Horóscopos, gatos pretos, espelhos quebrados, bater na madeira, encontrar um trevo de quatro folhas... A superstição nos cerca e orienta muitas de nossas decisões diárias. Mas por que sucumbimos à superstição? Este artigo fornece uma série de explicações para a natureza da superstição e aquelas mecanismos psicológicos que fundamentam o comportamento supersticioso.

Você é uma pessoa supersticiosa? A maioria de nós é supersticiosa até certo ponto, alguns mais do que outros. Podemos ver manifestações de comportamento supersticioso em todos os lugares. E como você sabe, cada cultura tem suas próprias superstições. Por exemplo, na cultura chinesa, cortar as unhas tarde da noite é um símbolo de má sorte, pois pode atrair fantasmas. Além disso, cada pessoa também pode apresentar sinais pessoais e especiais com base em sua experiência de vida.

Aqui estão algumas das superstições que trazem boa sorte, ou bons presságios: encontre um trevo de quatro folhas; usar algo velho, algo novo, algo estrangeiro e algo azul para o casamento (este sinal veio para nossa cultura de Tradições ocidentais); cuspir e bater na madeira; Cruzar os dedos; jogue uma moeda na fonte; faça um desejo soprando uma vela, vendo uma estrela cadente ou quando seu cílio cai; ferraduras…

neuropsicológico

Entre os maus presságios que todos ouvem estão: andar embaixo da escada, dar flores amarelas, ver um gato preto cruzando seu caminho, derramar sal, quebrar um espelho, abrir um guarda-chuva dentro do quarto, sexta-feira 13...

A natureza da superstição

A superstição é a crença de que um evento ou ritual (evento 1) afeta outro evento (evento 2) de alguma forma, na ausência de qualquer relação real entre eles.

Alguns exemplos de superstições:

• Podemos, por exemplo, acreditar firmemente que vestindo uma camisa "feliz" pela manhã (evento 1), estaremos no nosso melhor em um encontro romântico naquela noite (evento 2).
• Outro exemplo de superstição é o ritual de soprar velinhas em um bolo de aniversário (evento 1), que ajuda desejo acalentado aniversário (evento 2).
• Há pessoas que têm certeza de que o trevo de quatro folhas encontrado (evento 1) as salvará dos problemas da vida (evento 2).

Fazer um desejo e soprar as velas de um bolo é um exemplo de comportamento supersticioso.

Como nascem as superstições? Teoria de Skinner: Condicionamento Operante

As superstições são baseadas em um fenômeno muito importante, que em psicologia é conhecido como condicionamento operante, e foi mencionado pela primeira vez por um famoso psicólogo americano B.F. Skinner no início do século XX.

Skinner realizou um experimento com pombos que consistia no seguinte: por alguns minutos por dia, um mecanismo embutido nas gaiolas lhes dava comida em intervalos regulares. Ao observar o comportamento dos pombos, verificou-se que o comportamento supersticioso é característico das aves. Eles acreditavam que, agindo de determinada maneira ou realizando algum tipo de atividade, poderiam aproximar o alimento.

De acordo com os resultados do estudo, três quartos dos pombos tornaram-se supersticiosos.

Como isso aconteceu? Por que os pombos de Skinner se tornaram supersticiosos? No momento em que a comida apareceu, o pombo estava realizando algum tipo de atividade, mais aleatória, por exemplo, movendo a cabeça de um lado para o outro. Quando ele vê comida, esse comportamento é reforçado ou recompensado. Desta forma, estabelece-se uma ligação entre os dois acontecimentos (aparecimento do alimento e movimento da cabeça), levando o pombo a acreditar que foi este movimento da cabeça que provocou o aparecimento do alimento. Então o pombo continua a mover a cabeça, na esperança de que a comida apareça novamente.

A mesma coisa acontece no corpo humano. Se, por exemplo, durante um encontro romântico de sucesso, estivéssemos vestindo uma determinada camisa "feliz", começamos a acreditar que é essa camisa que nos torna bem-sucedidos. Portanto, tendemos a usar a mesma camisa em todas as datas subsequentes para estar no topo.

Além disso, há também outro fenômeno, o chamado viés de confirmação. Sob a influência desse fenômeno, as pessoas tendem a buscar a confirmação de suas crenças, prestando atenção apenas aos fatos que as sustentam e ignorando todos os argumentos contrários. Assim, parecemos esquecer aqueles casos em que um encontro com um gato preto não nos trouxe nada de ruim, e só nos lembramos daqueles momentos em que um gato preto se tornou um “prenúncio” de fracasso. Assim, as superstições continuam a fazer parte de nossas vidas.

Por que somos supersticiosos?

De acordo com um estudo realizado na Universidade do Kansas, existem três razões pelas quais as pessoas são supersticiosas:

• Porque eles querem controlar (ou pensam que controlam) situações com um alto grau incerteza.
• Para reduzir sentimentos de desamparo e impotência.
• Porque às vezes é mais fácil acreditar em sinais do que aprender a suportar as dificuldades.

Pessoas supersticiosas, o que são?

De acordo com esses pesquisadores, é mais provável que as pessoas que acreditam no destino e acreditam que é o destino que controla suas vidas sejam inerentemente supersticiosas.

A superstição é mais comum em pessoas com locus de controle externo. Ou seja, aqueles que está acostumado a procurar as causas do que está acontecendo fora de si mesmo, muitas vezes culpando outras pessoas ou situações... locus interno ao controle aqueles que assumem que são responsáveis ​​por tudo o que lhes acontece são geralmente menos supersticiosos.

As mulheres tendem a ser mais supersticiosas que os homens. Isso pode ser devido à formação cultural da mulher que tradicionalmente tem sido a guardiã lareira, passava a maior parte do tempo em casa e dependia de um homem. A falta historicamente determinada de capacidade de tomar decisões e tomar a iniciativa com as próprias mãos faz com que as mulheres sintam uma falta de controle sobre suas próprias vidas.

Problemas de comportamento supersticioso

Na maioria dos casos, as superstições são inofensivas e, por si mesmas, não causam nenhum dano. Além disso, eles geralmente nos ajudam a controlar nossos níveis de ansiedade. No entanto, quando ultrapassam os limites adequados, pode ser perigoso.

• A superstição pode nos moldar vício em algum objeto ou amuleto, e se de repente a perdemos ou esquecemos, isso pode levar a um aumento no nível de ansiedade.
• Se costumamos ter esse importante objeto conosco em situações importantes, como uma entrevista ou um exame, então o fato de sua ausência pode afetar negativamente nosso trabalho, pois sem ele nos sentimos inseguros, desamparados.
• A superstição pode nos levar a acreditar que a pseudociência e a pseudomedicina são eficazes, quando na verdade não há evidências disso. Isso se aplica à homeopatia, "flores de Bach", feng shui, astrologia... Torna-se um problema no momento em que algumas pessoas substituem o tradicional tratamento médico, cuja eficácia é comprovada cientificamente, nesses tratamentos duvidosos. A maioria deles são inúteis e colocam em risco sua saúde.

