Mesmo os antigos sábios consideravam nosso mundo manifesto uma ilusão, maya. O famoso escritor Edgar Allan Poe também observou: "Tudo o que vemos e a nossa aparência não passa de um sonho dentro de um sonho." Por muito tempo, tal visão de nossa realidade parecia "não científica", mas séculos se passaram, o conhecimento científico e as idéias sobre o mundo ao nosso redor mudaram e, tendo dado uma volta completa, novamente se aproximou da fundamentação das idéias dos antigos sábios .

As disposições sobre a estrutura holográfica do nosso Universo, apresentadas nos trabalhos de Bohm, Pribram, Talbot e alguns outros cientistas, foram confirmadas no decorrer de pesquisas conduzidas por cientistas de Novosibirsk sob a orientação do acadêmico V. Kaznacheev. Então, graças a equipamentos especialmente projetados, eles conseguiram consertar oficialmente um fragmento de um holograma de uma rede cósmica no espaço de Kozyrev. Descobriu-se que neste holograma, mesmo a menor parte da imagem carrega informações sobre a imagem geral do ser e a relação de todos os seus elementos.

Mas não apenas o próprio Universo, mas também o homem e sua consciência possuem uma estrutura holográfica. Aqui está o que o acadêmico V. Kaznacheev escreve sobre isso: "Nossos laboratórios acumularam dados experimentais, confirmando amplamente as conhecidas hipóteses de D. Bohm e K. Pribram de que existe um espaço holográfico ao redor da Terra, e todos os processos atômico-moleculares e intelectual-psíquicos são apenas fragmentos de um gigante universal. holograma...

Hoje, um paradigma está começando a tomar forma, proclamando que nosso cérebro é um holograma, e o que sentimos e vemos é um processo virtual holográfico... O corpo é uma combinação incontável de vários espaços, campos e formações holográficas autodesenvolvidas.

Assim, o mito sobre a objetividade do nosso mundo começa a se espalhar diante de nossos olhos. Se o mundo ao nosso redor, assim como nosso cérebro, é apenas um holograma, então este mundo, como tudo em nossa realidade, é ilusório. Ao mesmo tempo, nosso cérebro apenas interpreta a percepção do holograma universal em uma imagem da realidade que nos cerca.

Aqui, por exemplo, está o que o Doutor em Ciências Técnicas V.Tikhoplav e o Candidato de Ciências Técnicas T.Tikhoplav escrevem sobre isso: "Esta informação é impressionante, porque significa que o mundo em que vivemos não é realmente rios, montanhas e vales, mas um vasto oceano de ondas de várias frequências. Estudos têm mostrado que todos os nossos sentidos percebem informações do mundo exterior precisamente no forma de ondas e transmitir essas informações de ondas para o cérebro. Acontece que tudo ao nosso redor são apenas ondas, e o cérebro converte as informações de ondas em imagens do mundo real a que estamos acostumados.

Qualquer coisa, por exemplo, uma xícara (ou uma árvore), tem dois aspectos completamente diferentes de sua realidade. Quando passam pelas "lentes" do nosso cérebro, o objeto aparece como uma xícara. Mas se tirássemos as "lentes", sentiríamos o copo como um padrão de interferência (relativamente, como uma espécie de feixe de ondas).

Simplificando, nosso cérebro funciona como um receptor de televisão: ele percebe a informação na forma de um pacote de ondas de diferentes frequências e a implanta em nossa tela interna na forma de imagens, objetos. A pesquisa mostrou que nosso cérebro também é um holograma. É a estrutura holográfica do cérebro que explica como ele consegue armazenar uma enorme quantidade de informação em um pequeno espaço, o fato do reconhecimento instantâneo e muitos outros fenômenos da atividade cerebral...

Nosso mundo é um espaço holográfico complexo e autodesenvolvido que reflete a si mesmo, a evolução do Universo e a mente universal, uma pequena parte da qual é matéria viva no planeta Terra e o próprio homem.

Acontece que vivemos em um mundo ilusório ou, como acreditam os esoteristas, em um sonho coletivo. Essa realidade ilusória ao nosso redor pode ser chamada de Consciência unificada do Universo."

Assim, nosso cérebro, nossa consciência e nós mesmos somos uma espécie de "holograma dentro de um holograma" ou "uma ilusão dentro de uma ilusão". Afinal, apesar de nossos sentidos indicarem a presença de nosso mundo físico, é um holograma. Um holograma é uma imagem virtual que surgiu onde não existe. V. Kaznacheev afirma que o universo holográfico (mundos sutil e físico) é um holograma cósmico universal, cujas partes inseparáveis ​​são uma pessoa e sua consciência. Conseqüentemente, o mundo físico que nos é familiar, na forma em que estamos acostumados a percebê-lo, não existe de fato.

Aqui, por exemplo, está a opinião de E. Borozdin, acadêmico da Academia Russa de Ciências Naturais: "Em nossa opinião, não há espaço, nem tempo, nem matéria em si, nem atributos da representação moderna do universo. O universo é uma consciência pura, que, concentrando-se, adquire a propriedade de personalidades de diferentes níveis. Essas personalidades têm três propriedades: vontade (intenção), desejo (capacidade de inventar), criação (criatividade, satisfação de desejos) ...

Cada nível do universo é criado por um criador superior de acordo com sua vontade e plano como uma ilusão do tempo, sempre fluindo em direção à perfeição, e na interação de seus componentes, que cria a ilusão do espaço. Essas ilusões deram dimensões e, portanto, são percebidas como corpos físicos de diferentes densidades e configurações.

Isso significa que nossa existência como consciências individuais separadas é apenas um "jogo virtual" da Consciência coletiva do Universo chamado "sono coletivo". E, de acordo com as regras deste jogo, devemos, nas condições de separação das consciências individuais, realizar sua unidade original.

Ainda assim, os antigos sábios estavam certos e os ensinamentos secretos de que quando fazemos mal a alguém, fazemos a nós mesmos. Acontece que esses ensinamentos secretos há muito contêm uma "dica" sobre a natureza ilusória não apenas do mundo físico, mas também da consciência individual. Mas somente aqueles cuja consciência está pronta para isso podem perceber essa dica. Isto é, de certa forma, uma saída para outro “nível” deste “jogo”.

O mundo científico está à beira de uma grande descoberta: nós não existimos! O universo é um holograma! Isso significa que não somos!

Há evidências crescentes de que algumas partes do universo podem ser especiais.Um dos pilares da astrofísica moderna é o princípio cosmológico. Segundo ele, os observadores na Terra veem a mesma coisa que os observadores de qualquer outro lugar do universo, e que as leis da física são as mesmas em todos os lugares.Muitas observações corroboram essa ideia. Por exemplo, o universo parece mais ou menos o mesmo em todas as direções, com aproximadamente a mesma distribuição de galáxias em todos os lados.

Mas nos últimos anos, alguns cosmólogos começaram a questionar a validade desse princípio.

Eles apontam para evidências de supernovas do Tipo 1, que estão se afastando de nós a uma taxa cada vez maior, indicando não apenas que o universo está se expandindo, mas que a expansão está acelerando.

Curiosamente, a aceleração não é a mesma para todas as direções. O universo está acelerando mais rápido em algumas direções do que em outras. Mas quão confiáveis ​​são esses dados? É possível que em algumas direções observemos um erro estatístico, que desaparecerá com a correta análise dos dados obtidos.

Rong-Jen Kai e Zhong-Liang Tuo, do Instituto de Física Teórica da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, verificaram novamente os dados de 557 supernovas de todas as partes do universo e recalcularam. Hoje eles confirmaram a presença de heterogeneidade. De acordo com seus cálculos, a aceleração mais rápida ocorre na constelação de Chanterelles do hemisfério norte. Esses dados são consistentes com dados de outros estudos, segundo os quais há uma heterogeneidade na radiação cósmica de fundo em micro-ondas.

Isso pode levar os cosmólogos a chegar à conclusão ousada de que o princípio cosmológico está errado.

Surge uma pergunta emocionante: por que o Universo não é homogêneo e como isso afetará os modelos existentes do cosmos?

Prepare-se para um movimento galáctico

via Láctea

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá publicou um mapa das zonas de formação de vida na Via Láctea. O artigo dos cientistas foi aceito para publicação na revista Astrobiology, e sua pré-impressão está disponível em arXiv.org. De acordo com conceitos modernos, a Zona Galáctica Habitável (GHZ) é definida como uma região onde existem elementos pesados ​​suficientes para formar planetas por um lado, e que não está exposta a cataclismos cósmicos por outro. Os principais desses cataclismos, segundo os cientistas, são explosões de supernovas, que podem facilmente "esterilizar" todo o planeta.

