target="_self" >Peter Simon Pallas

P. S. Pallas (1741 - 1811) - naturalista e viajante-enciclopedista, que glorificou seu nome com grandes contribuições para a geografia, zoologia, botânica, paleontologia, mineralogia, geologia, etnografia, história e linguística. Pallas explorou as vastas extensões do Volga, Cáspio, Bashkiria, Urais, Sibéria, Ciscaucasia e Crimeia. Em muitos aspectos, esta foi uma verdadeira descoberta dos vastos territórios da Rússia para a ciência.

Os méritos geográficos de Pallas são enormes não apenas na linha de inventário de uma colossal quantidade de fatos, mas também na capacidade de sistematizá-los e explicá-los. Pallas foi um pioneiro na decifração da orohidrografia de grandes partes dos Urais, Altai, Sayan e Crimeia, e no julgamento de sua estrutura geológica e na descrição científica da riqueza mineral, bem como da flora e fauna da Rússia. Ele coletou muitas informações sobre sua indústria de mineração, agricultura e silvicultura, etnografia, idiomas e história.

N. A. Severtsov enfatizou que Pallas, estudando “as conexões de todos os três reinos da natureza”, estabeleceu “visões fortes” e o significado das influências meteorológicas, do solo e climáticas ... novo caminho, não deixaria um modelo engenhoso para os pesquisadores que o seguiram... Deixou-lhe um exemplo de precisão sem precedentes no processamento científico dos materiais que coletou. Em sua versatilidade, Pallas se assemelha aos estudiosos enciclopédicos da antiguidade e da Idade Média; em termos de precisão e positividade, ele é um cientista moderno, não do século 18.”

A teoria da origem das montanhas expressa por Pallas em 1777 marcou toda uma etapa no desenvolvimento da ciência da Terra. Como Saussure, que delineou os primeiros padrões na estrutura das entranhas dos Alpes, Pallas, que foi chamado de Saussure russo, foi capaz de captar os primeiros sinais de uma estrutura regular (zonal) em sistemas montanhosos complexos como os Urais e as montanhas do sul da Sibéria, e tirou conclusões teóricas gerais dessas observações. É importante que, ainda incapaz de superar a visão de mundo dos catastrofistas, Pallas procurou refletir e decifrar toda a complexidade e diversidade das causas dos processos geológicos. Ele escreveu: “Para encontrar causas razoáveis ​​de mudanças em nossa Terra, é necessário combinar muitas novas hipóteses, e não apenas uma, como fazem outros autores da teoria da Terra”. Pallas falou sobre "inundações" e erupções vulcânicas, e sobre "falhas catastróficas do fundo", como uma das razões para o rebaixamento do nível do oceano, e concluiu: "Obviamente, a natureza usa métodos muito diversos para a formação e movimento de montanhas e para a produção de outros fenômenos que mudaram a superfície da Terra. As idéias de Pallas tiveram, segundo Cuvier, uma grande influência no desenvolvimento de conceitos geológicos gerais, mesmo de fundadores reconhecidos da geologia como Werner e Saussure.

No entanto, ao atribuir a Pallas o marcador "o início de toda a geologia moderna", Cuvier permitiu um claro exagero e demonstrou seu desconhecimento das idéias de Lomonosov. A. V. Khabakov enfatiza que a discussão de Pallas sobre as convulsões e catástrofes mundiais foi “um conceito aparentemente espetacular, mas pouco pensado e falso, um passo atrás, comparado, por exemplo, com as visões de Lomonosov “sobre mudanças insensíveis à passagem do tempo” do fronteiras de terra e mar". A propósito, em escritos posteriores, Pallas não se baseia em sua hipótese catastrófica e, descrevendo a natureza da Crimeia em 1794, fala de elevações de montanhas como “fenômenos que não podem ser explicados”.

De acordo com V. V. Belousov, “o nome de Pallas é o primeiro na história de nossa pesquisa geológica regional ... Por quase um século, os livros de Pallas ficaram nas mesas dos geólogos como livros de referência e, folheando esses grossos volumes, sempre se pode encontrar algo novo neles, uma indicação anteriormente despercebida da presença de um mineral valioso aqui ou ali, e relatos secos e breves semelhantes mais de uma vez causaram grandes descobertas geológicas ... qualquer relatório geológico deve começar com as palavras: “More Pallas ...”

Pallas, como se estivesse prevendo isso, manteve registros detalhados, sem negligenciar nenhuma ninharia, e assim explicou: “Muitas coisas que agora podem parecer insignificantes, com o tempo, nossos descendentes podem se tornar de grande importância”. A comparação de Pallas das camadas da terra com um livro de crônicas antigas, do qual se pode ler sua história, tornou-se agora um atributo de qualquer livro de geologia e geografia física. Pallas previu perspicazmente que esses arquivos da natureza, “precedendo o alfabeto e as tradições mais distantes, apenas começamos a ler, mas o material contido neles não se esgotará alguns séculos depois de nós”. A atenção que Pallas dedicou ao estudo das conexões entre os fenômenos o levou a muitas importantes conclusões físicas e geográficas. N. A. Severtsov escreveu sobre isso: “... Climatologia e geografia física não existiam antes de Pallas. Ele lidou com eles mais do que todos os seus contemporâneos e foi, nesse aspecto, um digno predecessor de Humboldt ... Pallas foi o primeiro a observar fenômenos periódicos na vida dos animais. Em 1769, ele elaborou um plano dessas observações para os membros da expedição ... ”Segundo esse plano, era necessário registrar o curso da temperatura, a abertura dos rios, o horário da chegada dos pássaros, a floração das plantas, o despertar dos animais da hibernação, etc. Isso faz de Pallas um dos primeiros organizadores das observações fenológicas.

Pallas descreveu centenas de espécies de animais, expressou muitos pensamentos interessantes sobre sua relação com o meio ambiente e delineou suas áreas de distribuição, o que nos permite falar dele como um dos fundadores da zoogeografia. A contribuição fundamental de Pallas para a paleontologia foi seu estudo dos restos fósseis do mamute, búfalo e rinoceronte peludo, primeiro de coleções de museus e depois de suas próprias coleções. Pallas tentou explicar a descoberta de ossos de elefante intercalados “com conchas do mar e ossos de peixes marinhos”, bem como a presença no permafrost do rio Vilyui do cadáver de um rinoceronte peludo com pelos sobreviventes. O cientista ainda não podia admitir que rinocerontes e elefantes viviam tão ao norte e atraíram uma repentina e catastrófica invasão oceânica para explicar sua deriva do sul. No entanto, a própria tentativa de uma interpretação paleogeográfica dos achados fósseis foi valiosa.

Em 1793, Pallas descreveu as impressões das folhas dos depósitos terciários de Kamchatka - esses foram os primeiros registros de plantas fósseis do território da Rússia. A fama de Pallas como botânico está associada à capital "Flora da Rússia" que ele começou.

Pallas provou que o nível do Cáspio está abaixo do nível do Oceano Mundial, mas antes do Cáspio atingir o Syrt Comum e Ergeni. Tendo estabelecido a relação de peixes e moluscos do Mar Cáspio e do Mar Negro, Pallas criou uma hipótese sobre a existência no passado de uma única bacia Ponto-Aral-Cáspio e sua separação quando as águas romperam o Estreito de Bósforo.

Em seus primeiros escritos, Pallas atuou como um precursor dos evolucionistas, defendendo a variabilidade dos organismos, e até desenhou uma árvore genealógica do desenvolvimento animal, mas depois mudou para posições metafísicas de negação da variabilidade das espécies. Na compreensão da natureza como um todo, a visão de mundo evolutiva e elementar-materialista foi característica de Pallas até o fim de sua vida.

Os contemporâneos ficaram impressionados com a capacidade de trabalhar Pallas. Ele publicou 170 artigos, incluindo dezenas de estudos de capital. Sua mente foi como se criada para coletar e organizar o caos de inúmeros fatos e trazê-los em sistemas claros de classificações. Pallas combinava observação aguda, memória fenomenal, grande disciplina de pensamento, que assegurava a fixação oportuna de tudo o que observava, e a mais alta honestidade científica. Pode-se atestar a confiabilidade dos fatos registrados por Pallas, dos dados de medição, descrições de formulários, etc. que ele cita. “Com que zelo observo a justiça em minha ciência (e talvez demais para minha infelicidade), então em toda a descrição de minha jornada não me desviei dela” e o mínimo: pois, de acordo com seu conceito, tome uma coisa por outra e respeitar mais do que o que é, de fato, onde acrescentar, e onde esconder, defendi por punição uma ofensa digna contra o mundo erudito, especialmente entre os naturalistas ... ".

As descrições feitas pelo cientista de muitas localidades, tratos, assentamentos, características da economia e da vida nunca perderão valor precisamente por causa de seus detalhes e confiabilidade: são padrões para medir as mudanças que ocorreram na natureza e nas pessoas ao longo das eras subsequentes. .

Pallas nasceu em 22 de setembro de 1741 em Berlim na família de um professor cirurgião alemão. A mãe do menino era francesa. Estudando com professores em casa até os 13 anos, Pallas dominava bem as línguas (latim e europeu moderno), o que mais tarde facilitou muito sua atividade científica, principalmente ao compilar dicionários e desenvolver terminologia científica.

Em 1761-1762. Pallas estudou as coleções de naturalistas na Inglaterra e também percorreu suas costas, coletando animais marinhos.

O jovem de 22 anos era uma autoridade tão reconhecida que já foi eleito membro da academia de Londres e Roma. Em 1766, Pallas publicou o trabalho zoológico "Estudo dos Zoófitos", que marcou toda uma revolução na taxonomia: corais e esponjas, recém traduzidos por zoólogos do mundo vegetal para o mundo animal, foram classificados detalhadamente por Pallas. Então ele começou a desenvolver uma árvore genealógica de animais, agindo assim como um precursor dos evolucionistas.

Retornando a Berlim em 1767, Pallas publicou uma série de monografias e coleções sobre zoologia. Mas foi nessa época que uma virada brusca o aguardava, como resultado da qual o cientista acabou na Rússia por 42 anos, em um país que literalmente se tornou sua segunda pátria.

Kruger, Franz – Retrato de Peter Simon Pallas

Em 1767, Pallas foi recomendada a Catarina II como uma cientista brilhante capaz de realizar os versáteis estudos de sua natureza e economia planejados na Rússia. O cientista de 26 anos veio a São Petersburgo como professor de "história natural" e depois como acadêmico comum com um salário de 800 rublos. em um ano ele começou a estudar um novo país para ele. Entre seus deveres oficiais, ele foi escrito para "inventar algo novo em sua ciência", ensinar aos alunos e "multiplicar com coisas dignas" o "gabinete natural" acadêmico.

Pallas foi instruído a liderar o primeiro destacamento das chamadas expedições físicas de Orenburg. A expedição contou com a presença de jovens geógrafos que mais tarde se tornaram cientistas proeminentes. Entre eles estavam Lepekhin, Zuev, Rychkov, Georgi e outros.Alguns deles (por exemplo, Lepekhin) fizeram rotas independentes sob a liderança de Pallas; outros (Georgi) o acompanharam em certas etapas da viagem. Mas havia companheiros que foram até o fim com Pallas (alunos Zuev e o químico Nikita Sokolov, Shuisky o espantalho, Dmitriev o desenhista e outros). Os satélites russos prestaram enorme assistência a Pallas, que estava apenas começando a aprender russo, participando da coleta de coleções, fazendo excursões adicionais aos lados, realizando trabalhos de interrogatório, organizando transporte e eletrodomésticos. A jovem esposa de Pallas (casou-se em 1767) foi também uma companheira inseparável que conduziu esta difícil expedição.

A instrução dada a Pallas pela Academia pode parecer esmagadora para uma grande e complexa expedição moderna. Pallas foi instruído a "investigar as propriedades das águas, solos, métodos de cultivo da terra, o estado da agricultura, doenças comuns de pessoas e animais e encontrar meios para seu tratamento e prevenção, investigar apicultura, sericultura, pecuária, especialmente ovelhas Reprodução." Além disso, entre os objetos de estudo foram elencados riquezas minerais e água, artes, ofícios, ofícios, plantas, animais, "a forma e o interior das montanhas", observações e definições geográficas, meteorológicas e astronômicas, costumes, costumes, tradições, monumentos e "várias antiguidades". E, no entanto, esse enorme corpo de trabalho foi de fato amplamente concluído por Pallas em seis anos de viagem.

A expedição, na qual o cientista considerou uma grande felicidade, começou em junho de 1768 e durou seis anos. Durante todo esse tempo, Pallas trabalhou incansavelmente, mantendo diários detalhados, coletando abundantes coleções sobre geologia, biologia e etnografia. Isso exigia esforço contínuo de força, pressa eterna, travessias exaustivas de longa distância em estradas intransitáveis. Privações constantes, resfriados, desnutrição frequente prejudicaram a saúde do cientista.

Pallas passava os períodos de inverno editando diários, que imediatamente enviava para São Petersburgo para impressão, o que garantiu a publicação de seus relatórios (a partir de 1771) antes mesmo de retornar da expedição.