Foi o que aconteceu com Steve Jobs, o fundador da Apple, que esperava curar o câncer com terapia pseudocientífica. Quando mudou de ideia e decidiu confiar na medicina convencional, já era tarde demais.

Como evitar o comportamento supersticioso?

De acordo com pesquisador americano Donald Saukir, existem métodos que nos ajudam a abandonar o comportamento supersticioso.

1- Assuma o controle de sua vida

Para evitar comportamentos supersticiosos, precisamos parar de acreditar na má sorte e assumir o controle do que fazemos. Você deve aceitar sua responsabilidade pelo que está acontecendo. Às vezes, usamos o fracasso para escapar da culpa, mas, em vez disso, devemos nos concentrar principalmente no que podemos fazer para evitar dificuldades e situações-problema no futuro.

2- Seja determinado e ativo

As pessoas menos ativas devem Ótimo trabalho tomam decisões e, via de regra, são facilmente supersticiosos. Pessoas proativas tendem a estar no controle de suas vidas, tomar decisões e tomar iniciativas. Portanto, eles são menos supersticiosos. Você mesmo atrai boa sorte para sua vida por suas próprias ações, e não por rituais e amuletos!

3- Evite situações em que você depende da má sorte

O fracasso não acontecerá se apenas coisas boas acontecerem. Se algo ruim acontecer e você considerar isso uma falha, transforme-o em um mecanismo de enfrentamento depois que o evento acontecer, não antes de começar. Como diz o ditado, resolva os problemas como eles vêm.

4- Controle seu nível de ansiedade de uma forma diferente

Livre-se do comportamento supersticioso e dos rituais que o acompanham. Se o fato de você não ter uma camisa ou caneta "feliz" em uma prova o deixa muito nervoso, tente usar técnicas de relaxamento para controlar seus níveis de ansiedade. Você também pode usar outros Conselho prático passar no exame e estar no topo.

Tradução de Alexandra Dyuzheva

Cada religião inclui um conjunto de ações especiais necessárias para que os crentes expressem sua pertença a uma comunidade religiosa e fortaleçam sua fé, sua identificação com essa comunidade. A totalidade dessas ações é geralmente culto religioso.

Um culto religioso para crentes é praticamente qualquer ação simbólica baseada na crença na possibilidade de influenciar objetos sobrenaturais e suas propriedades com sua ajuda. Ações de culto povos primitivos foram extremamente específicos. O xamã, voltando-se para os deuses e envolvendo os companheiros de tribo em ações rituais, pedia para enviar chuva ou boa sorte na caça. NO religiões modernas pedidos específicos não são necessários. O culto é necessário para que os crentes provem sua fé, que eles demonstram a Deus com a ajuda de um sistema especial de ações que geralmente acontecem em um templo (edifício religioso) sob a orientação de clérigos. A participação em tais atividades satisfaz parcialmente as necessidades básicas da vida social: a necessidade de comunicação, de pertencer a uma comunidade.

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em status social. Eles também realizam tarefas específicas funções psicológicas, por exemplo, removendo tensão emocional crentes. Uma análise sociopsicológica do culto grupal em uma igreja nos permite distinguir três estágios sucessivos, durante os quais há um aumento da tensão emocional, depois uma culminação e, finalmente, uma descarga na forma de um aumento de emoções positivas calmas. Isso manifesta uma espécie de efeito psicoterapêutico do culto.

“No processo de realização de ações de culto religioso, há um reforço e fortalecimento dos sentimentos religiosos nas mentes dos crentes de acordo com as mesmas leis pelas quais os humores da multidão são formados e fortalecidos. Ao mesmo tempo, podemos observar a ação de mecanismos psicológicos inerentes ao comportamento espontâneo. Este é um mecanismo de sugestão, imitação e infecção” (Evgenyeva, 1988). Em um culto religioso, são usadas várias ferramentas de influência ativa na psique das pessoas. lado emocional na verdade, as ações de culto são reforçadas por um sistema de símbolos religiosos, muitas vezes expressos por meio de imagens artísticas. O culto quase certamente contém música, cantos, longas repetições rítmicas de palavras monótonas e movimentos que causam certas emoções.

Vamos dar apenas um exemplo, embora bastante convincente. Em 1953, uma mensagem patriarcal especial foi enviada a todos os reitores das catedrais de Moscou, na qual eles eram fortemente recomendados para criar um “clima especial” para todos aqueles que rezam, para levar em conta absolutamente tudo durante os serviços divinos, até a iluminação e hinos, para que nada estranho, terreno, distraia os adoradores de alta aspiração para Deus. Esta mensagem dizia, em particular, que a iluminação forte na catedral não estimula a oração, privando o véu do mistério e da expectativa, e era recomendado ter uma luz fraca no templo, pois o tremeluzir das lâmpadas e das velas de cera mais combina com o humor dos que rezam. “Quanto mais escuro estiver no templo”, dizia a mensagem, “quanto mais brilhante a luz divina interior arderá nos corações daqueles que oram, mais eficaz será a oração e mais acessível a confissão” 1 .

O fenômeno de infecção emocional mútua, geralmente observado durante feriados religiosos envolvendo um grande número crentes, sempre cria um estado emocional geral que conduz à ação efetiva mecanismos de sugestão e auto-hipnose. Exemplos típicos desse efeito são visões em massa e outros "milagres" religiosos. Assim, as impressões da visão da Santa Virgem Maria, que apareceu em 1858 às meninas em Lourdes (França), e em 1917 a todo um grupo de crentes em Fátima (Portugal), rapidamente se espalharam pelas multidões. moradores locais e depois em numerosos peregrinos. Em 1979, durante a revolução no Irã, muitos milhares de pessoas em Teerã viram um retrato do aiatolá Khomeini na lua em lua cheia. Existem muitos exemplos desse tipo. De modo geral, observou-se com bastante razão: "... um culto religioso tornou-se a primeira forma organizada de manipulação da consciência das massas na história da sociedade" (Evgenyeva, 1988).

Entre as ações religiosas baseadas no fenômeno psicológico da fé, normalmente se destacam três: a oração, o sacrifício, a confissão. Psicologicamente para

"Veja: Journal of the Moscow Patriarchy, 1956, No. 6. S. 46.

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costumam aproximar-se bastante de algumas ações semelhantes baseadas na chamada falsa fé - superstição, preconceito e premonições.

Nas origens psicologia da oração mentira uma conspiração mágica e feitiços. Estas são palavras que supostamente têm um poder e uma propriedade milagrosas para agir não apenas sobre outras pessoas, animais e forças da natureza, mas também sobre espíritos e deuses. Estes são os mesmos, agora quase todos os dias: “Desapareça! Espalhe! Se perder! Desaparecer! Sair!"

Tendo aprendido o poder sugestivo da palavra e da comunicação interpessoal verbal sobre si mesmo, uma vez uma pessoa acreditava que de maneira semelhante poderia se proteger de atacar pessoas, animais e espíritos malignos. Com o tempo, o feitiço tornou-se grato e suplicante - na gratidão, há sempre um elemento de um pedido oculto, por assim dizer, "da próxima vez". Então, gradualmente, o feitiço se transformou em uma oração, que muitas vezes contém um pedido de milagre. A oração em grupo é geralmente considerada a mais eficaz, mas a oração individual também é praticada.