Como parte do estudo, os cientistas construíram um modelo computacional dos processos de formação estelar, bem como supernovas do tipo Ia (anãs brancas em sistemas binários que roubam matéria de um vizinho) e II (explosão de uma estrela com massa superior a 8 solares). Como resultado, os astrofísicos conseguiram identificar regiões da Via Láctea que são teoricamente habitáveis.

Além disso, os cientistas descobriram que cerca de 1,5% de todas as estrelas da galáxia (ou seja, aproximadamente 4,5 bilhões de 3 × 1011 estrelas) planetas habitáveis ​​podem existir em momentos diferentes.

Ao mesmo tempo, 75% desses planetas hipotéticos deveriam estar em captura de maré, ou seja, constantemente “olhar” para a estrela com um lado. Se a vida é possível em tais planetas é uma questão de disputa entre os astrobiólogos.

Para calcular o GHZ, os cientistas usaram a mesma abordagem que é usada na análise das zonas habitáveis ​​em torno das estrelas. Essa zona é geralmente chamada de região ao redor da estrela, na qual a água em forma líquida pode existir na superfície de um planeta rochoso.

Nosso universo é um holograma. A realidade existe?

Em termos simples, um holograma é uma fotografia tridimensional, raios de luz armazenados refletidos de um objeto no momento em que o holograma é gravado. Assim, você pode ver a joia como se estivesse atrás do vidro, embora na realidade não esteja lá, mas este é apenas seu holograma. Um milagre semelhante foi revelado ao mundo por Dennis Gabor em 1948, pelo qual recebeu o Prêmio Nobel.

A natureza do holograma - "o todo em cada parte" - nos dá uma maneira completamente nova de entender a estrutura e a ordem das coisas. Vemos objetos, por exemplo, partículas elementares, separados porque vemos apenas uma parte da realidade.

Essas partículas não são "partes" separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda.

Em algum nível mais profundo da realidade, tais partículas não são objetos separados, mas, por assim dizer, uma extensão de algo mais fundamental.

Os cientistas chegaram à conclusão de que as partículas elementares são capazes de interagir umas com as outras independentemente da distância, não porque troquem alguns sinais misteriosos, mas porque sua separação é uma ilusão.

Se a separação de partículas é uma ilusão, então em um nível mais profundo, todas as coisas no mundo estão infinitamente interconectadas. Os elétrons nos átomos de carbono em nossos cérebros estão conectados aos elétrons em cada salmão que nada, cada coração que bate e cada estrela que brilha no céu.

O universo como um holograma significa que não somos

O holograma nos diz que somos um holograma. Cientistas do Centro de Pesquisas Astrofísicas do Laboratório Fermi (Fermilab) estão agora trabalhando na criação de um dispositivo “holômetro” (Holometer), com o qual podem refutar tudo o que a humanidade já sabe sobre o universo.

Com a ajuda do dispositivo Holometer, os especialistas esperam provar ou refutar a suposição maluca de que o universo tridimensional como o conhecemos simplesmente não existe, não sendo nada mais do que uma espécie de holograma. Em outras palavras, a realidade circundante é uma ilusão e nada mais...

A teoria de que o universo é um holograma é baseada na suposição recente de que o espaço e o tempo no universo não são contínuos. Eles supostamente consistem em partes separadas, pontos - como se fossem pixels, por causa dos quais é impossível aumentar a "escala de imagem" do Universo indefinidamente, penetrando cada vez mais fundo na essência das coisas. Ao atingir algum valor da escala, o Universo acaba sendo algo como uma imagem digital de péssima qualidade - difusa, borrada.

Imagine uma típica foto de revista. Parece uma imagem contínua, mas, a partir de um certo nível de ampliação, se decompõe em pontos que formam um único todo. E também nosso mundo é supostamente montado a partir de pontos microscópicos em uma única imagem bonita e até mesmo convexa. Teoria incrível! E até recentemente, era tratado com leveza. Apenas estudos recentes de buracos negros convenceram a maioria dos pesquisadores de que há algo na teoria "holográfica".

O fato é que a evaporação gradual dos buracos negros descobertos pelos astrônomos com o passar do tempo levou a um paradoxo de informação - todas as informações contidas sobre o interior do buraco neste caso desapareceriam.

E isso é contrário ao princípio da preservação da informação.

Mas o físico vencedor do Prêmio Nobel Gerard t'Hooft, contando com o trabalho do professor da Universidade de Jerusalém Jacob Bekenstein, provou que todas as informações contidas em um objeto tridimensional podem ser armazenadas dentro dos limites bidimensionais que permanecem após sua destruição, assim como a imagem de um objeto tridimensional, o objeto pode ser colocado em um holograma bidimensional.

UM CIENTISTA TEVE UM FANTASMA UMA VEZ

Pela primeira vez, a ideia “louca” da ilusória universal nasceu pelo físico da Universidade de Londres David Bohm, associado de Albert Einstein, em meados do século XX.

De acordo com sua teoria, o mundo inteiro está organizado da mesma maneira que um holograma.

Assim como qualquer seção arbitrariamente pequena de um holograma contém a imagem inteira de um objeto tridimensional, todo objeto existente é “incorporado” em cada uma de suas partes constituintes.

Segue-se daí que a realidade objetiva não existe, - o professor Bom fez então uma conclusão espantosa. “Mesmo com sua densidade aparente, o universo é em sua essência uma fantasia, um holograma gigantesco e luxuosamente detalhado.

Lembre-se de que um holograma é uma fotografia tridimensional tirada com um laser. Para fazê-lo, em primeiro lugar, o objeto a ser fotografado deve ser iluminado por luz laser. Em seguida, o segundo feixe de laser, somado à luz refletida do objeto, fornece um padrão de interferência (mínimos e máximos alternados dos raios), que podem ser registrados no filme.

A cena finalizada parece uma intercalação sem sentido de linhas claras e escuras. Mas assim que a imagem é iluminada com outro feixe de laser, uma imagem tridimensional do objeto original aparece imediatamente.

A tridimensionalidade não é a única propriedade notável inerente a um holograma.

Se um holograma com uma imagem de, por exemplo, uma árvore for cortado ao meio e iluminado com um laser, cada metade conterá uma imagem inteira da mesma árvore exatamente no mesmo tamanho. Se continuarmos a cortar o holograma em pedaços menores, em cada um deles encontraremos novamente uma imagem do objeto inteiro como um todo.

Ao contrário de uma fotografia convencional, cada área do holograma contém informações sobre todo o assunto, mas com uma diminuição proporcionalmente correspondente na clareza.

O princípio do holograma "tudo em cada parte" nos permite abordar a questão da organização e ordem de uma maneira completamente nova, explicou o professor Bohm. - Durante quase toda a sua história, a ciência ocidental evoluiu com a ideia de que a melhor maneira de entender um fenômeno físico, seja um sapo ou um átomo, é separá-lo e estudar suas partes constituintes.

O holograma nos mostrou que algumas coisas no universo não podem ser exploradas dessa maneira. Se dissecarmos algo organizado holograficamente, não obteremos as partes de que consiste, mas obteremos a mesma coisa, mas com menos precisão.

E AQUI APARECEU UM ASPECTO EXPLICATIVO DE TUDO

A ideia "louca" de Bohm também foi motivada por um experimento sensacional com partículas elementares em seu tempo. Um físico da Universidade de Paris, Alan Aspect, descobriu em 1982 que, sob certas condições, os elétrons são capazes de se comunicar instantaneamente uns com os outros, independentemente da distância entre eles.

Não importa se há dez milímetros entre eles ou dez bilhões de quilômetros. De alguma forma, cada partícula sempre sabe o que a outra está fazendo. Apenas um problema dessa descoberta foi embaraçoso: ela viola o postulado de Einstein sobre a velocidade limite de propagação da interação igual à velocidade da luz.

Como viajar mais rápido que a velocidade da luz equivale a romper uma barreira do tempo, essa perspectiva assustadora fez com que os físicos duvidassem muito do trabalho de Aspect.

Mas Bohm conseguiu encontrar uma explicação. Segundo ele, as partículas elementares interagem a qualquer distância não porque trocam alguns sinais misteriosos entre si, mas porque sua separação é ilusória. Ele explicou que em algum nível mais profundo da realidade, tais partículas não são entidades separadas, mas na verdade são extensões de algo mais fundamental.

“Para uma melhor compreensão, o professor ilustrou sua intrincada teoria com o exemplo a seguir”, escreveu Michael Talbot, autor de The Holographic Universe. - Imagine um aquário com peixes. Imagine também que você não pode ver o aquário diretamente, mas apenas duas telas de televisão que transmitem imagens de câmeras localizadas uma na frente e outra na lateral do aquário.