Em 1768 chegou a Simbirsk, em 1769 visitou o Zhiguli, os Urais do Sul (região de Orsk), a planície do Cáspio e o lago. Inder, dirigiu para Guryev, após o que retornou a Ufa. Pallas passou 1770 nos Urais, estudando suas numerosas minas, e visitou Bogoslovsk [Karpinsk], Monte Blagodat, Nizhny Tagil, Yekaterinburg [Sverdlovsk], Troitsk, Tyumen, Tobolsk e passou o inverno em Chelyabinsk. Tendo concluído o programa dado, o próprio Pallas solicitou à Academia permissão para estender a expedição às regiões da Sibéria. Tendo recebido esta permissão, em 1771 Pallas viajou por Kurgan, Ishim e Tara para Omsk e Semipalatinsk. Com base em dados questionadores, Pallas destacou a questão das flutuações no nível dos lagos dos Trans-Urais e da Sibéria Ocidental e as mudanças associadas na produtividade dos prados, nas indústrias de pesca e sal. Pallas examinou as minas de prata Kolyvan em Rudny Altai, visitou Tomsk, Barnaul, a Bacia de Minusinsk e passou o inverno em Krasnoyarsk.

Em 1772, tendo passado por Irkutsk e Baikal (ele confiou o estudo do Lago Pallas a Georgi, que se juntou a ele), viajou para a Transbaikalia, chegou a Chita e Kyakhta. Neste momento, Nikita Sokolov viajou em sua missão para a prisão de Argun. No caminho de volta, Pallas continuou o trabalho de Georgi no inventário do Baikal, como resultado do qual quase todo o lago foi descrito. Voltando a Krasnoyarsk, no mesmo 1772, Pallas fez uma viagem ao Western Sayan e à bacia de Minusinsk.

O retorno da expedição levou um ano e meio. No caminho de volta por Tomsk, Tara, Yalutorovsk, Chelyabinsk, Sarapul (com parada em Kazan), Yaitsky Gorodok [Uralsk], Astrakhan, Tsaritsyn, Lake. Elton e Saratov, depois de passar o inverno em Tsaritsyn, o cientista fez excursões descendo o Volga até Akhtuba, ao Monte B. Bogdo e ao lago salgado Baskunchak. Tendo passado por Tambov e Moscou, em julho de 1774, Pallas, de 33 anos, terminou sua jornada inigualável, retornando a São Petersburgo um homem grisalho e doente. Doenças gástricas e inflamação dos olhos o perseguiram ainda mais ao longo de sua vida.

No entanto, mesmo a perda de saúde ele considerou recompensada pelas impressões recebidas e disse:

“... A própria felicidade de ver a natureza na parte nobre do mundo em sua própria existência, onde uma pessoa muito pouco se desviou dela, e aprender com ela, serviu para minha juventude e saúde perdidas como uma recompensa justa , que nenhuma inveja pode tirar de mim.”

A obra de cinco volumes de Pallas Viajando por várias províncias, publicada pela primeira vez em alemão em 1771-1776, foi a primeira descrição abrangente e completa de um vasto país, quase desconhecido na época em termos científicos. Não é à toa que esta obra foi traduzida em pouco tempo não só para o russo (1773 - 1788), mas também para o inglês e o francês com notas de cientistas proeminentes, como Lamarck.

Pallas fez um ótimo trabalho editando e publicando os trabalhos de vários pesquisadores. Em 1776-1781. ele publicou "Notícias históricas sobre o povo mongol", relatando neles, juntamente com informações históricas, muitas informações etnográficas sobre os Kalmyks, Buryats e - de acordo com dados de interrogatório - sobre o Tibete. Nos materiais sobre os Kalmyks, Pallas incluiu, além de suas observações, também os dados do geógrafo Gmelin, que morreu no Cáucaso.

Ao retornar da expedição, Pallas foi cercado de honra, feito historiógrafo do Almirantado e professor dos augustos netos - o futuro imperador Alexandre I e seu irmão Constantino.

O "Gabinete de Monumentos Naturais" montado por Pallas foi adquirido para o Hermitage em 1786.

Por duas vezes (em 1776 e 1779), em resposta a pedidos da Academia de Ciências, Pallas apresentou projetos ousados ​​para novas expedições ao norte e leste da Sibéria (foi atraído pelos Yenisei e Lena, Kolyma e Kamchatka, o Kuril e Ilhas Aleutas). Pallas promoveu os inúmeros recursos naturais da Sibéria, argumentando com preconceito que "o clima do norte não é favorável à formação de pedras preciosas". No entanto, nenhuma dessas expedições se concretizou.

A vida de Pallas na capital esteve ligada à sua participação na resolução de uma série de questões estatais, com a recepção de muitos convidados estrangeiros. Catarina II envolveu Pallas na compilação de um dicionário de "todas as línguas e dialetos".

Em 23 de junho de 1777, o cientista fez um discurso na Academia de Ciências e falou calorosamente sobre as planícies da Rússia como a pátria de um povo poderoso, como um “berçário de heróis” e “o melhor refúgio para ciências e artes”, sobre “a arena da atividade milagrosa do enorme espírito criativo de Pedro, o Grande” .

Desenvolvendo a já mencionada teoria da formação das montanhas, notou o confinamento dos granitos e dos antigos xistos "primários" que os envolviam, desprovidos de fósseis, às zonas axiais das montanhas. Pallas descobriu que em direção à periferia (“nas laterais das massas das montanhas anteriores”) eles estão cobertos por rochas da formação “secundária” - calcários e argilas, e também que essas rochas de baixo para cima ao longo da seção ficam mais e mais suavemente e contêm mais e mais fósseis. Pallas também observou o confinamento ao calcário de ravinas íngremes e cavernas com estalactites.

Finalmente, na periferia dos países montanhosos, ele afirmou a presença de rochas sedimentares de formação "terciária" (posteriormente, nos Cis-Urais, sua idade acabou sendo o Permiano).

Pallas explicou tal estrutura por uma certa sequência de antigos processos vulcânicos e sedimentação e chegou a uma conclusão ousada de que todo o território da Rússia já foi o fundo do mar, enquanto apenas ilhas de “granitos primários” se elevavam acima do mar. Embora o próprio Pallas considerasse o vulcanismo a causa da inclinação das camadas e da elevação das montanhas, ele reprovou a unilateralidade dos naturalistas italianos, que, "vendo constantemente vulcões cuspidores de fogo diante de seus olhos, atribuíam tudo ao fogo interno ." Observando que muitas vezes "as montanhas mais altas são compostas de granito", Pallas ao mesmo tempo fez uma conclusão surpreendentemente profunda de que o granito "constitui a base dos continentes" e que "não há fósseis nele, portanto, precedeu a vida orgânica".

Em 1777, em nome da Academia de Ciências, Pallas concluiu e em 1781 publicou um importante estudo histórico e geográfico "Sobre as descobertas russas nos mares entre a Ásia e a América". No mesmo ano, 1777, Pallas publicou uma grande monografia sobre roedores, depois vários ensaios sobre vários mamíferos e insetos. Pallas descreveu os animais não apenas como taxonomista, mas também cobriu suas conexões com o meio ambiente, atuando assim como um dos iniciadores da ecologia.

Em seu Memoir on the Varieties of Animals (1780), Pallas mudou para um ponto de vista antievolucionário sobre a questão da variabilidade das espécies, declarando sua diversidade e afinidade como sendo a influência do "poder criativo". Mas no mesmo "Memoir" o cientista antecipa uma série de visões modernas sobre a hibridização artificial, falando "sobre a inconstância de algumas raças de animais domésticos".

Desde 1781, Pallas, tendo à sua disposição os herbários de seus antecessores, trabalhou na Flora da Rússia. Os dois primeiros volumes de "Flora" (1784 - 1788) foram enviados oficialmente para as províncias da Rússia. Também enviado por todo o país e escrito por Pallas em nome do governo "Regulamento sobre arborização", composto por 66 pontos. Durante 1781-1806. Pallas criou um resumo monumental de insetos (principalmente besouros). Em 1781, Pallas fundou a revista "New Northern Notes", publicando nela muitos materiais sobre a natureza da Rússia e viagens à América russa.

Com toda a honra da posição, a vida metropolitana não podia deixar de sobrecarregar o explorador e viajante nato. Ele conseguiu permissão para uma nova expedição às suas próprias custas, desta vez ao sul da Rússia. Em 1º de fevereiro de 1793, Pallas e sua família deixaram São Petersburgo via Moscou e Saratov para Astrakhan. Um infeliz incidente - uma queda na água gelada ao cruzar o Klyazma - levou a uma maior deterioração de sua saúde. No Mar Cáspio, Pallas visitou vários lagos e colinas, depois subiu o Kuma até Stavropol, examinou as fontes do grupo Mineralnye Vody e passou por Novocherkassk até Simferopol.

No início da primavera de 1794, o cientista começou a estudar a Crimeia. No outono, Pallas retornou a São Petersburgo via Kherson, Poltava e Moscou e apresentou a Catarina II uma descrição da Crimeia, juntamente com um pedido para permitir que ele se mudasse para lá para morar. Juntamente com a permissão, Pallas recebeu da imperatriz uma casa em Simferopol, duas aldeias com terrenos nos vales de Aytodor e Sudak e 10 mil rublos para o estabelecimento de escolas de horticultura e vinificação na Crimeia. Ao mesmo tempo, seu salário acadêmico também foi mantido para ele.

Pallas dedicou-se entusiasticamente ao estudo da natureza da Crimeia e à promoção de seu desenvolvimento agrícola. Ele procedeu dos lugares mais inexpugnáveis ​​das montanhas da Crimeia, plantou pomares e vinhedos nos vales de Sudak e Koz, escreveu vários artigos sobre a tecnologia agrícola das culturas do sul da Crimeia.

A casa de Pallas em Simferopol era um local de peregrinação para todos os convidados de honra da cidade, embora Pallas vivesse modestamente e fosse sobrecarregado pelo brilho exterior de sua glória. Testemunhas oculares o descrevem como já perto da velhice, mas ainda fresco e alegre. As lembranças de suas viagens lhe traziam, segundo ele, mais prazer do que sua própria glória.

Pallas continuou processando suas observações anteriores na Crimeia. Em 1799-1801. ele publicou uma descrição de sua segunda viagem, que inclui, em particular, uma descrição completa da Crimeia. As obras de Pallas sobre a Crimeia são o auge de suas realizações como geógrafo-naturalista. E as páginas com as características da estrutura geológica da Crimeia, como escreve A. V. Khabakov (p. 187), “honrariam os registros de campo de um geólogo mesmo em nosso tempo”.

As considerações de Pallas sobre a fronteira da Europa com a Ásia são curiosas. Em um esforço para encontrar um limite natural mais adequado para essa fronteira cultural e histórica essencialmente condicional, Pallas contestou o desenho dessa fronteira ao longo do Don e propôs transferi-la para o Syrt Comum e Ergeni.

O principal objetivo de sua vida, Pallas considerou a criação da "zoografia russo-asiática". Ele trabalhou mais duro na Crimeia e, com a publicação deste livro em particular, teve o maior azar: sua publicação foi concluída apenas em 1841, ou seja, 30 anos após sua morte.

No prefácio desta obra, Pallas, não sem amargura, escreveu: “Finalmente, a Zoografia, que está há tanto tempo nos papéis, coletada ao longo de 30 anos, finalmente está vindo à tona. Ele contém um oitavo dos animais de todo o mundo habitado.

Contrastando com os sumários sistemáticos de faunas “simples”, contendo “esqueletos secos de nomes e sinônimos”, Pallas se propôs a criar um sumário faunístico, “completo, rico e tão compilado que possa ser adequado para a cobertura de toda a zoologia. " No mesmo prefácio, Pallas destacou que foi a zoologia que permaneceu sua principal paixão durante toda a sua vida: “... mim, no entanto, desde tenra idade eu estava especialmente interessado em zoologia preferível ao resto da fisiografia." Na verdade, Zoografia contém um material tão abundante sobre a ecologia, distribuição e significado econômico dos animais que também poderia ser chamado de Zoogeografia.

Pouco antes de sua morte, outra reviravolta inesperada, para muitos, ocorreu na vida de Pallas. Insatisfeito com o crescente litígio de terras com vizinhos, reclamando de malária, e também tentando ver seu irmão mais velho e esperando acelerar a publicação de sua Zoografia, Pallas vendeu suas propriedades da Crimeia por uma ninharia e "com a mais alta permissão" mudou-se para Berlim , onde não estava há mais de 42 anos. A motivação oficial para sua partida foi: “Para colocar seus negócios em ordem...” Os naturalistas da Alemanha encontraram o ancião de setenta anos com honra como um reconhecido patriarca das ciências naturais. Pallas mergulhou no noticiário científico, sonhou com uma viagem aos museus de história natural da França e da Itália. Mas a saúde precária se fez sentir. Percebendo a aproximação da morte, Pallas fez um ótimo trabalho ao colocar os manuscritos em ordem, distribuindo as coleções restantes para amigos. 08 de setembro de 1811 ele morreu.

Os méritos de Pallas já durante sua vida receberam reconhecimento mundial. Ele foi eleito, além dos já mencionados, membro das sociedades científicas: Berlim, Viena, Boêmia, Montpellier, Patriótica Sueca, Hesse-Hamburgo, Utreque, Lund, São Petersburgo Livre Econômico, bem como o Instituto Nacional de Paris e as academias de Estocolmo, Napolitana, Göttingen e Copenhague. Na Rússia, ele tinha o posto de conselheiro de estado real.