Abadessa Euphrasia, abadessa do mosteiro em Dyalu Targovishte (romeno Igreja Ortodoxa) escreveu: “As pessoas hoje são secularizadas e fogem da oração, porque têm medo de olhar para própria vida que muitas vezes é caótico, sem sentido e indefinido em Deus. A oração restaura o espírito humano, informando-o do estado de estar em fraternidade e amor com outras pessoas. Faz de uma pessoa uma pessoa. Um homem reza, voltando o rosto para Deus, como um girassol volta-se para o sol, a Fonte da vida e da unidade” 1 .

O cético escritor russo I. M. Turgenev disse que qualquer oração, em essência, sempre se resume a apenas uma coisa: “Faça, Senhor, para que duas vezes dois não sejam quatro, mas cinco!” Por outro lado, às vezes não. Médicos de um dos centros médicos dos EUA realizaram um experimento interessante no final dos anos 90 do século XX. Setenta e cinco mulheres cristãs idosas oraram pela recuperação de pessoas doentes desconhecidas para elas. Descobriu-se que no grupo de pacientes “consertados”, as complicações pós-operatórias foram até 10% menores do que no outro grupo “controle” 2 . Começa então o problema da escolha que cada pessoa fará, é claro, levando em conta sua própria crença na correção de uma determinada posição.

Sacrifício - um dos cultos religiosos mais antigos. Nesse ato, de forma fantástica, refletiu-se a norma tradicional das relações humanas ordinárias de assistência mútua ou venda e compra: "Você me dá - eu te dou". O antigo filósofo ateu grego Lucian disse: “Os deuses não fazem nada de graça, mas vendem às pessoas vários benefícios...” por antigos pecados ou novas bênçãos.

Psicologia da confissão associada à psicologia da oração e do sacrifício. Arrependendo-se dos pecados, o crente não apenas “pede perdão” - ele acredita que se você pedir bem, então o perdão será realmente recebido. O ato desagradável de "consciência no

1 Eufrásia. A vida em toda a sua plenitude: a experiência monástica. // Jornal do Patriarcado de Moscou, 1984.
Nº 2. S. 68.

2 Ver: Ela, 2000, nº 1, p. 36.

3 Cit. por: Platonov K. K. Psicologia da religião. // Psicologia Social. Moscou: Politizdat, 197:
S. 307.

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yannom” (especialmente com um sentido desenvolvido de “orgulho”) é experimentado como uma espécie de sacrifício que será recompensado. Há um outro lado da confissão, que reflete a conhecida sabedoria mundana: a alegria compartilhada é dupla alegria, a dor compartilhada é meia dor. No processo de confissão, o crente, por assim dizer, transfere o fardo da ação sobre os ombros do confessor, compartilha com ele tanto a ação quanto a responsabilidade por ela. Isso aumenta o efeito da catarse, característica não apenas da oração, mas também de qualquer conversa franca com um amigo sobre seus problemas e dificuldades. Esta é a chave para o sucesso não só de confessores, mas também de psicanalistas e psicoterapeutas de várias escolas.

A psicologia da superstição

Segundo K. K. Platonov, superstição são fragmentos vestigiais de religiões passadas. Estes são, por assim dizer, cemitérios de antigos deuses e cultos associados a eles na psicologia de classe. Às vezes, porém, são também crenças adquiridas, novas, de origem psicológica próxima da neurose. estados obsessivos. Por causa disso, é quase impossível combatê-los - eles constituem o "revestimento cotidiano" de nossa consciência.

Exemplo típico superstição é uma ideia da conexão que supostamente existe entre um objeto que funciona como um amuleto e boa sorte nos negócios. E também, pelo contrário, entre um mau presságio e subsequentes fracassos e até infortúnios humanos. Qualquer ocorrência comum e comum na vida pode servir de sinal. Assim, nos países europeus, é costume considerar um encontro com um gato preto como um prenúncio de infortúnio. Nos Estados Unidos e na América Latina, acredita-se que quem passar por baixo de uma escada terá grandes problemas. Para verificação, em 1939, durante a Exposição Mundial de Nova York, foi realizada uma espécie de experimento psicológico. Uma grande escada foi colocada no saguão. Não interferiu de forma alguma na passagem, mas 70% dos vários milhões de visitantes da exposição optaram por fazer um desvio especial para contorná-la.

A explicação psicológica para a maioria das superstições existentes é a busca de uma conexão lógica entre eventos que ocorrem um após o outro. Funciona aqui fórmula famosa: depois disso - significa, como resultado disso. Claro, isso é uma falácia lógica. No entanto, na psicologia das massas, a noção de uma conexão sobrenatural completamente possível entre fenômenos próximos ou coincidentes no tempo ainda continua sendo preservada e serve como fonte de fé em presságios, presságios e adivinhações. A seletividade especial de nossa memória também ajuda aqui: um presságio que se concretizou ou algum tipo de previsão é lembrado melhor do que uma dúzia que não se concretizou. F. Bacon escreveu sobre isso: “Esta é a base de quase todas as superstições - na astrologia, nos sonhos, nos presságios, nas definições divinas e assim por diante. As pessoas que se entregam a esse tipo de alarido celebram o evento que se tornou realidade e ignoram aquele que enganou, embora o último aconteça com muito mais frequência ”(Bacon, 1935).

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previsões, adivinhação, horóscopos etc. No final dos anos 80. No século 20, havia 12.000 astrólogos apenas nos Estados Unidos, outros 175.000 americanos combinavam astrologia com outras atividades e 1.250 jornais americanos publicavam regularmente horóscopos 1 . Hoje, nosso país não está muito atrás desses indicadores. Como o poeta A. Blok disse sobre tais fenômenos há cem anos: "O início do século, a decadência, a loucura da intelectualidade".

Uma das superstições típicas é a crença em premonições. Sua base é a substituição de suposições de presságio. Uma suposição é uma suposição de um evento, cuja probabilidade ainda não é conhecida. A capacidade de adivinhar propriedade valiosa intelecto. No entanto, a combinação de especulação com uma sensação de antecipação ansiosa é muitas vezes experimentada pelas pessoas como uma premonição. Isso geralmente ocorre em condições de perigo real ou potencial e tensão nervosa, estresse. Se o desenvolvimento dos eventos não confirma o pressentimento, ele é facilmente esquecido. No entanto, a confirmação de uma premonição, ao contrário, é lembrada involuntariamente. Assim se cria uma crença supersticiosa, que facilmente se transforma em preconceito: "um pressentimento nunca me engana".

Perto da fé em premonições e fé em adivinhação, desenvolvendo de acordo com um mecanismo semelhante. Adivinhação em uma camomila (“ama - não ama ...”), jogar “par - ímpar” e hábitos semelhantes também são um tipo de preconceito e superstição.