Olhando para as telas, você pode concluir que os peixes em cada uma das telas são objetos separados. Como as câmeras transmitem imagens de diferentes ângulos, os peixes parecem diferentes. Mas à medida que você continua assistindo, depois de um tempo você descobrirá que existe uma relação entre os dois peixes em telas diferentes.

Quando um peixe vira, o outro também muda de direção, um pouco diferente, mas sempre alinhado com o primeiro. Quando você vê um peixe de cara, o outro certamente está de perfil. Se você não tiver uma visão completa da situação, é mais provável que conclua que os peixes devem se comunicar instantaneamente entre si, que isso não é uma coincidência.

A aparente interação superluminal entre as partículas nos diz que há um nível mais profundo de realidade escondido de nós, Bohm explicou o fenômeno das experiências do Aspecto, de dimensão superior à nossa, como na analogia do aquário. Vemos essas partículas como separadas apenas porque vemos apenas uma parte da realidade.

E as partículas não são "partes" separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda que é, em última análise, tão holográfica e invisível quanto a árvore mencionada acima.

E como tudo na realidade física consiste nesses "fantasmas", o Universo que observamos é ele mesmo uma projeção, um holograma.

O que mais um holograma pode carregar ainda não é conhecido.

Suponhamos, por exemplo, que seja uma matriz que dá origem a tudo no mundo, pelo menos contém todas as partículas elementares que tomaram ou tomarão algum dia qualquer forma possível de matéria e energia - de flocos de neve a quasares, de baleias azuis aos raios gama. É como um supermercado universal, que tem de tudo.

Embora Bohm admitisse que não temos como saber o que mais o holograma contém, ele tomou a liberdade de afirmar que não temos motivos para supor que não há mais nada nele. Em outras palavras, talvez o nível holográfico do mundo seja apenas um dos estágios da evolução sem fim.

OPINIÃO DO OTIMISTA

O psicólogo Jack Kornfield, falando de seu primeiro encontro com o falecido mestre budista tibetano Kalu Rinpoche, lembra que ocorreu o seguinte diálogo entre eles:

Você poderia me explicar em poucas frases a essência dos ensinamentos budistas?

Eu poderia fazê-lo, mas você não vai acreditar em mim e levará muitos anos para entender do que estou falando.

De qualquer forma, explique, por favor, então eu quero saber. A resposta de Rinpoche foi extremamente breve:

Você realmente não existe.

O TEMPO É GRANULADO

Mas é possível “sentir” essa natureza ilusória com instrumentos? Acontece que sim. Há vários anos na Alemanha, no telescópio gravitacional construído em Hannover (Alemanha), GEO600, pesquisas são realizadas para detectar ondas gravitacionais, flutuações espaço-temporais que criam objetos espaciais supermassivos.

Nem uma única onda ao longo dos anos, no entanto, não pôde ser encontrada. Um dos motivos são ruídos estranhos na faixa de 300 a 1500 Hz, que o detector corrige por um longo tempo. Eles interferem em seu trabalho.

Os pesquisadores procuraram em vão pela fonte do ruído até que Craig Hogan, diretor do Centro de Pesquisa Astrofísica do Laboratório Fermi, acidentalmente os contatou.

Ele disse que entendia o que estava acontecendo. Segundo ele, decorre do princípio holográfico que o espaço-tempo não é uma linha contínua e, muito provavelmente, é uma coleção de microzonas, grãos, uma espécie de quanta espaço-tempo.

E a precisão do equipamento GEO600 hoje é suficiente para corrigir as flutuações de vácuo que ocorrem nos limites dos quanta do espaço, os mesmos grãos que, se o princípio holográfico estiver correto, consiste no Universo - explicou o professor Hogan.

Segundo ele, o GEO600 acabou de se deparar com a limitação fundamental do espaço-tempo - o próprio "grão", como a granulação de uma foto de revista. E percebeu esse obstáculo como "ruído".

E Craig Hogan, seguindo Bohm, repete com convicção:

Se os resultados do GEO600 atendem às minhas expectativas, então todos nós realmente vivemos em um enorme holograma em escala universal.

As leituras do detector até agora correspondem exatamente aos seus cálculos, e parece que o mundo científico está à beira de uma grande descoberta.

Especialistas lembram que o ruído outrora estranho que irritou os pesquisadores do Laboratório Bell - um grande centro de pesquisa na área de telecomunicações, sistemas eletrônicos e computacionais - durante os experimentos de 1964, já se tornou um prenúncio de uma mudança global no paradigma científico: este é como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas foi descoberta, o que provou a hipótese sobre o Big Bang.

E os cientistas estão esperando por evidências da natureza holográfica do Universo quando o dispositivo "Holometer" funcionará em plena capacidade. Os cientistas esperam que isso aumente a quantidade de dados práticos e de conhecimento dessa descoberta extraordinária, que ainda pertence ao campo da física teórica.

O detector é projetado da seguinte forma: eles brilham com um laser através de um divisor de feixe, a partir daí dois feixes passam por dois corpos perpendiculares, são refletidos, retornados, se fundem e criam um padrão de interferência, onde qualquer distorção relata uma mudança na proporção dos comprimentos dos corpos, à medida que a onda gravitacional passa pelos corpos e comprime ou estica o espaço de forma desigual em diferentes direções.

- "Holometer" permitirá que você amplie o espaço-tempo e veja se as suposições sobre a estrutura fracionária do universo, com base em deduções puramente matemáticas, são confirmadas, sugere o professor Hogan.

Os primeiros dados obtidos com o novo aparelho começarão a chegar em meados deste ano.

OPINIÃO DE UM PESSIMISTA

Presidente da Royal Society de Londres, cosmólogo e astrofísico Martin Rees: "O nascimento do Universo permanecerá para sempre um mistério para nós"

Não entendemos as leis do universo. E você nunca saberá como o Universo apareceu e o que o espera. Hipóteses sobre o Big Bang, que supostamente deu origem ao mundo ao nosso redor, ou que muitos outros podem existir em paralelo com o nosso Universo, ou sobre a natureza holográfica do mundo, permanecerão suposições não comprovadas.

Sem dúvida, há explicações para tudo, mas não há gênios que possam entendê-las. A mente humana é limitada. E ele chegou ao seu limite. Ainda hoje estamos tão longe de entender, por exemplo, a microestrutura do vácuo quanto os peixes do aquário, que desconhecem completamente como funciona o ambiente em que vivem.

Por exemplo, tenho motivos para suspeitar que o espaço tem uma estrutura celular. E cada uma de suas células é trilhões de trilhões de vezes menor que um átomo. Mas não podemos provar ou refutar isso, ou entender como funciona tal construção. A tarefa é muito difícil, transcendental para a mente humana...

Modelo de computador da galáxia

Após nove meses de cálculos em um supercomputador poderoso, os astrofísicos conseguiram criar um modelo computacional de uma bela galáxia espiral, que é uma cópia da nossa Via Láctea.

Ao mesmo tempo, observa-se a física da formação e evolução de nossa galáxia. Este modelo, que foi criado por pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Instituto de Física Teórica de Zurique, resolve um problema da ciência que emergiu do modelo cosmológico predominante do universo.

“As tentativas anteriores de criar uma galáxia de disco massiva como a Via Láctea falharam porque o modelo tinha uma protuberância (protuberância central) que era muito grande em comparação com o tamanho do disco”, disse Javiera Guedes, estudante de pós-graduação em astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia e autor de um trabalho de pesquisa sobre este modelo, chamado Eris (eng. "Eris"). O estudo será publicado no Astrophysical Journal.

Eris é uma enorme galáxia espiral com um núcleo de estrelas brilhantes e outros objetos estruturais encontrados em galáxias como a Via Láctea. Em termos de parâmetros como brilho, proporção entre a largura do centro da galáxia e a largura do disco, composição estelar e outras propriedades, coincide com a Via Láctea e outras galáxias desse tipo.

Segundo o coautor Piero Madau, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia, uma quantia significativa de dinheiro foi gasta na implementação do projeto, que foi para a compra de 1,4 milhão de horas de processador de tempo de computação em um supercomputador no computador Pleiades da NASA.

Os resultados obtidos permitiram confirmar a teoria da "matéria escura fria", segundo a qual a evolução da estrutura do Universo decorreu sob a influência de interacções gravitacionais da matéria escura fria ("escuro" devido ao facto de não poder ser visto, e "frio" devido ao fato de que as partículas se movem muito lentamente).

“Este modelo rastreia a interação de mais de 60 milhões de partículas de matéria escura e gás. Seu código inclui a física de processos como gravidade e dinâmica de fluidos, formação de estrelas e explosões de supernovas, tudo na mais alta resolução de qualquer modelo cosmológico do mundo”, disse Guedes.

Há evidências crescentes de que algumas partes do universo podem ser especiais.