Muitas plantas e animais são nomeados em homenagem a Pallas, incluindo o gênero vegetal Pallasia (o nome foi dado pelo próprio Linnaeus, que apreciava profundamente os méritos de Pallas), o pinheiro da Crimeia Pinus Pallasiana, etc.

Pinheiro da Crimeia Pinus Pallasiana

Açafrão de Pallas - Crocus pallasii

Um tipo especial de meteoritos férreos é chamado de pallasites, em homenagem ao meteorito de ferro Pallas, que o cientista trouxe da Sibéria para São Petersburgo em 1772.

Monumento a Peter Simon Pallas

Ao largo da costa da Nova Guiné está o Recife Pallas. Em 1947, um vulcão ativo na ilha de Ketoi, no cume das Curilas, recebeu o nome de Pallas. Em Berlim, uma das ruas leva o nome de Pallas. Além disso, o assentamento da estação Pallasovka (uma cidade desde 1967), fundado em 1907, recebeu seu interessante nome também graças aos méritos do viajante e naturalista alemão Peter Simon Pallas, que realizou uma expedição na região no século XVIII. É curioso que o próprio Pallas tenha notado que “esta é uma terra na qual é impossível viver”, focando no clima quente no verão (a temperatura no verão pode chegar a +45).

Baseado em materiais da Internet.

PETER SIMÃO PALLAS

A Caucasian Mineralnye Vody, a nascente Narzan, tornou-se objeto de pesquisa de outro cientista natural mundialmente famoso do século XVIII, Peter Simon Pallas. As descobertas feitas por ele e as observações empíricas contribuíram em grande parte para o desenvolvimento da zoologia, botânica, história, geologia, mineralogia, paleontologia, geografia, etnografia e linguística. O nome de P. S. Pallas está no mesmo nível dos nomes de figuras da ciência e cultura russas do século XVIII como M. V. Lomonosov e L. Euler.

O maior cientista e viajante da segunda metade do século XVIII. Peter Simon Pallas lançou as bases para um estudo científico sistemático da natureza do nosso país.

Peter Simon Pallas nasceu em Berlim em 22 de setembro de 1741. Seu pai era um cirurgião militar, professor da Faculdade de Medicina e Cirurgia de Berlim. A mãe - a francesa Susanna Lienard - vem de uma antiga família protestante francesa da cidade de Metz. Sua família, devido a eventos históricos bem conhecidos, foi forçada a deixar a França e se estabelecer na Alemanha. Os pais de Pallas tiveram três filhos: dois meninos e uma menina. Desde cedo, as crianças foram incutidas no amor pela literatura, pelas línguas, receberam uma excelente educação. Durante a adolescência, as crianças eram fluentes em grego, francês, inglês e latim.

Em 1754, Peter Simon, por insistência de seu pai, ingressou no Colégio Médico e Cirúrgico de Berlim. Aqui ele estudou anatomia, fisiologia, obstetrícia, cirurgia e botânica. No collegium, o futuro cientista recebeu os conhecimentos básicos de zoologia, paleontologia, etnologia, meteorologia, etnografia. Depois de completar seus estudos em Berlim, Pallas em 1758-1759. em Halle estudou pedagogia, filosofia, mineração, zoologia. Ele prestou atenção especial à botânica: estudou de acordo com o sistema do notável naturalista e naturalista sueco Carl Linnaeus, que ganhou fama mundial graças à sistemática de flora e fauna que criou. Na época em que Pallas estudava em Halle, K. Linnaeus publicou sua famosa obra "O Sistema da Natureza", na qual era apresentado seu sistema de classificação de flora e fauna. Este sistema de Linnaeus completou o enorme trabalho de botânicos e zoólogos na primeira metade do século XVIII. O cientista dividiu todas as plantas em 24 classes. Ele baseou essa divisão no número, tamanho e disposição dos estames e pistilos da flor, bem como nos sinais de uma planta monóica ou poliica. O cientista dividiu todos os animais em 6 classes: mamíferos, aves, anfíbios, peixes, vermes e insetos. Aparentemente, foi esse curso do famoso cientista que finalmente determinou o principal hobby de P. S. Pallas - a botânica. Em Halle, ele também fez um curso de matemática e física.

Em 1759, Pallas mudou-se para Göttingen, localizada na Baixa Saxônia (até 1945 - província de Hannover) e ingressou na universidade, onde ampliou seus conhecimentos no campo das ciências naturais e matemáticas. A própria universidade foi fundada em 1737, e já a partir da segunda metade do século XVIII. tornou-se o centro da direção racionalista da filosofia e, no final do século, juntou-se ao neo-humanismo. Esta instituição de ensino superior foi glorificada por cientistas famosos como Gauss, Dalmont, os irmãos Grimm. Desde a abertura da universidade, um jardim botânico também foi fundado sob ela. onde Pallas passava todo o seu tempo livre.

No final dos anos 60. século 18 Pallas voltou para sua terra natal.

E já em 1761 partiu para a Inglaterra para ver suas cidades e armários de raridades, para visitar os famosos jardins botânicos de Chelsea e Kew com suas ricas coleções zoológicas.

Mesmo em seus primeiros trabalhos, Pallas expressou uma série de novas ideias. Publicou a primeira lista de plantas animais da época (“Elenchus Zoophytorum”), onde destacou a conexão entre os reinos animal e vegetal. Tratava-se de grupos taxonômicos de plantas e animais na forma de uma árvore genealógica com galhos. Mais tarde, em 1766, ele publicou "Mischbanea Zoologica" com uma descrição de inúmeras formas de animais, e em 1767-1780. - "Specibegia (Zooiogica)", onde foi dada atenção à geografia de distribuição dos animais.

Aos 20 anos, PS Pallas foi eleito acadêmico em Roma e Londres.

O destino conectou Pallas com a Rússia em 1767. Em 1765, o grande cientista russo M.V. Lomonosov morreu. O “inteligente e esclarecido” Vladimir Orlov foi nomeado chefe da Academia de Ciências por Catarina II. Em 23 de maio de 1769, de acordo com as previsões de muitos astrônomos e cientistas famosos, um fenômeno único era esperado - a passagem de Vênus pelo disco do Sol. Para observar este evento notável, expedições especiais foram equipadas em muitos países europeus. Desejando a participação da Rússia em tal expedição, Orlov, por recomendação de um professor de Leipzig, H. Ludwig, enviou um convite a Pallas. Em sua carta ao cientista, Orlov escreveu que em 22 de abril de 1767 foi eleito acadêmico e professor de história natural na Academia de Ciências de São Petersburgo.

30 de julho de 1767 Peter Simon Pallas chegou a São Petersburgo. Logo ele participou da preparação de uma expedição científica, com a qual o grande Lomonosov sonhava.

Em 1768, a Academia de Ciências formou cinco expedições para um estudo abrangente da região do Volga, Cáucaso, Urais e Sibéria. Eles receberam seus nomes de acordo com as principais bases: três - Orenburg e duas - Astrakhan. Os jovens cientistas Peter Simon Pallas, Ivan Ivanovich Lepekhin e Johann Peter Falk foram nomeados líderes dos destacamentos de Orenburg. O destacamento de Pallas na expedição de Orenburg era considerado o principal, e ele era essencialmente seu líder geral. O segundo destacamento foi comandado por I. I. Lepekhin, que no momento em que a expedição começou, se formou no ginásio e na universidade da Academia de Ciências de São Petersburgo, era aluno de S. P. Krasheninnikov e em 1762-1767. estudou na Universidade de Estrasburgo.

Ivan Ivanovich Lepekhin (1740-1802) - um notável viajante e naturalista russo, membro da Academia de Ciências de São Petersburgo desde 1771. Ele também é membro e primeiro secretário indispensável da Academia Russa de Ciências de 1783 a 1802. Em 1773 ele fez uma expedição aos estados bálticos e à Bielorrússia. Ele é o autor da obra “Notas de um dia de uma viagem… por diferentes províncias do Estado russo”. Lepekhin expressou a ideia da relação mútua entre clima, vegetação, vida selvagem e áreas naturais do globo. As conclusões científicas de Lepekhin diziam respeito às questões de mudanças nas propriedades de plantas e animais sob a influência do ambiente externo.

Johann Peter Falk (1727-1774), médico e naturalista sueco, foi colocado à frente do terceiro destacamento da Academia de Ciências. Falk foi educado na Universidade de Uppsala: estudou botânica sob a orientação de K. Linnaeus. Por recomendação sua, partiu para a Rússia e começou a trabalhar na Academia de Ciências de São Petersburgo. O principal objetivo da expedição de Falk 1769-1773. houve um estudo da flora e vegetação das regiões de Astrakhan e Orenburg, Sibéria Ocidental, Urais do Sul e Kazan. Durante a expedição, o cientista coletou materiais sobre a história dos povos tártaros e Kalmyk.

As rotas da expedição de Orenburg cobriam a região do Volga de Simbirsk a Tsaritsyn e Guryev, "as costas orientais do Mar Cáspio", "as estepes deste e daquele lado do Yaik", os Montes Urais e a província de Iset, o Irtysh e rios Tobol, bem como todo o território entre Ufa e Chusovaya e montanhas entre as cidades de Yekaterinburg e Solikamsk.

A expedição de I. I. Lepekhin estava a caminho do Volga, dos Urais e do norte da Rússia européia. Ela deixou Petersburgo em 8 de julho de 1768, e a expedição de Falk às regiões de Astrakhan e Orenburg partiu em 2 de setembro do mesmo ano.

Em 13 de março de 1768, foi aprovado o plano para a expedição de PS Pallas ao Território de Orenburg e à Sibéria. Um pequeno destacamento, que também incluía os estudantes Vasily Zuev, Nikita Sokolov, deixou São Petersburgo em 21 de junho. A expedição foi para a região do Volga e de lá para Ufa. Ao longo desta rota, os membros do destacamento visitaram as cidades de Simbirsk, Stavropol (região do Volga), Samara, Syzran, Orenburg, cidade de Yaitsky, Guryev. Os relatórios da Academia de Ciências datados de 30 de outubro de 1769 dizem: “O relatório de P. S. Pallas datado de 21 de setembro, enviado da cidade de Yaitsky, foi lido, com a mensagem de que ele descobriu minério de zinco na costa montanhosa do sal do Indfa lago ...” Passaram o inverno em Ufa. Primavera fria tardia, inundações pesadas, estradas inundadas, rios transbordantes não permitiram que Pallas continuasse a rota pretendida para Yekaterinburg, e ele foi forçado a mudar sua rota original e seguir pelos Montes Urais até a província de Iset (este segmento era originalmente parte da rota do destacamento de I. I. Lepekhin).

Em 8 de junho de 1770, o destacamento de Peter Simon Pallas chegou à fortaleza de Chelyabinsk - no centro da província de Iset. A pesquisa nesta região durou até 16 de abril de 1771. Já se aproximando de Chelyabinsk, o cientista visitou Katava e Yuryuzan, onde visitou as siderúrgicas de Tverdyshensky, descobriu e descreveu vastas cavernas em Sim e Yuryuzan. Comparando as encostas oeste e leste dos Montes Urais, Pallas escreveu: “No lado oeste, os minérios pesquisados, raramente contendo bons metais, estão localizados entre as camadas; pelo contrário, na montanha oriental, no lado rico em minérios, que compõe a orla dos Urais, o minério é notado em ninhos e veios contínuos, e as montanhas argilosas estão cheias de lavagens e estão quase em toda parte misturadas com os melhores metais.

Pallas observou a fertilidade especial da área: matérias-primas minerais, estoques de penugem de álamo - como uma oportunidade para substituir o algodão. Depois de visitar a fortaleza de Chebarkul e a mina Kukushevsky, as fábricas Sanarsky e Kasli, a expedição foi para os Urais Médios - para Yekaterinburg, para as fábricas Sysert e Polevsk, as minas de ouro Berezovsky e as fábricas Tagil. Pallas mais tarde, descrevendo os métodos de extração de ouro da rocha, observou que a mina foi construída de acordo com todas as regras da arte mineira.

O cientista prestou atenção não apenas aos recursos naturais, fábricas e minas. Ele estava muito interessado nos povos que habitavam o território dos Urais. Em suas memórias sobre a viagem de 1767-1774. P. S. Pallas descreveu os cemitérios tártaros, o arranjo das moradias Bashkir, a situação dos camponeses e trabalhadores, caçadores, cossacos, mineiros, etc. Ele não esqueceu sua botânica favorita: ele listou muitas plantas e animais usando não apenas nomes latinos , mas também nomes russos locais.

Depois de Tagil, o destacamento de Pallas foi para a cidade de Karpinsk, onde inspecionaram as fábricas de Bogoslovsky e Petropavlovsk, visitaram as cidades de Severouralsk e Kumba. Voltando a Chelyabinsk, Peter Simon Pallas fez uma descoberta: em 22 de junho de 1770, na área da cidade de Verkhoturye, no Monte Kachkanar, descobriu minério de ferro - o desenvolvimento deste depósito começou em meados do século XIX. século. Já em agosto de 1770 a expedição retornou a Chelyabinsk. Nas atas da Academia de Ciências de 24 de junho de 1770, está escrito: “O relatório de P.S. Pallas de Chelyabinsk foi lido com uma descrição de lugares pessoais nos Urais ricos em minérios. Um relatório descrevendo lagos salgados e várias minas perto de Chelyabinsk foi lido em 18 de outubro.