As superstições são condenadas pela religião dogmática, embora natureza psicológica e a estrutura da superstição às vezes difere pouco da fé canonizada. As diferenças muitas vezes se resumem principalmente aos componentes ideológicos que determinam o conteúdo da superstição.

Por um lado, as superstições estão muito próximas da fé. No entanto, por outro lado, muitas vezes se confundem com o preconceito. Esses dois fenômenos da psicologia religiosa são muitas vezes confundidos um com o outro. NO estrutura psicológica a superstição é geralmente dominada por um senso de fé que inibe o pensamento. A superstição é mais experiente do que compreendida. Baseia-se apenas em emoções. Até mesmo B. Spinoza afirmou certa vez com razão: "... O medo é a razão pela qual a superstição surge, é preservada e sustentada" (Spinoza, 1957). Preconceito por outro lado, este é um fenômeno de uma "imagem do mundo" errônea, em sua estrutura psicológica predomina o elemento de pensamento, compreensão incorreta e geralmente inspirada de fora. O preconceito não acontece sem superstição - esta entra como elemento em sua estrutura. Ao mesmo tempo, tanto a superstição quanto o preconceito são sempre fenômenos da psicologia cotidiana das massas, unidos sob uma rubrica comum.

B. Spinoza considerou superstições, embora falsas, mas ainda naturais para as grandes massas. Ele acreditava sinceramente que era impossível, e talvez desnecessário, livrar a multidão de superstições. Voltaire proclamou a conhecida tese: "Se Deus não existisse, teria de ser inventado". P. A. Holbach escreveu: “... O ateísmo, como a filosofia e todas as ciências abstratas sérias, está além da capacidade da multidão e mesmo da maioria das pessoas” (Holbach, 1963). Assim, a psicologia da superstição é uma base ainda mais antiga e ampla para a psicologia das massas do que a própria psicologia da religião.

1 Veja: Evgenyeva T.V. Psicologia da religião e problemas de trabalhar com crentes. M.: editora do Instituto de Ciências Sociais do Comitê Central do PCUS, 1988.

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Atualmente Lugar importante na mente de uma parte significativa da população do nosso país são superstições. O tema da superstição permanece insuficientemente estudado na psicologia. Parece possível destacar uma série de abordagens para a análise das superstições como um fenômeno mental.

A superstição é a crença na ação de forças que não são explicadas pelas leis da natureza, que têm um efeito benéfico ou má influência na vida das pessoas e animais domésticos, e também determinar fenômenos famosos natureza (tempo, crescimento, nascimento, morte). Parece possível destacar uma série de abordagens para a análise das superstições como um fenômeno mental.

abordagem cognitiva. Nesse caso, as superstições são analisadas como representações, como tentar entender o inexplicável e desconhecido.

Então, L. Levy-Bruhl considera a superstição como uma espécie de ideias coletivas que surgem por transmissão de geração em geração como resultado dos mecanismos de sugestão, infecção e imitação. Nas superstições, elementos cognitivos são misturados com experiências emocionais causadas pelos fenômenos do mundo circundante.

A. Leman salienta que, com a ajuda de operações mágicas, a humanidade sempre se empenhou no conhecimento de factos que se situam fora dos limites da experiência normal e são inexplicáveis ​​de formas geralmente aceites; tentou ganhar poder sobre o mundo exterior, inatingível por meios comuns.

De acordo com P.P. Blonsky, superstições desempenham um papel enorme na "ciência primitiva", sendo a perpetuação de alguns precedentes para sempre e permitindo que você preveja o futuro. Aqueles. superstições podem ser consideradas elementares memória e imaginação.

P.Ya. Galperin indica uma função de superstição como classificação e generalização de impressões do mundo circundante, mas estipula que isso acontece com base em signos visuais, diretamente percebidos e relacionados situacionalmente, pelo que as propriedades essenciais dos objetos permanecem incompreendidas. Na superstição, o sujeito é ruim em separar suas ideias do objeto que as causou. De C. Lévi-Strauss , as classificações primitivas, embora baseadas em semelhanças e diferenças percebidas sensualmente, servem para dinamizar e organizar o mundo externo, para superar o caos.

IR Gabdullin sustenta a opinião de que os preconceitos desempenham o papel de julgamentos preliminares a priori: uma pessoa que vive nas preocupações cotidianas adere ao pensamento prático, dividindo os objetos em classes de acordo com características grosseiras (e não essenciais), e não o raciocínio, porque a ignorância em algum assunto o impede de ser eficaz. O preconceito é característica supergeneralizada e supercategórica, mostrando-se não apenas no ato cognitivo, mas também expressando experiência emocional que supera o raciocínio racional.

De acordo com V. Mezentseva , as superstições são baseadas na crença no milagroso, sobrenatural, decorrente de falta de conhecimento. Tudo o que ultrapassa os limites da experiência cotidiana e não se enquadra nas ideias usuais é percebido como sobrenatural.

G.G. Pocheptsov define superstição como preconceito, consistindo no fato de que o indivíduo toma como realidade forças desconhecidas que podem pressagiar eventos, e considera possível influenciá-los. A superstição inclui a suposição de que essas forças podem ser defendidas ou comprometidas. A estabilidade das superstições se deve ao fato de que os casos de sua confirmação são firmemente fixados e os fatos de falácia são reprimidos. O desejo de olhar para o futuro próximo e evitar situações adversas contribui para a preservação e disseminação de superstições. Superstições se espalham mais amplamente em circunstâncias extremas.

I. Dzyaloshinskiy acredita que a superstição é um sistema de percepção e descrição do mundo, que tem caráter de realismo moral - o mundo é entendido como inequívoco oposição entre as forças do bem e do mal.

Então, podemos dizer que a superstição - é um conhecimento inflexível, com dificuldade ou sem mudança, limitado ao uso em atividades domésticas diárias não relacionadas a trabalho mental. A superstição pode ser vista como uma forma reflexão mental mundo circundante e interior, que não requer evidência lógica e contente com qualquer solução proposta em resposta à necessidade cognitiva emergente. As superstições permitem que o conhecimento seja realizado de forma simplificada e visual sem depender de conceitos científicos abstratos.

Outra abordagem para entender a superstição pode ser considerada abordagem afetivo-motivacional, a partir da posição de que as superstições são consideradas como um fenômeno mental afetivamente saturado que desempenha a função proteção emocional. Essa abordagem foi estabelecida L. Levy-Brulem.

B. Russel considerava o irracionalismo como a descrença em fatos objetivos obtidos por métodos objetivos, e como indulgência humana seus desejos e emoções inconscientes imediatos. A crença numa realidade diferente daquela de que falam os sentidos surge num estado de tensão emocional.

Segundo alguns autores, as superstições função psicoterapêutica: dar esperança de imortalidade, aliviar o medo da morte, dar confiança na própria existência, tranquilizar, especialmente em situações difíceis e arriscadas.

A sensação de impotência diante do misterioso e do incognoscível faz com que a pessoa ignore as contradições da experiência direta e conecte fenômenos entre si que, na verdade, não estão conectados por nenhuma relação, ou seja, pense racionalmente.