Uma das pedras angulares da astrofísica moderna é o princípio cosmológico.

Segundo ele, os observadores na Terra veem a mesma coisa que os observadores de qualquer outro lugar do universo, e que as leis da física são as mesmas em todos os lugares.

Muitas observações apoiam esta ideia. Por exemplo, o universo parece mais ou menos o mesmo em todas as direções, com aproximadamente a mesma distribuição de galáxias em todos os lados.

Mas nos últimos anos, alguns cosmólogos começaram a questionar a validade desse princípio.

Eles apontam para evidências de supernovas do Tipo 1, que estão se afastando de nós a uma taxa cada vez maior, indicando não apenas que o universo está se expandindo, mas que a expansão está acelerando.

Curiosamente, a aceleração não é a mesma para todas as direções. O universo está acelerando mais rápido em algumas direções do que em outras.

Mas quão confiáveis ​​são esses dados? É possível que em algumas direções observemos um erro estatístico, que desaparecerá com a correta análise dos dados obtidos.

Rong-Jen Kai e Zhong-Liang Tuo, do Instituto de Física Teórica da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, verificaram novamente os dados de 557 supernovas de todas as partes do universo e recalcularam.

Hoje eles confirmaram a presença de heterogeneidade. De acordo com seus cálculos, a aceleração mais rápida ocorre na constelação de Chanterelles do hemisfério norte. Esses dados são consistentes com dados de outros estudos, segundo os quais há uma heterogeneidade na radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
Isso pode levar os cosmólogos a chegar à conclusão ousada:
o princípio cosmológico está errado.

Surge uma pergunta emocionante: por que o Universo não é homogêneo e como isso afetará os modelos existentes do cosmos?

Original (em inglês): Technologyreview.com
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Prepare-se para um movimento galáctico

Via Láctea. Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá publicou um mapa das zonas de formação de vida na Via Láctea. O artigo dos cientistas foi aceito para publicação na revista Astrobiology, e sua pré-impressão está disponível em arXiv.org.

De acordo com conceitos modernos, a zona habitável da galáxia (Galactic Habitable Zone - GHZ) é definida como uma região onde há elementos pesados ​​suficientes para formar planetas, por um lado, e que não é afetada por cataclismos cósmicos, por outro. Os principais desses cataclismos, segundo os cientistas, são explosões de supernovas, que podem facilmente "esterilizar" todo o planeta.

Como parte do estudo, os cientistas construíram um modelo computacional dos processos de formação estelar, bem como supernovas do tipo Ia (anãs brancas em sistemas binários que roubam matéria de um vizinho) e II (explosão de uma estrela com massa superior a 8 solares). Como resultado, os astrofísicos conseguiram identificar regiões da Via Láctea que são teoricamente habitáveis.

Além disso, os cientistas descobriram que cerca de 1,5% de todas as estrelas da galáxia (ou seja, aproximadamente 4,5 bilhões de 3 × 1011 estrelas) planetas habitáveis ​​podem existir em momentos diferentes.

Ao mesmo tempo, 75% desses planetas hipotéticos deveriam estar em captura de maré, ou seja, constantemente “olhar” para a estrela com um lado. Se a vida é possível em tais planetas é uma questão de disputa entre os astrobiólogos.

Para calcular o GHZ, os cientistas usaram a mesma abordagem que é usada na análise das zonas habitáveis ​​em torno das estrelas. Essa zona é geralmente chamada de região ao redor da estrela, na qual a água em forma líquida pode existir na superfície de um planeta rochoso.
Lenta.ru

Nosso universo é um holograma. A realidade existe?

A natureza do holograma - "o todo em cada parte" - nos dá uma maneira completamente nova de entender a estrutura e a ordem das coisas. Vemos objetos, por exemplo, partículas elementares, separados porque vemos apenas uma parte da realidade.

Essas partículas não são "partes" separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda.
Em algum nível mais profundo da realidade, tais partículas não são objetos separados, mas, por assim dizer, uma extensão de algo mais fundamental.

Os cientistas chegaram à conclusão de que as partículas elementares são capazes de interagir umas com as outras independentemente da distância, não porque troquem alguns sinais misteriosos, mas porque sua separação é uma ilusão.

Se a separação de partículas é uma ilusão, então em um nível mais profundo, todas as coisas no mundo estão infinitamente interconectadas.
Os elétrons nos átomos de carbono em nossos cérebros estão conectados aos elétrons em cada salmão que nada, cada coração que bate e cada estrela que brilha no céu.
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O universo como um holograma significa que não somos

O holograma nos diz que somos um holograma Os cientistas do Centro de Pesquisas Astrofísicas do Laboratório Fermi (Fermilab) estão agora trabalhando na criação de um dispositivo "holômetro" (Holometer), com o qual podem refutar tudo o que a humanidade agora sabe sobre o universo.

Com a ajuda do dispositivo Holometer, os especialistas esperam provar ou refutar a suposição maluca de que o universo tridimensional como o conhecemos simplesmente não existe, não sendo nada mais do que uma espécie de holograma. Em outras palavras, a realidade circundante é uma ilusão e nada mais.

…A teoria de que o Universo é um holograma baseia-se na suposição não muito antiga de que o espaço e o tempo no Universo não são contínuos.

Eles supostamente consistem em partes separadas, pontos - como se fossem pixels, por causa dos quais é impossível aumentar a "escala de imagem" do Universo indefinidamente, penetrando cada vez mais fundo na essência das coisas. Ao atingir algum valor da escala, o Universo acaba sendo algo como uma imagem digital de péssima qualidade - difusa, borrada.

Imagine uma típica foto de revista. Parece uma imagem contínua, mas, a partir de um certo nível de ampliação, se decompõe em pontos que formam um único todo. E também nosso mundo é supostamente montado a partir de pontos microscópicos em uma única imagem bonita e até mesmo convexa.

Teoria incrível! E até recentemente, era tratado com leveza. Apenas estudos recentes de buracos negros convenceram a maioria dos pesquisadores de que há algo na teoria "holográfica".

O fato é que a evaporação gradual dos buracos negros descobertos pelos astrônomos com o passar do tempo levou a um paradoxo de informação - todas as informações contidas sobre o interior do buraco neste caso desapareceriam.
E isso é contrário ao princípio da preservação da informação.

Mas o físico vencedor do Prêmio Nobel Gerard t'Hooft, contando com o trabalho do professor da Universidade de Jerusalém Jacob Bekenstein, provou que todas as informações contidas em um objeto tridimensional podem ser armazenadas dentro dos limites bidimensionais que permanecem após sua destruição, assim como a imagem de um objeto tridimensional, o objeto pode ser colocado em um holograma bidimensional.

UM CIENTISTA TEVE UM FANTASMA UMA VEZ

Pela primeira vez, a ideia “louca” da ilusória universal nasceu pelo físico da Universidade de Londres David Bohm, associado de Albert Einstein, em meados do século XX.
De acordo com sua teoria, o mundo inteiro está organizado da mesma maneira que um holograma.
Assim como qualquer seção arbitrariamente pequena de um holograma contém a imagem inteira de um objeto tridimensional, todo objeto existente é “incorporado” em cada uma de suas partes constituintes.

Segue-se daí que a realidade objetiva não existe, - o professor Bom fez então uma conclusão espantosa. “Mesmo com sua densidade aparente, o universo é em sua essência uma fantasia, um holograma gigantesco e luxuosamente detalhado.

Lembre-se de que um holograma é uma fotografia tridimensional tirada com um laser. Para fazê-lo, em primeiro lugar, o objeto a ser fotografado deve ser iluminado por luz laser. Em seguida, o segundo feixe de laser, somado à luz refletida do objeto, fornece um padrão de interferência (mínimos e máximos alternados dos raios), que podem ser registrados no filme.

A cena finalizada parece uma intercalação sem sentido de linhas claras e escuras. Mas assim que a imagem é iluminada com outro feixe de laser, uma imagem tridimensional do objeto original aparece imediatamente.
A tridimensionalidade não é a única propriedade notável inerente a um holograma.

Se um holograma com uma imagem de, por exemplo, uma árvore for cortado ao meio e iluminado com um laser, cada metade conterá uma imagem inteira da mesma árvore exatamente no mesmo tamanho. Se continuarmos a cortar o holograma em pedaços menores, em cada um deles encontraremos novamente uma imagem do objeto inteiro como um todo.
Ao contrário de uma fotografia convencional, cada área do holograma contém informações sobre todo o assunto, mas com uma diminuição proporcionalmente correspondente na clareza.

O princípio do holograma "tudo em cada parte" nos permite abordar a questão da organização e ordem de uma maneira completamente nova, explicou o professor Bohm. - Durante quase toda a sua história, a ciência ocidental evoluiu com a ideia de que a melhor maneira de entender um fenômeno físico, seja um sapo ou um átomo, é separá-lo e estudar suas partes constituintes.