Em 1º de agosto de 1770, o destacamento visitou a Fábrica de Pedra e novamente partiu pela parte montanhosa até Chelyabinsk. Tendo visitado os Urais do Sul pela segunda vez, a expedição foi para a Sibéria. Pallas visitou a parte noroeste do Baikal, destacando a peculiaridade associada à profundidade do lago e do Angara. Como resultado da superação de uma rota muito difícil e difícil na Transbaikalia, a expedição de PS Pallas chegou à nascente do rio Amur. O cientista escreveu: “Ao longo da minha estrada siberiana, contando desde os Montes Urais, que podem ser lidos entre a Europa e a Ásia, até o Baikal, não coletei animais e ervas tão novos e interessantes como (exceto) nas fronteiras com a Mongólia e no lado norte Baikal cercado.

A expedição terminou em 30 de julho de 1774, quando ela retornou a São Petersburgo. Os membros da expedição de Orenburg viajaram 27.264 verstas, das quais 6.000 foram cobertas por V. Zuev e N. Sokolov.

O resultado da expedição de 6 anos foram extensas coleções que serviram de base para o Museu da Academia de Ciências e a obra de três volumes "Reise durch verschiedene Provinzen des Russischen Reich". O primeiro e o segundo livros foram traduzidos para o russo por Fedor Tomsky, correspondente da Academia de Ciências e da Real Assembleia Prussiana Alemã, membro da Assembleia Russa estabelecida na Universidade Imperial de Moscou, o terceiro volume foi traduzido por Vasily Zuev. A descrição da viagem de P. S. Pallas começou a aparecer antes da conclusão da expedição. A tradução para o russo foi acompanhada de ilustrações das pranchas utilizadas na edição alemã. O texto russo foi adicionalmente gravado nas placas. No terceiro livro, ilustrações com a adição de texto russo são encontradas apenas em impressões posteriores - em papel com marca d'água de 1802. Este trabalho fornece uma excelente descrição científica da natureza e dos povos do Império Russo no século XVIII. Durante a expedição e depois dela, Pallas continuou seus trabalhos científicos sobre zoologia, dos quais os mais valiosos são "Novae species Quadrupedum et Gllirium ordine" (descreve muitos roedores que descobriu na parte européia da Rússia e Sibéria) e "Icones Inssectorum praesertim Rossiae, Sibiriaegue peculiarium" (1781-1806).

Em 1793, o já conhecido cientista Peter Simon Pallas, às suas próprias custas, empreendeu uma viagem às províncias do sul do Império Russo. Esta viagem abrangeu a região do Volga, a planície do Cáspio, a depressão Kuma-Manych, a região das Águas Minerais do Cáucaso e a Península de Taman. A expedição incluiu um jovem artista de Leipzig, H. Geisler, que pintou um retrato de Pallas, que atualmente está na Alemanha.

As observações de Pallas são descritas por ele em sua famosa Viagem pelas Províncias do Sul do Estado Russo, onde descreveu em detalhes sua visita às Águas Minerais do Cáucaso.

Com sua chegada, Pyatigorsk já havia sido fundada. Descrevendo a Montanha Quente, sua estrutura, rocha, fontes, que contou cinco, Pallas escreveu que nas camadas de travertino (essa rocha é a principal rocha formadora da montanha) foi esculpida uma depressão que servia de banho. Mais dois recessos naturais foram usados ​​como banhos. O cientista está tentando determinar a quantidade de sólidos totais, a temperatura e o valor de cura da água. Sobre as fontes de Zheleznovodsk, ele escreve: "O monte Beshtau também produz fontes termais, embora menos abundantes que Mashuksky, mas não tive a oportunidade de examiná-las". Além disso, Pallas relatou que entre as montanhas Beshtau e Zheleznaya existe um vale profundo coberto de floresta, no qual nascentes formam o córrego Dzhemukhu.

Peter Simon Pallas se concentra em detalhes particulares na fonte Narzan, que ele nomeou em homenagem ao Grão-Duque Alexander Pavlovich (o futuro Alexandre I). O novo nome não se enraizou entre as pessoas, e a fonte azeda manteve o nome Narzan para sempre.

Peter Simon Pallas fez a primeira análise de Narzan e previu um grande futuro para a fonte.

O cientista deu uma descrição detalhada da localização da fonte: estava localizada dentro do canto formado pela confluência dos rios Olkhovka e Berezovka. O canto era ocupado por uma grande área pantanosa com uma posição mais elevada em relação ao nível dos rios. A piscina de primavera tinha até 27 pés de comprimento e 17 pés de largura. Ao redor da própria Sour Spring, localizada no centro da piscina, formou-se um funil. Segundo a descrição de Pallas, a água escorria com grande força e arrastava a areia férrea, que depois se depositava novamente no fundo da fonte. A água mineral fluía em um pequeno riacho para o rio. Kozodu. Na foz do córrego foram cavados vários buracos, que serviram de banheiras. Pallas também destacou que vestígios dos antigos eram visíveis ao lado dos novos banhos. Descrevendo em detalhes as propriedades e o sabor do narzan, ele o compara ao melhor champanhe e diz que o narzan é bem conservado em garrafas, que muitas vezes explodem de uma grande quantidade de dióxido de carbono contido na água, e a água fervida da fonte principal é bastante adequado para fazer chá, ou seja, quase sem teor de ferro. Explorando a fonte da Chave Azeda, Pallas determinou o número total de constituintes sólidos, que eram iguais a 2 dracmas e 20 gramas em 16 libras. Posteriormente, a seu pedido, o acadêmico Lovitz fez uma análise completa dos resíduos secos obtidos por Pallas da água da fonte principal, bem como de seus jatos laterais. Resumindo sua pesquisa, Pallas observou os efeitos diuréticos e laxativos da água, a possibilidade de seu uso em doenças vasculares, e não recomendou seu uso em doenças do estômago, propensas à alta acidez. A conclusão geral do cientista foi: "você pode beber essa água sem nojo e prejudicar o quanto quiser". Ele compilou um mapa do vale de Kislovodsk (um apêndice da "Viagem pelas províncias do sul do estado russo").

Durante as fortes chuvas, o leito do rio Kozady transbordou suas margens e cobriu a fonte com areia e lodo, constantemente lavou a margem esquerda, o que foi notado por P.S. Pallas. Ele se ofereceu para pegar o rio. Kozadu no rio. Elkosh com a ajuda de um canal artificial, encha o canal drenado com terra e, no início, faça uma represa. Ele fundamentou sua proposta com a opinião: “A nascente mineral flui em grande profundidade e corta o leito de Kozada sem se comunicar com este último. Portanto, é impossível temer que uma mudança na direção de Kozada possa vir acompanhada de consequências desfavoráveis ​​para a fonte. O projeto de Pallas foi realizado em 1805. Sua suposição de que Narzan se origina no sopé do Elbrus também é importante.

Peter Simon Pallas, em uma viagem às províncias do sul da Rússia, levou sua esposa Karolina Ivanovna, que descobriu uma planta fibrosa especial nas estepes da Ciscaucásia, cujos frutos ela usava para fios, então os produtos desses fios foram apresentados a Catarina II. Em 1795, o cientista e sua família se mudaram para a Crimeia, onde a imperatriz lhe concedeu a propriedade Shulyu. Localizava-se entre Simferopol e Sevastopol, no vale do rio. Kachi. A família Pallas começou a jardinagem. Gradualmente, o espólio do cientista se expandiu. Petr Simon explorou a vegetação na Crimeia, em particular o pinheiro da Crimeia, escolheu um local perto da vila de Sudak, onde fundou vinhedos, descreveu pela primeira vez cerca de 40 variedades de uvas locais, estudou o processo de produção de champanhe. Ele criou e dirigiu a escola estadual de viticultura e vinificação, encomendou 90 mil vinhas da Europa e da Rússia para isso. Ele delineou um local para a criação de um jardim botânico perto da vila de Nikita (o Jardim Botânico Nikitsky foi fundado em 1812), ele estava ocupado com o problema da conexão entre a península da Crimeia e o Cáucaso, lutou contra gafanhotos. Aqui, na Crimeia, Pallas escreveu a obra Notas sobre uma viagem pelas províncias do sul da Rússia (Leipzig, 1799). Em 1803, publicou a obra "Types of Astragalus" com desenhos de Geisler. Pallas foi visitado por muitos cientistas estrangeiros famosos. Ele desenvolveu relações especialmente amistosas com Edward Clark, formado em Cambridge, de modo que parte do herbário da Crimeia coletado pelo casal Pallas acabou na Inglaterra, parte - no Jardim Botânico da Academia de Ciências (Jardim Botânico em homenagem a V. L. Komarov) e parte - em Universidade de Moscou.

Peter Simon Pallas, um cientista mundialmente famoso, era muito modesto, tímido, com medo do governo e especialmente de Paulo I, que não o notava. V. Izmailov em sua “Journey to Midday Russia” (1800) deu uma descrição do cientista: “Sua aparência não é cativante, mas sua expressão facial é agradável; sua fisionomia é inteligente, sua aparência é mansa, e em seus traços pode-se ler à primeira vista que o mal nunca se aproximou de seu coração... Sua fala, como a natureza, é simples, tranquila e divertida... cientista, mas numa conversa vê-se um homem bom filósofo. O conhecimento mostra a mente, os sentimentos, abre o coração... viajar é sua paixão. Ele diz que sua vida nunca fluiu tão agradavelmente como durante suas viagens.

Sabe-se que Pallas foi casado três vezes: a 1ª esposa, a ex-mulher do general, que, tendo se apaixonado por Peter Simon, deixou a família e se casou com um jovem cientista. O nome dela não foi preservado. Ela o acompanhou em uma expedição à Rússia européia e aos Urais. Neste casamento, o casal teve uma filha, que se chamava Albertina. A segunda esposa foi Maria Elizabeth Glan. Ela deu a Pallas três filhos que morreram na primeira infância. A terceira esposa, Karolina Ivanovna, era muito mais jovem que o marido. O casamento foi difícil. PS Pallas adquiriu uma fazenda perto de Simferopol, em homenagem a Karolina Ivanovna - Karolinovka. Em 1810, ela se recusou a deixar a Rússia e acompanhar o marido quando PS Pallas decidiu retornar à sua terra natal.

Já na velhice, PS Pallas partiu para a Alemanha, já ocupada por Napoleão. O grande cientista morreu em 1811. Ele foi enterrado em Berlim, e uma longa inscrição foi feita em seu monumento, que termina com as palavras: "... A todos é dado um termo de uma vida curta e única."

A Rússia apreciou as atividades de P. S. Pallas: em 1967, a cidade de Pallasovka, na região de Volgogrado, recebeu seu nome, onde em 1989 um monumento foi erguido na praça em frente à estação: Pallas em pleno crescimento com um cavalo na coleira . Uma estação ferroviária (1993) e uma filial do Museu de Belas Artes de Volgogrado receberam seu nome. Na ciência moderna, meteoritos contendo grãos de olivina cimentados com ferro são chamados de palasitos. Em 1772, o acadêmico P. S. Pallas entregou ao Kunstkamera o famoso meteorito, que foi chamado de ferro de Pallas. Este bloco de pedra de ferro pesando 687 kg foi encontrado na taiga Yenisei. Por sugestão da filial de Sverdlovsk da Sociedade Geográfica Russa em 1996 (oficialmente aprovada em 2001), o Monte Pallas apareceu no mapa da Rússia, localizado na fronteira das regiões de Sverdlovsk e Perm, na Cordilheira dos Urais, na território pertencente a Severouralsk. A casa Pallas em Simferopol foi preservada. Agora foi restaurado e abriga o Museu Pallas.

Uma homenagem aos méritos de Petr Simon Pallas foram as expedições nos passos do cientista, organizadas em 1999 e 2000. Reserva Ilmensky e Liceu de Física e Matemática No. 31 de Chelyabinsk.

V. I. Vernadsky, referindo-se à história da ciência russa, escreveu: "... Pallas apareceu no primeiro século do trabalho da Academia de Ciências como o maior dos naturalistas - acadêmicos, cujas tradições não foram interrompidas por nós por dois séculos."

R. K. Gochiyaeva

// Cronógrafo Stavropol para 2006. - Stavropol, 2006. - S. 192-200.

PALLAS Peter Simon - um dos cientistas naturais mais proeminentes de todos os países e épocas; gênero. em Berlim em 22 de setembro de 1741, d. no mesmo lugar, em 8 de setembro de 1811. Sendo assim estrangeiro de nascimento, Pallas, porém, morou na Rússia por 43 anos e foi a beleza de nossa Academia de Ciências. Ele dedicou quase toda a sua vida a um estudo abrangente de sua segunda pátria e, portanto, podemos classificá-lo com orgulho entre os cientistas russos, entre os quais, em termos de profundidade de seu conhecimento, amplitude de interesses e tarefas científicas, bem como o extraordinário dom e precisão das observações, ele os lugares mais importantes.