V. I. Lebedev Como fatores psicológicos da superstição, ele chama o medo da morte, solidão, sensação de impotência, tristeza, intensificada em condições extremas de recessão econômica, inflação, desemprego, declínio cultural. Em estado de desorganização atividade mental, ansiedade, afeto, a sugestionabilidade subjacente misticismo.

EU IRIA. Yalom acredita que a função das crenças mágicas é proteção do indivíduo do medo do envelhecimento e da morte, do medo da realidade. Crenças ilusórias dessensibilizam a dor da existência: perda, luto, solidão, amor não correspondido, depressão, falta de sentido na vida, a inevitabilidade da morte. Incentivando uma pessoa, eles não permitem que ela conheça seus sentimentos, pensamentos e desejos.

De fato, uma clara consciência da morte, em oposição às formas míticas de negá-la, torna o indivíduo sábio e enriquece sua vida. Com uma visão irracional do mundo, segundo esse autor, o medo da liberdade e da responsabilidade também está intimamente relacionado. A liberdade está inextricavelmente ligada à ansiedade, porque. exige que a própria pessoa seja responsável por suas decisões, ações, dificuldades, e também que aplique esforços volitivos para mudar sua vida. Responsabilidade significa a autoria do próprio projeto de vida. As pessoas costumam resistir a assumir responsabilidades e perceber-se como o criador de seus problemas e dificuldades da vida.

D.V. Olshansky mostra que as superstições são um mecanismo de defesa psicológica, auto-ajuda para pessoas que sofrem de ansiedade constante, que dificilmente suportam um estado de incerteza, que precisam de controle psicológico, procurando ver as coisas apenas em preto e branco.

Seguindo a teoria A. Maslow , podemos dizer que as superstições como formas estereotipadas e habituais de resolver problemas permitem que uma pessoa lide com seu medo do desconhecido e da incerteza e, assim, contribua para sua adaptação a fenômenos estáticos e repetitivos. Ao mesmo tempo, as superstições impedem a transformação e o desenvolvimento do mundo circundante, a criatividade e a engenhosidade. Como resultado, a superstição como fenômeno afetivo interfere na realização das capacidades cognitivas e criativas do indivíduo, ao mesmo tempo em que lhe proporciona segurança, proteção, familiaridade; pensamento criativo liberta a pessoa da ansiedade diante do desconhecido, da influência do passado, costumes e convenções.

Resumindo tudo o que foi dito, pode-se afirmar que superstições aliviam uma pessoa do medo do desconhecido, dão origem à "confiança amanhã". Falta de confiança adequada em situações de crise reforça a necessidade do indivíduo de ser guiado em sua própria Vida cotidiana tradições e rituais seculares estabelecidos, que podem incluir superstição. As ideias supersticiosas são baseadas em vários medos, muitas vezes irracionais, inexplicáveis; o comportamento supersticioso de uma pessoa é impulsionado pelo desejo de se livrar das experiências afetivas que pesam sobre ela.

Seguindo os sinais, uma pessoa se esforça proteger sua identidade e esfera emocional de sentimentos desconfortáveis. A maioria dos autores concorda que as superstições dão a uma pessoa que está com medo ou ansiosa uma sensação de segurança e proteção.

Intimamente relacionado com o acima abordagem psicanalítica. Z. Freud considerava a superstição o resultado da projeção, ou seja, a transferência por uma pessoa para fora dos motivos inconscientes de seu comportamento. Sentindo vagamente o condicionamento interno de suas ações, mas não encontrando uma explicação satisfatória para elas, uma pessoa supersticiosa, como uma paranóica, começa a colocar a fonte das superstições no mundo exterior. O papel compensatório da superstição também foi apontado L. Demoz e E. Bleiler.

De acordo com E. Berna , muitas superstições são baseadas na ideia de onipotência de pensamentos e sentimentos, em sua superestimação, distorcendo a percepção do mundo real. Além disso, as imagens do mundo circundante são distorcidas pela saturação excessiva de superstições com emoções (tensão, ansiedade, etc.), o que viola uma atitude razoável em relação à realidade.

A magia, assim como o conhecimento objetivo, é usada para a satisfação de necessidades mais rápida e menos perigosa, mas ao contrário conhecimento científico- sem levar em conta relações objetivas de causa e efeito, sem uma ideia precisa da realidade, com controle insuficiente de si mesmo, dos outros e da natureza, ou seja, o princípio de realidade é sacrificado ao princípio do prazer.

Baseado na teoria E. Fromm , a superstição pode ser vista como a dependência do sujeito (muitas vezes inconsciente) de alguma força externa, destinada a proteger, cuidar e ser responsável pelos resultados de suas próprias ações. E. Fromm chama isso força externa ajudante mágico. Um ajudante mágico, personificado na superstição como divindades, bruxas, curandeiros e outras pessoas com habilidades mágicas e sobrenaturais, é chamado para ajudar uma pessoa a satisfazer suas necessidades. necessidades atuais sem nenhum esforço próprio. Em maior ou menor grau, a atividade de uma pessoa supersticiosa visa manipular um assistente mágico e forçá-lo a realizar seus desejos.

Assim, de acordo com a abordagem psicanalítica como um todo, as superstições substituem o conhecimento perdido e preenchem necessidades não satisfeitas com base na atribuição adverbial e objetal.

De acordo com comportamental abordagem, as superstições são comportamento estendido ou reduzido. Os behavioristas veem a superstição como uma consequência natural da incapacidade de compreender a existência (ausência) de relações causais entre o próprio comportamento e os eventos subsequentes no mundo. O comportamento supersticioso é o comportamento que surge e é mantido como resultado de um reforço aleatório que de fato não é consistente com ele.

Em concordância com sociais e morais abordagem, a superstição pode ser considerada regulador relações Públicas , comportamento em um grupo, o portador da moralidade. Em particular, B. Russel considera a superstição (preconceito) como um pilar da moralidade.

Do ponto de vista E.A. Grushko e Yu.M. Medvedev , a superstição é uma experiência concentrada de comunicação com a natureza das gerações anteriores, determinando as condições de sobrevivência, tabuando o mundo ao redor. Esses autores veem o renascimento da superstição como voltou para Sabedoria popular e cultura porque ajudam a proteger-se dos problemas mundanos e morais.

As superstições regulam o comportamento das pessoas através personificação de normas sociais e morais. Eles encorajam o comportamento socialmente útil e as qualidades de caráter - diligência, boa vontade, não conflito, obediência. Superstição também é tabu tipos diferentes alguma atividade.

Graças à superstição salvo e distribuído valores sociais e código de conduta. O comportamento supersticioso é uma maneira eficaz de controlar um grupo por meio do apego imperativo a um sistema de normas e proibições morais. Um modo de comportamento emprestado do passado serve como padrão, excluindo qualquer inovação e desvios da causa padrão sanções negativas. A norma de comportamento consagrada na superstição é caracterizada pelo reconhecimento universal na sociedade ou em um grupo. Permissões e proibições desse tipo não precisam ser repensadas ou justificadas: a questão de qual é o objetivo da proibição e de quem ela vem não se coloca diante do indivíduo.