O holograma nos mostrou que algumas coisas no universo não podem ser exploradas dessa maneira. Se dissecarmos algo organizado holograficamente, não obteremos as partes de que consiste, mas obteremos a mesma coisa, mas com menos precisão.

E AQUI APARECEU UM ASPECTO EXPLICATIVO DE TUDO

A ideia "louca" de Bohm também foi motivada por um experimento sensacional com partículas elementares em seu tempo. Um físico da Universidade de Paris, Alan Aspect, descobriu em 1982 que, sob certas condições, os elétrons são capazes de se comunicar instantaneamente uns com os outros, independentemente da distância entre eles.

Não importa se há dez milímetros entre eles ou dez bilhões de quilômetros. De alguma forma, cada partícula sempre sabe o que a outra está fazendo. Apenas um problema dessa descoberta foi embaraçoso: ela viola o postulado de Einstein sobre a velocidade limite de propagação da interação igual à velocidade da luz.
Como viajar mais rápido que a velocidade da luz equivale a romper uma barreira do tempo, essa perspectiva assustadora fez com que os físicos duvidassem muito do trabalho de Aspect.

Mas Bohm conseguiu encontrar uma explicação. Segundo ele, as partículas elementares interagem a qualquer distância não porque trocam alguns sinais misteriosos entre si, mas porque sua separação é ilusória. Ele explicou que em algum nível mais profundo da realidade, tais partículas não são entidades separadas, mas na verdade são extensões de algo mais fundamental.

“Para uma melhor compreensão, o professor ilustrou sua intrincada teoria com o exemplo a seguir”, escreveu Michael Talbot, autor de The Holographic Universe. - Imagine um aquário com peixes. Imagine também que você não pode ver o aquário diretamente, mas apenas duas telas de televisão que transmitem imagens de câmeras localizadas uma na frente e outra na lateral do aquário.

Olhando para as telas, você pode concluir que os peixes em cada uma das telas são objetos separados. Como as câmeras transmitem imagens de diferentes ângulos, os peixes parecem diferentes. Mas à medida que você continua assistindo, depois de um tempo você descobrirá que existe uma relação entre os dois peixes em telas diferentes.

Quando um peixe vira, o outro também muda de direção, um pouco diferente, mas sempre alinhado com o primeiro. Quando você vê um peixe de cara, o outro certamente está de perfil. Se você não tiver uma visão completa da situação, é mais provável que conclua que os peixes devem se comunicar instantaneamente entre si, que isso não é uma coincidência.

A aparente interação superluminal entre as partículas nos diz que há um nível mais profundo de realidade escondido de nós, Bohm explicou o fenômeno das experiências do Aspecto, de dimensão superior à nossa, como na analogia do aquário. Vemos essas partículas como separadas apenas porque vemos apenas uma parte da realidade.

E as partículas não são "partes" separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda que é, em última análise, tão holográfica e invisível quanto a árvore mencionada acima.
E como tudo na realidade física consiste nesses "fantasmas", o Universo que observamos é ele mesmo uma projeção, um holograma.

O que mais um holograma pode carregar ainda não é conhecido.

Suponhamos, por exemplo, que seja uma matriz que dá origem a tudo no mundo, pelo menos contém todas as partículas elementares que tomaram ou tomarão algum dia qualquer forma possível de matéria e energia - de flocos de neve a quasares, de baleias azuis aos raios gama. É como um supermercado universal, que tem de tudo.

Embora Bohm admitisse que não temos como saber o que mais o holograma contém, ele tomou a liberdade de afirmar que não temos motivos para supor que não há mais nada nele. Em outras palavras, talvez o nível holográfico do mundo seja apenas um dos estágios da evolução sem fim.

OPINIÃO DO OTIMISTA
O psicólogo Jack Kornfield, falando de seu primeiro encontro com o falecido mestre budista tibetano Kalu Rinpoche, lembra que ocorreu o seguinte diálogo entre eles:

Você poderia me explicar em poucas frases a essência dos ensinamentos budistas?
- Eu poderia fazer isso, mas você não vai acreditar em mim, e vai demorar muitos anos para entender do que estou falando.
- De qualquer forma, explique, por favor, então eu quero saber. A resposta de Rinpoche foi extremamente breve:
- Você realmente não existe.

O TEMPO É GRANULADO
Mas é possível “sentir” essa natureza ilusória com instrumentos? Acontece que sim. Há vários anos na Alemanha, no telescópio gravitacional construído em Hannover (Alemanha), GEO600, pesquisas são realizadas para detectar ondas gravitacionais, flutuações espaço-temporais que criam objetos espaciais supermassivos.

Nem uma única onda ao longo dos anos, no entanto, não pôde ser encontrada. Um dos motivos são ruídos estranhos na faixa de 300 a 1500 Hz, que o detector corrige por um longo tempo. Eles interferem em seu trabalho.

Os pesquisadores procuraram em vão pela fonte do ruído até que Craig Hogan, diretor do Centro de Pesquisa Astrofísica do Laboratório Fermi, acidentalmente os contatou.

Ele disse que entendia o que estava acontecendo. Segundo ele, decorre do princípio holográfico que o espaço-tempo não é uma linha contínua e, muito provavelmente, é uma coleção de microzonas, grãos, uma espécie de quanta espaço-tempo.

E a precisão do equipamento GEO600 hoje é suficiente para corrigir as flutuações de vácuo que ocorrem nos limites dos quanta do espaço, os mesmos grãos que, se o princípio holográfico estiver correto, consiste no Universo - explicou o professor Hogan.

Segundo ele, o GEO600 acabou de se deparar com a limitação fundamental do espaço-tempo - o próprio "grão", como a granulação de uma foto de revista. E percebeu esse obstáculo como "ruído".
E Craig Hogan, seguindo Bohm, repete com convicção:

Se os resultados do GEO600 atendem às minhas expectativas, então todos nós realmente vivemos em um enorme holograma em escala universal.

As leituras do detector até agora correspondem exatamente aos seus cálculos, e parece que o mundo científico está à beira de uma grande descoberta.

Especialistas lembram que o ruído outrora estranho que irritou os pesquisadores do Laboratório Bell - um grande centro de pesquisa na área de telecomunicações, sistemas eletrônicos e computacionais - durante os experimentos de 1964, já se tornou um prenúncio de uma mudança global no paradigma científico: este é como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas foi descoberta, o que provou a hipótese sobre o Big Bang.

E os cientistas estão esperando por evidências da natureza holográfica do Universo quando o dispositivo "Holometer" funcionará em plena capacidade. Os cientistas esperam que isso aumente a quantidade de dados práticos e de conhecimento dessa descoberta extraordinária, que ainda pertence ao campo da física teórica.

O detector é projetado da seguinte forma: eles brilham com um laser através de um divisor de feixe, a partir daí dois feixes passam por dois corpos perpendiculares, são refletidos, retornados, se fundem e criam um padrão de interferência, onde qualquer distorção relata uma mudança na proporção dos comprimentos dos corpos, à medida que a onda gravitacional passa pelos corpos e comprime ou estica o espaço de forma desigual em diferentes direções.

- "Holometer" permitirá que você amplie o espaço-tempo e veja se as suposições sobre a estrutura fracionária do universo, com base em deduções puramente matemáticas, são confirmadas, sugere o professor Hogan.
Os primeiros dados obtidos com o novo aparelho começarão a chegar em meados deste ano.

OPINIÃO DE UM PESSIMISTA

Presidente da Royal Society de Londres, cosmólogo e astrofísico Martin Rees: "O nascimento do Universo permanecerá para sempre um mistério para nós"

Não entendemos as leis do universo. E você nunca saberá como o Universo apareceu e o que o espera. Hipóteses sobre o Big Bang, que supostamente deu origem ao mundo ao nosso redor, ou que muitos outros podem existir em paralelo com o nosso Universo, ou sobre a natureza holográfica do mundo, permanecerão suposições não comprovadas.

Sem dúvida, há explicações para tudo, mas não há gênios que possam entendê-las. A mente humana é limitada. E ele chegou ao seu limite. Ainda hoje estamos tão longe de entender, por exemplo, a microestrutura do vácuo quanto os peixes do aquário, que desconhecem completamente como funciona o ambiente em que vivem.

Por exemplo, tenho motivos para suspeitar que o espaço tem uma estrutura celular. E cada uma de suas células é trilhões de trilhões de vezes menor que um átomo. Mas não podemos provar ou refutar isso, ou entender como funciona tal construção. A tarefa é muito difícil, transcendental para a mente humana.

Bem, o solipsismo como uma direção filosófica tem um lugar para se equiparar a qualquer filosofia esotérica.