Seu pai Simon Pallas, um famoso cirurgião, era da Prússia Oriental. O jovem Peter Simon estava destinado a seguir os passos de seu pai. Seu talento extraordinário se manifestou desde cedo: aos 13 anos, começou a ouvir palestras no Colégio Médico e Cirúrgico de Berlim e, em 1758, quando tinha apenas 17 anos, já havia passou no exame do curso de anatomia. Depois de passar mais dois anos nas universidades de Halle, Leiden e Göttingen, Pallas recebeu o título de doutor em medicina no final de 1760, apresentando uma dissertação sobre vermes em humanos e alguns animais. Então o doutor em medicina de 19 anos foi para Londres, onde, a pedido de seu pai, ele teve que visitar hospitais, mas na verdade ele visitou diligentemente as excelentes coleções de história natural da cidade e estabeleceu relações pessoais com os mais eminentes naturalistas de lá. Retornando a Berlim em 1762, Pallas no ano seguinte recebeu permissão de seus pais para se mudar para a Holanda a fim de encontrar um lugar adequado para si; mas, apesar de intensos estudos científicos, ele não conseguiu esse lugar e, em 1766, voltou novamente à casa de seus pais.

Neste último ano, duas obras de Pallas foram publicadas em Gaga, chamando a atenção do mundo erudito para ele; esses trabalhos, concernentes à anatomia e sistemática dos animais inferiores, imediatamente mostraram no jovem autor uma rara observação e perspicácia. Graças a isso, o nome de Pallas imediatamente se tornou muito famoso, e quando a imperatriz Catarina II, que planejava equipar uma expedição para explorar a Rússia no sentido histórico-natural, recorreu ao professor de Leipzig Ludwig para uma recomendação de um naturalista particularmente experiente como o líder desta expedição, ele se estabeleceu em Pallas. Em 22 de dezembro de 1766, a Academia de Ciências o elegeu como membro como professor de história natural; a princípio, ele recusou, no entanto, de modo que Ios já deveria ser escolhido em vez dele. Gertner; mas em abril de 1767 ele expressou seu consentimento, e em 23 de abril do mesmo ano a eleição de Pallas foi confirmada pela Academia.

No verão de 1767, mudou-se para São Petersburgo e imediatamente começou a traçar planos e instruções para as viagens planejadas pela Imperatriz pela Rússia européia, Cáucaso e Sibéria. A princípio, Pallas pretendia participar da expedição que a Academia, a convite da Royal British Society of Sciences, equipou a Kamchatka para observar a passagem de Vênus diante do sol em 1769; mas posteriormente foi decidido equipar uma expedição especial, chefiada por Pallas, que se encarregou de desenvolver um plano geral para a mesma, a distribuição de regiões individuais entre os participantes, etc. Além de Pallas, esta expedição memorável, que durou seis anos, contou com a presença de acadêmicos, S. G. Gmelin, Lepekhin, Falk, Georgi; com cada um deles havia vários "alunos" da Academia. Quase um ano inteiro se passou em preparação para a expedição, e somente no final de junho de 1768 Pallas partiu de São Petersburgo.

Não nos alongaremos aqui nos detalhes desta viagem extraordinariamente frutífera, durante a qual Pallas conseguiu descobrir e comunicar à Academia objetos extremamente notáveis ​​de todos os reinos da natureza; citemos, por exemplo, a famosa amostra de ferro nativo (“Ferro de Pallas”) encontrada nas margens do Vilyui, a cabeça de um rinoceronte, etc. Delineemos apenas nos traços principais os caminhos percorridos por Pallas.

Através de Moscou, Vladimir, Kasimov, Murom, Arzamas e Penza, Pallas viajou para Simbirsk, onde passou o inverno. No caminho, muitas vezes parava, fazia inúmeras excursões de seus acampamentos, compilava coleções em todos os lugares, e muitas vezes no local, além de um diário de viagem preciso, que mantinha ao longo de sua jornada, descrevia objetos curiosos que encontrava. Assim, por exemplo, já de Vladimir, ele enviou para a Academia uma caixa com minerais e fósseis que havia coletado, além de uma descrição de uma esponja de rio encontrada perto de Vladimir. Durante o inverno em Simbirsk, Pallas desenvolveu seu diário de viagem, de modo que já em março de 1769, a primeira parte de sua viagem foi lida nas reuniões de emergência da Academia. Ao mesmo tempo, ele deixou Simbirsk e passou por Stavropol e a proa de Samara para Samara, e de lá por Syzran para Sulphur Town; retornando a Samara, ele passou por Borsk para Orenburg e para a defesa de Iletsk; tendo examinado os depósitos de sal-gema lá, Pallas foi para Yaitsky Gorodok, o centro dos cossacos de Yaitsky, onde se familiarizou com sua economia, principalmente com a pesca no rio. Urais; ao longo deste último, dirigiu-se para Guryev, onde se abasteceu de informações sobre a pesca no mar Cáspio; finalmente, de Guriev, Pallas seguiu pela estepe até Ufa, onde passou o inverno de 1769 a 1770. Além de inúmeras observações das rochas, plantas e animais desta região, Pallas também conseguiu estudar a vida das três tribos que a habitam, a saber: os Cossacos Yaik, os Kirghiz e os Kalmyks. Durante seu inverno em Ufa, ele completou o desenvolvimento do primeiro volume de sua jornada, que apareceu em 1771. Em seguida, compilou uma descrição de 8 espécies de mamíferos e aves até então desconhecidas, que conseguiu observar em 1769.

Em meados de maio de 1770, Pallas deixou Ufa e dirigiu-se para a "província de Iset"; dedicou todo o verão ao estudo dos Montes Urais e sua riqueza mineral; entre outras coisas, ele visitou Yekaterinburg e as fábricas de mineração de lá; tendo então feito várias outras pequenas viagens, entre outras coisas, ao longo da p. Toure, se estabeleceu para o inverno na cidade de Chelyabinsk ("Chelyabe"). Por volta do ano novo, Pallas viajou para Tobolsk e Tyumen, de onde retornou a Chelyabinsk. Em meados de abril de 1771, foi para Omsk, onde chegou por volta de 20 de maio; daqui, através de Altai, viajou para Tomsk e depois para Krasnoyarsk, onde passou o inverno e preparou o segundo volume de sua viagem para publicação. Em suas cartas a A. Euler, secretário da Academia de Ciências, Pallas reclama de sua saúde precária e se recusa a viajar para a China. Em geral, ele perdeu o ânimo neste inverno. Já de Tomsk, ele escreve a Euler que toda a jornada de 1771 é quase uma cadeia contínua de fracassos e problemas; e em uma carta a Falk de Krasnoyarsk, ele confessa que perdeu todo o desejo de viajar e se considera um exilado siberiano. Mas, graças à melhora da saúde, assim como a chegada de Georgi, ele se animou novamente. Já no início de março de 1772, Pallas partiu em uma nova jornada: através de Irkutsk e do lago Baikal (no gelo) ele dirigiu para Selenginsk e de lá para Kyakhta; em seu retorno a Selenginsk, ele visitou Dauria, onde observou a vida da estepe local Tungus, fortemente misturada com os buriates e mongóis; retornando novamente a Selenginsk, ele visitou novamente Kyakhta e depois viajou por Irkutsk de volta a Krasnoyarsk, onde passou parte do inverno. No final de janeiro de 1773, Pallas deixou Krasnoyarsk e dirigiu-se por Tomsk e Tara de volta à Rússia européia. De Sarapul, onde parou por algum tempo, fez uma excursão a Kazan e, ao retornar, seguiu para o sul e, tendo passado a estepe dos Urais, chegou a Tsaritsyn no início de setembro. Aqui passou o inverno e parte da primavera de 1774, período em que fez várias viagens, por exemplo. para Astracã; tendo visitado o Monte Bogdo e o lago adjacente, retornou via Moscou a São Petersburgo, onde chegou em 30 de julho.

Assim, esta jornada memorável durou mais de seis anos. As dificuldades e agruras associadas a ele afetaram negativamente a saúde de Pallas, que (como ele mesmo observa no final da descrição de sua jornada) voltou com o corpo exausto e cabelos grisalhos aos 33 anos. Como resultado das terríveis geadas em que Pallas observou o congelamento do mercúrio em um termômetro, ele congelou os calcanhares no quarto. Mas, apesar de todas as dificuldades da temperatura, apesar da inflamação persistente dos olhos, disenteria muitas vezes recorrente e várias outras doenças, ele perseguiu incansavelmente a tarefa que se propôs, que consistia em um estudo abrangente dos países que visitou.

O fruto literário dessa viagem foi uma descrição mais famosa dela em três volumes, publicada em São Petersburgo, em alemão, em 1771-1776 (depois disso, uma tradução russa foi impressa). Esta obra, apesar de ter sido publicada há mais de cem anos, ainda constitui um tesouro extremamente abundante não só para geólogos, botânicos e zoólogos, mas igualmente para etnógrafos, proprietários rurais e florestais. A massa de observações extraordinariamente precisas aqui descritas sobre objetos e fenômenos de todos os reinos da natureza não apenas ampliou significativamente os horizontes da ciência, mas ao mesmo tempo possibilitou ao governo se familiarizar mais com as necessidades e exigências do população, bem como com os meios abundantes à sua disposição, a natureza da Rússia para atender a essas necessidades. Então. Essa frutífera jornada teve não apenas um significado científico, mas também um significado prático extremamente importante. Na verdade, para a ciência, esta descrição é especialmente importante, porque diz respeito a uma vasta região na forma em que estava há 125 anos, ou seja, em uma época em que as florestas e estepes primitivas do leste da Rússia e da Sibéria, com sua flora e fauna, ainda não teve tempo de sofrer aquela influência destrutiva e modificadora do homem, que se manifesta tão fortemente no tempo presente.

Outro fruto desta viagem memorável é uma série de importantes obras e monografias, cujo desenvolvimento Pallas retomou em seu retorno a São Petersburgo. Já em 1776, apareceu o primeiro volume de sua famosa coleção de informações históricas sobre as tribos mongóis (“Sammlungen historischer Nachrichten über die Mongolischen Völkerschaften”), enquanto o segundo volume desta obra capital foi publicado apenas 25 anos depois, ou seja, em 1801 . Constitui uma fonte abundante de informações importantes e até então desconhecidas na Europa, não apenas para historiadores, mas especialmente para antropólogos. Não menos clara evidência da incrível força de trabalho e percepção mental de Pallas deve ser considerada sua descrição de novos roedores ("Novae species Quadrupedum e Glirium ordine"), que apareceu em 1778. Até então, tal monografia não existia para nenhum departamento de mamíferos, e mesmo agora deve ser reconhecida como verdadeiramente exemplar; todo zoólogo que lida com o departamento de roedores extrai dele informações importantes, que não se limitam a uma descrição exata de espécies individuais, mas dizem respeito a muitos detalhes extremamente interessantes sobre a anatomia e fisiologia desses animais; neste último aspecto, experimentos sobre a temperatura corporal de roedores durante sua hibernação são especialmente interessantes.

A curiosidade de Pallas abrangeu, como vemos, áreas muito diversas da ciência. Nos anos oitenta, ele desenvolveu a flora russa, que, infelizmente, permaneceu inacabada. O primeiro volume desta belamente publicada Flora rossica apareceu em 1784 e o segundo em 1788. Ao mesmo tempo, em nome da Imperatriz Catarina II, Pallas compilou "Dicionários Comparativos de Todas as Línguas e Dialetos", com base em materiais coletados em grande parte pela própria Imperatriz (a parte I foi publicada em 1787, a II em 1789) . No início dos anos 80, o infatigável Pallas começou a publicar um jornal sob o título: "Neue Nordische Beiträge", onde colocou um número muito grande de seus próprios artigos e suas traduções do russo, parte das notícias manuscritas; após a publicação de 4 volumes (de 1781 a 1783) houve uma longa pausa, e somente de 1793 a 1796 foram publicados mais três volumes. Além disso, durante as décadas de 1970 e 1980, Pallas publicou uma série de trabalhos e artigos menores. Destes, os mais importantes são: 1) Um livro de memórias sobre a variabilidade dos animais (“Mémoires sur lavariation des animaux”), publicado em 1780, e 2) Observações sobre a estrutura das montanhas e as mudanças que ocorreram no globo, principalmente em relação à Rússia ("Observations sur la formação des montagnes et les changements arrivés au globe, particulierement à l'égard de l'empire Russe"), impresso em 1777.