Como parte de abordagem evolucionista superstições são entendidas como vestígio da tradição religiosa que existiam no primitivo e culturas antigas; como um comportamento que antes fazia sentido, mas depois o perdeu.

Então, K.K. Platonov chama superstições de fragmentos vestigiais de religiões passadas.

Do ponto de vista B.F. Porshneva , superstições como manifestações da consciência pré-histórica, são produto da falta de liberdade inerente às tradições e costumes tribais.

De acordo com M. Muller , inicialmente, no momento de sua ocorrência, algum significado foi concluído nas superstições, possivelmente tendo um caráter situacional, mas desarrazoadamente generalizado. Posteriormente, passando de geração em geração, essa crença cada vez mais perdeu seu significado, ou seja, ligação com o progenitor.

V.Ya. Prop considera a superstição, juntamente com a feitiçaria e a magia, como um costume ou ritual deslocado e perseguido realizado secretamente e não compatível com a economia e estrutura social nacionalidades em este estágio seu desenvolvimento.

A abordagem afetivo-motivacional das superstições nos parece a mais produtiva, pois não há dúvida de que as superstições, antes de tudo, desempenham uma função afetivo-protetora.

Cada religião inclui um conjunto de ações especiais necessárias para que os crentes expressem sua pertença a uma comunidade religiosa e fortaleçam sua fé, sua identificação com essa comunidade. A combinação de tais ações geralmente constitui um culto religioso.

Culto religioso para crentes- quase todos ações simbólicas baseado na crença na possibilidade de influenciar objetos sobrenaturais e suas propriedades com sua ajuda. A participação em tais atividades satisfaz parcialmente as necessidades básicas da vida social: a necessidade de comunicação, de pertencer a uma comunidade.

Eles fazem e funções psicológicas específicas, em particular, aliviar o estresse emocional dos crentes.

Análise sociopsicológica o culto em grupo na igreja nos permite distinguir três estágios sucessivos, durante os quais há um aumento na tensão emocional, depois um clímax e, finalmente, uma descarga na forma de um aumento nas emoções positivas calmas. Isso manifesta uma espécie de efeito psicoterapêutico do culto.

O fenômeno da infecção emocional mútua, geralmente observado durante feriados religiosos com a participação de um grande número de fiéis, sempre cria um estado emocional geral que contribui para o funcionamento eficaz dos mecanismos de sugestão e auto-hipnose.

Nas origens psicologia da oração mentira uma conspiração mágica e feitiços. São palavras que têm o poder e a propriedade milagrosos de agir não apenas sobre outras pessoas, animais e forças da natureza, mas também sobre espíritos e deuses (o poder sugestivo de uma palavra e a comunicação interpessoal verbal sobre si mesmo, que de forma semelhante pode se proteger de atacar pessoas, animais e espíritos malignos) Com o tempo, o feitiço tornou-se grato e suplicante.

Psicologia da confissão associada à psicologia da oração e do sacrifício. Arrependendo-se dos pecados, o crente não apenas “pede perdão” - ele acredita que, se você pedir, o perdão será realmente recebido.

O outro lado da confissão, refletindo a sabedoria mundana: alegria compartilhada é dupla alegria, dor compartilhada é meia tristeza. No processo de confissão, o crente, por assim dizer, transfere o fardo da ação sobre os ombros do confessor, compartilha com ele tanto a ação quanto a responsabilidade por ela. Isso aumenta o efeito da catarse, característica não apenas da oração, mas também de qualquer conversa franca com um amigo sobre seus problemas e dificuldades. Esta é a chave para o sucesso não só de confessores, mas também de psicanalistas e psicoterapeutas de várias escolas.

A psicologia da superstição

De acordo com K. K. Platonov, as superstições são fragmentos rudimentares de religiões passadas e cultos relacionados na psicologia de massa. Essas também são crenças novas adquiridas, próximas em origem psicológica ao transtorno obsessivo-compulsivo. Por causa disso, é quase impossível combatê-los - eles constituem o "revestimento cotidiano" de nossa consciência.

A explicação psicológica para a maioria das superstições existentes é a busca de uma conexão lógica entre eventos que ocorrem um após o outro. Aqui a fórmula funciona: depois disso, quer dizer, por causa disso. Na psicologia das massas, a noção de uma possível conexão sobrenatural entre fenômenos próximos ou coincidentes no tempo ainda continua sendo preservada e serve como fonte de fé em presságios, presságios e adivinhações. A seletividade especial de nossa memória também ajuda aqui: um presságio que se concretizou ou algum tipo de previsão é lembrado melhor do que uma dúzia que não se concretizou.

Motivos para recorrer à religião

Numerosas pesquisas sociológicas e estudos sociopsicológicos especializados permitem diferenciar a psicologia religiosa das massas, isolar grupos de crentes cuja comunidade religiosa é construída sobre vários motivos para se voltar para a religião.

É o motivo da conversão que está no centro da missa que se forma psicologicamente ao redor da igreja. Existem seis motivos obviamente diferentes - portanto, podemos falar sobre seis variantes da psicologia religiosa das massas:

· O primeiro grupo de crentes- pessoas para quem a religião atua como sua própria forma de conhecimento do mundo. Geralmente são pessoas extremamente mal educadas que simplesmente não têm outra “imagem do mundo”. Por outro lado, eles conhecem muito bem a ontologia bíblica, toda a base mitológica da religião. A criação do mundo e do homem por Deus, a presença do céu e do inferno, a vida após a morte são coisas bastante reais para eles.

· Ao segundo grupo incluem crentes cujo motivo principal é a expectativa da bem-aventurança celestial após a morte. Tal motivo é gerado por condições de vida difíceis, muitas necessidades insatisfeitas, além do medo da morte. Como você sabe, na maioria das religiões, a descrição do paraíso é preenchida com as mais coisas agradáveis. O Alcorão, nascido na seca do deserto da Arábia, ensina sobre o paraíso: “Nele há rios de água que não estraga, e rios de leite, cujo sabor não muda, e rios de vinho, agradáveis ​​para os bebedores; rios de mel purificado” (Alcorão, 1963). De todas as teorias religiosas, esses crentes são os que melhor conhecem e se lembram dos princípios da imortalidade da alma e da existência de uma vida após a morte. O medo da morte, embora nem sempre de forma consciente, ocupa um lugar significativo na mente dos crentes modernos. É impossível para o corpo evitá-lo, o que significa que se deve consolar-se com a imortalidade da alma.

· O terceiro grupo de crentes na religião, não é a crença no sobrenatural que interessa, mas o próprio culto religioso. O motivo de sua participação nas atividades do culto não é tanto a crença de que com sua ajuda podem influenciar forças sobrenaturais, mas a satisfação da necessidade de comunicação, identificando-se com um determinado grande grupo, que essa participação proporciona. Via de regra, são pessoas solitárias que não encontraram seu lugar nos grupos a que pertencem objetivamente na vida secular, vivenciando profundamente o fenômeno da alienação. Geralmente eles não conhecem bem os dogmas religiosos - exceto aqueles relacionados às atividades de culto. O número dessas pessoas está aumentando à medida que a sociedade é marginalizada.