"Uma vez que todo o nosso conhecimento sobre o mundo e outras pessoas é derivado de informações que penetram em nossa consciência através de nossos sentidos, não há nenhuma maneira de refutar o solipsismo. lógica e matemática, mesmo dentro delas, a refutação só é possível no contexto de algum sistema formal com axiomas e regras consistentes. é maior que 180 graus. Embora em essência isso não seja muito diferente de provar a falsidade da afirmação de que deve haver sete ovos em meia dúzia. No entanto, apesar do fato de que o solipsismo é, estritamente falando, irrefutável, nenhum filósofo em sua mente certa é um solipsista tornou-se Por quê?

Aristóteles aderiu ao ponto de vista do senso comum, ao qual a maioria dos filósofos, cientistas e pessoas comuns agora aderem, de que por trás do faneron existe um mundo de “matéria” independente dele. Não importa o que queremos dizer com "matéria". Existia antes do advento dos seres humanos e continuará a existir quando todos se forem. E esse mundo externo causa eventos no mundo interno de nossas sensações, o mundo que percebemos como nosso phaneron. Antes de Aristóteles, Platão defendia não apenas a existência de tal mundo externo (que cria sombras na famosa alegoria platônica da caverna), mas também a existência - independente da matéria e da mente humana - de um mundo de ideias universais como "cowness" ou o número três. Para Aristóteles, tais universais não têm existência real independente do universo material, assim como a forma de um vaso não existe sem o próprio vaso. Na Idade Média, essa questão tomou a forma de uma disputa entre nominalismo e realismo platônico sobre todo tipo de sutilezas terminológicas sofisticadas que não nos interessam aqui. É importante para nós que os escolásticos medievais fossem "realistas" no sentido de que, como Platão e Aristóteles, eles acreditavam em um imenso mundo "externo" que está fora do mundo das aparências, e cuja existência não precisa de nossa percepção.

Locke também era um bom anglicano e, como os primeiros filósofos cristãos, não tinha dúvidas de que Deus criou o mundo material independente da mente humana. Quanto à natureza da matéria, Locke (como Kant) admitiu prontamente que era transcendente e incognoscível. E Locke dividiu as propriedades da parte conhecível da matéria em duas classes: primária e secundária. As propriedades primárias não dependem da percepção. Por exemplo, uma pedra é sólida, quer você a toque ou não. Mas a cor, uma qualidade secundária, depende do complexo processo da visão. À noite, todos os gatos são cinzentos, e na escuridão total nem sequer são cinzentos.

Sem negar a utilidade dessa distinção, Berkeley entendeu claramente que, em algum sentido mais profundo, todas as qualidades das coisas são secundárias. Como sabemos que uma pedra é dura se não a tocamos? Na verdade, tudo o que sabemos sobre objetos materiais, aprendemos por meio de nossos sentidos. Por que supor a existência de uma substância misteriosa incognoscível além do nosso faneron?

Deve-se dizer que a razão pela qual Aristóteles e os escolásticos, assim como pessoas comuns e cientistas, assumem a existência de tal substância foi explicada muitas vezes muito antes de Berkeley nascer. A razão é que esta suposição é a hipótese mais simples que explica as regularidades inerentes ao Phaneron. Afaste-se da árvore e depois olhe de volta para ela. Ainda está lá. Você vai para a cama, acorda e o quarto continua com a mesma mobília. Além disso, nossas sensações são consistentes umas com as outras. O cubo não apenas se parece com um cubo, mas também parece um. Podemos ver, tocar, cheirar e saborear a maçã. Coloque a maçã na geladeira, retire depois de uma hora e dê outra mordida. Seu sabor, aparência, cheiro e textura serão os mesmos de antes.

Todos nós - exceto os solipsistas, é claro - acreditamos que existem outras pessoas. Além disso, todos eles veem essencialmente o mesmo faneron. Essa massa de coincidências não é surpreendente para aqueles que duvidam da existência de um mundo externo? Afinal, andamos pelas mesmas ruas das mesmas cidades. Encontramos as mesmas casas nos mesmos lugares. Duas pessoas podem ver a mesma galáxia através de um telescópio. Além disso, eles vêem que tem a mesma estrutura espiral. A praticidade da hipótese que supõe a existência de um mundo externo, que consiste em algo e não depende de nossas mentes, é tão óbvia e tão convincentemente confirmada por séculos de experiência que podemos dizer sem exagero: foi confirmado melhor do que qualquer outra hipótese empírica. A utilidade deste postulado é tão grande que só um louco ou um metafísico profissional pode ver uma razão para duvidar dele.

M. Gardner "Por que não sou um solipsista".

Texto oculto

Nota do editor: Aqui está um artigo sobre a teoria de Michael Talbot, que ele revelou em seu livro "The Holographic Universe" (1991). Apesar de o artigo ter sido escrito na virada do século, as ideias nele expressas são relevantes para os pesquisadores de hoje.

Michael Talbot (1953-1992), um nativo da Austrália, foi o autor de muitos livros destacando os paralelos entre o misticismo antigo e a mecânica quântica e apoiando o modelo teórico da realidade de que o universo físico é como um holograma gigante.

Existe uma realidade objetiva, ou o Universo é uma fantasia?

Em 1982 ocorreu um evento notável. Na Universidade de Paris, uma equipe de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect realizou o que pode ser um dos experimentos mais significativos do século XX. Você não ouviu sobre isso no noticiário da noite. Na verdade, se você não está acostumado a ler revistas científicas, é provável que nem tenha ouvido o nome Alain Aspect, embora alguns cientistas acreditem que sua descoberta possa mudar a face da ciência.

Aspect e sua equipe descobriram que, sob certas condições, partículas elementares, como elétrons, são capazes de se comunicar instantaneamente umas com as outras, independentemente da distância entre elas. Não importa se são 10 pés entre eles ou 10 bilhões de milhas. De alguma forma, cada partícula sempre sabe o que a outra está fazendo.

O problema com essa descoberta é que ela viola o postulado de Einstein sobre a velocidade limite de propagação de uma interação igual à velocidade da luz. Como viajar mais rápido que a velocidade da luz equivale a romper uma barreira do tempo, essa perspectiva assustadora levou alguns físicos a tentar explicar os experimentos da Aspect em soluções complexas. Mas inspirou outros a oferecer explicações ainda mais radicais.

Por exemplo, o físico da Universidade de Londres David Bohm considerou que a descoberta de Aspect implica que a realidade objetiva não existe, que, apesar de sua densidade aparente, o universo é basicamente uma fantasia, um gigantesco holograma luxuosamente detalhado.

Para entender por que Bohm chegou a uma conclusão tão surpreendente, precisamos falar sobre hologramas.

Um holograma é uma fotografia tridimensional tirada com um laser. Para produzir um holograma, o assunto a ser fotografado deve primeiro ser iluminado por luz laser. Em seguida, o segundo feixe de laser, somado à luz refletida do objeto, fornece um padrão de interferência que pode ser registrado no filme. A imagem finalizada parece uma alternância sem sentido de linhas claras e escuras. Mas assim que a imagem é iluminada com outro feixe de laser, uma imagem tridimensional do objeto original aparece imediatamente.

A tridimensionalidade não é a única propriedade notável inerente a um holograma. Se um holograma de rosa for cortado ao meio e iluminado com um laser, cada metade conterá uma imagem inteira da mesma rosa exatamente no mesmo tamanho. Se continuarmos a cortar o holograma em pedaços menores, em cada um deles encontraremos novamente uma imagem do objeto inteiro como um todo. Ao contrário de uma fotografia convencional, cada área do holograma contém informações sobre todo o assunto, mas com uma diminuição proporcionalmente correspondente na clareza.

O princípio do holograma "tudo em cada parte" nos permite abordar a questão da organização e ordem de uma maneira fundamentalmente nova. Durante quase toda a sua história, a ciência ocidental evoluiu com a ideia de que a melhor maneira de entender um fenômeno físico, seja um sapo ou um átomo, é dissecá-lo e estudar suas partes constituintes. O holograma nos mostrou que algumas coisas no universo não podem ser exploradas dessa maneira. Se dissecarmos algo organizado holograficamente, não obteremos as partes de que consiste, mas obteremos a mesma coisa, mas com menos precisão.

Essa abordagem inspirou Bohm a reinterpretar o trabalho da Aspect. Bohm tinha certeza de que as partículas elementares interagem a qualquer distância, não porque troquem alguns sinais misteriosos entre si, mas porque sua separação é ilusória. Ele explicou que em algum nível mais profundo da realidade, tais partículas não são entidades separadas, mas na verdade são extensões de algo mais fundamental.

Para entender melhor isso, Bohm ofereceu a seguinte ilustração.