Tal atividade científica intensificada de nosso cientista, apesar da debilidade de sua saúde, muito abalada durante uma longa jornada, deveria ter levado ao cansaço de suas forças. O barulho da capital e a agitação da vida social de São Petersburgo pesavam sobre Pallas, e ele decidiu fazer a viagem novamente, desta vez para as províncias do sul, especialmente para a Crimeia, que só recentemente havia sido anexada à Rússia . Em fevereiro de 1793, ele deixou São Petersburgo, acompanhado por sua esposa e filha, bem como seu amado e talentoso desenhista Chr. G. Geisler de Leipzig. Ao atravessar o rio Klyazma, seu gelo era tão fraco que Pallas, que desceu da carruagem, caiu no buraco até a metade de seu corpo, e depois foi forçado a dirigir 37 milhas até a cidade de Sudogda sem trocar de roupa. Como resultado dessa aventura, sua saúde foi completamente prejudicada e ele sofreu as consequências desse resfriado até o fim de sua vida. Tendo viajado por Penza, Saratov, Tsaritsyn e Sarepta até Astrakhan, ele fez várias excursões botânicas às estepes secas circundantes e, retornando a Sarepta, instalou-se lá por um tempo, atraído pela riqueza das plantas e insetos locais. Passando novamente para Astrakhan, Pallas foi de lá para a linha caucasiana, visitou várias fontes minerais e o Monte Beshtau e depois foi para o Mar de Azov, examinou as ruínas caras de Madzhar e atravessou a Crimeia. No final de outubro, ele chegou a Simferopol e ficou com seu amigo Habliz, o vice-governador local, em cuja casa passou o inverno. No início de março de 1794, ele começou a dar a volta na península e continuou essas voltas até julho.

Os encantos da natureza da Crimeia o cativaram tanto que, voltando de lá em setembro para São Petersburgo, ele sonhou em como se estabelecer ali para sempre e se entregar inteiramente à solidão no desenvolvimento e conclusão dos trabalhos científicos que havia concebido e começou. A imperatriz Catarina, tendo aprendido sobre tal desejo de um cientista altamente respeitado por ela, cumpriu graciosamente esse desejo: a imperatriz concedeu a Pallas várias propriedades na Crimeia, além de uma casa em Simferopol e outros 10.000 rublos para equipá-lo. Em agosto de 1795, mudou-se completamente para esta última cidade, e a casa que habitava logo se tornou um ponto de encontro para todos os viajantes, tanto estrangeiros quanto russos. Dos primeiros podemos citar Clarke (Clarke), que adquiriu de Pallas suas significativas coleções botânicas, que mais tarde passaram para Lambert; e entre os viajantes russos ele foi visitado, aliás, por Izmailov, que (em sua Viagem ao Meio-dia Rússia, 1799) relatou várias notas sobre a personalidade de Pallas e sua vida privada.

Aqui, na Crimeia, Pallas, com o entusiasmo de um jovem, continuou sua pesquisa científica. Tendo já impresso em 1795 em francês uma descrição da história natural de Taurida (“Tableau physique et topographique de la Tauride”), traduzida várias vezes para o alemão e o russo, Pallas então (em 1799 e 1801) publicou uma descrição em dois volumes de sua jornada , cometidos em 1793 e 1794. Publicada em alemão (“Bemerkungen auf einer Reise in die südlichen Statthalterschaften des Kussischen Reichs in den Jahren 1793 und 1794”) e traduzida para o francês e o inglês, esta notável obra ficou sem tradução russa. (Apenas alguns de seus capítulos, referentes à própria Crimeia, foram recentemente traduzidos pela Sra. M. Slavich e apareceram nas Notas de I. Odessa. História Geral e Antiga., nos volumes XII e XIII, 1881 e 1883 anos). Mas a preocupação mais importante de Pallas durante o período passado na Crimeia foi desenvolver a fauna da Rússia, que ele havia concebido há muito tempo, para a qual coletava diligentemente materiais há muitos anos. De Simferopol, ele relatou repetidamente à Academia de Ciências sobre o desenvolvimento deste trabalho notável, cuja publicação foi retardada por várias circunstâncias desfavoráveis, principalmente pelo ato inescrupuloso do desenhista Geisler, que colocou na Alemanha as tabelas de desenhos que fez para este trabalho. Finalmente, o texto foi impresso em 1811, ou seja, no mesmo ano da morte de Pallas; mas esta obra foi publicada apenas vinte anos depois sob o título: "Zoographia Rosso-Asiatica" (Petropoli, 1831, três volumes 4° e um atlas de desenhos em fol.). Há um relato sobre o destino da publicação desta famosa obra do acadêmico K. M. Baer, ​​que foi especialmente enviado pela Academia de Ciências a Leipzig para resgatar os desenhos estabelecidos por Geisler. Este relatório foi impresso em 1831.

Pallas viveu na Crimeia alternadamente em Simferopol, depois em Sudak. As propriedades que lhe pertenciam o envolveram repetidamente em litígios de longo prazo, causados, entre outras coisas, pelo fato de os direitos de propriedade dos tártaros vizinhos não terem sido estabelecidos com precisão. Algumas informações sobre isso estão no artigo de A. Solntsev: "Pallas na Crimeia" ("Ancient and New Russia", 1876, vol. I, pp. 279-289, com um retrato). Divorciado pacificamente de sua segunda esposa (com quem estava casado desde 1786), Pallas em 1808 mudou-se para sua amada filha de seu primeiro casamento, a viúva do tenente-general Barão Wimpfep, que morava na Crimeia, em sua propriedade Kalmuk -Karka. Aqui, em reclusão, viveu feliz por dois anos, continuando incansavelmente seus estudos científicos. Mas, estando ali completamente desligado do mundo científico e muito preocupado com o destino de sua fauna, em janeiro de 1810 recorreu à Academia de Ciências com um pedido de licença indefinida para Berlim, de onde poderia acompanhar melhor o produção e gravura de desenhos para sua Zoographia". Em março, a licença solicitada com a preservação dos salários integrais foi concedida pelo Altíssimo e, no final de abril, Pallas, acompanhado de sua filha, deixou a Crimeia e viajou por Brody e Breslavl até Berlim, onde chegou no mês de junho. Em Berlim, Pallas viveu tranquilamente por mais de um ano, altamente respeitado pelos cientistas locais, que (incluindo seu biógrafo, o famoso helmintólogo K. A. Rudolfi) o visitavam frequentemente à noite e desfrutavam da fonte inesgotável de seu conhecimento e da profundidade de seus pensamentos . No verão de 1811, os ataques de disenteria, de que P. sofria há muito tempo, voltaram em grande medida, e em 8 de setembro (27 de agosto) ele morreu nos braços de sua amada filha. Ele foi enterrado em Berlim, no cemitério Galle, onde em 1852 um monumento foi erguido sobre seu túmulo com os fundos combinados das Academias de Ciências de São Petersburgo e Berlim.

Como toda a atenção dos contemporâneos estava voltada para as atividades científicas de Pallas, muito pouca informação foi preservada sobre outros aspectos de sua personalidade marcante, a saber, sobre seu caráter e vida doméstica. Aqueles que conheceram Pallas pessoalmente, por exemplo. o famoso helmintologista Rudolphi e o viajante Izmailov elogiam a regularidade e a alegria de seu caráter e notam que ele amava os prazeres apenas como descanso do trabalho mental árduo. Do fato de Pallas nunca ter brigado com seus rivais na ciência, Cuvier deduz que ele era de uma disposição mansa.

A isto podemos acrescentar que Pallas se distinguiu por extraordinária energia e força de vontade, que teve a oportunidade de aparecer em suas longas jornadas, acompanhadas de terríveis dificuldades, adversidades e perigos. No personagem de Pallas, a humanidade e o senso de justiça também são notáveis. Isso o levou um dia (em 1784) a um forte confronto com a então presidente da Academia de Ciências, a princesa Dashkova, que arbitrariamente expulsou Zuev do número de adjuntos da Academia. Pallas, indignado com um ato tão injusto e obstinado, defendeu seu camarada e testemunhou por escrito seu zelo pela ciência e seus sucessos durante seu mandato como adjunto da Academia; ao mesmo tempo, ele (na reunião de 23 de fevereiro) propôs concorrer à pergunta se Zuev cumpriu satisfatoriamente todos os deveres de um adjunto? Mas a proposta não foi aceita pela maioria dos membros. Em uma das seguintes reuniões (18 de março), a princesa Dashkova ordenou que ela ficasse muito intrigada com o protesto de Pallas e desejou que os Srs. os acadêmicos imediatamente se manifestaram: eles estão realmente insatisfeitos com sua personalidade e sua gestão? Todos, com exceção de dois (Pallas e Lexell), falaram a favor da princesa. Pallas, no entanto, exigiu que uma explicação fundamentada fosse anexada ao protocolo (escrito em francês de próprio punho), onde se lê, por exemplo, o seguinte: “Pour moi j'ai toujours sû respecter dans la personne de Madame la Princesse et de ses Prédécesseurs, les Chefs préposés à l'Académie par nôtre grande Souveraine; mais je n'ai pas renoncé au droit, que ma place d'Académicien me donne, de dire mon sentiment librement dans les délibérations académiques." (Extraído das atas das reuniões da Academia de Ciências, mantidas em seus arquivos. No final, Zuev permaneceu um adjunto da Academia). Este caso prova, da melhor forma possível, não só um sentido de justiça, mas também um grau significativo de coragem cívica que Pallas possuía.

Não reconhecendo ser possível listar aqui as mui numerosas obras e artigos de Pallas (os mais importantes, porém, são os citados acima), tentarei dar em poucas linhas um quadro geral de sua profícua atividade científica. (Até os tempos modernos, não havia uma lista completa dos trabalhos científicos de Pallas; recentemente coloquei essa lista no Jornal do Ministério da Educação Pública, 1895, abril). Já do exposto, pode-se ver que as atividades de Pallas se distinguem pela extraordinária versatilidade: de fato, ela abraçou muitos departamentos de zoologia e botânica, mineralogia e geologia, geografia física (incluindo meteorologia), agricultura e silvicultura (juntamente com tecnologia), medicina , etnografia, numismática e arqueologia, linguística. A isso também devem ser adicionadas descrições de seus muitos anos de viagem, a publicação de dois periódicos, suas traduções, bem como os trabalhos de outros autores publicados por Pallas. Além disso, em alguns dos departamentos nomeados (especialmente em zoologia, botânica e etnografia), ele publicou uma série de grandes e mais importantes obras. Vamos presumir aqui uma avaliação da atividade científica de Pallas, que foi dada por nosso famoso zoólogo e viajante N. A. Severtsov: a vida animal e o trabalho anatômico comparativo estão à frente dos cientistas do século XIX. A exatidão da pesquisa e a fidelidade dos pontos de vista o colocam ao lado de Cuvier, mas a reforma introduzida por este na zoologia parece ter ofuscado o mérito da superioridade nesse aspecto, que sem dúvida pertence a Pallas. Perto, segundo o próprio Cuvier, de realizar uma reforma da zoologia, ele realmente o fez na geologia, ou - como era então chamada - na teoria da terra. Ele foi o fundador da paleontologia; ele estabeleceu pontos de vista tão firmes sobre o significado das influências meteorológicas, do solo e do clima sobre os fenômenos da vida periódica dos animais que pouco essencial foi adicionado a isso depois dele. Em seu espírito e atividade incansável, Pallas também é semelhante a Cuvier; mas não devemos esquecer que Cuvier já havia pisado no chão, fortemente desenvolvido por Pallas, Muller, Saussure e outros ”(veja a tese de mestrado de Severtsov:“ Fenômenos periódicos na vida de animais, pássaros e répteis da província de Voronezh ”).

O primeiro e último no tempo, e ao mesmo tempo o tema principal de sua pesquisa foram os animais. Quando ainda era um garoto de 15 a 17 anos, ele se envolveu de forma independente e diligente no estudo de vermes e insetos; depois desenhou uma nova ordem de pássaros. Em seu Elenchus zoophytorum, ele expressou pela primeira vez a ideia notável e agora geralmente aceita de que todo o sistema de organismos pode ser imaginado como uma árvore que, desde sua raiz, é dividida em dois troncos (plantas e animais), que às vezes se aproximam um do outro. outro. Um desses troncos (abraçando animais) passa de zoófitos, passando por moluscos, a peixes, enviando de si um grande ramo lateral para insetos; dos peixes, o tronco passa dos anfíbios para os mamíferos, de onde parte novamente um grande ramo lateral para as aves. Se compararmos essa visão espirituosa com as opiniões predominantes na época (nos anos 60 do século passado), é fácil ver como o autor dela estava à frente de seus contemporâneos. Especialmente importantes foram seus estudos sobre a classe dos vermes, que naquela época (e mesmo depois do trabalho de Lineu) era uma mistura de animais heterogêneos pertencentes a diferentes tipos. Pallas, ainda um jovem de 19 anos, foi o primeiro a entender essa confusão e destacar organismos estranhos a ele da classe dos vermes. Com surpresa, a geração da época viu neste jovem cientista as virtudes de dois famosos naturalistas combinadas: a perspicácia de Buffon e a precisão de Daubanton.

Alguns dos outros trabalhos altamente notáveis ​​de Pallas em zoologia (por exemplo, em roedores) foram mencionados acima. De seus primeiros trabalhos, deve-se mencionar a fauna de insetos do Mark-Brandenburg ("Fauna Insectorum Marchica"), que permaneceu inédita. Em geral, em sua juventude, Pallas estava envolvido em muitas observações sobre insetos, sobre seu desenvolvimento, transformações, etc. Isso inclui uma observação extremamente curiosa (e posteriormente completamente confirmada) da partenogênese em dois pequenos lepidópteros da família dos psiquídeos. E quando estava na Rússia, P. não perdeu de vista os insetos: publicou vários números de imagens e descrições de novos insetos russos (principalmente besouros), mas seu volumoso manuscrito intitulado: “Insecta Rossica”, que é propriedade do O Museu Zoológico de Berlim, infelizmente, permaneceu inédito.