· Para o quarto grupo os crentes são caracterizados pela crença na necessidade da religião para preservar a moralidade humana. Existem especialmente muitas dessas pessoas entre os muçulmanos, cuja vida é quase completamente regulada pela Sharia - um conjunto de normas religiosas e morais, legais e muitas outras baseadas no Alcorão. A base de sua religiosidade é a convicção de que sem religião, sem o temor do castigo de Deus, quaisquer normas morais universais serão constantemente violadas. O principal para eles não é a participação em um culto religioso, mas a disseminação de princípios religiosos morais e éticos.

· Quinto é real grupo existente - estes são crentes "apenas no caso." No mundo de hoje, a baixa intensidade de fé é comum. Nesse sentido, cresce o número de pessoas, “por via das dúvidas”, cumprindo de tempos em tempos as prescrições básicas e mais simples da religião, como que por tradição, repassada de familiares mais velhos ou de um grupo social de referência. Via de regra, essas pessoas raramente pensam na essência profunda das prescrições religiosas, agindo com base no princípio: “E se realmente houver um Deus?”.

· Como o sexto grupo pessoas disfarçadas de crentes são frequentemente apontadas. É sobre não sobre manipuladores, embora existam alguns, e não sobre aqueles para quem a religião é uma profissão e uma fonte de renda (entre os pregadores de seitas novas, a exemplo do chefe da seita Moonista S. M. Moon, o ex-ditador da Guatemala R . Montt, não é esquecido logo após ingressar no cargo em 1982, declarou-se um "profeta" nomeado pelo próprio Deus para salvar o país).

Problema sério reside no fato de que em países onde a pertença a uma determinada religião serve como critério de "confiabilidade" política e social, o principal, e às vezes o único motivo para recorrer à religião é o desejo de adquirir um status social mais elevado. Naturalmente, é por esse status que eles vão à igreja.

Os grupos listados e as diferenças entre seus representantes são em grande parte condicionais. Longe de esgotar todos os motivos possíveis para recorrer à religião, não excluem a existência tipos mistos- crentes cuja religiosidade é determinada simultaneamente por vários motivos. No entanto, mesmo assim, a análise mais primária da motivação religiosa parece ser bastante produtiva para uma compreensão mais profunda da realidade que é comumente referida como “psicologia religiosa das massas”.

Principais conclusões

1. A religião é uma forma consciência pública.

O objeto principal da psicologia da religião como uma seção Psicologia Social- a consciência religiosa cotidiana das grandes massas de crentes, ou, em outras palavras, a psicologia religiosa como um dos elementos da consciência cotidiana em geral. Do ponto de vista secular, existem três grupos principais de raízes da psicologia religiosa. raízes sociais geralmente estão associados à busca de alguma saída para as dificuldades cotidianas da vida associadas à desigualdade social das pessoas. Raízes epistemológicas - com conhecimento humano limitado, às vezes distorcendo a imagem do mundo real.

As raízes sociopsicológicas estão associadas a quatro pontos principais:

1. Primeiro, com a capacidade da consciência de formar conceitos abstratos como o conceito de "Deus".

2. Em segundo lugar, com componentes inconscientes pensamento e atividade, nem sempre claros para a própria pessoa e associados a forças sobrenaturais.

3. Em terceiro lugar, com emoções humanas exigindo uma saída - em particular, na religião.

4. Em quarto lugar, com a divisão psicológica "nós - eles", que fundamenta a formação das comunidades religiosas.

Há cinco funções sociopsicológicas da religião: integradora, comunicativa, compensatória, ideológica e reguladora.

Característica especialé o despertar em uma pessoa de um senso de fé e a manutenção desse sentimento nele.

Fé - um sentimento que cria a ilusão do conhecimento e a realidade do que é criado pela fantasia com a participação do mesmo sentimento. A fé é um componente essencial da consciência religiosa. Via de regra, a fé se expressa na aceitação de certas afirmações sem provas. Declarações desse tipo não surgem espontaneamente na mente. pessoa individual e não são o resultado da análise das próprias experiências das pessoas. Geralmente estão embutidos em consciência de massa, e em pronto. De acordo com o mecanismo de propagação, a fé está associada à fenômenos psicológicos sugestão, infecção e imitação e como resultado da ação desses fenômenos, e como a vontade das pessoas de sucumbir à sua ação. O sentimento de fé, como qualquer estado emocional, está sujeito à influência da "reação circular" e do "turbilhão emocional". Portanto, a fé, por um lado, facilmente forma uma massa de crentes e, por outro, sua difusão e fortalecimento ocorre justamente na massa. Somente na missa a fé pode atingir o nível de paixão irreprimível e tomar a forma de êxtase religioso.

Qualquer religião inclui um conjunto de ações especiais necessárias para que os crentes expressem sua pertença a uma comunidade religiosa e fortaleçam sua fé e sua identificação pessoal com essa comunidade. A totalidade de tais ações é um culto religioso. culto religioso para os crentes, são praticamente quaisquer ações simbólicas baseadas na crença na possibilidade de influenciar objetos sobrenaturais e suas propriedades com sua ajuda. Elementos essenciais culto religioso - oração, formas diferentes sacrifício e confissão.

Existem seis motivos principais conversão de pessoas à religião

1. Em primeiro lugar, a religião atrai como forma de conhecimento e compreensão do mundo.

2. Em segundo lugar, cativa com a expectativa da bem-aventurança celestial após a morte.

3. Em terceiro lugar, atrai o próprio culto religioso, seus rituais. Quarto, a religião é considerada condição importante preservação da moral. Quinto, alguns se voltam para a religião "por via das dúvidas". Sexto, disfarçar-se de crentes para alcançar objetivos não religiosos acaba sendo um motivo especial.

Psicologia social: notas de aula Melnikova Nadezhda Anatolyevna

PALESTRA No. 22. Psicologia da religião. Características da consciência religiosa

A religião é uma das formas de consciência social (vida social) grupos sociais e personalidades, com a ajuda das quais as pessoas se comunicam (tentam se comunicar) com a realidade, mas não com aquela que encontramos na realidade cotidiana, mas com outra que está além dos limites da experiência cotidiana.

Religião– esfera especial manifestações da psique humana, associadas à busca de um nicho espiritual e psicológico, orientações ideológicas e outras e funcionando na forma de crenças e ações práticas às quais as pessoas recorrem quando não conseguem resolver seus problemas cotidianos por conta deles na luta por sua existência nas difíceis condições do mundo real ao seu redor.

As fontes profundas da religião se originam nas peculiaridades do funcionamento da psique humana.

Os crentes tendem a associar sua conversão inicial à religião com um milagre, com uma percepção e iluminação inesperadas, comunhão com Deus.

O contato do homem com a realidade da religião é sua experiência religiosa.

A religião pode ser manipulada e usada para diversos fins.

A peculiaridade da religião.

Há uma série de indicadores psicológicos que ajudam a entender o que é religião.

Em primeiro lugar, a religião é uma forma específica de consciência social (vida social) das pessoas, que possui características próprias e provoca estados peculiares da psique dos crentes.