Imagine um aquário com peixes. Imagine também que você não pode ver o aquário diretamente, mas apenas duas telas de televisão que transmitem imagens de câmeras localizadas uma na frente e outra na lateral do aquário. Olhando para as telas, você pode concluir que os peixes em cada uma das telas são objetos separados. Como as câmeras transmitem imagens de diferentes ângulos, os peixes parecem diferentes. Mas enquanto você continua assistindo, depois de um tempo você descobrirá que existe uma relação entre os dois peixes nas diferentes telas. Quando um peixe vira, o outro também muda de direção, um pouco diferente, mas sempre alinhado com o primeiro; quando você vê um peixe na frente, o outro certamente está de perfil. Se você não tiver uma visão completa da situação, é mais provável que conclua que os peixes devem de alguma forma se comunicar instantaneamente entre si do que que isso é uma coincidência.

Bohm afirmou que isso é exatamente o que acontece com as partículas elementares no experimento Aspect. De acordo com Bohm, a aparente interação FTL entre as partículas nos diz que há um nível mais profundo de realidade escondido de nós, de dimensão superior à nossa, como a analogia do aquário. E, acrescenta, vemos as partículas como separadas porque vemos apenas uma parte da realidade. As partículas não são "partes" separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda que é, em última análise, tão holográfica e invisível quanto a rosa mencionada acima. E uma vez que tudo na realidade física é composto por estes " fantasmas", o universo que observamos é em si uma projeção, um holograma.

Além de ser "fantasma", tal universo poderia ter outras propriedades surpreendentes. Se a aparente separação de partículas é uma ilusão, então em um nível mais profundo, todos os objetos do mundo podem ser infinitamente interconectados. Os elétrons nos átomos de carbono em nossos cérebros estão conectados aos elétrons em cada salmão nadador, cada coração pulsante, cada estrela cintilante. Tudo interpenetra tudo e, embora a natureza humana tenda a dividir tudo, desmembrar, separar todos os fenômenos da natureza, todas as divisões são necessariamente artificiais, e a natureza acaba aparecendo como uma teia inquebrável. No mundo holográfico, nem mesmo o tempo e o espaço podem ser tomados como base. Porque uma caracterização como posição não faz sentido em um universo onde nada é realmente separado um do outro; o tempo e o espaço tridimensional, como imagens de peixes nas telas, precisarão ser considerados nada mais do que projeções. Nesse nível mais profundo, a realidade é algo como um super-holograma no qual o passado, o presente e o futuro existem simultaneamente. Isso significa que, com a ajuda de ferramentas apropriadas, pode ser possível penetrar profundamente nesse super-holograma e extrair imagens de um passado há muito esquecido.

O que mais pode carregar um holograma - ainda está longe de ser conhecido. Suponha, por exemplo, que um holograma seja uma matriz que dá origem a tudo no mundo, pelo menos contém todas as partículas elementares que tomaram ou tomarão algum dia qualquer forma possível de matéria e energia, de flocos de neve a quasares, de azul baleias a raios gama. É como um supermercado universal, que tem de tudo.

Embora Bohm admitisse que não temos como saber o que mais o holograma contém, ele tomou a liberdade de afirmar que não temos motivos para supor que não há mais nada nele. Em outras palavras, talvez o nível holográfico do mundo seja apenas um dos estágios da evolução sem fim.

Bohm não está sozinho em sua busca para explorar as propriedades do mundo holográfico. Independentemente dele, o neurocientista da Universidade de Stanford Karl Pribram, que trabalha no campo da pesquisa do cérebro, também se inclina para a imagem holográfica do mundo. Pribram chegou a essa conclusão ponderando sobre o mistério de onde e como as memórias são armazenadas no cérebro. Numerosos experimentos ao longo de décadas mostraram que a informação não é armazenada em nenhuma área específica do cérebro, mas está dispersa por todo o volume do cérebro. Em uma série de experimentos cruciais na década de 1920, o pesquisador do cérebro Karl Lashley descobriu que não importa qual parte do cérebro do rato ele removesse, ele não poderia fazer os reflexos condicionados desenvolvidos no rato antes da operação desaparecerem. O único problema era que ninguém conseguira inventar um mecanismo para explicar essa propriedade engraçada de "tudo em cada parte" da memória.

Mais tarde, nos anos 60, Pribram encontrou o princípio da holografia e percebeu que havia encontrado a explicação que os neurocientistas procuravam. Pribram tem certeza de que a memória está contida não em neurônios e nem em grupos de neurônios, mas em uma série de impulsos nervosos que “emaranham” o cérebro, assim como um raio laser “emaranha” um pedaço de holograma contendo a imagem inteira. Em outras palavras, Pribram tem certeza de que o cérebro é um holograma.

A teoria de Pribram também explica como o cérebro humano pode armazenar tantas memórias em um espaço tão pequeno. Supõe-se que o cérebro humano seja capaz de lembrar cerca de 10 bilhões de bits durante a vida (o que corresponde aproximadamente à quantidade de informação contida em 5 conjuntos da Encyclopædia Britannica).

Descobriu-se que outra característica marcante foi adicionada às propriedades dos hologramas - uma enorme densidade de gravação. Simplesmente alterando o ângulo em que os lasers iluminam o filme, muitas imagens diferentes podem ser gravadas na mesma superfície. Foi demonstrado que um centímetro cúbico de filme pode armazenar até 10 bilhões de bits de informação.

Nossa incrível capacidade de recuperar rapidamente as informações de que precisamos de nossa vasta memória se torna mais compreensível se aceitarmos que o cérebro funciona como um holograma. Se um amigo lhe perguntar o que lhe vem à mente quando você ouve a palavra "zebra", você não precisa vasculhar todo o seu vocabulário para encontrar a resposta. Associações como “listrado”, “cavalo” e “vive na África” aparecem na sua cabeça instantaneamente.

De fato, uma das propriedades mais surpreendentes do pensamento humano é que cada pedaço de informação é instantaneamente e correlacionado com todos os outros - outra qualidade inerente ao holograma. Como qualquer seção do holograma está infinitamente interconectada com qualquer outra, é bem possível que seja o mais alto exemplo natural de sistemas de correlação cruzada.

A localização da memória não é o único quebra-cabeça neurofisiológico que se tornou mais solucionável à luz do modelo holográfico do cérebro de Pribram. Outra é como o cérebro é capaz de traduzir tal avalanche de frequências que percebe com vários sentidos (frequências de luz, frequências de som e assim por diante) em nossa ideia concreta do mundo. Codificar e decodificar frequências é exatamente o que um holograma faz de melhor. Assim como um holograma serve como uma espécie de lente, um dispositivo de transmissão capaz de transformar uma mistura de frequências aparentemente sem sentido em uma imagem coerente, o cérebro, de acordo com Pribram, contém tal lente e usa os princípios da holografia para processar matematicamente as frequências. dos sentidos para o mundo interior de nossas percepções.

Muitas evidências sugerem que o cérebro usa o princípio da holografia para funcionar. A teoria de Pribram está encontrando cada vez mais adeptos entre os neurocientistas.

O pesquisador argentino-italiano Hugo Zucarelli recentemente estendeu o modelo holográfico ao campo dos fenômenos acústicos. Perplexo com o fato de que as pessoas podem determinar a direção de uma fonte sonora sem virar a cabeça, mesmo que apenas um ouvido funcione, Zucarelli descobriu que os princípios da holografia também poderiam explicar essa habilidade.

Ele também desenvolveu a tecnologia de gravação de som holofônica capaz de reproduzir paisagens sonoras com realismo quase incrível.

A ideia de Pribram de que nossos cérebros constroem matematicamente uma realidade "dura" com base em frequências de entrada também recebeu apoio experimental brilhante. Descobriu-se que qualquer um de nossos órgãos dos sentidos tem uma faixa de frequência de receptividade muito maior do que se pensava anteriormente. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que nossos órgãos de visão são sensíveis às frequências sonoras, que nosso olfato é um pouco dependente do que agora é chamado de "frequências osmóticas" e que até as células do nosso corpo são sensíveis a uma ampla gama de frequências. Tais descobertas sugerem que este é o trabalho da parte holográfica de nossa consciência, que transforma frequências caóticas separadas em percepção contínua.

Mas o aspecto mais surpreendente do modelo holográfico do cérebro de Pribram vem à tona quando comparado com a teoria de Bohm. Porque se a densidade física visível do mundo é apenas uma realidade secundária, e o que está "lá fora" é de fato apenas um conjunto holográfico de frequências, e se o cérebro também é um holograma e apenas seleciona algumas frequências desse conjunto e matematicamente converte-os em percepção sensorial, o que resta para a realidade objetiva?