Tendo publicado uma série de artigos sobre peixes, anfíbios, aves e, em particular, sobre mamíferos, que conseguiu descobrir e observar durante seus muitos anos de viagens na Rússia européia e na Sibéria, Pallas desenvolveu sua famosa Zoographia Rosso-Asiática", que já foi mencionado acima. Neste monumento imortal de sua pesquisa sobre os animais da Rússia, que não tem nada parecido em toda a literatura zoológica posterior, tudo o que se sabia até então (em grande parte, de acordo com a pesquisa do próprio Pallas) sobre animais vertebrados: mamíferos , aves, répteis, anfíbios e peixes encontrados dentro das fronteiras da Rússia. Neste tesouro inestimável, a que se deve recorrer constantemente e terá de recorrer a várias gerações futuras, foi acumulada toda uma massa de provas muito curiosas sobre a anatomia, morfologia e biologia de várias centenas de animais, o seu modo de vida , distribuição geográfica, etc.; além de tudo isso, milhares de nomes populares de animais são coletados aqui com muito cuidado em inúmeras línguas estrangeiras e dialetos usados ​​em todo o vasto espaço ocupado pela Rússia.

O que Pallas realizou no campo da botânica, em sua importância, é claro, não pode ser comparado com seus trabalhos zoológicos; ele se interessou pelo estudo da flora apenas durante sua longa jornada, quando teve que observar muitas plantas interessantes que não encontravam selvagens nos campos e florestas da Europa. Ele concebeu uma grande edição da flora da Rússia, mas conseguiu publicar apenas duas partes, referentes quase exclusivamente a árvores e arbustos selvagens. Além disso, Pallas descreveu muitas novas espécies de plantas descobertas por ele mesmo ou por outros viajantes, principalmente na Sibéria. Diversas famílias e gêneros foram tratados monograficamente por ele, como, por exemplo: espécies do gênero Astragalus, raças de ruibarbo e salinas.

Sobre mineralogia e geologia, Pallas publicou pelo menos alguns trabalhos, mas um deles, como já dissemos, estava destinado a revolucionar a então ainda jovem ciência da geologia. Graças à observação cuidadosa da estrutura dos Montes Urais e Altai, ele notou que os granitos estão constantemente no meio das montanhas, xistos acima deles e calcários no topo destes últimos. Cuvier (G. Cuvier, "Eloges historiques"), seguido por Severtsov, observa que esse fato significativo, expresso pela primeira vez por Pallas (em um livro de memórias lido em 1777 em uma reunião da I. Academia de Ciências na presença do Rei sueco Gustav III), deu o ponto de partida para toda a geologia moderna. Sobre mineralogia, com a inclusão do processamento de metais, Pallas publicou vários artigos, dos quais os mais notáveis ​​são: 1) sobre a massa de ferro nativo encontrada na Sibéria e 2) sobre antigas minas de minério da Sibéria e sua semelhança com as húngaras.

Em termos de geografia física, são especialmente importantes: 1) “Descrição física e topográfica da província de Tauride” (em 1795) e 2) o artigo “sobre as descobertas russas nos mares entre a Ásia e a América” (no “Monthly livro de história e geogr.” para 1781.). Isso também inclui a maioria das informações contidas nas descrições das duas viagens de Pallas.

O programa da grande viagem de Pallas incluía não só a observação científica de objetos dos três reinos da natureza, mas também um estudo do uso desses objetos na economia nacional. Vimos que Pallas estudou com igual interesse durante sua viagem a ocorrência de, por exemplo, sal-gema e outros minerais, plantas usadas na economia ou na medicina (por exemplo, ruibarbo e plantas sedosas), bem como a pesca e outras indústrias de agricultura e silvicultura. Os arquivos da Academia de Ciências contêm o trabalho inédito de Pallas sobre a silvicultura da Rússia (“Kurzgefasste Anweisung zur Forstwirtschaft für das Russische Reich”). Este notável manuscrito está dividido em duas seções principais: 1) uma descrição física e econômica de árvores e árvores artesanais de crescimento selvagem no Império Russo, e 2) sobre os principais assuntos da silvicultura, a saber: sobre o uso econômico das plantações florestais , na sua cuidadosa manutenção e reprodução, e nos subprodutos para a conservação florestal. É muito interessante que mesmo então (nos anos 70 do século passado), quando ninguém no nosso país pensava em salvar as florestas, Pallas chamou a atenção para a necessidade de encontrar e utilizar carvão e turfa para substituir a lenha por eles.

O trabalho mais importante de Pallas sobre etnografia é sua "Coleção de informações históricas sobre as tribos mongóis". Cuvier reconhece esta coleção como uma descrição tão clássica dos povos, que não estava disponível até então em nenhum idioma. Além de informações antropológicas precisas, bem como informações ricas sobre os costumes e rituais das tribos mongóis, este livro contém uma descrição particularmente curiosa do despejo da província de Astrakhan da tribo Kalmyk, que consistia em 60.000 famílias. Esse despejo, que lembra a saída dos israelitas do Egito, ocorreu em 1771, por assim dizer, diante do próprio Palas. O que foi feito por Pallas para a linguística pelo desenvolvimento e publicação de “dicionários comparativos de todas as línguas e dialetos” concebidos pela imperatriz Catarina II foi mencionado acima.

Sendo, de facto, médico em formação universitária, Pallas, até à sua velhice, manteve o interesse pelas ciências médicas, sobretudo pela anatomia e pela preparação de preparações anatómicas, sobre as quais publicou vários artigos. Ele também relatou informações curiosas sobre as doenças de alguns povos siberianos, sobre os venenos que eles usam e assim por diante. A partir deste breve panorama da atividade científica inusitadamente variada e ao mesmo tempo frutífera de Pallas, pode-se concluir sobre o grande significado que essa atividade teve não apenas para a própria ciência, na qual ele indicou novos caminhos e na qual pode ser colocado com segurança ao lado de Linnaeus e Buffon, mas também para a aplicação desta ciência na vida prática. Por mais de quarenta anos, a atividade de Pallas foi quase exclusivamente dedicada ao estudo da Rússia, que se tornou para ele uma querida segunda pátria. Pode-se dizer sem exagero que até hoje (com a possível exceção do acadêmico Baer) não houve e não há outro cientista a quem a Rússia devesse tanto pelo estudo de seus recursos naturais e da vida dos povos que a habitam. , como Peter Simon Pallas.

Por decreto. fontes acima.

F. Koeppen.

Dicionário biográfico russo. São Petersburgo, 1904, v. 18, p. 153-162

PALLAS Pedro Simon(Pallas Peter Simon) (22 de setembro de 1741, Berlim - 8 de setembro de 1811, Berlim), um dos maiores naturalistas do século XVIII. Suas descobertas e observações empíricas contribuíram em grande parte para o desenvolvimento da zoologia, botânica, geologia, mineralogia, paleontologia, geografia, história, etnografia e linguística.

O nome Pallas está em pé de igualdade com os nomes de figuras da cultura russa do século 18 como M.V. Lomonosov e L. Euler. Nascido na família de um médico. Formado nas universidades de Halle, Göttingen e Leiden. Membro da Royal Society de Londres. Ele veio da Alemanha para a Rússia a convite da Academia Imperial de Ciências em 1767. A partir do mesmo ano tornou-se acadêmico e professor de história natural.

A partir de meados do século XVIII. havia uma necessidade urgente de iniciar estudos detalhados e aprofundados dos recursos naturais da Rússia para seu maior desenvolvimento. Em 1768, a Academia de Ciências formou 5 expedições (destacamentos) para um estudo abrangente da região do Volga do Cáucaso, dos Urais e da Sibéria. De acordo com a localização das bases, 3 delas são chamadas de Orenburg, 2 - Astrakhan. Jovens cientistas foram apontados como líderes dos destacamentos de Orenburg: P., I.I. Lepekhin, I. P. Falk. O destacamento de Pallas na expedição foi considerado o principal, e ele, em essência, era seu líder geral.

As rotas de todos os destacamentos da expedição de Orenburg cobriam a região do Volga de Simbirsk a Tsaritsyn ou Guryev, "as costas orientais do Mar Cáspio e as estepes deste e daquele lado do Yaik", os Montes Urais e a província de Iset, o Rios Irtysh e Tobol, bem como todo o país entre Ufa e Chusovoy e montanhas entre Yekaterinburg e Solikamsk.

A exploração do território da região sul dos Urais de Pallas foi de grande importância. As coleções mais ricas foram coletadas - mineralógicas, botânicas, zoológicas, paleontológicas; foram realizadas observações meteorológicas, climáticas e etnográficas. São descritos o relevo e inúmeras jazidas minerais, mapeadas as direções dos rios e serras, clarificadas as localizações dos povoados, montículos e grutas, explorados inúmeros lagos e rios. A descoberta de muitas novas espécies do reino animal e vegetal foi de grande valor. A descrição da província de Iset foi incluída organicamente na obra de 3 volumes de Pallas "Viagem a diferentes lugares do estado russo" (1786), que por muitas décadas permaneceu um livro de referência para várias gerações de cientistas.

Na primavera de 1771, a expedição de Pallas passou por Omsk ao longo do Irtysh até a fortaleza de Ust-Kamenogorsk. Em junho de 1771, Pallas chegou a Semipalatinsk, e então prosseguiu ao longo da margem direita do Irtysh em direção ao noroeste de Altai. Ele estava interessado em uma floresta de fitas que ia do Irtysh através da estepe Kulunda até Barnaul. Ele também visitou o rio Ube, o afluente esquerdo do Irtysh. Em Altai, Pallas explorou antigas minas de minério (“Chudsky”), conheceu a usina Kolyvansky, a qualidade dos minérios de Altai. Em Barnaul, ele examinou uma fábrica de fundição de prata, visitou a Casa da Moeda Suzunsky, etc. Pallas permaneceu na Sibéria até 1774.

Os resultados da pesquisa durante as viagens de Pallas foram coleções de minerais e plantas, que se tornaram as principais na coleção da Kunstkamera da Academia Imperial de Ciências, entradas de diários em vários volumes e artefatos únicos. De 1784 a 1788, Pallas publicou uma obra em vários volumes "Flora of Russia" - um livro de referência com uma descrição de vários milhares de plantas, incluindo várias centenas anteriormente desconhecidas. Em 1777, Pallas foi nomeado membro do departamento topográfico da Academia de Ciências, em 1782 tornou-se conselheiro do colégio e, em 1787, tornou-se historiógrafo do Admiralty College. Em 1793-94, Pallas visitou a região do Volga, o norte do Cáucaso, e viveu na Crimeia. Em 1810 retornou à sua terra natal.

Op .: Reise durch verschiedene Provinzen des Russischen Reichs. St. Petersburgo: Imp. Akad Wiss. 1771. º. 1; 1773º. 2; 1776º. 3; ... Viagem através de diferentes províncias do Império Russo a mando da Academia Imperial de Ciências de São Petersburgo / Per. com ele. F. Tomansky (parte 1, 2), V. Zuev (parte 3). São Petersburgo: Em Imp. acad. Ciências. 1773. Parte 1; 1786. Parte 2, livro. 1; 1786. Parte 2, livro. 2; 1788. XVI. Ch 3, metade 1; 1788. Parte 3, metade 2.

Lit.: Marakuev V.N. Peter Simon Pallas, sua vida, trabalhos científicos e viagens. M., 1877; Okrokvertskhova I.A. Viagens de Pallas na Rússia. Saratov, 1962; Zinner E. P. Peter Simon Pallas (1741-1811) // Zinner E.P. Uma viagem de três séculos. Irkutsk, 1973; Muravyov V.B. Nas estradas das províncias russas: Viagem P.S. Palas. M., 1977; Sokolov V.E., Parnes Ya.A. Petr Simon Pallas - o fundador da zoologia russa: (Para o 175º aniversário da publicação de "Zoographia Rosso-Asiatica") / / Vopr. história das ciências naturais e da tecnologia. 1987. .№ 2; Estudando os Urais P.S. Pallas // Arkhipova N.P., Yastrebov E.V. Como os Montes Urais foram descobertos. Sverdlovsk, 1990; Sokolov V.E., Parkis Ya.A. Nas origens da terminologia doméstica. M., 1993; Sytin A. K. Peter Simon Pallas é um botânico. M., 1997.

S.A. Beloborodov

Peter Simon (Peter-Simon) Pallas (22 de setembro de 1741, Berlim - 8 de setembro de 1811, ibid.) - Acadêmico, notável naturalista e grande explorador da Sibéria XVIII.

Ele liderou a expedição da Academia de Ciências 1768-1774 para as regiões orientais da Rússia. No território da região de Irkutsk, Pallas trabalhou em 1772-1773. Ele fez descrições de seus afluentes, prestou muita atenção ao Baikal. Tendo dado uma descrição do relevo ao redor do lago, ele sugeriu que ele foi formado como resultado de um forte terremoto. Pallas descreveu a caça às focas, pela primeira vez deu informações breves sobre o peixe golomyanka do fundo do mar, apresentou uma hipótese de que o omul migrou para Baikal ao longo do Yenisei e Angara do Oceano Ártico e aumentou sua população devido à ausência de predadores no lago. Por ordem de Pallas em 1773, foi compilada pela primeira vez uma carta hidrográfica. mapa. Pallas chamou a atenção para os frequentes sismos na região do Baikal, avaliou a presença de oportunidades agrícolas favoráveis ​​nos vales dos rios, notou a presença de mica e outros minerais na região do Baikal. Pallas fez um mapa bastante preciso da Sibéria do Yenisei ao Amur.