Em segundo lugar, a religião pressupõe a existência de grupos especiais - grupos de crentes e exclusividade confessional (grupo).

Em terceiro lugar, a religião está associada à crença em imagens e conceitos considerados sagrados e tratados como sobrenaturais.

Em quarto lugar, a religião implica um certo conjunto de crenças expressas em cânones religiosos.

Em quinto lugar, a religião pressupõe um conjunto especial de certas ações e rituais de culto.

A classificação das religiões. As principais abordagens para a classificação das religiões são diversas.

Existem princípios normativos, geográficos, etnográficos, filosóficos, morfológicos, linguísticos e outros para sua classificação.

Para a psicologia, é importante classificar as religiões em dois fundamentos - por orientação e por característica geográfica, o que permite identificar claramente tanto sua especificidade quanto sua origem idêntica, semelhança, visível a olho nu. Eles geralmente diferem:

1) as religiões do monoteísmo abraâmico (crença em um só Deus), surgindo do antigo judaísmo e incluindo judaísmo, cristianismo e islamismo;

2) religiões de origem indiana, representadas pelo hinduísmo, budismo do sul (Theravada), jainismo e sikhismo;

3) Religiões do Extremo Oriente - Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo, Budismo do Norte (Mahayana).

Esta lista é complementada religiões étnicas pertencentes às diversas culturas de pequenas sociedades, às vezes consideradas primitivas, são as religiões dos nativos da África, da Polinésia, da Austrália, dos índios norte-americanos.

Outro religiões antigas já perderam a sua existência: estas são as religiões dos babilônios, os antigos gregos e romanos, os maias, os astecas, etc.

consciência religiosa- um reflexo ilusório da realidade.

É típico para ele compreender não a realidade real, mas a ficcional.

A consciência religiosa de um indivíduo e de um grupo não pode existir fora de certos mitos, imagens e ideias que são assimiladas pelas pessoas no processo de sua socialização.

A consciência religiosa se distingue pela alta clareza sensual, a criação de várias imagens religiosas pela imaginação, a combinação de conteúdo adequado à realidade com ilusões, a presença de fé religiosa, simbolismo, forte riqueza emocional, funcionamento com a ajuda de vocabulário religioso e outros sinais especiais.

Lado funcional a consciência religiosa atende às necessidades dos crentes, dando a direção necessária às manifestações de sua ideologia e psicologia, formando seu certo estado moral e psicológico, contribuindo para um impacto efetivo em seu psiquismo.

Características da consciência religiosa:

1) controle estreito das instituições religiosas sobre a psique e a consciência dos crentes, seu comportamento;

2) uma clara consideração da ideologia e dos mecanismos psicológicos de sua introdução nas mentes dos crentes.

A fé religiosa une o conteúdo e os aspectos funcionais da consciência religiosa.

A fé é um estado psicológico especial de confiança das pessoas em alcançar um objetivo, na ocorrência de um evento, no comportamento pretendido, na verdade das ideias, dada a falta de informações precisas sobre a possibilidade de alcançar o objetivo.

fé religiosa- é a fé na verdade dos dogmas religiosos, textos, ideias, na existência objetiva de seres, propriedades, transformações que constituem o conteúdo sujeito das imagens religiosas; a possibilidade de se comunicar com seres aparentemente objetivos, influenciando-os e recebendo ajuda deles; em autoridades religiosas - pais, mestres, santos, profetas, carismáticos, hierarcas da igreja, clérigos, etc.

A estrutura da consciência religiosa inclui ideologia religiosa e psicologia religiosa.

Ideologia religiosa- este é um sistema mais ou menos harmonioso de conceitos, idéias, conceitos, cujo desenvolvimento e promoção são realizados por organizações religiosas.

A ideologia religiosa é o resultado de uma atividade proposital e sistematizada, que encontra sua expressão na forma de ensinamentos que fixam os fundamentos da cosmovisão religiosa.

Psicologia religiosa- definir crenças religiosas, necessidades, estereótipos, atitudes, sentimentos, hábitos e tradições associados a um determinado sistema de ideias religiosas e inerentes a toda a massa de crentes.

É formado sob a influência das condições imediatas de vida e da ideologia religiosa.

Uma pessoa se torna adepta de uma determinada religião não desde o nascimento, mas por certas razões: fatores que, do ponto de vista dessa pessoa, tornam sua fé necessária.

Tipologia de grupos de pessoas de visão de mundo (com base em sua atitude em relação à religião e ao ateísmo):

1) Profundamente religioso. Ter uma fé religiosa profunda. A fé é realizada principalmente no comportamento.

2) crentes. A presença da fé religiosa. A fé é mal implementada no comportamento.

3) hesitante. A presença de flutuações entre crença e incredulidade. Elementos separados de comportamento religioso são possíveis.

Pessoas indiferentes à religião. Não há fé religiosa, mas também não há crenças ateístas.

O comportamento religioso está ausente, embora algumas de suas manifestações não sejam excluídas.

ateus passivos. Existem crenças ateístas, mas nem sempre são profundas e conscientes.

O comportamento religioso está completamente ausente, mas as crenças ateístas são mal realizadas no comportamento.

ateus ativos. A presença de profundas crenças ateístas. As crenças ateístas são realizadas no comportamento.

Pessoas religiosas e crentes em seus pensamentos e ações confiam em certos modelos.

Tipologia de personalidades religiosas, que se desenvolveu no decorrer do desenvolvimento da prática religiosa, pela qual os crentes comuns são guiados por:

1) místico- o tipo de crente que procura fugir do mundo ao seu redor e de sua influência, na maioria das vezes um solitário individualista;

2) profeta- uma pessoa que tem uma experiência religiosa irregular, mas intensa.

Um profeta, ao contrário de um místico, está com as pessoas o tempo todo;

3) clérigo mediador entre o homem e deus.

Sua principal função é construir corretamente a ordem de culto de acordo com os cânones religiosos.

4) reformatar p - uma pessoa que se encontra no quadro de uma determinada tradição religiosa, procurando transformar essa tradição de acordo com a sua própria experiência religiosa;

5) monge- um membro de uma ordem religiosa que se retirou da vida secular para um lugar especial isolado ou já consagrado pela religião para levar um estilo de vida religioso tradicional e aderir a altos requisitos morais e rituais;

6) monge - eremita- uma pessoa que precisa viver solitária em lugares selvagens e desertos com natureza dura promover uma purificação da alma e uma intensa experiência religiosa;

7) piedosos- uma pessoa que encarna aos olhos da sociedade religiosa o ideal de perfeição de uma forma ou de outra;

8) teólogo- um tipo de teórico intelectual, cuja tarefa é expressar as crenças de uma dada comunidade religiosa de forma conceitualmente racional;

9) fundador da religião- uma figura, em sua escala muito superior a todos os outros tipos de personalidades religiosas.

Sua experiência religiosa é tão única e intensa que se torna a base de uma nova religião.

Vários formulários comportamento social de uma pessoa são baseados na observação de outros indivíduos de sua comunidade, que servem de modelo para imitação.

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