Vamos colocá-lo simplesmente - ele deixa de existir. Como as religiões orientais vêm dizendo desde tempos imemoriais, o mundo material é Maya, uma ilusão, e embora possamos pensar que somos físicos e nos movemos no mundo físico, isso também é uma ilusão.

Na verdade, somos "receptores" flutuando em um mar caleidoscópico de frequências, e tudo o que extraímos desse mar e transformamos em realidade física é apenas um canal de frequência entre muitos, extraído de um holograma.

Essa nova e impressionante imagem da realidade, uma síntese das visões de Bohm e Pribram, foi chamada de paradigma holográfico e, embora muitos cientistas tenham sido céticos a respeito, outros foram encorajados por ela. Um pequeno, mas crescente grupo de pesquisadores acredita que este é um dos modelos mais precisos do mundo já propostos. Além disso, alguns esperam que ajude a resolver alguns mistérios que não foram explicados anteriormente pela ciência e até mesmo considerem o paranormal como parte da natureza.

Numerosos pesquisadores, incluindo Bohm e Pribram, concluem que muitos fenômenos parapsicológicos estão se tornando mais compreensíveis em termos do paradigma holográfico.

Em um universo em que o cérebro individual é na verdade uma parte indivisível, um "quântico" de um grande holograma e tudo está infinitamente conectado a tudo, a telepatia pode ser simplesmente uma conquista do nível holográfico. Torna-se muito mais fácil entender como a informação pode ser transmitida da consciência "A" para a consciência "B" a qualquer distância e explicar muitos mistérios da psicologia. Em particular, Grof prevê que o paradigma holográfico será capaz de oferecer um modelo para explicar muitos dos fenômenos intrigantes observados por pessoas em estados alterados de consciência.

Na década de 1950, enquanto pesquisava o LSD como droga psicoterapêutica, Grof trabalhou com uma paciente que de repente se convenceu de que ela era um réptil pré-histórico feminino. Durante a alucinação, ela não apenas deu uma descrição ricamente detalhada de como é ser uma criatura com tais formas, mas também notou as escamas coloridas na cabeça de um macho da mesma espécie. Grof ficou impressionado com o fato de que, em uma conversa com um zoólogo, foi confirmada a presença de escamas coloridas na cabeça dos répteis, que desempenha um papel importante nos jogos de acasalamento, embora a mulher não tivesse ideia dessas sutilezas antes.

A experiência desta mulher não foi única. Durante sua pesquisa, Grof encontrou pacientes que voltavam a subir a escada da evolução e se identificavam com uma variedade de espécies (baseado na cena da transformação de uma pessoa em macaco no filme "Altered States"). Além disso, ele descobriu que essas descrições geralmente contêm detalhes zoológicos pouco conhecidos, que, quando verificados, acabam sendo precisos.

O retorno aos animais não é o único fenômeno descrito por Grof. Ele também teve pacientes que, aparentemente, poderiam se conectar a algum tipo de área do inconsciente coletivo ou racial. Pessoas sem instrução ou mal educadas de repente deram descrições detalhadas de funerais na prática ou cenas zoroastrianas mitologia hindu. Em outras experiências, as pessoas deram descrições convincentes de viagens fora do corpo, previsões de imagens do futuro, eventos de encarnações passadas.

Em estudos mais recentes, Grof descobriu que a mesma gama de fenômenos aparecia em sessões de terapia sem drogas. Como um elemento comum de tais experimentos era a expansão da consciência individual além dos limites usuais do ego e dos limites do espaço e do tempo, Grof chamou tais manifestações de "experiência transpessoal", e no final dos anos 60, graças a ele, um novo ramo de psicologia surgiu a chamada psicologia "transpessoal", inteiramente dedicada a essas áreas.

Embora a Association for Transpersonal Psychology, criada por Grof, fosse um grupo de profissionais com ideias semelhantes em rápido crescimento e se tornasse um ramo respeitado da psicologia, nem o próprio Grof nem seus colegas por muitos anos puderam oferecer um mecanismo para explicar os estranhos fenômenos psicológicos observados. Mas essa posição ambígua mudou com o advento do paradigma holográfico.

Como Grof apontou recentemente, se a consciência é de fato parte de um continuum, um labirinto conectado não apenas a todas as outras consciências que existem ou existiram, mas a cada átomo, organismo e vasta região de espaço e tempo, sua capacidade de túnel através do labirinto e experimentar o transpessoal a experiência já não parece tão estranha.

O paradigma holográfico também deixa sua marca nas chamadas ciências exatas, como a biologia. Keith Floyd, psicólogo do Virginia Intermont College, mostrou que, se a realidade é apenas uma ilusão holográfica, não se pode mais argumentar que a consciência é uma função do cérebro. Pelo contrário, a consciência cria a presença de um cérebro - assim como interpretamos o corpo e todo o nosso ambiente como físico.

Essa inversão de nossas visões das estruturas biológicas permitiu aos pesquisadores apontar que a medicina e nossa compreensão do processo de cura também podem mudar sob a influência do paradigma holográfico. Se a aparente estrutura física do corpo nada mais é do que uma projeção holográfica de nossa consciência, fica claro que cada um de nós é muito mais responsável por nossa saúde do que acredita a medicina moderna. O que estamos vendo agora como uma cura misteriosa pode, na verdade, ser devido a uma mudança na consciência que fez os ajustes apropriados no holograma do corpo.

Da mesma forma, novas terapias alternativas, como imagens, podem funcionar tão bem precisamente porque, na realidade holográfica, o pensamento é, em última análise, tão real quanto a "realidade".

Mesmo revelações e experiências do “outro mundo” tornam-se explicáveis ​​do ponto de vista do novo paradigma. O biólogo Lyall Watson em seu livro "Gifts of the Unknown" descreve um encontro com uma xamã indonésia que, realizando uma dança ritual, foi capaz de fazer um bosque inteiro de árvores desaparecer instantaneamente no mundo sutil. Watson escreve que enquanto ele e outro espectador surpreso continuavam a observá-la, ela fez com que as árvores desaparecessem e reaparecessem várias vezes seguidas.

Embora a ciência moderna seja incapaz de explicar tais fenômenos, eles se tornam bastante lógicos se assumirmos que nossa realidade "densa" nada mais é do que uma projeção holográfica. Talvez possamos formular os conceitos de "aqui" e "lá" mais precisamente se os definirmos no nível do inconsciente humano, no qual todas as consciências estão infinitamente interligadas.

Se isso for verdade, então esta é a implicação mais significativa do paradigma holográfico em geral, pois significa que os fenômenos observados por Watson não são públicos apenas porque nossas mentes não estão programadas para confiar neles, o que os tornaria assim. No universo holográfico, não há limites para as possibilidades de mudar o tecido da realidade.

O que percebemos como realidade é apenas uma tela esperando que nós coloquemos nela qualquer pintura que desejarmos. Tudo é possível, desde dobrar colheres à vontade até as experiências fantasmagóricas de Castaneda em seus estudos com Dom Juan, porque a magia nos é dada por direito de nascença, nem mais nem menos maravilhosa do que nossa capacidade de criar novos mundos em nossos sonhos e fantasias.

Claro, mesmo nosso conhecimento mais "fundamental" é suspeito, porque em uma realidade holográfica, como mostrou Pribram, mesmo eventos aleatórios devem ser considerados usando princípios holográficos e resolvidos dessa maneira. Sincronicidades ou coincidências de repente fazem sentido, e qualquer coisa pode ser vista como uma metáfora, porque mesmo uma cadeia de eventos aleatórios pode expressar algum tipo de simetria profunda.

Quer o paradigma holográfico de Bohm e Pribram ganhe aceitação científica convencional ou desapareça, é seguro dizer que já influenciou o modo de pensar de muitos cientistas. E mesmo que se verifique que o modelo holográfico não descreve adequadamente a interação instantânea de partículas elementares, pelo menos, como o físico do Birbeck College London Basil Hiley aponta, a descoberta de Aspect "mostra que devemos estar prontos para considerar novas abordagens radicais para compreender a realidade”.

Ouvi uma mensagem sobre essa descoberta de uma pessoa inteligente por volta de 1994, no entanto, em uma interpretação um pouco diferente. A experiência foi descrita a seguir. O fluxo de partículas elementares passou de alguma forma e atingiu o alvo. No meio desse caminho, algumas características das partículas foram medidas, obviamente aquelas cuja medição não tem um efeito significativo em seu destino posterior. Como resultado, verificou-se que os resultados dessas medições dependem de quais eventos acontecem com a partícula no alvo. Em outras palavras, a partícula de alguma forma "sabe" o que vai acontecer com ela no futuro próximo. Essa experiência faz pensar seriamente sobre a legitimidade dos postulados da teoria da relatividade em relação às partículas, e também lembrar de Nostradamus...

Tradução: Irina Mirzuitova, 1999