Composições

1. Viagens para diferentes províncias do estado russo. São Petersburgo, 1773-1788. Cap. 1–5.

Literatura

1. Muravyov V.B. Ao longo das estradas das províncias russas: as viagens de Peter Simon. M., 1977;
2. Legado Científico de P. S. Pallas. Letras. 1768–1771 SPb., 1993;
3. Boyarkin V.M. História do estudo físico e geográfico do território da região de Irkutsk. Irkutsk, 1984.

Irkutsk. Dicionário de conhecimento histórico e local. - 2011.

Biografia

Peter Simon (Peter-Simon) Pallas (22 de setembro de 1741 - 8 de setembro de 1811) foi um famoso cientista enciclopédico alemão e russo, naturalista, geógrafo e viajante dos séculos XVIII e XIX. Ele se tornou famoso por expedições científicas em toda a Rússia na segunda metade do século 18, fez uma contribuição significativa para a ciência mundial e russa - biologia, geografia, geologia, filologia e etnografia. " Pallas, Peter Simon - um dos naturalistas mais proeminentes de todos os países e épocas... "- é assim que o artigo sobre o cientista começa no Dicionário Biográfico Russo de Polovtsov

Nasceu em Berlim na família do médico Simon Pallas (1694-1770), Professor de Anatomia e Cirurgião Chefe do Colégio Médico e Cirúrgico de Berlim (atualmente Clínica Charité). Seu pai era da Prússia Oriental; mãe - Susanna Lienard - veio de uma antiga família protestante de emigrantes na cidade francesa de Metz. Pallas tinha um irmão e uma irmã mais velhos. Foi o reinado do monarca iluminado Frederico II, que reorganizou a Academia Prussiana de Ciências.

O pai de Peter Simon queria que seu filho seguisse seus passos, mas ele se interessou por ciências naturais. Estudando com professores particulares, já aos 13 anos já sabia inglês, francês, latim e grego com perfeição e começou a freqüentar aulas no Colégio Médico-Cirúrgico de Berlim, onde estudou anatomia, fisiologia, obstetrícia, cirurgia e junto com eles botânica e zoologia.

Ele continuou seus estudos na Universidade de Halle (1758-1759) e na Universidade de Göttingen (1759-1760), completando cursos de pedagogia, filosofia, mineração, zoologia, botânica (segundo o sistema de Carl Linnaeus), agricultura, matemática e física. Em 1760 mudou-se para a Universidade de Leiden, onde aos 19 anos defendeu sua tese de doutorado em medicina sobre os vermes intestinais de humanos e alguns animais (“Sobre pragas que vivem dentro de organismos”). Depois organizou as coleções de história natural em Leiden e visitou a Inglaterra para estudar as coleções botânicas e zoológicas; em 1762 ele retornou a Berlim. No ano seguinte, com a permissão de seus pais, foi para a Holanda em busca de um emprego adequado, mas não conseguiu, apesar de intensos estudos científicos.

Na Holanda, em 1766, foram publicados seus primeiros trabalhos científicos - "Elenchus zoophytorum" (Haia, 1766) e "Miscellanea zoologica" (Haia, 1766). Ambos os trabalhos eram dedicados à anatomia e taxonomia de animais inferiores e incluíam descrições de várias novas espécies para a época. Pallas fez mudanças significativas na classificação dos vermes de Lineu. Pallas também abandonou a "escada dos seres" (cuja ideia remonta a Aristóteles, mas era especialmente comum entre os naturalistas no século XVIII), expressou ideias para o desenvolvimento histórico do mundo orgânico e propôs organizar graficamente a sequência relações dos principais grupos taxonômicos de organismos na forma de uma árvore genealógica com ramos. Graças a esses trabalhos, que revelaram a observação e percepção de Pallas, ele rapidamente se tornou conhecido entre os biólogos europeus. Seu novo sistema de classificação animal foi elogiado por Georges Cuvier. Posteriormente, com a aprovação da ideia de evolução na biologia, o esquema de Pallas tornou-se a base da sistemática. Por seu trabalho, o cientista foi eleito em 1764 membro da Royal Society de Londres e da Academia de Roma.

Durante esses anos, Pallas sonhava em viajar para a África do Sul e Sul e Sudeste da Ásia, mas por insistência de seu pai não realizou esses planos; em 1766 voltou a Berlim novamente, onde começou a trabalhar em "Spicilegia zoologica" (Berlim, 1767-1804, em 2 vols.).

Em 22 de dezembro de 1766, a Academia Imperial de Ciências de São Petersburgo elegeu Pallas seu membro pleno e professor de história natural. A princípio, Pallas recusou, mas em abril de 1767 ele concordou - e em 23 de abril de 1767, sua eleição como membro da academia foi confirmada. Em 30 de julho de 1767, aos 26 anos - já com doutorado, cátedra e reconhecimento na Europa - Pallas, junto com sua família (jovem esposa e filha pequena), chegou à Rússia para trabalhar como adjunto do St. Petersburg Academy of Sciences e o College of Assessors. Da Academia, ele recebeu um salário de 800 rublos por ano, que na época era um salário alto.

Catarina II estava ativamente interessada na estrutura e riqueza de seu império, e a ideia de um estudo abrangente do país, a fim de descobrir seus recursos geológicos, mineralógicos, animais e vegetais, bem como identificar os -as características econômicas e etnográficas de suas regiões individuais surgiram da imperatriz depois de completar sua própria jornada pelo Volga de Tver a Simbirsk em 1767 (Lomonosov sonhava com tal expedição). Logo, sob suas ordens, foi iniciada a organização de novas expedições - vários destacamentos "astronômicos" e "físicos". A tarefa de seis destacamentos astronômicos era calcular a paralaxe solar durante a passagem de Vênus pelo disco do Sol em julho de 1769 (possibilitando assim determinar com mais precisão a distância entre a Terra e o Sol). Inicialmente, pensava-se que Pallas participaria de uma expedição astronômica a Kamchatka, mas depois os planos foram alterados.

A expedição física consistia em cinco pequenos destacamentos - três para a província de Orenburg e dois para Astrakhan. Os preparativos para a expedição levaram um ano: somente em junho de 1768 Pallas deixou São Petersburgo com seu destacamento, sua família o acompanhou no caminho. Pallas liderou o destacamento principal (o 1º destacamento da expedição de Orenburg) de 21 de junho de 1768 a 30 de junho de 1774; o destacamento também incluía o capitão N. P. Rychkov, estudantes do ensino médio (dois dos quais mais tarde se tornaram acadêmicos), N. P. Sokolov, V. F. Zuev e Anton Walter, o desenhista Nikolai Dmitriev e o espantalho Pavel Shumsky. O destacamento visitou as províncias centrais, regiões da região do Volga, planície do Cáspio, Urais, Sibéria Ocidental, Altai, Baikal e Transbaikalia. Outros destacamentos foram chefiados pelos acadêmicos Professor I. P. Falk, I. G. Georgi, I. I. Lepekhin (para a província de Orenburg), S. G. Gmelin (falecido durante a revolta de Pugachev na província de Astrakhan) e I. A. Gildenshtedt (na província de Astrakhan).

Em geral, as expedições de ciências naturais do período de Catarina cobriram o vasto território da Rússia - desde o Mar de Barents no norte até os mares Negro (Norte do Cáucaso e Crimeia) e Cáspio (até as fronteiras com a Pérsia) no sul e de o Mar Báltico (Riga) no oeste para Transbaikalia (para as fronteiras com a China) no leste.

Os resultados científicos da expedição de Pallas superaram todas as expectativas. Foi coletado material único. Os materiais geográficos, geológicos, botânicos, zoológicos, etnográficos e outros recolhidos durante as viagens foram posteriormente processados ​​pela Pallas.

Em 1772, na região de Krasnoyarsk, Pallas foi mostrado um bloco de ferro-pedra de 680 quilos, que, por ordem do viajante, foi enviado para São Petersburgo e agora adorna o Departamento de Meteoritos do Museu Mineralógico em homenagem ao acadêmico A.E. Fersman da Academia de Ciências. Este maior siderolito na Rússia (um meteorito de ferro-pedra, ou Pallasite) é chamado de "Krasnoyarsk", ou às vezes "ferro Pallas".

A viagem também foi de grande importância prática. Ele forneceu informações sobre os recursos naturais únicos da Sibéria Oriental e Altai, que eram quase desconhecidos antes. Pallas também falou sobre as necessidades dos povos que ali vivem. Para a ciência moderna, o fato de Pallas ter descrito as regiões da Rússia, seus campos, estepes, florestas, rios, lagos e montanhas, tem um valor duradouro, quando praticamente ainda não experimentaram o impacto “transformador” do homem e eram abundantemente habitados por espécies animais, muitas das quais desapareceram após algumas décadas (por exemplo, uma lona de cavalo selvagem).

Os resultados da façanha científica de Pallas e seus assistentes foram resumidos por ele em inúmeras obras publicadas em latim, alemão e russo em São Petersburgo e posteriormente traduzidas para o inglês - em Edimburgo e Londres e para o francês - em Paris:

Essas obras foram muito apreciadas pelos contemporâneos de Pallas e se tornaram uma fonte de informações valiosas e detalhadas sobre os recursos do Império Russo da época para o povo esclarecido da Rússia e de outros países.

Em 1777, Pallas foi nomeado membro do departamento topográfico do Império Russo, em 1782 - um conselheiro do colégio, em 1786 - um historiógrafo do Admiralty College. Ele continua a fazer pesquisas em vários campos.

Nos últimos anos de sua vida, entre outras coisas, Pallas estava envolvido na preparação de um trabalho fundamental de três volumes sobre a fauna da Rússia "Zoographia rosso-asiatica" ("Zoologia russo-asiática"), no qual mais de 900 foram apresentadas espécies de vertebrados, incluindo 151 espécies de mamíferos, das quais cerca de 50 novos tipos. Pela vastidão do material e pelo rigor, versatilidade da descrição dos animais, não teve igual durante muito tempo. Até o início do século 20, o livro permaneceu a principal fonte de conhecimento sobre a fauna da Rússia. O primeiro volume já estava pronto em 1806, mas a impressão e edição foram adiadas por um quarto de século por causa do artista Geisler, que, tendo partido para a Alemanha, colocou as tabelas de desenhos que havia feito para esta obra. Em janeiro de 1810, Pallas solicitou à Academia de Ciências uma licença indefinida para Berlim, onde poderia supervisionar melhor a produção de desenhos para seu livro. Em março foi concedida licença remunerada e em junho, passando por Brody e Breslau, Pallas chegou a Berlim. Aqui ele viveu em honra e respeito por apenas um ano e, sem ver sua obra principal publicada, morreu duas semanas antes de completar setenta anos, em 8 de setembro de 1811.

Muitas espécies de animais e plantas têm o nome de Pallas em russo ou em outras línguas.

Literatura

1. Arkhipova N. Peter Simon Pallas - cientista e viajante // Ciência dos Urais. - . - Nº 29-30 (dezembro). - S. 13, 15.
2. Efremov Y. K. P. S. Pallas // Geógrafos físicos domésticos e viajantes. - M., 1959. - S. 132-145.
3. Kupriyanov A. N. Arabescos botânicos. - Kemerovo: Kuzbass, 2003. - 256 p.
4. Marakuev V.N. Peter Simon Pallas, sua vida, trabalhos científicos e viagens. - M.: Tipo. A. A. Torletsky and Co., 1877. - IV, 214 p.
5. Muravyov V.B. Nas estradas das províncias russas: viagens de Peter Simon Pallas. - M.: Pensamento, 1977. - 94 p.
6. Raikov B. E. Biólogos evolucionistas russos antes de Darwin: Materiais para a história da ideia evolutiva na Rússia. - M.; L.: Editora da Academia de Ciências da URSS, 1952. - T. 1. - 472 p.
7. Sokolov V. E., Parnes Ya. A. Peter Simon Pallas - o fundador da zoologia russa (por ocasião do 175º aniversário da publicação de "Zoographia Rosso-Asiatica") // Questões da história da ciência natural e da tecnologia. - 1987. - No. 2. - S. 118-127.
8. Sytin A. K. Peter Simon Pallas é um botânico. - M.: KMK Sci. Press Ltd., 1997. - 338 p. *Wendeland F. Pedro Simão Palas (1741-1811). Materialen einer Biographie. Teil 1-2. // Veröffentlichungen der Historischen Commission zu Berlin. - Berlim, Nova York: Walter de Greuter, 1992. - Band 80/II. - 1176 S. ("Materiais de uma biografia.")

Notas

Links

1. Esboço biográfico no Free-Time!
2. Em nome do geógrafo Pallas: sobre a estrutura de Pallas no Mar Negro
3. Peter Simon, Pierre Simon, Pyotr Semyonovich Pallas (no 260º aniversário do nascimento do grande explorador da Rússia) // breve informação e descrição da exposição de 2001 no site
4. Artigo